Com direção e atuação de Rodrigo Pandolfo, ‘Alaska’ tem curta-temporada no Centro Cultural São Paulo


Créditos: André Nicolau


Escrita pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson, o drama Alaska ganha montagem inédita no Brasil sob direção de Rodrigo Pandolfo, que também está em cena ao lado de Louise D’Tuani. O espetáculo entra em cartaz no Centro Cultural São Paulo (Espaço Ademar Guerra) dia 10 de março, quinta-feira, 21h, em uma temporada curta até 27 de março de 2022.

A peça se passa no estado do Alaska. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry (Rodrigo Pandolfo), uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce (Louise D’Tuani), uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.

Segundo Pandolfo, trata-se de uma peça sobre cura. Sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade.

Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida, fugindo de relacionamentos, compromissos, responsabilidades e, se possível, de qualquer outro contato humano.

Créditos: André Nicolau

Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível cura.
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ROSANNAH – Você vai me bater? Vai me trancar? Vai me jogar na sua tempestade de neve — você vai deixar de me alimentar, de me vestir, de deixar que eu durma aqui? O quê? Você não pode me machucar! Tenta! Vem! Você pode me matar, mas não vai conseguir me machucar.

HENRY – Olha, não, obrigado — eu já andei nessa montanha russa. Você fica longe de mim. Eu sempre tentei passar longe desse tipo de coisa, mas ela me encontra, me consome, mas nunca me destrói por inteiro. Ela vai deixando pedacinhos de mim, só os cacos — pra poder voltar depois. Trecho de Alaska
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“Neste lugar solitário e gelado, eles vão se desvendando e se aproximando. Eles se afetam, numa relação de atração e repulsa”, conta Pandolfo. O diretor reforça que a relação do casal se passa em um tempo-espaço que não fica bem definido, podendo também servir como metáfora para esse encontro profundo que pode resultar na salvação do casal.

O cenário da peça exibe um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados.

“No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram”, diz Pandolfo.

O artista conta que é essa é primeira vez que dirige e atua num mesmo espetáculo. “A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora – para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio – o ensaio para direção e outro para atuação”, conclui.

SERVIÇO
Alaska
De 10 a 27 de março de 2022, quinta a sábado, às 21 horas; e domingo, às 20h
Duração: 60 minutos
Classificação 14 anos

Local: CCSP – Centro Cultural São Paulo – Espaço Ademar Guerra – Porão
Entrada Gratuita – Bilheteria abre 1 hora antes da sessão
70 lugares

​A entrada no CCSP só será autorizada mediante uso correto de máscara e apresentação de carteirinha de vacinação contra COVID-19 ​atualizada.

Festival de Cinema Latino- Americano de São Paulo celebra protagonismo feminino em nova edição!


Créditos: Divulgação


A 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontece de 10 a 17 de dezembro, em edição híbrida com parte da programação disponibilizada online e outra parte presencialmente no Circuito Spcine em São Paulo. A programação é totalmente gratuita.

Com um total de 38 filmes, entre longas e curtas de 12 países, o festival se firma como uma das mais importantes vitrines destas cinematografias junto ao público brasileiro. Este ano o evento celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica da América Latina e Caribe, em suas mais diversas vertentes: direção, atuação, produção, fotografia, com filmes inéditos, debates, masterclass e uma homenagem à diretora argentina Liliana Romero.

A Cerimônia de Abertura acontece no dia 10/12, sexta, às 19h, online, com uma breve apresentação dos diretores e parceiros do festival. Após a cerimônia, os filmes estarão liberados nas plataformas do festival, “Sesc Digital”, “Spcine Play” e “InnSaeitv”, e também nas sessões presenciais, no Centro Cultural São Paulo e Spcine Roberto Santos, conforme a programação.

A tradicional mostra Contemporâneos reúne as mais recentes produções cinematográficas latino-americanas e caribenhas, sendo a maioria inéditas no circuito comercial. Um dos destaques, é a première nacional de “Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo”, da diretora pernambucana Taciana Oliveira, com registros e imagens de arquivo inéditos sobre a escritora, apresentando novas faces desta que é uma das mais importantes expoentes da história da literatura brasileira. O filme será exibido somente de forma presencial, no Centro Cultural São Paulo.

