Aconteceu em Saint-Tropez @ São Paulo
Por Gabriel Antoniolli
Não costumo gostar de comédias românticas. Mas tentei assistir “Aconteceu em Saint-Tropez” ignorando isso. Deu bastante certo.
Saint-Tropez era uma antiga vilinha de pescadores que de uns tempos pra cá é ponto de férias dos famosos hollywoodianos. Não nego que seja um lugar bacana. Talvez boa parte do filme não se passe em Saint-Tropez. Não declaradamente. Mas vamos ao enredo.
No início, nos é apresentada a trama envolvendo os irmãos Roni e Zef. Enquanto a filha do primeiro vai se casar, a esposa do segundo acaba de falecer. E ambas as cerimônias são no mesmo dia e – por situações engraçadas e inusitadas – no mesmo lugar.
Noga, a filha de Zef, estava indo ao “casamenterro” pelo Eurostar quando, entre uma lágrima e outra pela morte da mãe, acaba conhecendo um jovem francês. Por algum motivo (e essas coisas não precisam de um), Noga se apaixonou pelo rapaz e o beijou inesperadamente, mas o cara nem esboçou reação e foi embora sem olhar pra trás. Foram, então, até o casamento e Noga reconheceu o até então desconhecido noivo – afinal, havia o beijado no Eurostar um dia antes. Só eventos caóticos a partir disso.
Vocês verão que isso é errado.
Vi o filme achando cada cena mais elegante que a anterior. Diria que o cinema francês tem mesmo essa elegância natural, com uma trilha sonora quase que imperceptível de tão natural com que se agregam às imagens. É uma montagem de elementos perfeita que dá suavidade e sutileza na medida certa.
A música, aliás, está muito presente no filme. Roni é cantor e fã de Sinatra. Zef e Noga tocam em uma mini orquestra, sendo violinista e violoncelista, respectivamente. Com presenças de cordas e sopros, há um convite subliminar para a erudição.
Como já disse, superei meu pré-conceito e gostei demais. Valeu bem a pena.
Ah, claro. Bellucci coadjuvante é um toque de classe adicional como o guarda-chuvinha desse drink.
(Imagem de http://desgensquisembrassentenstream.manifo.com/)