Galeria Virgílio apresenta 3 exposições inéditas!




Por colaboradora Monise Rigamonti

Na Galeria Virgílio estão em cartaz 3 exposições inéditas: a individual da artista carioca Deborah Engel que tem como título “Plano Imaginário”, a mostra solo da artista paulista Suiá Ferlauto com o nome “Titular subterrâneo” e a exposição coletiva do Grupo Broca com o tema central “Re-trato”. A abertura da exposição ocorreu dia 10 de maio e visitação ao público vai até dia 10 de junho, a curadoria das exposições é da galerista Isabel Pinheiro.

Suiá Ferlauto – Foto: Monise Rigamonti

Plano Imaginário – Deborah Engel  

Um destaque que teremos nessas apresentações são os trabalhos da artista carioca Deborah Engel, que estão localizados na primeira sala. Inicialmente são apresentados dois trabalhos mais antigos da sua produção onde a artista explora a relação dos lugares com a fotografia, seus trabalhos são realizados em um plano tridimensional em que a artista sobrepõe várias camadas impressas da mesma foto, provocando uma ilusão de ótica no expectador, transmitindo a ilusão de que estamos em um filme 3D, é impossível olhar para os seus trabalhos e não ver algo enigmático, um movimento, uma ação. No mesmo pensamento da sua produção inicial são apresentadas outras telas com a constância da cor azul onde simula o movimento de um crepúsculo (anoitecer do dia). 

Em seus estudos mais recentes, Deborah Engel traz trechos de livros de autores clássicos como Simone de Beauvouir, Satre e outros na mesma intensão das obras mais antigas, porém explorando conceitos políticos-históricos que são recorrentes nessas peças e que traçam um diálogo com as nossas questões políticas e sociais atuais, a estética do trabalho é extremamente envolvente, pois o primeiro impacto é a curiosidade inicial de decifrar qual referência está sendo citada, depois somos seduzidos pela dimensionalidade dos trabalhos e nos envolvemos ainda mais quando permitimos trazer a nossa bagagem pessoal para interagir com o trabalho. Para finalizar, observamos um vídeo composto por uma cachoeira onde uma cascata sobe e a outra desce representando as energias masculinas e femininas, o ying e yang. 

Foto: Monise Rigamonti




Suiá Ferlauto – Subterrâneo 

Ao contemplarmos o trabalho da artista paulistana Suiá Ferlauto, observamos as várias esculturas espalhadas na sala remetendo a estrutura de cupinzeiros, proporcionando a mesma agonia (ou outras sensações dependendo de quem estiver contemplando a instalação) que sinto quando vejo esse feito da natureza na minha frente ao andar por um campo, geralmente gramados em sítios e fazendas, na mostra presenciei que ele estavam muito perto um dos outros gerando um impacto de apreensão ainda maior, fazendo com que o espaço ficasse menor do que ele aparenta ser. A exposição também era composta por pinturas de diversas cores que amenizavam um pouco a sensação de agonia dos cupinzeiros, como se estivéssemos em um campo apreciando uma paisagem natural, ou quando sentamos em um banco de museu para observar melhor os quadros. Havia também um vídeo onde a artista filmou de perto a pele de um animal, provavelmente uma vaca com seus tics nervosos e com as moscas sobrevoando, quem teve contato com animais deste gênero sabe que é exatamente isso que acontece. Mesmo que proporcione uma sensação de estranhamento e de inquietude, é uma trabalho que vale a pena ser visto. 

Foto: Monise Rigamonti



Grupo Broca: Re-tratos 

Formado por Clau Senna, Kika Rufino, Maria Alves de Lima, Marina Sheetikoff, Miriam Andraus Pappalardo, Miriam Korolkovas, Nicole Uurbanus, Renata Meirelles, Renata Porto, Samantha Ortiz, Silvia Beildeck e Thais Costa, mulheres que tem formações culturais e vivências distintas. A exposição coletiva foi o resultado de dois anos de pesquisa do projeto de arte joalheira que explora novas linguagens, aborda vivências, significados pessoais, tangenciando uma relação entre as artes plásticas e o universo da joalheria.

Ao visitarmos a exposição sentimos a peculiaridade, a individualidade em cada objetos plásticos apresentados, ao mesmo tempo, percebemos o cuidado que o grupo teve em harmonizar essas produções e criarem um diálogo bonito e constante – como se estivessem todas em um grande círculo de mulheres compartilhando suas experiências e percepções de vida e de mundo, que se complementam e dialogam entre si, proporcionando no visitante a sensação do coletivo ou do que possa ser o conceito de um trabalho coletivo. É como se fosse um grande corpo, uma grande molécula composta por vários átomos que compõe um elemento em si, ao mesmo tempo em que formam esse corpo central, preservam a peculiaridade de cada parte formando assim através das junções destas partes uma grande membrana. 

Vale a pena olhar atentamente para cada trabalho, pois contam um pouco sobre suas histórias de vida e percepções de mundo, fazendo com que o visitante possa se identificar e lembrar das suas próprias experiências, a relação da estética que criam com o corpo, o conceito – talvez ali desfragmentado ou questionado de joalheria se relacionando com as diversas possibilidades, suportes e matérias típicos das artes plásticas traz uma sensação de acolhimento ao universo feminino, de tantas possibilidades e papéis que a mulher contemporânea desempenha. 


Serviço: Exposição – Deborah Engel | Suiá Ferlauto | Grupo Broca
Visitação de 10 de Maio a 10 de Junho
Segunda a sexta-feira das 10hrs às 19hrs e sábado das 11hrs às 17hrs
Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, Pinheiros, São Paulo – SP
Telefone/email: +55 (11) 2373.2999/galeriavirgilio1@gmail.com

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