Musical Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz em curta temporada no Teatro Porto Seguro


Créditos: Claudia Ribeiro


Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, musical que já foi visto por mais 200 mil espectadores volta aos palcos de São Paulo em curta temporada, 19 de julho a 25 de agosto, de sexta a domingo, no Teatro Porto Seguro. Texto de Aloísio de Abreu com direção de João Fonseca.

“Não quero que me imitem. Não quero ninguém atrás de mim. Tenho muito medo de ser porta-voz de qualquer coisa”. Nesta declaração de 1988, Cazuza já profetizava o inevitável. O talento instintivo e avassalador, o temperamento explosivo, a linguagem única e libertária, fizeram dele um ícone sem precedentes na cultura contemporânea produzida no Brasil. Muito mais do que isso: ainda que à revelia foi, mesmo sem pretender sê-lo, o grande cronista da juventude brasileira dos anos 80. Morto em 1990, aos 32 anos, no auge da carreira, foi alçado a precoce e definitivo mito no imaginário brasileiro.

Créditos: Claudia Ribeiro

O espetáculo reúne alguns dos maiores clássicos de Cazuza tanto em carreira solo quanto com a banda Barão Vermelho, como Pro Dia Nascer Feliz e Codinome Beija Flor. Também os hits Bete Balanço, Ideologia, O Tempo Não Para, Exagerado, Brasil, Preciso Dizer Que Te Amo e Faz Parte do Meu Show estão presentes no roteiro, que ainda reserva espaço para composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como Malandragem, Poema e Mais Feliz.

Para a construção do texto, Aloísio de Abreu partiu das conversas com pessoas próximas a Cazuza e fez uma ampla pesquisa para a criação da estrutura dramática do espetáculo. “Apesar de frequentar os mesmos lugares, eu não conhecia o Cazuza. Entretanto, sempre tive uma profunda identificação com a obra dele, que tem um quê de crônica da nossa época, revelando de forma rasgada comportamentos típicos dos jovens que todos éramos nos anos oitenta”, explica Aloísio.

Créditos: Claudia Ribeiro

Como a vida do personagem foi curta e ao mesmo tempo muito intensa, o autor procurou contar a história de forma ágil, avançando sempre a partir dos momentos de virada na carreira e na vida dele: a descoberta do teatro, o gosto pelo rock, o momento em que resolve cantar, montar uma banda, se profissionalizar, o estouro, as brigas, a mudança no estilo de sua obra, o estrelato solo, a descoberta da doença, a urgência poética no fim das forças. Enfim, momentos que levam a história adiante. “As músicas se inserem quase como parte do texto. Estrutura de musical mesmo. Claro que tem momento show, mas a trajetória do Cazuza é contada através das letras e da poesia dele. Tudo no texto ‘faz parte do show’“, complementa.

A montagem deu continuidade à pesquisa desenvolvida pelo diretor João Fonseca de uma cena musical brasileira mais despojada e teatral. “Este espetáculo é mais um passo do trabalho que comecei com ‘Gota d’água’ e que culminou no ‘Tim Maia’. É uma nova possibilidade de desenvolver e aperfeiçoar uma linguagem muito autoral de musical iniciada há alguns anos”. O diretor conta que os depoimentos de Lucinha Araújo foram fundamentais na estruturação cênica do espetáculo: “A partir das lembranças dela, vamos conhecendo a vida e a obra desse artista e, tal como sua obra, a peça alterna momentos exagerados e de puro rock’n’roll a momentos mais intimistas e delicados”, finaliza.

Créditos: Claudia Ribeiro

Um amplo trabalho de pesquisa também foi essencial para a concepção musical do espetáculo. Os diretores musicais Daniel Rocha e Carlos Bauzys conceituaram a sonoridade em diferentes situações: Barão Vermelho não produzido; a gravação do primeiro disco; e depois do sucesso, já consolidados. A banda solo de Cazuza também é reproduzida com fidelidade. “Adaptar a obra dele tornando-a cênica e, ao mesmo tempo empolgante e reconhecível ao público, foi nosso maior desafio”, define Daniel.

