Do canal Parafernalha para o AC, Mariana Rebelo nos conta um pouco sobre sua vida




Por colaborador Cristian César

Esbanjando humor e acidez em seus vídeos, Mariana Rebelo vem dando cores ao YouTube com suas atuações. São quinze anos de carreira, uma graduação, uma pós-graduação e um currículo para ninguém botar defeito.  


Foto: Denis Alves

Além de atriz, Mariana é dubladora, roteirista e diretora; se sente em casa quando está no teatro e produz textos excelentes. Desde muito nova desejou ser independente, saiu de sua cidade (Barra do Piraí-RJ) para enfrentar a capital carioca, tudo para buscar seu verdadeiro destino e exercer aquilo que sonhava.  

Nesses quinze anos de carreira a atriz já atuou, produziu roteiros fez parte da produção de programas humorísticos como o “Tô de graça” e “Os suburbanos” do Multishow, escreveu, atuou e dirigiu dois espetáculos próprios e agora se dedica a projetos tanto de escrita quanto de atuação.

Quando está incorporada em uma de suas personagens, Mariana imprime a imagem de uma mulher dura, ríspida e sem paciência. Viajando sempre entre o humor ácido ao humor tradicional. Mas será que ela é assim também no seu dia a dia? Nós do Acesso Cultural fizemos uma entrevista com Mariana Rebelo para saber mais sobre sua vida profissional e pessoal, vamos lá!  

Foto: Serginho Carvalho

Acesso Cultural (AC): São quinze anos de carreira, uma graduação e uma pós… Dentro desse espaço de tempo, qual foi a experiência que marcou sua vida?  

Mariana Rebelo (MR): Eu amo tudo que faço, acho que tudo aquilo a que me entrego é marcante, porém o teatro ganha uma força maior nesse sentido. Ter escrito, produzido e atuado na peça “Versão de 2” foi com certeza uma experiência muito grande em minha carreira. Vivi um misto de sentimentos, a insegurança de não saber se meu texto seria aceito pelo público foi um deles. Mas atuar em um espetáculo produzido e escrito por mim foi sem sombra de dúvidas algo muito marcante em minha carreira. Tive essa mesma sensação quando dirigi, ajudei no roteiro e atuei no espetáculo da “Parafernalha” e também no infantil “As aventuras de Pedro” que foi eleita umas das cinco melhores peças infantis do Rio de Janeiro do ano de 2015. Não consigo dizer qual dessas três foi mais importante, mas estar no ao vivo, é desafiador. 

AC: Atriz, roteirista ou dubladora? Existe uma preferência entre alguma dessas três profissões que você exerce?   

MR: Gosto muito da dublagem, mas ainda considero um desafio. Admiro os bons dubladores. Também amo escrever, acho mágico ver alguém interpretando um texto meu. Amo de paixão escrever humor, tanto pela acidez quanto pelo senso crítico que há nele. Mas minha paixão mesmo é atuar, dentre as três se eu tivesse que escolher uma, seria atuar. 

AC: Como foi estar na produção da novela “Joia Rara”?    

MR: Foi uma participação pequena, mas foi muito bom. Fui muito bem recebida por todos. Lembro que era uma cena de perseguição e a novela era de época então os carros antigos custavam a pegar, foi ali que conheci o ator Domingos Montagner, que faleceu precocemente, minha cena era com ele e outros atores. Na hora do almoço pude conversar com o Domingos e apesar do brevíssimo tempo de contato que tivemos, vi que era realmente um ser humano maravilhoso e tudo aquilo que falam dele. Ele foi gentleman, um querido comigo, me entristeci muito com sua morte.  Mas voltando à pergunta…. Foi uma experiência muito bacana estar ali, me sentir numa época na qual não vivi, foi ótimo. Nunca havia feito nada de época, gostei muito. 


Foto: Serginho Carvalho

AC: Em suas atuações é perceptível um humor ácido, a Mariana é assim naturalmente ou apenas seus personagens são? Como você é em seu cotidiano?  

MR: Eu sou muito “na minha”, calada, reservada, um pouco tímida, mas não acho que chego a ser tímida (risos). Esse humor ácido está presente sim dentro de mim, porém solto só com quem tenho intimidade. Se tem algo que me define em meu dia a dia é “na minha” (risos).  

AC: Ser atriz é um sonho desde de criança?  

