‘Apareceu a Margarida’ ganha versão estrelada por Wilson de Santos


Créditos: Divulgação


Dona Margarida está fazendo 50 anos. E na trilha dos festejos da obra de Roberto Athayde, um dos textos brasileiros mais encenados no mundo, o ator Wilson de Santos dá vida à personagem cinquentenária com uma nova montagem de Apareceu a Margarida, onde oferece sua visão irônica e bem humorada ao icônico “monólogo tragicômico para uma mulher impetuosa”. Com direção de Elias Andreato, a peça estreia no dia 02 de outubro no Teatro Renaissance, em São Paulo, numa temporada que se estende até 18 de dezembro, sempre aos sábados, às 19 h.

Essa é a primeira vez que Wilson e Elias trabalham juntos, e a dupla resolveu começar a parceria exatamente com Apareceu a Margarida, levando ao palco o desafio de criar uma nova versão dessa professora de personalidade tão autoritária quanto surpreendente. Em uma viagem vertiginosa de raciocínio, Dona Margarida expõe sua visão do mundo em um diálogo direto e desbocado com a plateia, que se transforma em sua classe de alunos insubordinados. Nessa “aula” incomum, temas como autoritarismo, sexo e educação são misturados e transformados num fluxo de ideias inusitado, criando uma metáfora sobre as consequências dos abusos de poder em uma sociedade inculta e passiva.

Tudo isso feito a partir do filtro do humor, um dos traços em comum nos trabalhos do ator Wilson de Santos e do diretor Elias Andreato. Assim, o autoritarismo desproporcional da professora, suas memórias pessoais e a abordagem incomum dos assuntos que ela traz à tona são usados para levar o ator a fazer aquilo que ele sabe criar como poucos: uma cumplicidade direta – e sempre hilária – com o público. Foi assim com a Irmã Maria José em “A Noviça Mais Rebelde” e com as mulheres de “Brincando em cima daquilo”, só para citar montagens recentes onde a quarta parede veio abaixo com a presença do ator em cena.

Dessa vez, a figura complexa e contraditória de Dona Margarida é que ganhará voz a partir do que Wilson e Elias propõem como jogo de cena. Um jogo, aliás, que teve suas primeiras regras estabelecidas em 1971, quando Roberto Athayde escreveu Apareceu a Margarida com apenas 21 anos de idade. A peça ganharia visibilidade dois anos mais tarde na estreia protagonizada por Marília Pêra e dirigida por Aderbal Freire-Filho, no Rio de Janeiro. O sucesso estrondoso do espetáculo desencadeou produções em vários países, superando a marca de 300 montagens ao redor do mundo – cerca de 60 delas produzidas na França ao longo de mais de 40 anos em cartaz, enquanto nos Estados Unidos o espetáculo passou de Off-Broadway para a Broadway, devido ao grande sucesso.

Somente durante a pandemia da Covid-19, o autor cedeu sete autorizações de montagens para artistas da Argentina, Suécia e Inglaterra, por exemplo. A estreia no dia 02 de outubro no Teatro Renaissance chega para reforçar o fôlego e atualidade do texto de Roberto Athayde no ano em que ele completa 50 anos de criação, mas também para ressignificar as palavras de Dona Margarida num Brasil que, entre memes, CPIs e fakenews, vem tentando manter o humor enquanto tenta estabelecer novas narrativas de poder.

As apresentações são realizadas com recursos da lei de auxílio emergencial Aldir Blanc, Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Governo de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Serviço

APARECEU A MARGARIDA

Estreia: 02 de outubro

Teatro Renaissance

Al. Santos 2233

Sábados – 19h

Ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Duração: 75 minutos / Recomendação etária: 14 anos

Vendas on Line:  Sympla

Temporada: até 18/12/2021

Andréia Bueno

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