Estado da Natureza, exposição individual de Pedro Motta no Centro Cultural FIESP


Créditos: Pedro Motta


Em sua individual Estado da Natureza, que estreia na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp no dia 27 de fevereiro, o artista Pedro Motta propõe novos desmembramentos de sua pesquisa sobre as relações entre elementos naturais e comportamento humano, seus atritos e convergências. Ao todo, são 45 trabalhos divididos em três grandes séries, que o público poderá conhecer gratuitamente até o dia 12 de maio.

A primeira, Naufrágio Calado (2016/2018), é oriunda de uma junção de duas palavras que remetem a um estado psíquico de incertezas e desilusões: “naufrágio” ecoa como uma decadência dos elementos que compõem as obras (barcos e trailers abandonados), e “calado” remete ao estranhamento e silêncio que as imagens produzem. “Calado”, no linguajar náutico, é a designação dada à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em relação à superfície da água.

Nesse contexto, barcos ressurgem de cemitérios de navios, de uma região específica da Bretanha, Roscanvel, já os trailers procedem de outro cemitério, na Nova Zelândia. Esses elementos são inseridos em paisagens tomadas por erosões de grandes dimensões, resultantes de uma mineração de cassiterita sistêmica que operou em meados dos anos 1950, quando o Brasil tinha como lema o progresso e o desenvolvimento.

Créditos: Pedro Motta

Tais imagens podem ser interpretadas como vivências de um estado de decadência, onde natureza e sociedade são destituídas de seus valores, e os elementos são dragados pela superfície sem vida. Sendo assim, as fotografias são resultado da representação direta, da apresentação material e da construção ficcional.

A série Naufrágio Calado é composta por várias imagens de diversos formatos e segue o mesmo procedimento que o artista emprega em seus trabalhos anteriores: manipulação digital e o confronto entre os elementos naturais e humanos.

Mais que uma questão política, a assimilação dessas imagens pictóricas faz uma ponte entre o passado e o futuro incerto do país. Algumas imagens da série foram realizadas em dias de lua cheia, evocando um clima de nostalgia e estranhamento na paisagem.

Já a série Falência#2 (2016), tem imagens de diversos tipos de erosões resultantes das águas das chuvas. Suas formas são provenientes de um tempo oculto, em que a natureza demonstra sua força e beleza pela destruição. Neste momento a terra está totalmente desprovida de estrutura, criando uma espécie de sutura escultórica. A metodologia empregada na construção da imagem final é resultante de outra série do artista, Espaço Confinado. Pequenas quantidades de terra são inseridas dentro da moldura, uma vez que no Espaço Confinado a sensação de claustrofobia era aparente, agora, em Falência#2, é como se o espaço superficial da foto se esvaísse para o campo do infinito, como em uma ampulheta.

Composta por 12 imagens, a série Sumidouro (2016) faz uma metáfora ao Rio das Mortes, importante rio da região do Campo das Vertentes, famoso pelas histórias de garimpo e batalhas territoriais. Fazendo uma interligação entre as séries Falência e Sumidouro, a obra Paisagem Transposta é composta por diversas imagens de paisagens naturais provenientes de redutos naturais modificados pela ação do homem. Pequenos galhos fazem a conexão entre estes espaços.

Serviço:
Exposição Estado da Natureza
Período: de 27 de fevereiro a 12 de maio de 2019
Horários: terça a sábado, das 10h às 22h; domingos, das 10h às 20h.
Local: Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô).
Classificação indicativa: livre
Agendamentos escolares e de grupos: ccfagendamentos@sesisp.org.br
Entrada gratuita. Mais informações em http://www.centroculturalfiesp.com.br

Centro Cultural Fiesp tem programação especial para o Dia da Consciência Negra




Na quarta, dia 21, o projeto Quartas Musicais traz os músicos Dinho Nascimento e Nasi para o Teatro do Sesi-SP, às 20h. 