Créditos: Divulgação

Também em destaque a mais recente obra da cineasta paraguaia Paz Encina, o filme “Abajures”, inédito no Brasil e que acaba de estrear no circuito de festivais no Doc Buenos Aires. Em seu terceiro longa-metragem, realizado durante a pandemia da COVID19, a diretora regressa ao tema de todos os seus filmes: a memória histórica de seu país, o Paraguai, e em particular de uma das ditaduras mais longas e obscuras da América Latina, a de Alfredo Stroessner (1954-1989). A diretora é convidada do festival e participa de uma masterclass online.

A cinematografia emergente latino-americana – mais uma vez – está presente no festival com várias pré-estreias de longas-metragens também com foco no protagonismo feminino. Entre elas, os documentários argentinos “O Sonho da Montanha”, de Ailén Herradón, sobre os esforços de uma comunidade para conservar suas origens mapuches, e “Anos curtos dias eternos”, de Silvina Estévez, sobre a maternidade. O delicado drama de ficção venezuelano “Um lampejo interior”, protagonizado por Silvia, uma mulher forte que padece de uma séria doença e precisa traçar o seu destino e de sua filha, e o filme de suspense “Matar a la Bestia”, de Agustina San Martín, uma coprodução Argentina, Brasil e Chile, também estreiam no Brasil. Inéditos em São Paulo, a ficção “A grande viagem ao país pequeno”, da diretora uruguaia Mariana Viñoles, sobre refugiados sírios no Uruguai, e “Hope, Soledad”, da diretora mexicana Yolanda Cruz, sobre os dramas pessoais de duas mulheres imigrantes no México, são alguns destaques.

Os filmes brasileiros trazem um olhar diferente que visibilizam a pluralidade do cinema nacional. Alguns títulos serão exibidos pela primeira vez numa sala de cinema de São Paulo, como o premiado “Carro Rei”, de Renata Pinheiro, o documentário “Ossos da Saudade”, de Marcos Pimentel, o suspense “As Almas que dançam no escuro”, de Marcos DeBrito, o drama “Desterro”, de Maria Clara Escobar, inédito em São Paulo, e o híbrido “Alianças Profanas – esquizoanálise de uma mente fragmentária”, de Well Darwin, inédito no Brasil. O público deverá consultar a programação e confirmar a disponibilidade de cada filme.

Liliana Romero | Créditos: Divulgação

A diretora argentina Liliana Romero é a grande homenageada desta edição e ganha uma programação especial voltada ao reconhecimento de suas obras, entre longas e curtas premiados em importantes festivais internacionais, incluindo o seu mais recente trabalho, o longa de animação, “O Gigante Egoísta”. A diretora, que trabalha em cinema de animação desde os anos 90 e transita por diversas técnicas em cada um dos seus trabalhos, participa do encontro virtual “A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações”, na plataforma do Sesc Digital e no Youtube do festival.

A sessão Contemporâneas no Curta lança um olhar para a realização nos últimos anos de cineastas brasileiras com obras potentes, ousadas e questionadoras. Entre os filmes que integram esta sessão está o documental “Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma”, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa, selecionado para o Festival Internacional de Cine de Huesca, a ficção “Menarca”, de Lillah Halla, que teve estreia mundial na Semana da Crítica de Cannes, integrou o Festival de Havana e foi premiado como melhor filme do público no Cinelatino de Toulouse.

A programação traz uma novidade o ‘Foco Cinema Afro-Colombiano’, com 4 títulos produzidos, realizados e protagonizados por pessoas afrocolombianas trazendo histórias que propõem vias de acesso a outras realidades sócio-históricas e culturais como as dos afrodescendentes na América Latina. São eles: “Fullhd”, de Catalina Navas e Carolina Torres, “Marímbula”, de Diana Kuéllar, “O Homem Universal”, de Andrés Morales e “O Mal dos Sete Dias”, de Victor Alfonso González Urrutía.

