Agatha Christie – A Mão Misteriosa




O Acesso Cultural ganhou mais um colaborador! Ele se chama Gabriel Antoniolli,  e será nosso “critico” de cinema e de livros.  Hoje ele fala sobre o livro “A Mão Misteriosa”, da autora inglesa Agatha Christie.

Por Gabriel Antoniolli
Nunca tinha lido Agatha Christie, mas todo mundo falava que era legal. Daí fui atrás.
Gosto bastante de Sir Arthur Conan Doyle e tudo o que ele cria com Holmes e Watson. Resolvi, depois de muito tempo, dar um chance à senhora Christie e me refugiei com o exemplar que tinha em casa de “A Mão Misteriosa”.
A obra, lançada em 1942, narra a ida dos irmãos Jerry e Joanna Burton até a cidadezinha de Lymstock, porque Jerry havia sofrido um acidente de avião e seu médico lhe indicou que deveria ficar longe do stress londrino para garantir o sucesso de seu tratamento. Vão, então, para o interior onde supostamente deveriam seguir o conselho do doutor:

“Ar puro, vida sossegada, nada para fazer. Essa é a receita para você. Sua irmã vai cuidar de você. Coma, durma e imite o reino vegetal o máximo possível.” (pág. 07). Supostamente, porque não foi bem assim que aconteceu.
Em um de seus primeiros dias lá, os irmãos recebem uma carta anônima com palavras recortadas indicando uma possível insinuação sexual entre eles. Oras, quem enviaria uma mensagem assim? Só se fosse alguém que não gosta muito de forasteiros. Ficou por isso mesmo. Porém, todo mundo começou a receber essas cartas em Lymstock. Todo mundo. Indicando possíveis segredos obscenos e profanos dos relativamente pacatos cidadãos interioranos.
Tirando o medo da difamação pública, não havia grande preocupação até que houve um suicídio. A Sra. Symmington, mulher de um dos advogados da cidade, apareceu morta ao lado de uma mensagem e de uma das já famosas cartas anônimas. O mistério começa a tomar ares policiais, visto que chegou ao ponto de acontecer um suicídio diretamente relacionado às cartas.
Jerry Burton se interessou muito pelo que estava acontecendo na cidade. Ignorando as recomendações médicas, começou a ir atrás de cada detalhe mesmo que minucioso para tentar chegar ao sujeito procurado. Contatando praticamente todos os moradores de Lymstock, colaborando com a polícia e sendo alvo de olhares e comentários dúbios de muita gente, Burton se torna peça-principal na tentativa de solução do caso.
Como disse no início, nunca havia lido Agatha Christie. Depois de “A Mão Misteriosa”, provavelmente não lerei mais.
Não me agradou o modo como a história foi conduzida. Achei que o pensamento do protagonista atrelado à descrição das outras personagens faz com que o leitor claramente chegue ao culpado pelo que andou acontecendo em Lymstock. Eu mesmo tinha 3 suspeitos, e acabei acertando. A impressão que eu tinha é que a Sra. Christie acabaria dando um jeito de aparecer com uma solução não percebida antes – mesmo que tenha que armar um cenário desconhecido pra isso. A descrição das cenas não me fazia perceber as atmosferas correlacionadas, me permitindo visualizar apenas partes do contexto. Volta e meia me deparava com uma grande névoa quando pensava nas situações.
Sem contar com a participação de um personagem “Deus ex machina”. Não sei o que costumam pensar sobre isso, mas eu não gostei, nesse caso.
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