Por Andréia Bueno
Para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o Centro Cultural Fiesp traz uma programação especial que relembra a importância e o impacto da cultura africana no Brasil. 
Dinho Nascimento ( Foto: Mila Maluhy)
O projeto Quartas Musicais traz o integrante da banda Ira!, Nasi, e o músico e capoeirista Dinho Nascimento para um show único no paco do Teatro do Sesi-SP, na quarta (21), às 20h. Para participar do show é necessário fazer reservas antecipadas de ingressos pelo site www.centroculturalfiesp.com.br
A apresentação terá a participação do ex-secretário de Justiça e Cidadania de SP, Hédio Silva Jr., que falará sobre a importância da defesa dos direitos de representação cultural de afrodescendentes no Brasil. Na sequência, será exibido o documentário “Conexão Iorubá”, dirigido por Thiago Zanato e co-produzido pelo integrante da banda Ira! Nasi. O show, que leva o mesmo nome do documentário, reflete sobre a força e a importância das tradições africanas no Brasil. Para finalizar, Nasi irá dividir o palco com o cantor e compositor Dinho Nascimento, conhecido por sua musicalidade provocativa e inspirada nos ritmos africanos.
Nasi (Foto: Lacanna)
Serviço:
Programação especial – Consciência Negra 2018
Centro Cultural Fiesp
Endereço: avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Grátis. Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br
Data: 21 de novembro (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro do Sesi-SP
Capacidade: 456 lugares
Duração: 100 min.
Classificação indicativa: livre
Grátis. Reserva antecipada de ingressos pelo site www.centroculturalfiesp.com.br. Ingressos remanescentes distribuídos no dia do evento, trinta minutos antes, diretamente na bilheteria.
Ficha Técnica: Mestre de cerimônias: Nasi | Palestrante: Hédio Silva Júnior | Música: Dinho Nascimento e banda.

5 exposições para conferir na capital paulista




Por Nicole Gomez

Foto: Divulgação

A cidade de São Paulo é sempre cheia de atrações para todos os gostos. Se você gosta de artes e não sabe qual exposição visitar, damos aqui, algumas ideias para que você não fique de fora de 5 delas, que são imperdíveis! Confira!

Ai Weiwei Raiz

Foto: Divulgação
São Paulo recebe a primeira exposição do artista chinês Ai Weiwei no país, além de ser a maior já realizada por ele em sua carreira. A exposição, com 8 mil m², está em cartaz na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera, e apresenta seus mais icônicos trabalhos e obras inéditas nascidas da imersão profunda do artista pelo Brasil e suas tradições.
Serviço
Até 20 de janeiro de 2019
Terças a sábados, das 11h às 20h. Domingos e feriados, das 11h às 19h
Oca – Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n. Portões 1, 2 e 3
Ingressos R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)
Millôr: Obra Gráfica

Foto: Divulgação
A exposição, que está em cartaz no IMS Paulista, reúne desenhos de Millôr Fernandes, jornalista, desenhista, dramaturgo, humorista, escritor e tradutor carioca. A seleção de desenhos mostra os mais importantes temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista.
Serviço
Até 27 de janeiro de 2019
Terças a domingos, das 10h às 20h. Quintas, exceto feriados, das 10h às 22h
IMS Paulista – Av. Paulista, 2424
Grátis
Bob Wolfenson: Retratos

Foto: Divulgação
A mostra apresenta mais de 220 retratos do aclamado fotógrafo Bob Wolfenson, muitas delas ainda inéditas. As fotografias foram feitas desde a década de 1970 até os dias atuais. Entre as personalidades retratadas estão: Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Pelé, Marília Gabriela, Tom Zé, entre outros. As imagens reunidas convidam a um passeio pelos costumes e protagonistas da história brasileira recente. E atenção: No dia 21/11, às 19h30, haverá uma visita guiada pelo próprio Bob Wolfenson à exposição. Para participar da visita guiada inscreva-se pelo site https://bit.ly/2PYKHtp , mas corra, pois as vagas são limitadas. 
Serviço
Até 9 de dezembro
Terças a sábados, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 10h às 17h
Espaço Cultural Porto Seguro – Al. Barão de Piracicaba, 610, Campos Elíseos
Grátis
Mãe Preta