MR: Tudo foi acontecendo devagar, cursei turismo antes de ser atriz. A atuação foi algo que cresceu naturalmente dentro de mim e eu só deixei acontecer, mas sim, desde muito nova já fazia cursos nessa área. 

Foto: Serginho Carvalho

AC: Sua família sempre te apoiou em suas escolhas profissionais? Como foi a relação deles com o seu trabalho?  

MR: Sempre me apoiaram em todas as minhas escolhas. Tudo foi acontecendo naturalmente, desde muito nova saí da minha cidade e eles me ajudaram financeiramente aqui na capital do Rio de Janeiro. Se não fosse eles nada disso seria possível. 

AC: Tem algum filme que você considere como o filme da sua vida?  

MR: Sempre quando me perguntam isso eu fico confusa, porque na verdade eu não consigo eleger um só (risos) Mas um filme que eu gosto muito e que recomendo para todo mundo é “Relatos Selvagens” que são histórias curtas e que tem uma temática implícita sobre até onde vai o limite do ser humano, é um humor ácido, uma tragicomédia, são situações super trágicas, mas que são conduzidas de uma maneira que provocam o riso. Por isso, talvez esse seja um longa que eu goste e indique, me deixou com a sensação de “Eu queria ter escrito esse filme”. 

AC: Aproveitando o ensejo, existem planos para o cinema?  

MR: Eu quero muito fazer cinema, fiz uma pequena participação, ano passado, num filme protagonizando por Luis Lobianco, e colaborei com roteiro de um outro longa recentemente. Acho que todo ator sempre quer fazer cinema. porém se não for convidada eu aproveito essa minha onda de escrever e escrevo um para mim (risos). Deixo aqui aberto, quem quiser me convidar para fazer um longa, estou aceitando (risos).

AC: Quais foram suas inspirações para seguir sua carreira? E na música? Quem foi?   

MR:  Assim, foi tudo surgindo tão naturalmente que eu não sei dizer quem me inspirou. No meu trabalho de atriz eu busco algo mais naturalista, independente da personagem. É uma linguagem que eu gosto e acredito. Admiro muito atores que trabalham com esse viés, por exemplo, a Meryl Streep que não precisa nem de legenda, ela consegue ser dramática e engraçada sem ficar caricata. Sou apaixonada também pela Cate Blanchett. Sua personagem em “Blue Jasmine” do Wood Allen é maravilhosa. Super dramática, porem cômica ao mesmo, sem exageros . No Brasil uma inspiração para mim seria a atriz Marília Pera. Atriz brilhante que conseguia manter um naturalismo e ser hilaria e dramática ao mesmo tempo. Para mim essas três são as minhas inspirações. Já musicalmente falando, sou muito eclética, mas gosto muito de música calma. Amo “Beirut” que é super performático e instrumental mas tem um estilo mais lento, não gosto de música barulhenta (risos). Melodias melancólicas me encantam, a canção “Elephant Gun” narra muito dessa minha preferência. 

AC: Dentre tantos personagens já feitos, existe alguma que é sua preferida?  

MR: Sobre personagens não tenho nenhum predileto, gosto de narrar a realidade. Tem uma personagem que é uma mãe desempregada. Ainda não usei publicamente. Ela já está em uma idade que não tem mais pudor com as coisas, sabe? Ela não se preocupa com o que os outros vão falar, não precisa ser hipócrita… É uma personagem de identificação.  

AC: Existe possibilidade de retorno do espetáculo da Parafernalha ao teatro?  

MR: Hummm… Por enquanto sem planos.

AC: Se você fosse viajar agora, qual seria seu destino?  

MR: Acho que a Tailândia, queria conhecer a cultura e as belezas naturais de lá.  

AC: E para encerrar, como surgiu o canal Parafernalha em sua vida?  

MR: Surgiu o convite por indicação de dois atores amigos meus, sem querer, ao mesmo tempo. O Fábio Nunes e o Cézar Maracujá. Eles me indicaram, fiz os testes e estou na Parafernalha desde o final de 2012.  


Foto: Serginho Carvalho

Mariana é uma atriz com nome já reconhecido no mercado e possui uma vasta experiência. Querem acompanhar o trabalho dela? Sigam-na no Instagram e no Facebook, é só procurar Mariana Rebelo que vocês encontrarão, e no Youtube, poderão se divertir com os vídeos da Parafernalha. 

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