Serviço

De 19 de julho a 25 de agosto

Sextas, às 21h; sábados, às 17h e 21h.Domingos, às 19h.

Sessões duplas (17h e 21h) nos dias 27/07, 03 e 10/08.

Nos demais sábados apenas a sessão das 21h.

Classificação: 14 anos.

Duração: 165 minutos (com 15 de intervalo).

Gênero: Musical.

Ingressos: R$ 150,00 plateia / R$ 90,00 frisas / 75,00 balcão.

TEATRO PORTO SEGURO

Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.

Telefone (11) 3226.7300.

Bilheteria: De terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h.

Capacidade: 496 lugares.

Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).

Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.

Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto.

Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Rua José Paulino/Praça da Luz/Pinacoteca, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.

Bicicletário – grátis.

Gemma Restaurante: Terças a sextas-feiras das 11h às 17h; sábados das 11h às 18h e domingos das 11h às 16h. Happy hour quartas, quintas e sextas-feiras das 17h às 21h.

Vendas: http://www.tudus.com.br

Facebook: facebook.com/teatroporto

Instagram: @teatroporto

Jogamos uma bomba-relógio nas mãos do elenco do Tick Tick Boom!




Com nomes de peso, o espetáculo protagonizado por Bruno Narchi, Giulia Nadruz e Thiago Machado chega em sua última apresentação no Teatro FAAP

Por Walace Toledo

Crédito: Rodrigo Bueno

Neste ano, o cenário teatral musical paulistano nos surpreendeu com espetáculos de elenco mais enxuto, simplicidade cênica e grandes emoções! Um exemplo é “Tick Tick… BOOM!”, considerado autobiografia musical de Jonathan Larson e sua luta para realizar um dos maiores sucessos da Broadway, o musical “RENT”, que marcou a história americana e foi recentemente montado no Brasil por Bruno Narchi associado à produtora Bel Gomes.  

Até parece predestinado o retorno da dupla em um texto de Larson! E mais uma vez ao lado de Leopoldo Pacheco e Thiago Machado, o quarteto aceitou o desafio e juntos formaram a ‘Companhia Paralela’ para tocar em frente o projeto inédito no país.

“Tick Tick… BOOM!” apresenta a jornada de Jon (Narchi), aspirante a escritor / compositor e uma promessa do teatro musical americano, sob pressão à véspera do seu aniversário de 30 anos. Além das inseguranças da crise de idade, sua namorada Susan (Giulia Nadruz) sonha na vida a dois fora da cidade, enquanto na metrópole ele vê o melhor amigo Michael (Thiago Machado), deixar a carreira nos palcos para seguir bem-sucedido e feliz na área publicitária.  

Aproveitamos a reta final da temporada em São Paulo e fomos ao Teatro FAAP conversar com os atores. Além de Bruno, Thiago e Giulia, Lara Suleiman (cover de Susan) completa o elenco.  No ‘tick tick’ da contagem regressiva do primeiro sinal, nosso papo começou na crise dos 30 e terminou no ‘BOOM!’ de uma bomba-relógio!

O que será que aconteceu? Confira na íntegra!


SERVIÇO:

TICK TICK… BOOM!

Hoje (16/12) último dia! 
Obs: Lara faz Susan.
Teatro FAAP – Rua Alagoas, 903, Higienópolis – SP
Horário: Domingo às 17h

Tick, tick…Boom! em cartaz na capital paulista




Obra universal já traduzida para mais de 10 idiomas e há 17 anos em cartaz pelo mundo ganha sua primeira montagem brasileira