Foto: Divulgação
Idealizada pelas artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, a exposição reúne fotografias, vídeos, instalações, performance e literatura. A inspiração das artistas para a realização dessa exposição foram as conhecidas imagens das amas-de-leite negras, registradas desde meados do século 19 ao início do século 20. 
Serviço
Até 25 de novembro
Segunda à sexta, das 11h às 19h. Sábados e domingos, das 11h às 21h
Galeria Mario Schenberg – Funarte – Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos
Grátis
Rafael e a definição da beleza

Foto: Divulgação
A exposição reúne obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, destacando o conceito de beleza aliado ao percurso do artista renascentista, abrangendo desde os conceitos da Divina Proporção à Graça. Entre os itens expostos, o visitante encontrará livros históricos, pinturas, tapeçarias, gravuras e objetos raros.
Serviço
Até 16 de dezembro
De terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, das 10h às 20h
Centro Cultural Fiesp – Av. Paulista, 1313
Grátis
Não perca as exposições, em cartaz em São Paulo!

Centro Cultural FIESP prorroga exposição Rafael e a Definição da Beleza




Reunindo obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, a exposição destaca o conceito de beleza atrelado ao percurso do artista renascentista


Por Andréia Bueno
Os primeiros anos do século XVI abarcam um dos mais ricos e importantes períodos da história da arte ocidental, a Idade de Ouro do Renascimento. Rafael de Urbino (1483-1520), o mais jovem da tríade formada também por Leonardo da Vinci e Michelangelo, foi considerado o maior e mais perfeito representante desta época. Sua obra inspira-se tanto na Antiguidade Clássica quanto na natureza, materializando-se como síntese de elegância e naturalidade. É para ele que se volta a Rafael e a Definição da beleza – Da Divina proporção à graça, exposição que o Centro Cultural Fiesp exibe até 13 de janeiro de 2019, com entrada gratuita.
Leda e o Cisne, c. 1550  – Buril, p&b 31,0 x 41,5 cm, Fundação Biblioteca Nacional 
Com curadoria de Elisa Byington e produção da Base7 Projetos Culturais, a mostra se antecipa às celebrações que marcam os 500 anos de morte de Rafael, em 2020. A exposição traz obras de grandes mestres do Renascimento de diversas coleções italianas como a Galleria Nazionale da Umbria e de Modena, a Galleria Borghese e o Palazzo Barberini de Roma, a Santa Casa e o Museo del Tesoro de Loreto, e o Museo Nazionale di Capodimonti de Nápoles. Conta também com obras inéditas da coleção Yunes, de São Paulo, da Fundação Eva Klabin, do Rio de Janeiro, e um conjunto de mais de 50 gravuras produzidas no ateliê de Rafael e seus discípulos que hoje integra o acervo da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Além das obras, a exposição conta com diversos recursos visuais que auxiliam o visitante a compreender o processo de elaboração dos trabalhos gráficos, como é o caso de O Massacre dos Inocentes, gravura influente e de elaboração meticulosa. Entre os destaques, uma projeção monumental de Escola de Atenas, seguindo a escala original da famosa pintura de Rafael que decora o salão Stanza della Segnatura, no Vaticano.
Organizada em oito seções, a mostra convida o público a um passeio pelo fecundo percurso criativo de Rafael e pelas mudanças que a ideia de beleza sofreu ao longo do Renascimento. A mostra tem início na seção intitulada A Divina Proporção, destacando as medidas exatas que orientavam a concepção da beleza à luz dos estudos tanto matemáticos, como o de Luca Pacioli, quanto artísticos, como os tratados de Vitrúvio e de Leon Battista Alberti. Esta seção aborda também a obra de Pietro Perugino, possível mestre de Rafael, que sobre ele exerceu forte influência estética durante parte de sua vida.
O percurso segue pela seção Virtudes da Imitação, que aborda o conceito de imitação como recurso fundamental ao sistema moral e estético do Renascimento. As obras dessa seção apresentam inúmeras referências ao mundo antigo, à natureza e ao próprio mundo das artes. Aqui o público conhece uma das discussões mais importantes da exposição: a imitação e a cópia não excluem a invenção e a originalidade, pelo contrário, instituem um sistema de referências e um clima de competição que vai caracterizar o ambiente renascentista.
