Entrevista: Cristiana Pompeo, a Matilda de Deus Salve o Rei
Por Walace Toledo
Reconhecida nacionalmente pelo trabalho no humorístico “Zorra Total” (hoje “Zorra” / Rede Globo) por quase uma década, Cristiana Pompeo migrou das esquetes do cotidiano atual para a era medieval. Em “Deus Salve o Rei” (Rede Globo), sua primeira novela, ela é Matilda, a justa e simpática dona da taverna no Reino de Montemor.
Foto: Rede Globo
Cristiana atua, canta, dança, compõe, dubla; uma artista completa a serviço da arte. Atriz veterana nos espetáculos musicais, estrelou “Um Violinista no Telhado” (2011), “O Mágico de Oz”(2012), “Os Saltimbancos Trapalhões” (2014) entre outros sob a direção de Charles Moëller & Claudio Botelho. Em agosto esta parceria com a dupla retorna aos palcos em “Pippin”, no papel de Catharina, uma camponesa que se envolverá de certa forma com o protagonista.
Entre as gravações do folhetim, conversamos com a artista sobre os recentes trabalhos e ela ainda nos confessou um desejo profissional antigo. Confira!
Foto: Divulgação
ACESSO CULTURAL – Cristiana, você ficou muito conhecida pelo trabalho no “Zorra Total”. Como está a resposta do público após se transportar das esquetes para sua primeira novela?
CRISTIANA POMPEO – A resposta do público e o reconhecimento, tem sido muito imediatos. Torcem, me abordam na rua, opinam. Estou adorando!
AC – Matilda, a dona da taverna, é uma das personagens mais queridas pelo público. Não acredita nos boatos, é uma mulher forte, gentil e justa! O que vocês têm em comum?
CP – Acho que tenho uma independência e um temperamento forte como o dela. Também tenho um senso de justiça aflorado. Quando vejo algo errado que me deixa indignada, tenho tendência a opinar em alto e bom tom como ela faz (risos).
AC – No começo do folhetim, as cenas com Matilda eram mais cômicas, porém com os acontecimentos na trama, refletindo nas interações dentro da taverna, começaram a tomar mais carga dramática. Como você vê esse amadurecimento da personagem e para você como atriz?
CP – É sempre muito bacana poder explorar nuances, sair da zona de conforto. Essa é a graça da nossa profissão. Também tenho a sorte de contracenar com atores maravilhosos neste núcleo da taverna, o que me ajuda e faz com que as cenas ganhem mais brilho ainda.
AC – Dizem que Matilda carrega uma maldição sobre os homens que ela se relaciona. Quem assiste a novela meio que comprovou isso hehehe. Você acredita nisso ou é só praga das recalcadas solteironas?
CP – Bom, ela enterrou quatro maridos, né? Tá puxado pra ela! (risos). Acho que alguma maldição tem aí, mas a sorte é que ela sempre consegue “sacudir a poeira e dar a volta por cima”.
AC – Quase na reta final de “Deus Salve o Rei”, qual FIM você daria para Matilda? E para o reino de Montemor?
CP – Acho que Matilda merecia algum cargo de confiança ali ao lado de Amália se ela voltar a ser rainha, hein? Ela defendeu tanto a moça, que algum reconhecimento merecia ! Montemor também merece finalmente ter paz, ter abastecimento de água e reis justos e equilibrados. Sou do time do casal #Afonsália, como a Matilda! Torço por eles!
AC – Pós-novela você já encara novo desafio, o clássico musical “Pippin”, nova parceria com a dupla Möeller & Botelho. Você tem uma história com M&B, como é trabalhar com eles? E qual destes musicais foi mais prazeroso de fazer até agora?
CP – Eu adoro trabalhar com eles e minhas experiências sempre foram muito felizes. A dupla domina a arte dos musicais com muita propriedade. Um trabalho que me marcou, foi o primeiro que fiz com eles: “Um Violinista no Telhado”. Era uma obra-prima, e na minha opinião um dos mais lindos que já realizaram em termos de dramaturgia, música, enfim… em todos os aspectos.
AC – Conte-nos um pouco da sua personagem em “Pippin”.
CP – Faço a Catharina, uma camponesa que se apaixona pelo Pippin (interpretado por Felipe De Carolis). Na peça, sou a atriz que faz essa personagem. É metalinguagem: uma peça sendo encenada dentro de outra. Na medida em que ela se envolve com ele, não consegue manter-se focada e se perde, se enrola no texto. A personagem tem comicidade e ao mesmo tempo vive um drama.
AC – Tem algum musical que você adoraria estar no elenco se fosse montado aqui? (aquela pergunta que é #ficadica para os diretores)
CP – Eu adoraria fazer algo autoral, musicado. Tenho tido vontade de encontrar parcerias. Tenho textos e músicas “na gaveta”. Alô diretores e produtores, vamos trabalhar juntos? (risos)
AC – Além de “Pippin”, há novos projetos em vista que você já pode compartilhar com a gente?
CP – Estou tentando, há algum tempo, captar patrocínio para um monólogo. É um projeto antigo que tenho muita vontade de fazer e espero realizar em breve.
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