Para finalizar o Festival preparou a ‘Coleção Marcelo Sampaio’ com uma seleção de 7 títulos entre longas e curtas assinados pelo diretor. Entre eles: “Eldorado – Mengele Vivo ou Morto?”, “Trilha dos Ratos – A Fuga de Nazistas para América”, e os curtas “O Escritor Das Ruas”, “O Guardado”, “Pixote 30 Anos Depois” e “A Menina da Estrada”.

Atividades Paralelas

O 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove uma série de encontros virtuais com nomes expressivos ligados à realização, produção e circulação de produtos audiovisuais latino-americanos. Entre eles, a Masterclass Mil Ventos na Encenação de Documentários, com a diretora paraguaia Paz Encina; o Encontro de Mulheres e a Indústria Cinematográfica Latino-Americana, o Encontro Circuitos de Distribuição e Exibição Cinematográfica na América Latina, e o Encontro A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, com a homenageada Liliana Romero, que irá compartilhar ideias e experiências sobre a importante contribuição que as mulheres vem realizando historicamente no universo da animação latino-americana.

A direção do 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller, Maria Tereza Urias e Vicky Romano. O evento é realizado pela Paleotv, com patrocínio da Spcine, empresa pública de cinema e audiovisual ligada à Prefeitura de São Paulo, e correalização do Sesc São Paulo. Conta com o apoio dos consulados sediados em São Paulo dos seguintes países: Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai e Uruguai.

Consulte a programação completa no site: www.festlatinosp.com.br

Atividades paralelas e Cerimônia de Abertura: youtube.com/festlatinosp

Serviço:

16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo

10 a 17 de dezembro de 2021

híbrido – online e presencial

plataformas: Sesc Digital, Spcine Play e InnSaeitv

presencial: Circuito Spcine

Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1.000

Spcine Roberto Santos – R. Cisplatina, 505 – Ipiranga

Toda programação gratuita

www.festlatinosp.com.br

‘Trava Bruta’ estreia no Centro Cultural São Paulo com texto e interpretação de Leonarda Glück


Créditos: Alessandra Haro


Estreia dia 7 de dezembro, às 21h no Centro Cultural São Paulo, o espetáculo TRAVA BRUTA, manifesto que parte da experiência transexual da autora Leonarda Glück para propor uma ponte e um embate entre o contexto artístico e a conjuntura política e social brasileira atuais no que se refere ao campo da sexualidade. O trabalho marca as comemorações de 25 anos de carreira da artista e também o seu reencontro com o diretor Gustavo Bitencourt.

Com ampla trajetória no campo das artes cênicas brasileiras, Leonarda fundou importantes coletivos nacionais como a Companhia Silenciosa e a Selvática Ações Artísticas e apresentou seus trabalhos em diversos países da Europa e América Latina, esta é a primeira vez que Leonarda aborda exclusivamente a questão da transexualidade em uma de suas criações. O espetáculo é uma espécie de vertiginoso poema cuja principal metáfora reúne o ato de bloquear e impedir a livre movimentação com a capacidade de brutalidade da natureza humana, sua violência e sua incivilidade. “Como é experimentar um corpo que provoca um misto de repulsa e desejo a um só tempo? O que tem a cultura a ver com a transexualidade? Como é ser uma artista trans no Brasil de 2021? Resposta não há, mas ainda há a poesia. E, mesmo que alquebrado, ainda há o teatro”, diz Leonarda.

A artista conta que começou a escrever o texto para a peça em 2018 em Curitiba, sua cidade natal, antes de se radicar em São Paulo. “Me veio uma possível angústia repentina: a de talvez não ter conseguido em outro momento antes escrever tão intimamente sobre o assunto da transexualidade, e seus efeitos na minha mente e na vida social da qual faço parte”, diz Leonarda, que arrastou por meses a tarefa de terminar o texto.

Créditos: Alessandra Haro

Já em 2019, a montagem foi premiada pelo Centro Cultural São Paulo, integrando a 6ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos da instituição. Após ter sua estreia suspensa por conta da pandemia, o trabalho foi retomado em 2021 e estreará presencialmente na Sala Jardel Filho, onde serão disponibilizados 160 ingressos. Sobre a pandemia, Glück faz questão de frisar: “A gente entrou no modo catástrofe que meio que está até agora. As pessoas trans ficaram ainda mais vulneráveis do que já eram antes. E elas eram muito. São, no Brasil. Física e psicologicamente.”

