Valerian é uma aventura espacial fascinante com heroína empoderada,efeitos visuais e surra de aliens
Estreia nos cinemas o novo longa sci-fi de Luc Besson, uma adaptação live-action da HQ francesa de 1967, fonte de inspiração para o universo “Star Wars”. Cara Delevingne e Dane DeHaan interpretam o casal protagonista.
Por Walace Toledo
Foto: Divulgação
Atenção amantes de cinema e ficção científica, a espera acabou e finalmente temos “Valerian e A Cidade dos Mil Planetas” entre nós! O novo filme do cineasta francês Luc Besson, de “O Quinto Elemento” (1997) e “Lucy” (2014), estreia hoje (10/08) nos cinemas de todo país.
A primeira informação que você deve saber sobre o longa é que ele é uma adaptação live-action da clássica HQ europeia sci-fi “Valérian: O Agente Espaço-Temporal”, escrita por Pierre Christin e ilustrada por Jean-Claude Mézières. A série de graphics novels lançada em 1967 narra as aventuras de Valerian e Laureline, um casal de agentes especiais do governo terráqueo que viajam no espaço e tempo para proteger os planetas que formam o ‘Império da Terra’ no século XXVIII. No filme, os atores Dane DeHaan e Cara Delevingne dão vida aos protagonistas em missão na gigantesca Alpha, a cidade dos mil planetas, uma metrópole em constante evolução que corre perigo iminente de forças desconhecidas.
Segunda informação, a relevância no universo sci-fi: George Lucas nunca admitiu publicamente a inspiração na obra da dupla – lançada dez anos antes do primeiro filme da trilogia original da saga “Star Wars” -, porém é inegável a influência francesa na franquia do cineasta norte-americano ao compararmos os conceitos; narrativa, naves, ambientações, personagens e até o famoso biquíni metálico da Princesa Leia em “O Retorno de Jedi”, remete ao usado por Laureline nos quadrinhos (vide imagem abaixo).
Semelhanças entre as sagas (Reprodução / Internet)
LUC BESSON E DANE DEHAAN NO BRASIL
Poucos dias antes da estreia brasileira, diretor e protagonista vieram a São Paulo para première e coletiva com jornalistas. O Acesso Cultural esteve presente no luxuoso hotel Palácio Tangará para participar do bate-papo sobre a produção.
De cara, Besson deixa claro que, “definitivamente não é um filme americano de super-heróis, não temos superpoderes, não vamos salvar o mundo, não vamos mostrar a supremacia dos Estados Unidos; é diferente, os meus heróis são como nós, algumas vezes eles fazem piadas muito ruins, às vezes um pouco pretensiosos, mas eles sabem como ser heroicos, sem superpoderes”; e alfineta a indústria “temos muito fast-food e menos cuisine française”. A metáfora à culinária francesa famosa pela sofisticação e perfeccionismo mostra-se no projeto desenvolvido por quase uma década, “o filme levou sete anos de trabalho e você precisa esperar para ter esse conhecimento e coragem para fazê-lo”, ressalta o cineasta sobre a importância da bagagem profissional até aqui.
Amor de infância, Luc descobriu “Valerian” aos 10 anos quando morava no interior da França, “eu nunca tinha visto isso na época, era algo totalmente novo e original, e eles se tornaram meus heróis favoritos. As histórias eram sempre humanas, conheciam muitos alienígenas e nem sempre agressivos, algumas vezes eles tinham reivindicações, às vezes nós éramos os inimigos. Eles falavam sobre proteger o planeta, conviver todos juntos, muitos desses temas quando você tem 10 anos abrem muito sua mente!”.
As opiniões podem se dividir nas atuações e na química de Dane e Cara em cena, entretanto o ponto forte está na personalidade da personagem Laureline. Empoderada, a agente entra na lista de mais uma representante do girl power nas telonas: boa de briga, livre, totalmente responsável por seus atos, segura de si e suas decisões; é uma figura de espírito cativante. A sua, de certa forma, rebeldia contrapõe ao ‘todo-certinho-das-regras’ Valerian, e isso dá equilíbrio e interesse do público ao casal.
O paradisíaco planeta Mül, habitado pela raça Pearls, antes da extinção (Foto: Divulgação)
TECNOLOGIA A FAVOR DO REALISMO FANTÁSTICO
Sem dúvida nenhuma que o grande trunfo do filme é o desbunde visual. Foram contratados designers do mundo inteiro para o projeto. Durante um ano os profissionais ficaram isolados para que pirassem sem limites na criação proposta pelo cineasta. A ideia era que eles não tivessem interação para não comprometer a criatividade individual, a única conversa era direto com Luc via chamada de vídeo. Conclusão: 6.000 ilustrações + 4.000 do original. Na prática: 2.734 tomadas de efeitos especiais!!!!!
Besson e Dane apontam a cena do ‘Grande Mercado’ como marcante: para o diretor a complexidade de pré/durante/pós-produção desta cena passada em duas dimensões; para o ator “este trabalho foi o maior desafio físico que eu já fiz! (…) e a sequência do Grande Mercado que durava 45 segundos cheio de obstáculos, e eu já estava sem fôlego depois do primeiro take, foi uma tomada complicada e tivemos que refazer 25 vezes. Os dias complicados eram divertidos, porque este desafio físico é algo que eu gosto. E eu tentei fazer isso uma parte do personagem e meu objetivo, porque Valerian nunca se cansa!”.
Os mundos e personagens exóticos construídos por Besson e equipe são fascinantes! O longa já começa no paradisíaco planeta Mül, onde vivem os Pearls, raça que segundo o diretor “é uma representação do que deveríamos ser, eles são perfeitos”. A empatia pela exótica comunidade é imediata, o modo de vida simples e a ‘conversa’ com a natureza é de encher os olhos. O universo criado é único e fabuloso!
Além disso, o elenco conta com Clive Owen, Ethan Hawke, John Goodmane e Rihanna. É realmente um novo universo cinematográfico para se apaixonar! Agora é torcer para que a jornada de Valerian e Laureline tenha uma boa bilheteria mundial para desfrutarmos da sequência que já está com o roteiro finalizado… e Besson já está escrevendo o terceiro longa! Isso que é não perder tempo meus queridos leitores hehehe.
Se eu fosse você, corria para o cinema mais próximo, agarrava um balde de pipoca e aproveitava essa deliciosa aventura especial cheia de ação, humor, amor e alienígenas (alguns fofinhos) perigosos!