‘CINDERELLA’ É MÁGICO, GRANDIOSO E INOVADOR




Clássico de Charles Perrault ganha montagem nacional politizada com direção de Möeller & Botelho e elenco de primeira
Por Walace Toledo
Crédito: Divulgação
Bradesco Seguros e Ministério da Cultura apresentam a megaprodução musical “CINDERELLA”, com direção e versões da renomada dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho e realização da Fábula Entretenimento, no Teatro Alfa, na zona sul de São Paulo.
Todos conhecem a célebre história da gata borralheira, porém o espetáculo ‘Cinderella’, de Rodgers & Hammerstein em cartaz na capital paulista, bebe direto da fonte francesa do conto de fadas e não da animação Disney, mais conhecida. O musical é baseado particularmente na obra ‘Cedrillon’ ou ‘La Petit Pantoufle de Verre’, de Charles Perroult. “Muitos não sabem, mas foram R&H que estabeleceram o padrão de qualidade desta forma de se fazer teatro”, contextualiza Möeller.
A TRAJETÓRIA DO SAPATINHO DE CRISTAL
‘Cinderella’, com canções de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II (criadores de ‘A Noviça Rebelde’, ‘Oklahoma’, ‘Carousel’), ganhou versão musical inédita para o canal de TV norte-americano ‘CBS’ em 31 de março de 1957. Estrelado por nada menos que Julie Andrews, o especial foi indicado a dois ‘Emmy Awards’, e é até hoje o programa mais visto da história da televisão americana com mais de 100 milhões de espectadores! Este é o único musical da dupla escrito especialmente para TV e ganhou duas outras versões, em 1965 e 1997.
A carruagem dourada chegou à Broadway somente em 2013, com livro de Douglas Carter Beane, recebeu nove indicações ao ‘Tony Awards’, além de vencer três ‘Dramas Desk’. Novos personagens e ‘plots’ foram adicionados ao texto.
Citação ao nosso comum sobrenome ‘Silva’ é uma brasilidade de M&B introduzida nas versões. Crédito: Kah Motoda
TRAMA POLITIZADA
Na dramaturgia de Beane, assim como na montagem brasileira, após a morte do rei e da rainha, o poder acaba nas mãos do primeiro-ministro Sebastian (Carlos Capeletti). Inescrupuloso e manipulador, ele tem sido o mentor do príncipe Topher (Bruno Narchi), que desconhece os problemas fora do castelo.
Enquanto os aldeões estão preocupados em receber o convite para o baile real, o rebelde Jean-Michel (Bruno Sigrist) clama aos cidadãos darem início à Revolução, antes que a realeza tire tudo deles. A par dos ideais do revolucionário, Ella (Bianca Tadini) precisa abrir os olhos do jovem e bondoso príncipe às injustiças no reino; o suntuoso baile torna-se a grande oportunidade.
Apesar das novidades na história, o clássico está presente e sabemos muito bem que a vida de Cinderella não é nada fácil, ela amarga uma convivência de humilhação constante da madrasta Madame (Totia Meireles) e suas duas meias-irmãs sem-noção Gabrielle (Giulia Nadruz) e Charlotte (Raquel Antunes). Sem esperança, Ella é surpreendida por uma fada madrinha (Ivanna Domenico) e os sonhos da gata borralheira começam a se tornar realidade.
Topher e Cinderella, a paixão acontece durante o grande baile. Crédito: Kah Motoda
EQUIPE MÁGICA
A produção superou muitos obstáculos até a estreia, foram três trocas de direção, Jorge Takla, Ernesto Piccolo e Ullysses Cruz decidiram sair do salão antes do baile começar. Renata Borges e Raphaela Carvalho, sócias na Fábula Entretenimento, sempre tiveram como primeira opção a dupla Möeller & Botelho, porém não houve sucesso na época.
Ao tomarem às rédeas, Renata fez uma única condição: não mexer no elenco, “é o nosso elenco, meu, da Natália e do Douglas, não poderia abrir mão dessa qualidade humana, e o Charles foi extremamente generoso e hoje deixou de ser o meu elenco e passou a ser deles”.
Primeiro nome confirmado na mídia, Cassia Kis Magro desistiu do papel da madrasta dando lugar à incrível e incansável Totia Meireles – a atriz havia finalizado há poucos dias a temporada paulistana do musical ‘Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos’, e anteriormente ‘NINE’ (2015), outra direção de M&B; ‘Cinderella’ marca a quinta parceria de Totia com Charles e Cláudio. Dias antes da coletiva de impressa, Sabrina Korgut entregou a varinha mágica para sua ‘stand in’ Ivanna Domenyco, veterana na área.
Para o papel-título, a escolhida foi Bianca Tadini, muito querida no meio do teatro musical, a atriz tem vasto currículo; por exemplo, protagonista de ‘West Side Story’ (2008), de Jorge Takla, diretor com quem reeditou a parceria em ‘O Rei e Eu’ (2010), ‘Evita’ (2011) e na comédia ‘Vanya e Sônia e Masha e Spike’ (2015), na qual dividia o palco com Bruno Narchi, que dá vida ao inseguro e altruísta príncipe Topher, em ‘Cinderella’. Em 2014, Narchi surpreendeu o público como Cazuza nos palcos, depois de já ter participado dos musicais ‘Rock in Rio’ (2013), ‘Fame’ (2012) e ‘Mamma Mia’ (2010).
REPRESENTATIVIDADE – Tiago Barbosa (protagonista em ‘O Rei Leão – o musical’; ‘Mudança de Hábito’) encarna o braço direito de Topher, Lorde Pinkleton, e às quintas-feiras revezará com Narchi o papel de príncipe. As histórias de Rodgers e Hammerstein entretêm com humor e discutem assuntos importantes como racismo, sexismo e a separação de classes. A representatividade de um príncipe negro dentro deste clássico em um país miscigenado como o Brasil, é muito importante. Um ponto a mais para a montagem brasileira.
O musical dialoga com toda a família, “especialmente com as crianças. É o momento que a gente consegue tocá-las”, acredita Bianca, “é uma idade que elas ainda escutam sem preconceito, sem maldade; estamos falando de questões muito importantes e podemos plantar uma semente no coração delas”. Para falar com os pequenos é preciso responsabilidade, o lúdico é o instrumento para alcançar estas crianças em fase de construção de caráter e visão de mundo.
Ella está à frente da figura feminina do seu tempo, onde o lar era seu único universo; ao conversar com Jean-Michel ela entende as ideias de igualdade entre os cidadãos e as repassam a Topher, que se apaixona pela desconhecida por sua personalidade, não só pela beleza física. O público dificilmente enxergará a clássica donzela indefesa. “É uma Cinderella moderna, no sentido da mulher, ela tem um papel muito importante. É uma mulher dos dias atuais”, afirma Charles.
O coro é formado por Diego Luri, Fábio Saltini, Fernando Palazza, Laura Visconti, Luana Bichiqui, Letícia Mamede, Marcelo Vasquez, Maria Netto, Naomy Schölling, Nick Vila Maior, Philipe Azevedo, Thati Abra, Talitha Pereira e Willian Sancar; e o ballet por Aline Campos, Luana Villaça, Mariana Amaral, Otávio Portela, Patrícia Castagna, Pedro Antunes, Ricardo Mesquita e Thiago Garça.
O musical tem direção musical de Carlos Bauzys, que comanda uma orquestra de 16 músicos, entre os instrumentos musicais destaca-se uma harpa! Os figurinos são de Carol Lobato, luz de Maneco Quinderé, cenografia por Rogério Falcão, coreografia de Alonso Barros e produção de elenco de Vanessa Veiga.