Por Andréia Bueno
O que você quer ser? Até que ponto você está disposto a lutar por seus sonhos? Qual é o caminho certo? O que é importante? Como ser alguém em meio à multidão? E se desse tudo errado? E se o seu tempo estivesse acabando?
Foto: Caio Gallucci
O título Tick, Tick… Boom! faz referência ao som emitido pelo relógio, que marca o indestrutível passar do tempo. O musical nos apresenta a jornada de Jon (Bruno Narchi), uma eterna promessa do teatro musical americano, um aspirante a escritor e compositor que sonha em realizar um grande espetáculo.
Sob a pressão da véspera de seu aniversário de 30 anos, de Susan (Giulia Nardruz), sua namorada que quer uma vida estável fora da cidade grande, e de Michael (Thiago Machado), seu melhor amigo disposto a convencê-lo a trocar tudo pela lucrativa carreira da publicidade insistindo em lhe oferecer um trabalho “normal”, Jon sente-se como uma bomba relógio, prestes a explodir!
Tick, Tick…BOOM! também é considerado uma autobiografia musical de Jonathan Larson e sua luta para realizar um dos maiores sucessos da Broadway, o musical Rent, que marcou a história americana e foi recentemente montado no Brasil por Bruno Narchi associado à produtora Bel Gomes.
Depois do sucesso de Rent, Bruno e Bel decidiram criar uma Companhia ao lado de Leopoldo Pacheco e Thiago Machado. Assim nasceu a Companhia Paralela, para produzir espetáculos com alta qualidade artística enriquecendo o cenário alternativo. “É uma experiência muito gostosa juntar pessoas que têm uma vontade e uma maneira de trabalhar muito parecidas. É um movimento amoroso em relação ao teatro”, afirma Leopoldo Pacheco que agora assina a direção do musical ao lado de Bel Gomes.
Os novos produtores escolheram temas caros aos jovens como insegurança e solidão. O musical mostra no palco a crise dos 30 anos de idade, uma crise profissional, amorosa, pessoal. “Enquanto Rent explora uma doença moderna que é a solidão, Tick Tick fala de outro mal que aflige a juventude: a insegurança”, diz Bruno. “E traz um importante questionamento da vida: por que seguir líderes que não sabem liderar?”, completa Thiago. “Esse início de trabalho revela nosso desejo de falar sobre assuntos pertinentes, como crise da idade e verdades que são duvidosas. Muitos artistas sabem que conquistamos um público jovem que não se via retratado. Oferecemos representatividade.” comenta Bel Gomes.
Serviço
TICK, TICK…BOOM!
Teatro FAAP (486 lugares)
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis.
Informações e Vendas: 3662.7233 e 3662.7234.
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h.
Aceita cartão de débito e crédito: Visa, Master ou Dinners. Não aceita cheque.
Estacionamento gratuito, com vagas limitadas. Acesso para deficiente. Ar-condicionado.
Terças e quartas às 21h
Ingressos:
R$ 80
R$ 60 (plateia popular – 98 lugares por sessão)
Duração: 90 minutos
Recomendação: 12 anos
Temporada: até 12 de dezembro

Romeu & Julieta em cartaz no Teatro Frei Caneca




Com direção de Guilherme Leme Garcia, projeto tem adaptação e o roteiro musical de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche
Por Andréia Bueno

Sucesso de público e crítica durante temporada de estreia, com público de mais de 50 mil espectadores no Rio de Janeiro, “Romeu e Julieta”, em formato inédito no país para o clássico de William Shakespeare, chega ao Teatro Frei Caneca. Com direção de Guilherme Leme Garcia (Um Pai – Puzzle), o roteiro musical do espetáculo é composto por 25 canções do repertório de Marisa Monte, tanto de sua carreira solo quanto do projeto Tribalistas, como “Amor I Love You”, “Beija eu” e “Não Vá Embora”. 

