Tecnologia na infância: deixar ou não?




Por: Colaborador Felipe Kohatsu

Nos dias de hoje, é comum ver crianças interagindo com aparelhos eletrônicos em mãos, conectadas ao mundo virtual de uma forma assustadora. A tecnologia tomou conta de boa parte da nova geração devido a sua mobilidade e agilidade para receber, enviar e tantas outras atividades que são possíveis com apenas um clique. Mas será que isso é realmente benéfico para a garotada?

Foto: divulgação

A pedagoga, Maria Chantal Amarante, que atualmente ministra palestras em diversas escolas e possui um vasto currículo com experiências na área educacional, alerta que o uso excessivo de produtos eletrônicos podem trazer consequências físicas e psicológicas, fazendo com que a criança não viva a infância como deveria. 
“Hoje em dia, as crianças não brincam mais com terra, não pulam, não correm. Elas buscam diversão apenas nos jogos eletrônicos, ao invés de construírem, imaginarem, se divertirem uma com as outras de verdade”, conta Chantal.
Maria Chantal vê os brinquedos educativos e as brincadeiras como algo essencial na infância. Segundo ela, “durante a infância brincar é tão importante como respirar”. 

A especialista fala sobre a importância do brincar, do imitar e do criar na vida da criança. “O ser humano é a única espécie que depende do outro para poder se desenvolver, diferentemente dos animais. A criança nasce com o potencial criativo, ela cria as próprias coisas e imita aquilo que um adulto faz. É a ordem natural da vida”, conta. 
Chantal diz que a criança é como a água de um rio, e os adultos são as margens que vão apenas guiando, servindo de sustento, sem mudar e nem ensinar nada para água, deixando que ela siga a ordem natural das coisas.

Em meio à onda eletrônica que toma conta da infância, estão os brinquedos educativos, que insistem para que a criança faça da criatividade, imaginação e movimentos corporais uma diversão. Adeptos a esta ideia, o microempresário Alisson Kayo abriu uma loja virtual que comercializa brinquedos inspirados na Pedagogia Waldorf.
A loja “Brinquedos Waldorf” trabalha com brinquedos que tem o intuito de fazer as crianças aprenderem ao mesmo tempo que se divertem, assim como é o ensino nas escolas Waldorf, baseadas na filosofia do alemão Rudolf Steiner, criador da Pedagogia Waldorf em 1919, na Alemanha. E atentos ao alarmante estado do mercado infantil, que hoje praticamente se fundamenta na tecnologia, Alisson vai na contramão da atual publicidade.

“Os brinquedos educativos aproximam as crianças, fazem com que elas tenham uma relação de verdade uma com as outras, além de permitirem que elas imaginem suas próprias brincadeiras e se sintam capazes de criar e desenvolver novas habilidades, ao contrário dos jogos virtuais que já chegam prontos para a garotada”, analisa.

A modelo Gisele Bündchen afirmou em uma entrevista que não é adepta aos produtos eletrônicos para os seus filhos. Numa postagem em sua conta no Instagram, ela mostrou seus dois bebês, Vivian e Benjamin, de um e quatro anos, respectivamente, brincando com um carrinho e usando uma caixa de papelão como garagem. 

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