Impressões sobre a segunda temporada de 3%
Por Nicole Gomez
A segunda temporada da série brasileira 3%, exibida pela plataforma de streaming Netflix, já chegou trazendo boas impressões graças à fotografia, que voltou melhorada e corrigindo alguns dos erros do passado, como por exemplo, deixar clara até demais a diferença entre o Maralto e o Continente (enquanto os habitantes do Maralto sempre surgiam bem vestidos, os do Continente estavam sempre com as roupas rasgadas e sujos). A produção deu uma boa amenizada nisso, não deixando de lado a linguagem visual proposta. A qualidade das imagens, tanto de um, quanto de outro, também está arrasadora e dando gosto de ver. Os figurinos também demarcam bem as diferenças entre os dois, destacando os vestidos e macacões de Michele (Bianca Comparato) e as roupas mais maltratadas de Joana (Vaneza Oliveira).
Foto: Divulgação
O que mais prendeu a atenção nessa segunda temporada foi o fato de que várias das histórias foram melhor explicadas, como a própria Causa, que o espectador até sabia do que se tratava, mas não como havia surgido. A temporada explicou isso muito bem, além da criação do Maralto, apresentando o trio fundador (não, não é um casal, como se falava à exaustão), vivido por Fernanda Vasconcellos, Maria Flor e Sílvio Guindane.
Outro enredo que ganhou um justo destaque foi a origem de Marco (Rafael Lozano), que surpreendeu e não morreu no fatídico acidente que literalmente o dividiu no meio. Na segunda temporada, além do retorno do vilão, ainda mais implacável e determinado do que antes, suas origens vêm à tona, graças ao elo que o liga com Marcela (Laila Garin), que é nada menos que sua mãe.
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Marcela, que por sua vez, faz jus ao estilo “tudo ou nada” de viver de Marco, quando acaba matando Ezequiel, sob a justificativa de descobrir que um dos grandes chefes do Maralto, é na verdade, da Causa. Após uma quase confissão de Ezequiel, digna de deixar o espectador com raiva de como aconteceu, Marcela trata de dar um fim a ele, virando assim, a nova autoridade do Maralto. O ponto alto desse “conflito familiar” é quando Marcela, tomada por uma certa ligação com o filho, acaba dando uma chance a ele de retornar ao Maralto. Chama a atenção o fato de que Marco também acaba virando chefe da Milícia, para onde foi após se recuperar e ser retirado do Maralto, que mata o líder anterior praticamente da mesma forma com a qual Marcela acaba com a vida de Ezequiel. Ao mesmo tempo que fica ainda mais evidente a ganância de Marco, suas fraquezas também se evidenciam. Após o acidente no Processo, Marco acaba ganhando o apelido de Marco Manco, graças à sequela que sofre. Com isso, humilhações por parte dos integrantes da Milícia, além das ofensas de sua própria mãe, vem à tona.
Na segunda temporada, os planos de Joana, Fernando (Michel Gomes) e Rafael (Rodolfo Valente) continuam consistentes e cada vez mais concretos, para acabar com o sistema do Maralto. Em uma sequência quase cinematográfica, o trio quase consegue apagar os dados dos participantes do Processo, o que daria um fim em tudo. Não fosse por Michele, que faz um backup desses dados e os usa como moeda de troca para que se tenha melhores condições no Continente, inclusive tentando convencer Fernando a ficar a seu lado, mais uma vez. Michele já havia feito algo parecido para finalmente resgatar seu irmão. Mas para quem pensa que eles viveram felizes para sempre, se engana, pois ele se mostra favorável às ideias do Maralto.
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3% também deixa um gosto de “quero mais” graças à Gloria, vivida por Cynthia Senek, melhor amiga de Fernando e que sonha em ser aprovada no processo, disposta a tudo para isso. Com ela, também vem a explicação de como o garoto ficou paraplégico, ainda criança, depois de uma brincadeira dos dois.
E como não poderia deixar de ser, Fernando continua cada vez mais contrário a seu pai, pastor do Continente, que trabalha dia após dia para vender aos moradores de lá a boa vida que terão no Maralto.
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Fica evidente que a terceira temporada, já confirmada pela Netflix, promete e muito!
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