CRÍTICA: Hoje é Dia de Maria – A Fábula Musical
Por Samuel Carrasco
Hoje é dia de Maria – A Fábula Musical, uma adaptação para o palco de uma obra que já fez um grande sucesso na TV.
Foto: Caio Gallucci
Na história, uma menina decide fugir das agressões do pai e da madrasta para buscar a felicidade, trilhando o caminho das “franjas do mar”.
O texto não é fácil, apesar da linguagem encantadora que a peça adotou (a mesma usada na versão da TV). É uma narrativa relativamente dura sobre a trajetória de uma garota que é conduzida pelo vento a aprender a lidar com a vida, sozinha. Esse contraponto estético de diluir o “sofrimento” em poesia visual se torna um dos grandes pontos da obra. Afinal, viver não seria um verso contínuo e sem rima?
Dan Rosseto divide a direção com Lígia Machado (que também produz e encara com delicadeza o papel principal) e Kleber Montanheiro (que também atua como a hilária Madrasta). Essa parceria não se resume só a esse projeto, muito pelo contrário, já vem de antes, outros encontros, outros acertos.
O que se vê no palco é a realização de um sonho, é bonito, tem dedicação, tem amor, é indiscutível. O espetáculo pode crescer muito ainda, ganhando preenchimento de cena, confiança e acabamento nos números circenses e talvez um desenho mais preciso na iluminação. Mas, assim como Maria, o espetáculo só tende a se desenvolver e alcançar todos os objetivos, pois o principal já tem: comprometimento com a arte.
Parabéns a todo elenco e banda, que cativam e emocionam a cada nota tocada das canções que remetem à platéia uma nostalgia sem tamanho. É lindo ver as cabeças do público dançando (às vezes involuntariamente) junto com as músicas A gente sai do teatro tendo a certeza que somos Maria também, e que qualquer dia pode ser considerado nosso, só precisamos ter fé e cair no mundo.
Assistam logo porque a temporada é curta! Está em cartaz no Teatro Cetip, com sessões: Sexta e sábado, às 21h, domingo, às 18h. Até dia 27 de novembro.