A direção da obra, que é produzida pela Pomeiro Gestão Cultural, produtora que realiza a gestão dos projetos de Leonarda, ficou a cargo de Gustavo Bitencourt, parceiro de Glück há mais de 20 anos. Juntos os dois já desenvolveram criações em performance, dança e teatro, com destaque para Valsa Nº 6, montagem do texto de Nelson Rodrigues premiada pela Funarte, feita em 2012 na ocasião do centenário do autor.

Quando foi convidado para dirigir o espetáculo, Gustavo Bitencourt ficou com um pouco de medo. “Porque era um texto que falava muito da experiência dela como mulher trans no Brasil. Onde é que eu ia poder contribuir nisso? O que é que eu sei disso? Mas lendo e relendo, e conversando com ela, fui vendo o quanto esse texto também fala de muitas coisas que dizem respeito a todo mundo, e que era importante que a gente olhasse tanto pro que tem de específico nesse contexto do qual ela fala, quanto pra onde essa história se conecta com outras tantas”. Partindo daí, ele conta que foram entendendo o texto de Trava Bruta como um jeito de falar de coisas que são reais e concretas e nem por isso menos ficcionais.

Leonarda e Gustavo, então, se encontraram na ideia de ficção, como nos diz o diretor: “Ficção que é o que eu pesquiso, é a minha profissão – como drag queen, que é o que eu faço da vida faz 12 anos – e é uma necessidade básica de qualquer ser humano. Básica como fazer xixi, cocô, comer, tomar água, dormir. Humano prescinde de ficção pra viver, e em diferentes medidas, com diferentes graus de comprometimento e de risco, todo mundo vai dando um jeito de concretizar”.

Créditos: Alessandra Haro

A ideia de ficção que move a criação reflete-se, em todos os recursos técnicos utilizados na montagem: seja na criação em videoprojeções de Ricardo Kenji ou na trilha original desenvolvida por Jo Mistinguett, estas camadas ficcionais são construídas e destruídas em cena. O mesmo acontece nos figurinos assinados por Fabianna Pescara e Renata Skrobot e no desenho de luz de Wagner Antônio, que cumprem a função de revelar e ocultar alguns dos signos explorados na montagem.

Para Gustavo, o ponto chave da ideia de ficção explorada no trabalho encontra-se no fato de que “algumas ficções são permitidas e outras não. Quando se trata de gênero, as pessoas tendem a ficar muito assustadas”. TRAVA BRUTA desloca o seu olhar para um dos principais dilemas culturais, políticos e sociais de hoje: a ideia da diversidade. Neste caso, ela se refere muito mais ao lugar ocupado pelas pessoas trans na sociedade brasileira e mundial. Leonarda é enfática: “Chego aqui com a certeza de que o herói macho branco, heterossexual, cristão e suas ideias precisam urgentemente ser substituídos, trocados ou mesmo revisitados por outros ângulos. Estão chatos. De alguns eu ainda gosto muito, mas estão chatos.”

Esta primeira temporada presencial será realizada entre os dias 7 e 12 de dezembro, de terça a sábado às 21h e domingo às 20h. Os ingressos variam de R$15,00 a R$30,00 e haverá, em todas as apresentações, uma cota de ingressos gratuitos para pessoas trans, que poderá ser retirada presencialmente, uma hora antes do espetáculo.

SERVIÇO: TRAVA BRUTA

Temporada presencial.

Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo

Temporada: 7 a 12 de dezembro

Horários: Terça a sábado, 21h e domingo 20h.

Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada)

Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo ou antecipado pelo link Sympla

Classificação: 18 anos

Duração: 60 minutos

Quando as máquinas param, de Plínio Marcos estreia em março


Créditos: Heloísa Bortz


Escrito em 1967 por Plínio Marcos, o texto do espetáculo Quando as máquinas param mostra uma realidade completamente atual: a dissolução de uma família por conta do desemprego em massa. Montagem dirigida por Kiko Rieser é a nova produção da Cia Colateral e acontece toda em preto e branco. Com os atores André Kirmayr e Larissa Ferrara no elenco, a estreia acontece pelo YouTube do Centro Cultural São Paulo no dia 15 de março e a temporada segue gratuita até dia 6 de abril.

