Resenha: Cidadão Ilustre
Por colaboradora Luci Cara
Sem querer ser indelicada com nossos cineastas, apenas declaro que os filmes argentinos que nos mostram , normalmente , são excepcionais. Cito Kamchatka , O filho da noiva, Um conto chinês, O clã, O segredo dos teus olhos e Relatos Selvagens, são alguns filmes para quem quiser conferir.
Deve haver algumas produções de qualidade duvidosa, ou ruins, e nem ficamos sabendo disso pois o representante deles para o último Oscar não ficou atrás.
Reprodução / Internet
Numa co – produção entre a Espanha e a Argentina, a história de um escritor , vencedor do prêmio Nobel, nos cativa desde as primeiras cenas. Sem inspiração para escrever nada novo, sem paixões ou desejos, ele apenas vive uma vida pacata e um tanto quanto sem graça.
O homem, sessentão, recusa convites para palestras, lançamentos de livro, recebimento de condecorações ao redor do mundo, mas fica encantado com a possibilidade de retornar a sua minúscula cidade natal, Sala, e receber o titulo de cidadão ilustre.
Reprodução / Internet
Não pisara no local há 40 anos, e tudo o que queria quando ali vivia era poder escapar. Desde seu trajeto da capital até o local, tudo em seu caminho se torna difícil, complicado. Ele se vê em situações cada vez mais duras , ao enfrentar a ira de quem não pôde partir.
O personagem , um homem solitário , precisa encarar a namorada que amou (e seu novo marido), pedidos de ajuda financeira , ser jurado de um concurso de pintura com poucos pintores de qualidade, entrevista à rádio local, e até uma jovem sonhadora e sedutora que sonha em partir dali. Durante todo tempo ele varia entre se mostrar um homem modesto e vaidoso , compassivo e seco, esperançoso e derrotista.
E se mostra absolutamente humano, a despeito das tentativas de o transformarem em alguma espécie de ídolo , ou símbolo de sucesso.
Um dos melhores , se não o melhor, filme que assisti este ano. Não percam !