Maria Bethânia abraça e agradece em BH




Por Andréia Bueno

Em turnê para celebrar 50 anos de carreira, a consagrada intérprete e compositora baiana Maria Bethânia subiu ao palco do Palácio das Artes na capital mineira ao som de “O Eterno em Mim” de Caetano Veloso.

Dentre infinitos sucessos interpretados por Bethânia nos dois atos, destaque para Gita composição famosa na voz de Raul Seixas feita em parceria com Paulo Coelho, Gostoso Demais de Dominguinhos e Nando Cordel,  Tua presença de Caetano Veloso , Começaria tudo outra vez de Gilberto Gil, Dindi da parceria entre  Tom Jobim e Aloísio de Oliveira , Você não sabe de  Roberto e Erasmo Carlos, Rosa dos Ventos e Tatuagem de Chico Buarque, Alegria de Arnaldo Antunes, Abraçar e agradecer — Gerônimo e Vevé Calazans (inspiração para o nome da atual turnê), Folia de Reis de Roque Ferreira, Viver na fazenda de Dori Caymmi/Paulo César Pinheiro e Eu te desejo amor – versão de Nelson Motta (tema do casal interpretado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg em Babilônia).

Intercalando canções com poemas de Clarice Lispector, Carmem L. Oliveira, Waly Salomão e de sua própria autoria, Bethânia levou a plateia ao delírio ao interpretar de forma única a consagrada canção Non, Je Ne Regrette Rien de Edith Piaf.

Radiante, Bethânia agradeceu ao público que lotou a casa de espetáculos fechando a noite com “ Silêncio” de Flávia Wenceslau.

O belíssimo cenário de Bia Lessa (diretora dos seus últimos espetáculos “Carta de Amor”, “Amor Festa” e “Devoção e Dentro do Mar tem Rio”) é um destaque à parte. Diferentemente de outras turnês, o palco onde Bethânia pisa os pés sempre descalços é, agora, tecnológico. A estrutura, de LED, projeta imagens variadas, que contribuem para a ambientação das músicas dessa viagem que ela empreende. Se em um momento dança em meio a águas turbulentas, em outro caminha sobre gramados de um verde vivíssimo e em outro ainda se apequena diante da vastidão de um solo seco, rachado e maltratado, aquele do Nordeste. O tratamento estético das placas casa com a iluminação flutuante, transformando o show em um espetáculo que brilha intensamente durante a apresentação. 

O desenho de luz é assinado por Binho Schaefer e a coordenação e produção musical é de Guto Graça Mello, produtor responsável por álbuns como Ciclo (1983) e As Canções que você fez pra mim (1993).

O show deve ganhar um DVD e um CD em breve – a gravação deve ocorrer em setembro, no Rio de Janeiro. 

Maria Bethânia segue em turnê com  “Abraçar e Agradecer”  em Portugal no dia 24 de maio no Coliseu do Porto e entre os dias 27 e 28 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Retornando ao Brasil,  passará por Recife (dia 27 de junho)  no Teatro Guararapes e no Teatro Castro Alves em Salvador nos dias 28 e 29 de agosto. O Acesso Cultural recomenda!

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