A seção Idade de Ouro é dividida em duas partes. A primeira é a Escola de Atenas, famoso afresco de Rafael que decora a Stanza della Segnatura, no Vaticano. Executado entre 1508 e 1511, o afresco faz uma homenagem à Filosofia. A mostra apresenta uma projeção em tamanho real, em 5 por 7,7 metros, além da exibição digital de um cartão preparatório do afresco. A segunda parte trata da rivalidade entre Michelangelo e Rafael, representada pelos dois termos que intitulam a seção Terribilidade e Sprezzatura – em referência ao virtuosismo atormentado da arte de Michelangelo e à elegância e à harmonia da arte de Rafael, respectivamente.
A quarta seção Uma nova beleza marca a ascensão da maneira moderna, com a substituição da objetividade do pensamento matemático pela subjetividade do olhar artístico. A beleza feminina inaugura essa seção com três preciosas Madonas com menino, representantes da típica graça rafaelesca, e com La Perla di Modena, pequeno óleo sobre tela de Rafael, que traz a cabeça de uma mulher, revelando o sublime dos traços do artista. Vê-se também O Triunfo da Galateia, gravura de Marco Dente executada a partir do célebre afresco de Rafael destinado a decorar a Villa Farnesina, acompanhada por uma bacia em maiolica decorada com a mesma imagem.
Em Invenção e Execução aborda-se a importância do ateliê na produção e difusão das obras e da fama do artista. Neste segmento apresentam-se dois óleos dos célebres discípulos Giulio Romano e Perin del Vaga, além de diversas composições de Rafael gravadas pelas mãos de discípulos, como no caso da consagrada Batalha de Constantino, afrescada postumamente na parede do Vaticano.
Em um período anterior à criação da fotografia, a gravura foi essencial para a difusão do artista e sua obra entre seus pares, colecionadores e mecenas. Rafael compreendeu o papel de propagação do desenho gravado e isso logo tornou suas composições conhecidas por toda a Europa – este núcleo de gravuras produzidas no seu ateliê aparece no módulo Instrumentos da Fama.
A mostra conta ainda com um conjunto belíssimo de gravuras da Fundação Biblioteca Nacional, realizadas pela primeira geração de gravadores do artista, jovens assistentes que receberam os originais do próprio mestre ou de seus discípulos. Ainda que não fossem gravadas de próprio punho, as estampas eram marcadas pela inscrição Raphael Invenit – invenção de Rafael, em português -, artifício que distinguiu, pela primeira vez, o papel do gravador do papel do criador, a quem cabiam os direitos autorais e a propriedade da matriz. As gravuras de quase 500 anos despertam a curiosidade de especialistas em todo mundo e ainda são pouco conhecidas do público brasileiro, que terá essa grande oportunidade de vê-las.
O potencial propagandístico da gravura foi compreendido por Rafael através da gravura A morte de Lucrécia, presente na mostra, que Marcantonio Raimondi teria feito a partir de um desenho de seu mestre. O resultado final o surpreendeu e Rafael então passou a executar desenhos para serem gravados – a exemplo do processo de composição de Massacre dos Inocentes, presente na mostra por meio de reproduções luminosas dos desenhos preparatórios.
Uma seção direcionada à Fortuna das Tapeçarias demonstra a versatilidade da arte de Rafael e a diversificação das linguagens artísticas de sua obra quanto à influência exercida nas artes do Norte da Europa, para onde os cartões eram enviados para serem tecidos. Na mostra, encontram-se a tapeçaria com a cena da famosa Pesca Milagrosa, da série dos Atos dos Apóstolos, destinada a cobrir as paredes inferiores da Capela Sistina.
Por fim, o núcleo ADifusão da Maneira aborda a disseminação do estilo amadurecido por Rafael e estimulado pela presença de numerosos artistas em Roma e pela sucessiva diáspora destes artistas em razão do Saque de Roma em 1527. Nesta seção há tanto gravuras realizadas sob a inspiração de seus modelos, quanto três pinturas que sofreram influência do seu estilo, além do cartão para tapeçaria da coleção da Fundação Eva Klabin com o tema da Idade de Ouro, que se baseava em uma tapeçaria realizada por Rafael 100 anos antes.
Serviço:
Exposição Rafael e a Definição da Beleza – Da Divina proporção à graça
Período expositivo: até 13 de janeiro de 2019 
Horários: de terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, 10h às 20h
Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Cerqueira César (em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Agendamentos escolares e de grupos: (11) 3146-7439 ou ccfagendamentos@sesisp.org.br
Grátis

Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br

Rafael e a Definição da Beleza, nova exposição do Centro Cultural Fiesp




Reunindo obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, a exposição destaca o conceito de beleza atrelado ao percurso do artista renascentista

Por Andréia Bueno
Os primeiros anos do século XVI abarcam um dos mais ricos e importantes períodos da história da arte ocidental, a Idade de Ouro do Renascimento. Rafael de Urbino (1483-1520), o mais jovem da tríade formada também por Leonardo da Vinci e Michelangelo, foi considerado o maior e mais perfeito representante desta época. Sua obra inspira-se tanto na Antiguidade Clássica quanto na natureza, materializando-se como síntese de elegância e naturalidade. É para ele que se volta a Rafael e a Definição da beleza – Da Divina proporção à graça, exposição que o Centro Cultural Fiesp recebe de 19 de setembro a 16 de dezembro, com entrada gratuita.
La Perla di Modena, 1518-1520 | RAFAEL [Raffaello Sanzio]
Com curadoria de Elisa Byington e produção da Base7 Projetos Culturais, a mostra se antecipa às celebrações que marcam os 500 anos de morte de Rafael, em 2020. A exposição traz obras de grandes mestres do Renascimento de diversas coleções italianas como a Galleria Nazionale da Umbria e de Modena, a Galleria Borghese e o Palazzo Barberini de Roma, a Santa Casa e o Museo del Tesoro de Loreto, e o Museo Nazionale di Capodimonti de Nápoles. Conta também com obras inéditas da coleção Yunes, de São Paulo, da Fundação Eva Klabin, do Rio de Janeiro, e um conjunto de mais de 50 gravuras produzidas no ateliê de Rafael e seus discípulos que hoje integra o acervo da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Além das obras, a exposição conta com diversos recursos visuais que auxiliam o visitante a compreender o processo de elaboração dos trabalhos gráficos, como é o caso de O Massacre dos Inocentes, gravura influente e de elaboração meticulosa. Entre os destaques, uma projeção monumental de Escola de Atenas, seguindo a escala original da famosa pintura de Rafael que decora o salão Stanza della Segnatura, no Vaticano.
Organizada em oito seções, a mostra convida o público a um passeio pelo fecundo percurso criativo de Rafael e pelas mudanças que a ideia de beleza sofreu ao longo do Renascimento. A mostra tem início na seção intitulada A Divina Proporção, destacando as medidas exatas que orientavam a concepção da beleza à luz dos estudos tanto matemáticos, como o de Luca Pacioli, quanto artísticos, como os tratados de Vitrúvio e de Leon Battista Alberti. Esta seção aborda também a obra de Pietro Perugino, possível mestre de Rafael, que sobre ele exerceu forte influência estética durante parte de sua vida.
O percurso segue pela seção Virtudes da Imitação, que aborda o conceito de imitação como recurso fundamental ao sistema moral e estético do Renascimento. As obras dessa seção apresentam inúmeras referências ao mundo antigo, à natureza e ao próprio mundo das artes. Aqui o público conhece uma das discussões mais importantes da exposição: a imitação e a cópia não excluem a invenção e a originalidade, pelo contrário, instituem um sistema de referências e um clima de competição que vai caracterizar o ambiente renascentista.
A seção Idade de Ouro é dividida em duas partes. A primeira é a Escola de Atenas, famoso afresco de Rafael que decora a Stanza della Segnatura, no Vaticano. Executado entre 1508 e 1511, o afresco faz uma homenagem à Filosofia. A mostra apresenta uma projeção em tamanho real, em 5 por 7,7 metros, além da exibição digital de um cartão preparatório do afresco. A segunda parte trata da rivalidade entre Michelangelo e Rafael, representada pelos dois termos que intitulam a seção Terribilidade e Sprezzatura – em referência ao virtuosismo atormentado da arte de Michelangelo e à elegância e à harmonia da arte de Rafael, respectivamente.
A quarta seção Uma nova beleza marca a ascensão da maneira moderna, com a substituição da objetividade do pensamento matemático pela subjetividade do olhar artístico. A beleza feminina inaugura essa seção com três preciosas Madonas com menino, representantes da típica graça rafaelesca, e com La Perla di Modena, pequeno óleo sobre tela de Rafael, que traz a cabeça de uma mulher, revelando o sublime dos traços do artista. Vê-se também O Triunfo da Galateia, gravura de Marco Dente executada a partir do célebre afresco de Rafael destinado a decorar a Villa Farnesina, acompanhada por uma bacia em maiolica decorada com a mesma imagem.
A mostra conta ainda com um conjunto belíssimo de gravuras da Fundação Biblioteca Nacional, realizadas pela primeira geração de gravadores do artista, jovens assistentes que receberam os originais do próprio mestre ou de seus discípulos. Ainda que não fossem gravadas de próprio punho, as estampas eram marcadas pela inscrição Raphael Invenit – invenção de Rafael, em português -, artifício que distinguiu, pela primeira vez, o papel do gravador do papel do criador, a quem cabiam os direitos autorais e a propriedade da matriz. As gravuras de quase 500 anos despertam a curiosidade de especialistas em todo mundo e ainda são pouco conhecidas do público brasileiro, que terá essa grande oportunidade de vê-las.

