Escritor gaúcho de 72 anos aprende espanhol e lança livro bilíngue


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Aos 72 anos de idade, o gaúcho Celso Gonzaga Porto é exemplo de que nunca é tarde para alcançar seus objetivos. Formado em engenharia operacional de produção pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), a literatura sempre fez parte da sua trajetória. A paixão pelos livros levou o engenheiro a publicar cinco obras, a última bilíngue, intitulada “Um mito chamado Gardel”, que narra os mistérios envolvendo a vida e morte do cantor e ator, naturalizado argentino Carlos Gardel.

A história por trás da ideia de escrever a obra é um pouco inusitada, pois há apenas três anos o autor aprendeu espanhol e resolveu colocar o idioma em prática, da maneira que mais gosta, escrevendo. A decisão de escrever um livro sobre a vida do ídolo argentino, não foi por acaso, durante os estudos do novo idioma, Porto começou a traduzir músicas em espanhol, entre elas o tango “Por Una Cabeza”, de Gardel. “Fiquei muito curioso para saber o que mais tinha em seu repertório e comecei a fazer pesquisas sobre o seu trabalho e os mistérios que cercaram a sua vida, o que chamou minha atenção”, comenta Porto.

O escritor gaúcho é exemplo de que com persistência é possível realizar sonhos, independentemente da idade, pois além de se dedicar à literatura, um desejo antigo, ainda conquistou destaque na profissão, pois no ano passado ganhou o primeiro lugar no Desafio Literário da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre. “Essa conquista foi uma surpresa, pois haviam outros 31 escritores competindo comigo durante cinco dias e isso me fez perceber que nunca é tarde para investir naquilo que gostamos”, comenta Porto.

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Trajetória

Os primeiros traços de escritor surgiram cedo na vida de Porto, aos 12 anos apareceram as primeiras crônicas e o desejo de escrever seu primeiro livro. “Com um bloco pautado e uma caneta eu dava os primeiros passos em direção ao meu sonho”, conta. A obra que tratava de uma história fictícia, que se passava na época da escravidão, ficou apenas nas primeiras páginas. “Naquela época houve uma interrupção ao trabalho literário por um longo tempo, então acabei deixando esse livro de lado, e quando voltei a escrever, percebi que tinha me perdido na história”, conta Porto.

Anos depois, ele também tentou escrever mais dois livros, mas não deu continuidade aos trabalhos, pois a trajetória profissional como professor impediu a dedicação total aos livros e contribuiu para que o projeto de se dedicar à literatura fosse adiado. O sonho de escrever foi postergado, Porto seguiu sua carreira lecionando, mas sem abandonar o amor pela arte de escrever.

A oportunidade de lançar sua primeira obra surgiu em 1980, quando ainda era professor, com o livro Razões e Maneiras para você não fumar. O segundo trabalho do escritor foi lançado somente 24 anos depois, em 2004, com “Retornando do Inferno”, no qual relatou as histórias de ex-usuários de drogas, que passaram pela reabilitação. Em um intervalo menor de tempo, no ano de 2005, lançou sua terceira publicação, com “Reminiscências, Devaneios e Percepções – fontes vivas de inspiração. Sete anos mais tarde, lançou a ficção “Não Nascemos Aqui” e, mais recentemente, a obra “Um Mito Chamado Gardel”.