Última semana da exposição de Florian Raiss na Galeria Lume

Exposição Serenata reúne obras inéditas do artista e exalta sua relação com o fantástico


Créditos: Divulgação


De um lado, uma civilização marcada por um racionalismo erudito. Do outro, uma natureza mítica e primitiva. A obra de Florian Raiss caminha entre dois mundos, um real e outro imaginário, combinados de forma quase que indissociável. Sua produção é marcada pela possibilidade do surgimento inesperado do fantástico e pela presença de questões existenciais, muitas vezes ligadas à beleza e também à complexidade do universo. Até 31 de maio, fica em cartaz na Galeria Lume trabalhos inéditos em Serenata, primeira exposição individual do artista, após sua morte precoce em março de 2018.

Entre desenhos e esculturas exposição reúne cerca de 30 obras de diferentes fases da carreira do artista, entre elas 8 inéditas, e apresenta ao público as figuras que habitavam a psique de Raiss: quadrúpedes que caminham rumo a um futuro incerto, sereias e centauros que evocam o mítico e o erótico, além seres enigmáticos, criaturas de um mundo onírico, todos dotados de sentimentos impenetráveis.

 

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“Mas quem são esses personagens silenciosos e eróticos? Onde moram estes sentimentos?”, indaga Paulo Kassab Jr., que assina o texto curatorial da exposição. “Talvez eles sejam o espelho do artista ou nem sejam reproduções, mas simples formas simbólicas nas quais Florian transforma a realidade em objeto”, completa.

Os signos usados por Florian Raiss remetem à sua própria história. Filho de alemães, o artista nasceu em 1955, no Rio de Janeiro, e cresceu na capital paulistana. Mas foi na Europa que realizou seus estudos de artes plásticas. Na década de 1970, mudou-se para o México, onde estudou desenho. Não à toa, vestígios da arte grega e mexicana persistem em seus trabalhos.

Pouco a pouco, suas criações adquiriram volume. “O desenho me levou à escultura, que surgiu como uma necessidade de materializar figuras que eu tinha em mente”, disse ele em um de seus depoimentos. Raiss partia da premissa do mínimo recurso com o máximo de expressão. O artista possuía verdadeira fixação pela figura humana.

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Marcados por traços fortes, braços e pernas voluptuosos e olhos intensos, seus trabalhos são também extremamente sutis, muitas vezes delicados. Exemplo disso é a obra Respiro no mar, escultura em bronze que enaltece aquilo que ele considerava a forma mais complexa criada pela natureza: o rosto. A face, em seus minuciosos detalhes, surge também nos retratos da série Azul, na qual percebemos a sensibilidade em cada um dos olhares.

Serviço:
Serenata, individual de Florian Raiss
Local: Galeria Lume
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54, Jardim Europa
Período expositivo: 3 de abril a 31 de maio
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h | sábados, das 11h às 15h
Telefone: (11) 4883-0351

Andréia Bueno

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