Serviço:

Exposição Rafael e a Definição da Beleza – Da Divina proporção à graça
Período expositivo: até 16 de dezembro de 2018
Horários: de terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, 10h às 20h
Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Cerqueira César (em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Agendamentos escolares e de grupos: (11) 3146-7439 ou ccfagendamentos@sesisp.org.br
Grátis. Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br

7 Motivos para Assistir Que Monstro te Mordeu?




Por Nicole Gomez

A série “Que Monstro te Mordeu?”, exibida em formato de série pela TV Cultura, agora ganha os palcos de teatro, com as mesmas personagens da produção de sucesso de Cao Hamburger e Teodoro Poppovic. O espetáculo está em cartaz no Centro Cultural FIESP. Confira uma lista de motivos para ir correndo conferir esta grande produção!

Foto: Divulgação

O espetáculo traz valiosas lições de vida
Não se trata apenas de uma peça infantil, para entreter os pequenos. A história do espetáculo acaba por trazer lições de tolerância e o respeito às diferenças, tudo com o toque lúdico que as produções para crianças pedem.

Traz o universo dos programas infantis para perto
Quem de nós, mesmo os adultos, não gosta de estar próximo do universo que vemos na TV? Essa é uma ótima oportunidade de ver a magia acontecer bem de pertinho, trazendo as crianças para um mundo de sonho e fantasia.

A técnica utilizada para contar a história
A história é contada através da manipulação de bonecos, realizada pelos atores do espetáculo, que ao todo são 11. 

A exposição além do espetáculo
É isso mesmo! Além do espetáculo, que pode ser conferido no centro cultural, há também uma exposição gratuita que exibe várias etapas do processo de criação da série infantil, coprodução de sucesso da TV Cultura e do Sesi-SP entre 2014 e 2015, com curadoria de Teodoro Poppovic.

Estimular a imaginação
A premissa do espetáculo é “Cada vez que uma criança desenha um monstro, esse monstro ganha vida e vai para o monstruoso mundo dos monstros”. Com isso, as crianças acabam se identificando com o que está sendo mostrado, pois faz parte do universo de toda criança criar e imaginar criaturas diferentes.

Segue os moldes da série
Embora use uma técnica diferente, o espetáculo segue os mesmos moldes do programa de TV, como por exemplo, a história semelhante. Por estar em um palco, promete ser mais interativa e atraente para os pequenos.

É para a família toda!
O espetáculo não prende só a atenção da criançada. Adultos de todas as idades que gostam desse tipo de entretenimento, vão se divertir! E ainda dá para repercutir em casa as lições aprendidas!

Foto: Divulgação


SERVIÇO
Quando: até o dia 2 de dezembro, aos sábados e domingos, às 14h
Onde: Teatro do Sesi: Av. Paulista, 1.313. Contato: (11) 3528-2000.
Gratuito. Requer reserva de ingressos através do site http://www.sesisp.org.br/meu-sesi