Atmosfera retrô: chega o primeiro herói negro na Netflix
Por Douglas Humberto
Estreou na Netflix o mais novo herói do mundo Marvel: Luke Cage. Mesmo que não muito conhecido do grande público, Cage já estreia com altas expectativas, tudo por conta da chancela de sucesso que está atrelada a empresa de streaming.
Foto: Netflix/Divulgação
Desta vez o herói é um ex-prisioneiro, que decide esconder seus poderes e viver uma vida tranquila no subúrbio do Harlem, reduto formado pela maioria negra de Nova York. Com toda uma vibe setentista (que relembra muito outro herói negro, Shaft), a série é cheia de discurso implícito, porém autêntico. De cara, é possível perceber muito mais tridimensionalidade em cada um dos personagens, que parecem ter um drama inoculado e mais latentemente sociocultural. Muito diferente dos seus antecessores, Demolidor e Jessica Jones, retumbantes sucessos da Netflix com um pouco mais de ludicidade.
O jeitão duro de Luke, bem como o ritmo da trama, faz o expectador se render a trama na mesma velocidade do herói. O dia a dia aparece mais e os dilemas são ancorados na razão e na emoção, mais do que nos propósitos ou no misbehavior do personagem.
O paradoxo é essa mistura, invencibilidade versus passividade. Se os outros heróis têm fraquezas físicas, e sangram, Luke é o oposto, mais emblemático. Ele parece reprimir sua força e com isso, torna-se mais avesso ao conflito corpo a corpo. Ao mesmo tempo, sua mente parece tentar dar sentido a sua invencibilidade. Quase é possível ouvir seu pensamento: “O que eu faço com essa força?”.
Para os entusiastas do Universo Marvel, mais um pedaço da colcha que está por vir (a Netflix ainda lançará Punho de Ferro, e depois, uma série liderada por Luke, que reunirá todos os heróis da casa, Os Defensores). Para os amantes das séries, mais um bom momento junto com uma boa pipoca!