Céus com Rodrigo Pandolfo e Felipe de Carolis em cartaz no Teatro Vivo




Aderbal Freire-Filho dirige espetáculo idealizado por Felipe de Carolis, que faz nova temporada no Teatro Vivo. Texto de Wajdi Mouawad, autor do fenômeno Incêndios questiona o poder da arte diante do horror

Foto: Divulgação

Por Rodrigo Medeiros
O espetáculo Céus entra em sua ultimas semanas, a peça marca o segundo encontro do diretor Aderbal Freire-Filho e do ator e produtor Felipe de Carolis com o teatro de Wajdi Mouawad. O primeiro encontro foi em Incêndios, a peça fenômeno com o maior número de prêmios da história do teatro Brasileiro – foram mais de vinte prêmios, e mais de 50 indicações só entre RJ e SP -, que rodou o país por três anos com absoluto êxito de público e crítica. 
E foi ainda durante os ensaios de Incêndios que Felipe decidiu que montaria Céus. “Houve um episódio específico que foi decisivo para eu bater o martelo e comprar os direitos da peça: estávamos ensaiando dentro do teatro Poeira, em 2013, quando o país ia às ruas para as manifestações que ficaram famosas pelo nome ‘não é por vinte centavos’. No intervalo do ensaio, vimos uma manchete que informava sobre a ameaça da intervenção militar naquelas manifestações. Nos olhos dos meus colegas de elenco eu vi o semblante de tristeza, dor e medo, uma mistura de indignação e angustia. Eu tive uma vontade enorme de ir para a rua, mas naturalmente não poderia abandonar o ensaio. Eu olhei pro Aderbal e disse “esta situação me lembra muito Céus, a ultima peça da tetralogia”.

Então, ator e diretor se reuniram novamente para explorar a dramaturgia do autor que é um dos mais destacados nomes da cena contemporânea internacional. O espetáculo Céus estreou com grande sucesso em 2016 no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro e é ainda inédita no resto do país.

Isolados em uma espécie de bunker, as personagens precisam desvendar um iminente atentado terrorista. Especialistas no assunto, eles também são confrontados com o misterioso desaparecimento de um membro da equipe. Atravessado por temas de extrema atualidade, o texto de Mouawad caminha para uma profunda discussão sobre o Terror e o mundo contemporâneo.

“A questão atual do terrorismo não é mais vista como um conflito entre Oriente e Ocidente. Na verdade, a peça caminha para uma discussão mais profunda, que vai muito além das divisões territoriais, muito além de questões religiosas”, analisa Aderbal, que aponta as muitas diferenças entre Céus (2009) e Incêndios (2003), que fazem parte de uma mesma tetralogia denominada ‘Sangue das Promessas’.
Mouawad batiza o local em que as personagens se encontram de ‘célula francófona’, não especificando exatamente um país. Os espectadores apenas sabem que eles estão presos e que só poderão sair após finalizar a missão de desvendar o suposto atentado. É nesta tensão em que os conflitos individuais são apresentados e que a construção de todo o enigma da trama é desvendado.

Foto: Divulgação
Responsável pela obra do Wajdi no Brasil, Felipe de Carolis conta que “chegar até a agência detentora dos direitos do Wajdi foi um processo árduo. Todo dinheiro do meu trabalho ia para pagar os direitos de Incêndios. Era o risco da minha vida. O valor foi altíssimo. Wajdi é o jovem autor mais premiado no mundo. Hoje, recebe homenagens como ator, diretor, dramaturgo e autor em todos os continentes, mas o Brasil ainda não o conhecia.”, completa. 

Com Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo, Marco Antônio Pâmio, Karen Coelho e Isaac Bernat, Céus encerra temporada dia 4 de março.

Serviço
CÉUS
Teatro VIVO (274 lugares)
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi
Informações: 3279.1520 e 97420.1520
Bilheteria: de terça a domingo, a partir das 14h. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Acessibilidade: 6 lugares para cadeirantes, 2 lugares para mobilidade restrita e 2 cadeiras para obesos. Vallet: R$ 25.
Facebook: facebook.com/vivoencena – Instagram: @vivoencena
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212

Sexta às 20h | Sábado às 21h | Domingo às 18h

Ingressos:

Sexta R$ 50 | Sábado e Domingo R$ 60

Duração: 110 minutos

Recomendação: 14 anos

Temporada 2018: de 26 de Janeiro até 04 de Março

Acesso Cultural

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