Entrevista Exclusiva com Marcos Breda




Por Rodrigo Bueno e Leina Mara

Com uma carreira consagrada no teatro, cinema e tv, o ator Marcos Breda coleciona personagens marcantes, dentre eles o Sargento Garcia, no curta-metragem Sargento Garcia, que lhe rendeu o kikito de Melhor Ator em 2000. Na tv, seu último papel foi como o bicheiro Alaor, na série Sexo e as Negas, da Rede Globo. Este ano, Marcos está se preparando para mais uma temporada da peça OLEANNA. Confira entrevista exclusiva para o Acesso Cultural!


AC: Você é um ator conhecido por sua versatilidade e com uma vasta carreira no teatro, cinema e tv. Fazendo uma retrospectiva, você sente que realizou tudo que gostaria dentro da sua carreira?

MB: De jeito nenhum. Tenho uma porção de projetos em teatro, cinema e televisão para curto, médio e longo prazo. Sou apaixonado por minha profissão e sinto/penso que ainda existem centenas de desafios pela frente. Sou um homem de sorte: faço o que gosto, por isso não preciso trabalhar.

AC: Dentre os trabalhos que você já fez, qual mencionaria como inesquecível?

MB: Em teatro eu poderia citar ARLEQUIM, SERVIDOR DE DOIS PATRÕES (2002 a 2004), trabalho fascinante onde fui o idealizador, protagonista e co-produtor. No cinema fiz o protagonista de FELIZ ANO VELHO (1988), um filme que literalmente mudou o rumo da minha carreira e da minha vida. Em televisão tenho um carinho especial pela novela QUE REI SOU EU?, novela que marcou época na teledramaturgia brasileira.

AC: Em dezembro, você levou o Bicampeonato do Kart dos Artistas. De onde surgiu esse amor por velocidade?

MB: Meu pai era militar e também um bom mecânico. Me ensinou a dirigir muito cedo, com menos de 10 anos. Sempre fui fissurado em automobilismo e assisto a todo tipo de corrida de Fórmula 1, Fórmula Indy, GP2, Fórmula 3, Stock Car etc. E também todo tipo de Kart, naturalmente. Kart para mim é um hobby, mas é uma atividade que levo tão a sério quanto minha profissão. A questão é que seriedade, para mim, não é sinônimo de sisudez. Me divirto prá caramba de um jeito e de outro.

AC: Atualmente, você estava em cartaz na peça Garagem, no Galpão do Folias. Como foi a participação? Já possui novos projetos para o teatro?

MB: GARAGEM foi uma peça na qual fiz uma participação pequena, especial e afetiva. Volto a São Paulo em maio para uma temporada de cinco semanas com outro espetáculo chamado OLEANNA, de David Mamet, com direção de Gustavo Paso, o mesmo diretor de GARAGEM. E ainda devo estrear em agosto BEIJO NA ASFALTO, de Nélson Rodrigues, com direção de Marco Antonio Braz. Três peças num ano está de bom tamanho…

AC: Como você avaliaria a qualidade do cinema nacional hoje?

MB: Avançamos muito em termos de sofisticação técnica e tivemos recentemente alguns ótimos filmes, como TROPA DE ELITE (José Padilha), O SOM AO REDOR (Kléber Mendonça Filho), JOGO SUBTERRÂNEO (Roberto Gervitz) e AINDA ORANGOTANGOS (Gustavo Spolidoro). Mas a grande maioria é composta de comédias despretensiosas, sem maior alcance. Tenho uma inveja branca do cinema argentino, de ótima qualidade, sobretudo no quesito “roteiro”. Adoraria que um filme como RELATOS SELVAGENS fosse “made in Brasil”.

Acesso Cultural

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