A doçura desconcertante de Selton Mello na TOP Magazine




Capa da edição 223, Selton Mello é entrevistado por Carolina Dieckmann

Por Redação

Assim Carol Dieckmann descreve Selton Mello, com a poesia e sinceridade que todo grande ator merece ser descrito. A entrevista conduzida por Dieckmann, está em uma matéria de 14 páginas com ensaio fotográfico do Miro. A revista chega às bancas na próxima semana.”Prazer, Selton Mello. Eu tinha 14 anos quando a gente se conheceu. Uma menina de olhos vidrados no cara da TV. Aquela voz inconfundível dos filmes dublados da Sessão da Tarde, os cachinhos desarrumados e os olhos castanhos de uma doçura desconcertante. Lindo. E dos melhores, tenho que dizer. Só que para ser tanto, não basta ter todo o talento, a entrega, o estudo e a experiência… Precisa olhar nos olhos, ser generoso e parceiro para fazer jus ao significado. Selton é raro, do verbo especial”.

Foto: Miro
Ator, diretor, drama ou comédia, o estilo low profile, Brasil ou Exterior, confira abaixo trechos do bate papo entre amigos, que vai fazer qualquer um se reapaixonar por Selton Mello.

CD: Você, assim como eu, começou a trabalhar muito cedo. Já sentiu vontade de jogar tudo para o alto, alguma vez? Quando sentiu isso? O que pensou em fazer?

SM: Mas, gente, penso nisso toda hora! Neste momento em que respondo esta entrevista pensei em usar a oportunidade, me despedir e partir para o meio do mato e cuidar de plantar batatas. Mas algo me coloca para a frente, que não sei medir. Por isso uma força me leva a cantar, por isso essa força estranha no ar. Por isso é que eu canto, não posso parar. Por isso essa voz tamanha! Chega uma hora na vida de quem trabalha com arte que a obra ganha do criador. Tem gente que é tocada pelo que faço, e essas pessoas merecem que eu continue. Ok, é pouca gente, mas estou de olho nelas, faço por elas. Muito do fato de continuar vem disso, é como se fosse uma missão que não tenho o direito de interromper. E pelos meus pais, maiores incentivadores e primeiros espectadores de tudo que faço, é por eles que também sigo em frente. Mas vontade de mudar o rumo da prosa tenho toda hora, dúvidas sobre tudo isso tenho o tempo todo. Só que tento usar isso para me impulsionar, não para permanecer estagnado. Cuido a cada momento para não ficar estéril artisticamente, procuro sempre viver grávido de ideias.

CD: Como é ser o sonho de consumo de todo mundo que faz cinema no Brasil? Quem são os seus?

SM: (Risos.) Ah, eu sou? Não me venha com esse tipo de afirmativa, sua chocólatra anônima. Adoraria trabalhar com Walter Salles, Fernando Meirelles, Fernanda Montenegro. Sou fã da Maeve Jinkings, Wagner Moura, Irandhir Santos, Tatá Werneck e Gabriel Leone, espero fazer alguma coisa com eles em algum momento. Rodrigo Santoro, meu melhor amigo, o maior cavalheiro desse meio artístico, também é um cara com quem pretendo juntar forças em breve.

Foto: Miro

CD: Você sempre foi e é um dos atores mais reservados que eu conheço. Precisa de muito esforço para se manter assim?

SM: Esforço nenhum. Ser low profile é moleza para mim. Mineiro, né? Não me interesso pela exposição gratuita e nem acho que devo ter opinião sobre tudo. Entendo um pouco do que faço, não sou especialista nem em mim mesmo. Então, o recolhimento é saudável, e deixo que meu trabalho, na maior parte das vezes, fale por mim.

CD: Acho que desde que a gente se conhece você mora sozinho. Não tem vontade de ter alguém te esperando, quando chega em casa? Tipo o gato que eu quero te dar, por exemplo?

SM: (Risos.) Não temo a solidão, sou amigo dela, me alimento de suas possibilidades. É uma escolha, e não tá ruim, não. Portanto, sobre o fato de sentir falta de alguém me esperando em casa, eu jamais responderia essa pergunta com outra pergunta. Mas era necessário terminar a entrevista assim, Carol? Isso faz diferença? Aceita mais um pastelzinho? Sua água é com gás ou sem gás? Respondi a pergunta?

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