Foto: Felipe Panfili
A tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária do inglês, conta a história de dois adolescentes apaixonados cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra. A obra é uma das mais levadas aos palcos do mundo inteiro e hoje o relacionamento dos protagonistas é considerado como o arquétipo do amor juvenil.
“Histórias de amor sempre têm um lado melancólico, triste, mas, como todos sabem, Romeu e Julieta é a mais bela história de amor que já existiu”, comenta o diretor. “Eu assisti uma montagem do Antunes Filho há 30 anos, em São Paulo, e desde então fiquei totalmente emocionado. Sempre quis falar de Shakespeare para os jovens e trazer essa galera nova para o teatro. O espetáculo é atemporal, mistura o texto de 1500 com a música dos anos 2000, além de um figurino e um cenário que circulam entre esses tempos”.

O jovem e apaixonado casal é interpretado por Bárbara Sut (Rio Mais Brasil – O Nosso Musical) e Thiago Machado (Cazuza, Rent, Rocky Horror show, Cantando na Chuva). O elenco traz ainda nomes como Ícaro Silva (Rock in Rio – O Musical, Simonal, Elis, a Musical), no papel de Mercuccio, Pedro Caetano (Rei Leão, Les Misérables), como Teobaldo, Bruno Narchi (Rock in Rio – O Musical, Cazuza, Cinderella, Rent), interpretando Benvoglio, Stella Maria Rodrigues (Cristal Bacharat, Cazuza, Emilinha), como a carismática Ama, Claudio Galvan (Família Addams, Garota de Ipanema – O Amor É Bossa), o Frei, Kacau Gomes (Rock in Rio – O Musical, Beatles num céu de diamantes, O médico e o monstro, Les Misérables) e Marcello Escorel (A Grande Viagem do Doutor Tchecov, Cheiro de Chuva, Vaidades e Tolices).
SERVIÇO – ROMEU & JULIETA
Local: Teatro Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 – Consolação, São Paulo – SP)

Temporada: 10 de agosto a 21 de outubro

Horários: sextas (20h30), sábados (16h e 20h) e domingos (19h)

Preços:
SEXTA  
Plateia VIP – R$ 190,00
Plateia – R$ 160,00
Plateia Popular – R$ 75,00
SÁBADO e DOMINGO
Plateia VIP – R$ 200,00
Plateia – R$ 170,00
Plateia Popular – R$ 75,00
Capacidade: 600 lugares
Duração: 2h30 com 15 minutos de intervalo
Classificação etária: Livre 

Conheça o elenco de Romeu e Julieta




Por Nicole Gomez

A nova aposta da Aventura Entretenimento é o clássico que conquistou corações ao redor do mundo: Romeu e Julieta, que será contado em forma de um musical no Rio de Janeiro, com canções de Marisa Monte em sua trilha sonora e direção de Guilherme Leme Garcia. No último dia, 9, foram divulgados os nomes que integrarão o elenco. Confira!

Foto: Divulgação

Bárbara Sut – Julieta
Thiago Machado – Romeu
Ícaro Silva – Mercutio
Stella Maria Rodrigues – Ama e amiga de confissões de Julieta
Claudio Galvan – Frei Lourenço
Marcelo Escorel – Sr. Capuleto, pai de Julieta
Kacau Gomes – Sra. Capuleto, mãe de Julieta
Bruno Narchi – Benvolio, primo de Romeu
Pedro Caetano – Teobaldo, primo de Julieta
Diego Luri – Príncipe Páris, pretendente de Julieta
Kadu Veiga – Príncipe de Verona, cidade onde as famílias rivais vivem
Max Grácio – Patriarca dos Montecchio, pai de Romeu
Neusa Romano – Matriarca da família Montecchio, mãe de Romeu

Elenco de Apoio:
Franco Kuster, Gabriel Vicente, Laura Carolina, Luci Salutes, Saulo Segreto, Thiago Lemos, Vitor Moresco, Gabi Porto, Santiago Villalba, Daniel Haidar e Natália Glanz.

A produção estreia em março no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro.

Crítica: Você precisa ver Rent!




