Exposição de Rose Klabin é prorrogada até 8 de agosto




Artista traz conjunto de esculturas de mármore em instalação imersiva em seu ateliê

Por Andréia Bueno
Refletir sobre os duplos da existência humana e explorar a dicotomia que existe entre permanência e a transitoriedade. Investigá-los a partir da justaposição do denso e do fluído, tomando o feminino como corpo de expressão. É este o mote de Sutartine, exposição individual de Rose Klabin, em cartaz até 8 de agosto. Representada pela galeria Eduardo Fernandes, a artista expõe em seu próprio ateliê, localizado no bairro Cidade Jardim.

Bertha (esquerda) e Jenny (direita), esculturas em mármore reconstituídas por Rose Klabin – Foto: Divulgação

Com curadoria de Douglas de Freitas e projeto expográfico do arquiteto Mauro Munhoz, a exposição reúne cinco esculturas em mármore, corpos femininos que convivem, nem sempre de modo harmônico, com uma série de engrenagens e metais – objetos de resíduos industriais.

“Sutartine, palavra de origem lituana que dá nome à exposição, carrega em si a ideia de acordo, de uma convivência em harmonia entre dois seres distintos. De alguma forma, essa oposição sempre norteou o trabalho de Rose e é explicitada aqui pela combinação do mármore, matéria que simboliza a perenidade, com o metal, elemento que aos poucos vai se deteriorando”, pontua o curador.

Na instalação site specific, essas figuras surgem sob um espelho d’água em um ambiente turvo, ganhando visibilidade ao som de surtatines, cantos folclóricos de origem lituana, marcados pela polifonia de vozes femininas. Apesar de não formarem um som único, combinam-se e coexistem em consonância. A mostra traz ainda um vídeo, registro de uma performance da artista em Vermont, nos Estados Unidos.

“O projeto expográfico estabelece uma ponte com a dimensão íntima, por ter sido concebido no ateliê da artista, e exterior, que vem do próprio trabalho artístico”, afirma o arquiteto Mauro Munhoz. “Para isso, criamos um ambiente onírico: inundamos o espaço com água. Nele, só será possível ter uma referência espacial a partir da imagem da luz refletida das esculturas, desconstruindo as âncoras com o real, até a travessia para a outra sala, seca, onde será possível viver outra experiência”, completa.

Essa dualidade é refletida também nas figuras representadas: corpos nus, femininos, que fogem daquela que comumente é tida como forma ideal. As curvas que se sobrepõem e atribuem história e expressividade a cada uma das personagens. Em referência à trajetória pessoal e artística de Rose, o uso do metal enferrujado.
Serviço:
Ateliê Rose Klabin
Endereço: Rua Jaguanambi, 105 | Cidade Jardim, SP
Visitação: até 8 de agosto, das 10h às 18h

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