Executiva remodela a vida num lifestyle minimalista
O que leva uma executiva se mudar para Amsterdã, com um filho recém-nascido, uma de três anos e o marido, num lifestyle mais simples e minimalista? Gisele Medeiros, publicitária de 37 anos e Giuliano, designer, 40 anos, deixaram uma vida confortável e os quase 40 graus de fevereiro no Brasil em 2018 para encarar 17 negativos na Holanda. A trajetória do casal está contada no livro “Ser Humana“, que tem sua segunda edição lançada.
“A nossa escolha não foi motivada por uma melhor qualidade de vida, segurança ou educação para os pequenos. O que queríamos era tempo. Queríamos experimentar o trivial, estar com nossos filhos por mais horas, sem terceirizar aquilo que achávamos serem os momentos mais importantes. Queríamos pensar a vida e a carreira criativamente. Escolher nosso próprio modelo.”, conta Gisele.
A autora, que também é especialista em Psicologia Positiva e Ciência do Bem Estar pela PUC, em Gestão de Negócios pela FGV e Marketing pela ESPM, destaca que os modelos profissionais pós maternidade penalizam não apenas as mulheres, mas toda a sociedade. “No Brasil, modelos de trabalho híbridos e flexíveis ainda não são a prática, assim como vemos na Europa. As opções eram abrir mão do tempo com meus filhos ou da carreira. Eu não queria nenhum dos dois cenários e assim a busca por um caminho do meio me inquietou por bastante tempo. Além disso, essas não são mais opções viáveis para a maioria de nós, já que um quarto das famílias brasileiras é liderada por mães solo. Ou seja, mulheres que precisam estar presentes e serem bem remuneradas porque suas famílias dependem delas”, comenta Gisele.
Uma possibilidade, segundo ela, é experimentar diferentes caminhos, ainda que com ações simples, retomando o protagonismo que temos para pensar criativamente nossas escolhas de vida. “Estamos desacostumados a olhar para nós mesmos e avaliar o que funciona ou não para nossas famílias. O medo do novo e a paralisia por análise (hiper-reflexão) são outras barreiras a serem enfrentadas”, relata a autora.
A atenção excessiva (conceito que vem da logoterapia) acaba por provocar exatamente o que tememos. Ao passo que uma intenção forçada – a hiperintenção – torna impossível aquilo que se deseja muito. Para evitar isso, é preciso relaxar um pouco e seguir os próprios instintos para chegar aos caminhos que apenas cada um pode trilhar. Segundo Gisele, “nossa intuição anda enferrujada, é preciso aprender a olhar para dentro, sendo necessária a originalidade para criar nossos próprios modelos vem de nós e da nossa história”.
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Jaqueline Gomes
Jornalista graduada pela Universidade Nove de Julho com Pós em Marketing Digital Estratégico pela PUC-SP, é especialista em Jornalismo Cultural, Assessoria de Imprensa e Mídias Sociais. Trabalha na área de comunicação desde 2010. Fundadora do Site Acesso Cultural, sempre quis desenvolver um veículo onde pudesse noticiar o que acontece de novidade no meio do entretenimento cultural. Apaixonada por shows de rock, livros, filmes, séries e animais.