Por colaborador: Luca DeVito

Como resolução de ano novo. Se você é de São Paulo ou está pela cidade em Janeiro do ano que vem, diria que é quase obrigatório pra quem gosta de teatro, assistir a montagem de Rent que está em cartaz no Teatro Frei Caneca, às terças e quartas, às 21hrs.



Não sou fã de musicais. Acompanho, assisto, mas não tenho embasamento ou respaldo suficiente para discorrer muito sobre o gênero, porém de Rent eu entendo. Assisti na Broadway na semana final de apresentações, 2008 em Buenos Aires e o revival de 2011 no circuito off-broadway. Posso me considerar um Rent-head – como chamam os aficionados pela obra de Jonathan Larson. Então vou tentar me distanciar o máximo dessa minha condição que, na verdade, me colocava numa posição confortável para torcer o nariz, uma vez que a montagem não é uma réplica. 


Ninguém me convidou. Assim que soube eu comprei meu ingresso no site e fui assistir a última performance do ano, na última quarta-feira (21). Cheguei cedo e sentei quase no centro, de frente para o simples cenário que pode chocar quem espera um cenário Broadway. Quando os atores ocuparam o palco – no melhor sentido da palavra ocupação – eu sorri ao ver barracas iguais as que eu via ocupadas por moradores de rua quando morei em Nova York no começo dos anos 2000. Eu sabia que pelo menos o cenógrafo já tinha sacado algo da essência. 

Quando comecei a procurar os personagens na cena inicial, tive a sensação de ver alguns amigos depois de muito tempo. O Roger que eu conhecia tava lá, mas não como eu lembrava. O Mark não tinha cachecol e a Mimi tava de moletom. Mas tudo bem, porque a Mimi que eu conhecia usaria um moletom. E eles começaram.

Vou tentar ser sucinto e também não ser um grande estraga prazeres porque, de verdade, estou fazendo um apelo para que assistam e tirem suas próprias impressões. O que acontece nessa montagem é: todos eles entenderam a peça. A peça que eu amo. Não eu, jornalista e professor de teatro. Eu, Luca, o fã. Que viu o documentário, filme, vídeos mil e morou perto do Village. 

Eu não sei quem é o produtor de elenco desse espetáculo, mas esse profissional deveria ser ovacionado. O trio protagonista é maduro, técnico e, ao mesmo tempo, emocionam. Mark de Bruno Narchi pode ser mais melancólico do que estamos acostumados e isso gera um contra ponto interessantíssimo com o energético Thiago Machado

  Crédito : Caio Galucci (Reprodução/ Facebook) 

Mauro Sousa me fez torcer pelo Benny boa parte da história e Myra Ruiz – que tive o prazer de ver na semana anterior como Elphaba no musical Wicked, que saiu de cartaz no Teatro Renault – me surpreendeu como uma Maureen única e bem construída. Nenhum momento se deixa levar pelo vozeirão para deixar de contar a história. Diego Montez tem que ser visto. Esse garoto tem que ser visto por críticos, por drags, por fãs… A Angel está viva, está lá de verdade, fora da forma e plena. Sua cena hipnotizante antes do solo avassalador de Max Grácio, no segundo ato, é um delicioso e certeiro soco no estômago. 

Por último eu quero falar da minha parte favorita da peça: o coro. Ou ensemble. De maneira ponderada e inteligente, todos mostram seu talento e competência dentro de uma feliz unidade que conta história. Eu vi tantos amigos da época do meu intercâmbio, a empresária psicótica (excelente!), o pintor viciado e a mendiga que gritava obscenidades na frente da NYU. Todos lá. Quanta riqueza. 

O único quesito que distancia a gente é a parte técnica, que ainda precisa passar por alguns ajustes, deixando o público incomodado por querer entender por vezes coisas que as personagens falam e não conseguindo, por conta de som ou iluminação que não favorecia. Mas espero que consigam reverter. 

Façam esse favor a vocês, um espetáculo sobre amor, feito claramente com amor. E é tão difícil achar profissionais assim, com esse interesse. Uma gema!