Elenco e criativos na coletiva de imprensa: (da esq. para direita) Alonso Barros, Carlos Bauzys, Tiago Barbosa, Bruno Narchi, Totia Meireles, Charles Möeller, Bianca Tadini, Renata Borges, Raphaela Carvalho e Douglas Carvalho Jr.


MONSTROS, ABÓBORA E CARRUAGEM EM 3D
‘Cinderella’ inova e traz aos palcos, pela primeira vez, o uso de efeitos especiais tridimensionais. Crianças e adultos são encantados desde o começo da peça com uma linda ave atravessando cenários e camarotes. Em outro momento, um gigante e um dragão ateando fogo no teatro ameaçam o príncipe e seus cavaleiros (e a plateia também!).
A responsável pela magia em cena da icônica abóbora transformando-se na reluzente carruagem dourada é a produtora Maze FX, especializada em vídeo mapping 3D, motion graphics e stage design.

Fora as projeções, as trocas de roupas de Ella e da fada madrinha, que num piscar de olhos vão de farrapos a vestidos dos sonhos, deixa a plateia apaixonada.
Realmente imperdível, não é? Depois de todas essas informações com certeza você deve estar com muita vontade de assistir ao espetáculo! Uma coisa é certa, o príncipe Topher está esperando você de quinta a domingo no Teatro Alfa para o baile real no grande salão nobre do castelo.

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E o baile vai começar…Preparados?Fotos: Kah Motoda e Walace Toledo
Serviço
Local: Teatro Alfa – Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Sto Amaro – São Paulo
Temporada: Até 05/06/2016
Dias e Horários: Qui às 21h | Sex às 21h30 | Sáb às 16h e 20h | Dom às 17h
Duração: 120 minutos (+15 min de intervalo)
Classificação etária: Livre
Valores: De R$ 25 (meia-entrada) a R$ 180 (inteira)
Ingressos: Direto na bilheteria do teatro (5693-4000) ou pelo site www.ingressorapido.com.br
Mais informações do espetáculo: www.cinderelladabroadway.com.br

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