Confira entrevista exclusiva com o Pagan John




Por Rodrigo Bueno e Leina Mara

Ao ouvir pela primeira vez uma música do projeto criado pelos músicos Gustavo Pagan e João Milliet, alguém desavisado pode arriscar sem medo de errar: “é gringo”. Mas o Pagan John é, na verdade, um novo som feito por músicos e produtores brasileiros – com o diferencial da qualidade irretocável de todas as fases do projeto, desde a gravação e arranjos à mixagem e masterização.


Foto: Divulgação

Quer saber um pouco mais sobre Pagan John? Então confira abaixo a entrevista do Acesso Cultural:

AC: O que os motivou a criar o Pagan John? 

JM: O Pagan John é um projeto que vem de uma amizade nossa de longa data. Nós já tivemos outra banda juntos, e de uns tempos pra cá, começamos a compor pra curtir. A gente passava horas fazendo sons… e quando saiu Black to Grey, a coisa ficou séria! Levei a música pra um curso de mixagem (processo de finalização dentro do contexto de produção musical) que eu fui fazer com o Manny Marroquin (que é responsável pela mix de uns artistas de peso, como John Mayer, Alicia Keys, Imagine Dragons, Katy Perry e por aí vai), e o Manny e a galera do curso piraram no som! Desde então a gente viu que o Pagan John iria ser um projeto de vida!

GP: É esse tipo de autenticidade que as bandas costumam buscar e nós tivemos a sorte de ter. Foi uma realização espontânea, vinda de uma amizade de longa data. Estavamos os dois na mesma vibração, no mesmo momento. Não sei se da pra chamar isso de sorte. Mas foi um estalo muito generoso do destino, hahaha. 

AC: Vocês gravaram um música com Sophia Abraão e ainda produziram o seu EP. Como surgiu essa parceria? 

JM: A Sophia está gravando um disco na Cada Instante, produtora da qual sou sócio junto com o produtor/compositor e guitarrista Rique Azevedo (que produziu comigo o disco do Pagan John). Estávamos compondo com ela, e surgiu a idéia de uma parceria! Sentamos juntos e fizemos a música Deixa Estar / Another Home, que está disponível no EP que ela acabou de lançar.

GP: No mesmo dia em que estávamos terminando de compor a música com ela surgiu a idéia de fazer um vídeo dessa música. Já que sou formado em comunicação e trabalho com produção de vídeo há alguns anos, vimos aí uma oportunidade de fazer esse clipe.  

AC: Além de Sophia, o álbum Black to Grey ainda conta com a participação de Victor Indrizzo e Jonathan Ahrens, músicos conhecidos por trabalharem com Macy Gray, Alanis Morissette e Jason Mraz… contem mais sobre a importância dessas participações internacionais.

JM: Nós decidimos que iríamos gravar as baterias e baixos do disco nos Estados Unidos pois estávamos buscando a sonoridade característica destes músicos! O Victor, particularmente, gravou um monte de cds que eu adoro, assim como o Jonathan. Somos muito fã destes caras. 

GP: Para ser mais específico o motivo foi, principalmente, uma questão de linguagem. Temos músicos sensacionais aqui no Brasil também e montar um belo time não seria problema. Mas já estávamos com uma ideia bem amadurecida da sonoridade que queríamos para o disco e nada poderia ser mais preciso do que recorrer aos músicos que gravaram nossas referências.  

JM: Para agitar essa gravação, tivemos a ajuda de um grande guitarrista e produtor, amigo nosso que mora em Los Angeles, o João Pedro Mourão (JP Mourao), que conhecia estes músicos e fez toda a ponte para nós lá. Foi uma das decisões mais acertadas que poderíamos ter feito! Impressionante como os dois se envolveram na gravação, dando sugestões, criando texturas, sonoridades. Aprendemos muito nesse processo, e ficamos com um resultado realmente especial!! 

AC: O álbum é inteiramente autoral. Em que vocês se basearam para a criação das letras? 

GP: Não existe uma inspiração em particular, mas vários pequenos detalhes que nos trouxeram essas letras. Um lugar bacana, uma frase dita em um momento importante, um sentimento que bateu de repente, uma história que gostaríamos de viver ou de esquecer ou até mesmo um desejo, lá do nosso sub consciente, procurando um lugar pra escapar.

JM: As letras do álbum tem esse misto de sensibilidade, delicadeza, imagens algumas vezes claras, outras escondidas… falam de amor com sutileza. Temos um parceiro na criação das letras, que hoje também é nosso empresário: o Ian Millais. Algumas letras do disco fizemos o Gustavo e eu, mas a maioria, nós levávamos a composição, o Ian captava as nossas idéias e transformava em letras sensacionais! 

AC: Qual estilo musical é a marca registrada da Pagan John?

GP: É umas questão não só de estilo, mas de estado de espírito, também. Assim como a parceria, as músicas surgiram com muita naturalidade e, no final das contas, essas músicas são a transcrição de momentos significativos de nossas vidas. É a trilha de uma lembrança especial ou de um futuro que desejamos. É o disco que você vai colocar pra relaxar, mas também pode servir pra uma festa. Como a gente define isso, Johnny? Hahah…

JM: Trilha sonora da vida!

GP: Puts, total!

JM: É como em um filme. Aquele tipo de som que você escuta numa viagem, ou quando está refletindo, ou mesmo querendo se distrair! Ou quando está por uma paixão… eu diria que é um Folk-Pop, com pitadas de rock em alguns momentos, pra você ouvir e ficar de boa com a vida!

Ouça Pagan John:
Agradecimentos: Simone Catto

Acesso Cultural

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