Crítica: A última imperatriz e os mistérios ocultos!




Por colaboradora Monise Rigamonti

O livro “A última imperatriz” foi escrito pelo chinês erradicado nos Estados Unidos chamado Da Chen, é um romance que se passa na China do século XIX. Considerado como um dos best sellers internacionais, sua primeira publicação foi em 2012, chegou ao Brasil em 2015 pela Editora Nova Fronteira. 

Crédito: Divulgação

Segundo a sinopse o enredo pode ser descrito como: “Quando a amada esposa de Samuel Pickens morre tragicamente, ele decide viajar pelo mundo, sempre com Annabelle nos pensamentos. Um dia, ele se vê frente a frente com o reflexo de sua obsessão, no último lugar que ele esperava. Precisa descobrir os segredos por trás desse mistério e até onde está disposto a ir pela mulher que ama. Nos leva para o mundo secreto e suntuoso do palácio imperial da China, com seus fantasmas e suas perdas, onde concubinas sedutoras, eunucos maquiavélicos e senhores de guerra se dividem em uma desenfreada luta pelo poder. É uma saga épica da China do século XIX, em que a jornada de um homem atrás de seu destino acaba se tornando uma viagem desvairada em busca de um amor proibido.“

Sabe aqueles livros que te seduzem pela capa? No qual a história parece ser interessante, mas quando você começa a ler dá aquela desanimada bonita? Me deu vontade de largar ele na minha incontestável lista dos livros começados e não terminados, e não saberia responder se algum dia eu terminaria de ler, ou se viraria um mero objeto de decoração na minha estante. Á propósito comprei porque estava em promoção na FNAC.  

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Confesso que insisti na leitura, especialmente no meio do livro até o final só para ter aquele gostinho mágico de criticar. Um livro pesado, robusto, com um tipo de escrita e de história que não estamos acostumados a ler. Me senti enganada por sua aparência bonita e sedutora, e ao ler a resenha me chamou a atenção de que a história vivida se passava na China, sendo um universo desconhecido para mim, resolvi embarcar na viagem da leitura. E me decepcionei um pouco, ao finalizar a história confesso que ainda fiquei cheia de dúvidas como se um ponto não conectasse direito com o outro. Diferente da Série Hacker da Meredith Wild não proporciona uma abertura para querer saber mais da narrativa e suas nuances, ao contrário, dá aquela sensação de “Ufa! Terminou”. 

Não existe uma construção de relação com os personagens como na maioria das histórias consideradas best-sellers. Você não é envolvida pelo enredo ao entrar dentro da vida do personagem e não sente que está andando naquele cenário descrito pelo autor, dificilmente eles transmitem alguma emoção intensa, uma identificação seja através do ódio ou do amor. São mornos, há um marasmo em torno dos indivíduos e dos cenários, transmite a sensação de eles tocam o barco, mas não criam uma intimidade. 

Os sentimentos não são explorados de forma intensa, subentendesse a melancolia e a nostalgia no ar, porém o autor não explora e adentra mais as particularidades transpondo em formas, cores, texturas, cheiros aguçando os cinco sentidos do leitor. Não teve toque, pele, envolvimento, aquele gosto de quero ver mais essa cena, me conte mais sobre isso, não teve. Tudo fica um grande vácuo, chegando a ser um incomodo, uma sensação de vazio, de durante a leitura estar naquele mundo sem pertencer e sem percorrer de verdade ele. 

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O livro tem uma forma de se desenvolver tão sinistra, que chega até um estilo barroco, cheio de lirismo. Porém sinto falta dele desenvolver melhor alguns conceitos, por exemplo, faz referência ao Budismo mas não explica e nem exemplifica melhor os conceitos desta religião. Quando descreve uma cena não enfatiza alguns detalhes que fariam o leitor se sentir mais curioso, deixa tudo ofuscado, preso, submerso. 

Talvez o que me tenha feito chegar até o final além do gosto de criticar, fosse uma esperança remota de que o escritor me desse mais satisfações e desenvolvesse melhor algumas coisas subentendidas. Sabe aquela teimosia que fica para quem gosta de ler: será que é isso mesmo? Vou insistir mais um pouco para ver se melhora. Ah, terminou assim? É só isso? Provavelmente será doado ou passado adiante para algum curioso que se atreva a adentrar a história. 

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