Resenha: Na natureza selvagem – O filme
Por colaboradora Monise Rigamonti
Lançado em 2007 no Festival de Roma, o filme biográfico que tem como título original em inglês “Into the wild”, no Brasil foi traduzido como “Na natureza selvagem”, relata a história de vida do jovem Christopher McCandless.
A narrativa cinematográfica é baseada no livro de mesmo nome (Natureza Selvagem) escrito pelo jornalista e escritor americano Jon Krakauer em 1996. Dirigido e escrito pelo cinegrafista americano Sean Penn foi indicado, entre outros, em duas categorias do Oscar e entre as suas premiações venceu o Globo de Ouro de melhor canção.
O filme conta a história do jovem Christopher McCandless, interpretado magnificamente pelo ator Emile Hirsch, que nos faz sentir as inquietações, dores e angústia do personagem ao mesmo tempo em que certos momentos consegue trazer uma leveza.
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A história começa com o Christopher se formando em direito e em crise com a sua faculdade, profissão e família, ele tem um caráter comunista e suas principais referências literárias são Tolstoi e Thoreau que o fazem refletir sobre seus valores versus os valores que a sociedade americana prega. A partir destas inquietações começa a sua busca por descobrir a natureza selvagem do seu ser.
Para começar a aventura ele decide doar a parte da fortuna que herdou dos seus pais para uma instituição de caridade, queima alguns de seus pertences e sua carteira de identidade, onde a partir deste momento passa assumir o nome de Alex (simplesmente Alex), abre mão da sua moradia e larga seu carro no meio da estrada e parte em rumo a descoberta da sua essência.
Durante o enredo, ele conhece e se aventura por diversos lugares que tem a presença da natureza, onde também cria alguns vínculos ainda que temporários com pessoas “diferentes” como ele, e em uma dessas viagens toma a decisão de ir para o Alaska, a cena da decisão se passa em um bar bebendo com os amigos onde Alex diz com todo empenho: “Eu quero ir para o Alaska, eu vou para o Alaska, eu vou para o Alaska”, o que gera uma certa ironia.
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Decidido a ir para o Alaska, começa a sua preparação para a sua peregrinação, passa a estudar e a se alimentar de flores e frutos, aprende a caçar onde desenvolve alguns instrumentos precários, estuda sobre o ambiente em que pretende viver, entra em uma espécie de ritual, de uma preparação para viver sua busca final.
Saindo pelo mundo e com a ajuda de um caminhoneiro, finalmente chega a seu destino: a mata pura e selvagem. Alex talvez não esteja fisicamente e nem com os instrumentos adequados para enfrentar essa aventura, mesmo assim segue adiante em sua proposta, onde caminha mais de 30 quilômetros até encontrar o que descreve como “ônibus mágico” deixado por alguns viajantes como ele.
Na mais pura solidão, aprende a lidar com o ambiente a sua volta, e passa adentrar fundo em seus pensamentos e sentimentos, busca ainda mais sua verdadeira essência, e um dos aprendizados que ele nos deixa é que “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”.
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Recomenda-se assistir o filme e desligar-se do mundo, permitindo-se a entrar dentro do universo do personagem, e dentro do seu próprio universo, da sua própria natureza selvagem, daquilo que é a sua verdade interior … Quem somos nós? Quais são nossos verdadeiros valores? São algumas das questões que após assistir esse filme certamente seremos tocados.
Ficha técnica
Filme: Na Natureza Selvagem (português); “Into the wild”(inglês)
Duração: 2hrs 27mim
Direção: Sean Penn
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt e outros
Gêneros: Não ficção, Drama, Aventura, Biográfico
Nacionalidade: Estados Unidos da América (EUA)
Produtora: River Road Entertainment
TOPPP. parece ser muito bom.
Vou assistir
" Os mais fortes de todos os guerreiros são estes dois: Tempo e Paciência ” – Liev Tolstói. Tudo a Ver com o Filme.
Esse é o melhor filme sobre mochilão. Tão bom que escrevi um artigo falando sobre as lições dessa preciosidade, veja: https://vivendodeviagens.com.br/na-natureza-selvagem/