A sul-mato-grossense Renata Furtado, de 32 anos, é professora de educação física e esteve prestes a entrar no Big Brother Brasil 20. Conversamos com a sister sobre a experiência dentro da dinâmica que poderia tê-la levado ao reality, além de sentimentos e conselhos em relação a tudo isso. Confira o bate-papo a seguir!

Acesso Cultural: O que mais te surpreendeu na experiência da casa de vidro?

Renata Furtado: Primeiramente, o que mais me surpreendeu na experiência da Casa de Vidro foi o pré-programa, a preparação. A equipe do Big Brother é fantástica, os produtores, diretores, todo mundo tratou a gente muito bem e com o maior respeito do mundo. A gente se sentiu muito cuidado, muito protegido. A gente ficou confinado alguns dias no hotel, super protegidos, super respeitados, cuidados mesmo. Já me surpreendeu aí, no começo. Depois, me surpreendeu o público que ia lá na casa de vidro visitar a gente, eles iam irados com os participantes que estavam fazendo coisa errada lá na casa. Algumas pessoas tinham uma reação que assustava, eles falavam “a gente quer que você faça isso ao entrar na casa, senão a gente te detona aqui fora”. Tinha muita gente que usa o Twitter, onde o BBB é gigante, eles falavam “a gente te detona no Twitter se você entrar na casa e não falar que a Marcela está certa e não passar a mensagem pros caras”. Isso surpreendeu e assustou um pouco também, porque a galera se envolve de verdade no Big Brother, as pessoas assistem e julgam, querem fazer justiça com as próprias mãos e eles pegam amor aos participantes, o público pega raiva e isso realmente surpreende.

AC: Qual foi o seu primeiro pensamento ao descobrir que faria parte da casa de vidro?

RF: São vários pensamentos que vêm juntos. Você fica muito animada, muito preocupada, fica muito feliz e ao mesmo tempo pensa “será que eu consigo?”. É uma responsabilidade muito grande, porque os participantes viram ídolos no nosso país, então é uma baita responsabilidade que a gente carrega e ninguém acerta o tempo todo, todo mundo erra. Então, o seu erro lá vai ser muito criticado e muito julgado, porque você está lá para ser julgado e para ser criticado. Por isso, meu primeiro pensamento foi “bom, eu não tenho rabo preso com ninguém, meu passado não me condena, eu não devo a ninguém, meu nome não é sujo, então ninguém tem nada a falar mal de mim”. Então eu vou, estou pronta para me expor, para virar pessoa pública, eu era uma pessoa total reservada, meu Instagram era fechado, eu só tinha 800 seguidores, que eram família, amigos e conhecidos e de repente eu virei uma pessoa pública, que o pessoal estava julgando tudo. E eu senti que eu estava tranquila em relação a isso. Eu estava preparada, estava feliz, estava animada.

AC: Teve algum momento marcante durante esse tempo confinada?

RF: Tiveram vários momentos marcantes. Eu acredito que o confinamento que a gente teve no hotel, sozinho antes, foi muito mais confinamento do que a experiência da Casa de Vidro, porque a gente recebia muita visita. Das 7h da manhã à 1h da manhã tinha gente lá na casa de vidro conversando com a gente, tirando foto, passando informação. A gente pôde falar com integrantes da nossa família através de celulares que estavam fora da casa de vidro, já que a gente não tinha celular dentro da casa. Mas o público falava “eu estou conversando com a sua família no Instagram”, fazia videochamada, eu conversei com a minha irmã, com o meu pai, com as minhas amigas. Então, o confinamento no shopping foi tranquilo, porque a gente tinha muita interação com o público, mas no confinamento no hotel realmente a gente fica bem sozinho, é um momento de concentração, de você curtir a sua própria companhia. Mas entre os momentos marcantes durante a casa de vidro estão, com certeza, a visita do diretor Boninho, quando ele foi na casa de vidro, a gente ficou em choque, ninguém esperava que ele fosse entrar para falar com a gente, e também, com certeza todas as noites, quando a gente entrava ao vivo para o Brasil inteiro, com o Tiago Leifert ali na televisão falando com a gente. Realmente, foi uma baita de uma experiência que eu nunca mais vou esquecer na minha vida essa sensação.

AC: Que conselho você daria para quem pensa em participar dessa experiência?

RF: Eu tenho vários conselhos para dar para quem quer participar do BBB. Primeiro: saiba que você está indo lá para ser julgado. As pessoas vão julgar a sua aparência, as suas atitudes, as suas falas. Então, se você tem alguma coisa mal resolvida no seu passado, resolva! Porque tudo vem à tona. Eles vasculham seu passado inteiro, seu Instagram, suas fotos, tudo vai vir à tona. Esteja consciente disso. Ponto número dois: a maioria dos participantes não entram por inscrição. Existem, obviamente, os participantes que entram por inscrição e tem muitos que são convidados por olheiros a participarem da seletiva. Eles vão pelo Brasil inteiro, te convidam para a seletiva e nela, você vai fazer o processo igual todo mundo que se inscreveu, e você tem que dar o seu melhor. Eu fui convidada por um desses olheiros, numa corrida de rua, para a seletiva. Não tem essa de o olheiro te convidar direto para o BBB, você precisa participar da seletiva. Lá vai ter muita gente e você precisa se destacar, você tem que ser esperto, inteligente, ter atitude, tem que aparecer, porque é muita gente. E para eles te notarem, você tem que achar um jeito de aparecer. Eu senti que fui notada na minha seletiva, porque eu participei, interagi, fui esperta. Eles me notaram sim, até que me ligaram para participar da casa de vidro, que é a mesma seletiva de quem fez para entrar no reality. É uma seletiva só. E o meu último conselho é: para os olheiros te verem, você tem que estar vivendo. Então, quando puder, saia de casa, vá para a balada, vá fazer as coisas que você gosta. Pratique esportes, vá correr na rua, na academia, converse. Quando os olheiros me abordaram, eles falaram “Renata, eu vi você conversando com todo mundo, dançando, tomando uma cerveja depois da corrida, rindo e sendo feliz”. É isso que chamou a atenção dos olheiros.

AC: Você tentaria entrar no BBB novamente?

RF: Esses dias, assistindo ao BBB, de casa, eu ouvi o Tiago Leifert falar para os participantes que quem já saiu do BBB, quer voltar. Quem foi eliminado da casa quer voltar. Eu não cheguei a entrar na casa do Big Brother, mas só de eu ter chegado perto, eu quero voltar. Eu fiquei com essa sensação. Só que eu também preciso perguntar para a minha família, para os meus amigos, para o meu namorado, se eles aguentam. Porque é muito difícil para eles aqui fora também. Porque eles têm que fazer campanha, responder muita gente, trabalhar muito. E eles têm a vida deles para tocar, eles não podem parar toda a vida deles para ficar em função da Renata no Big Brother. Então eu teria que perguntar para as minhas amigas, para a minha mãe, para o meu pai e para a minha irmã, para a minha família toda, todos que trabalharam muito nessa votação da casa de vidro, inclusive para o meu namorado. Se todo mundo me apoiasse, eu participaria com certeza, de mais uma edição do Big Brother.

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