Circe, livro publicado pela Editora Planeta, vai virar série pela HBO Max

Escrita por Madeline Miller, a obra traz uma releitura feminista sobre a feiticeira da Odisseia


Créditos: Divulgação / Editora Planeta


Circe, livro vencedor do Prêmio Goodreads na categoria fantasia e escrito por Madeline Miller, vai inspirar série pela HBO Max, novo serviço de streaming da empresa. A série terá 8 episódios e está sendo descrita como uma visão moderna do mundo da Mitologia Grega, com uma história contada através de uma perspectiva feminista da deusa Circe, que evolui de uma ninfa desajeitada para a feiticeira poderosa capaz de enfrentar Deuses, monstros e Titãs.

A equipe envolvida no projeto conta com a dupla Rick Jaffa e Amanda Silver (Jurassic World). Eles serão roteiristas e produtores executivos da série. A previsão de estreia é segundo trimestre de 2020.

Créditos: Divulgação / Editora Planeta

Com a obra ‘A canção de Aquiles’, a professora de estudos clássicos Madeline Miller estreou de maneira célebre no meio literário. Amplamente traduzido e vencedor do Prêmio Orange de Ficção em 2012, o livro apresenta a história de Aquiles a partir da perspectiva de Pátroclo, seu amante – na versão da autora. Em seu segundo título publicado, que chega ao Brasil pelo selo Planeta Minotauro, Miller reconta mais uma vez uma história clássica, dessa vez sob a perspectiva de uma personagem feminina. Circe: Feiticeira. Bruxa. Entre o castigo dos deuses e o amor dos homens traz um novo olhar sobre uma das personagens da Odisseia, popularmente conhecida como a “feiticeira que transformava homens em porcos”.

Narrada em primeira pessoa, a personagem relembra a própria vida desde a infância. Considerada a ninfa mais inexpressiva da família, nem tão bela quanto a mãe, nem tão poderosa quanto o pai – Hélio, o deus Sol – era também desprezada pelos irmãos, Aetes, Perses e Pasifae. Ao descobrir seus poderes de feitiçaria por meio das transformações de Glauco, por quem a jovem Circe era apaixonada, em imortal, e a ninfa Cila em monstro marinho, é renegada pela família e castigada por Zeus a viver isolada eternamente. Na ilha, domina seus poderes de bruxas e desempenha papéis fundamentais nas histórias de alguns dos personagens mais ilustres da mitologia.

Na obra de Homero, Odisseu conhece Circe ao desembarcar na Ilha de Eana no seu caminho de volta à Ítaca, após o fim da Guerra de Troia. Ela havia transformado toda a tripulação do guerreiro em porcos, prática que utilizava para se defender dos visitantes que, por vê-la sozinha, viam-na como uma presa fácil. A pedido do Odisseu, o feitiço é revertido e todos os homens ficam em Eana por um ano, período em que Circe, além de ter um envolvimento amoroso com ele, conhece uma série de histórias sobre a guerra, até então, desconhecida.

Sobre o retrato de Homero e sobre a personagem, Circe diz: “Muitos, muitos anos depois eu ouviria uma canção sobre nosso primei­ro encontro. Eu não fiquei surpresa com o retrato que a canção pintava de mim: a bruxa orgulhosa desfeita diante da espada do herói, ajoelhando-se e pedindo misericórdia. Humilhar mu­lheres parece ser um dos passatempos preferidos dos poetas. Como se não pudesse haver uma história se não rastejarmos e choramingarmos”.

Tia de Minotauro, Ariadne e Medeia, Circe participa de importantes episódios como o parto da criatura com cabeça de touro sobre o corpo de homem e a absolvição de Medeia, que chega à Ilha com as mãos sujas com sangue do próprio irmão. Além disso, uma importante maldição obrigará a feiticeira a confrontar a grande deusa da guerra, Atena.

Andréia Bueno

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