O espetáculo transmitido ao vivo é encenado em uma residência que poderia perfeitamente ser a casa dos personagens Nina e Zé, adaptada pela direção de arte de Kleber Montanheiro, filmado com planos e movimentos cuidadosamente ensaiados para flagrar de perto a realidade daquele casal com dinâmica imagética.

Créditos: Heloísa Bortz

Para o diretor Kiko Rieser, “a despeito de Quando as máquinas param não se filiar ao conjunto mais conhecido da obra do dramaturgo, é provavelmente sua peça que hoje mais fala à nossa realidade. Expondo uma situação de colapso econômico e social, em que demissões em massa dissolviam famílias e levavam pessoas à mais profunda miséria, o texto ganha renovada pungência hoje, quando batemos novamente recordes de desemprego, tendência que só tende a se agravar com as consequências da pandemia.”

Ambientada no final da década de 60, a peça conta a história de Zé e Nina, um casal que nunca foi abastado, mas sempre teve o suficiente para pagar as contas em dia, fazer refeições dignas e ainda sonhar com um crediário para comprar uma televisão e, assim, ver os sons das radionovelas e das narrações de jogos de futebol se tornarem imagens. No entanto, uma demissão em massa na fábrica em que Zé trabalhava como operário faz essa realidade mudar drasticamente, e nem as costuras de Nina para senhoras ricas conseguem dar conta das faturas que não param de chegar. A desesperança do operário se transforma em um sentimento de humilhação e, depois, em uma revolta que afunda os dois na imobilidade e ameaça o casamento.

Serviço

15 de março a 6 de abril de 2021

Segundas e terças, às 20h

Gratuito

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 85 minutos

Link de transmissão: http://youtube.com/CentroCulturalSaoPauloCCSP

10 espaços acessíveis para aproveitar em São Paulo!


Créditos: The Photographer/Wikimedia Commons


São Paulo é a maior cidade do Brasil , sendo referência mundial quando o assunto é lazer e cultura, a capital paulista também é exemplo de acessibilidade.

Com vários espaços adaptados para receber pessoas com deficiência, a cidade abriga diversas atrações inclusivas, capazes de proporcionar diversão para todos.  Listamos, junto com  a Fundação Dorina Nowill para Cegos, 10 espaços culturais acessíveis para você aproveitar São Paulo. Confira!

1) Auditório do Ibirapuera

Créditos: Felipe Lange Borges

Espaço projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 2005, o Auditório localizado no Parque do Ibirapuera possui entrada acessível e quatro banheiros adaptados. Existem rotas de acesso às salas, elevador com botoeiras internas, aviso sonoro para indicação de andares e sinalização em braille para cegos. Além disso, são reservados 14 lugares para pessoas em cadeira de rodas com acompanhante. Mais informações em aqui.

2) Biblioteca Parque Villa-Lobos

Créditos: BVL

A Biblioteca Villa-Lobos é uma das mais acessíveis de São Paulo. Inaugurada em 2014, ela conta com livros em braille, áudio e computadores adaptados, além de uma programação mensal diversificada que reúne atividade de interesse para todos os públicos. Mais informações aqui.

3) Centro Cultural São Paulo

Créditos: Mix Brasil.Org

O Centro Cultural São Paulo é um dos primeiros centros culturais multidisciplinares do país. O local abriga um conjunto de espaços expositivos, teatros, cinemas e bibliotecas como a Louis Braille, idealizada por Dorina Nowill. As atividades oferecidas pelo centro oferecem intérprete de libras em espetáculos, material em braille e áudio, banheiro adaptado, entrada e rotas acessíveis. Mais informações aqui.

4) Centro de Memória Dorina Nowill

Créditos: Site Fundação Dorina Nowill

Fundado em 2002, esse é o primeiro museu brasileiro a considerar a cultura da deficiência visual como patrimônio histórico. Nele, é possível conhecer de perto o legado de Dona Dorina, além de uma série de objetos históricos, como a pauta braille e o primeiro aparelho de livro falado. Mais informações aqui.

5) Cinesesc

Créditos: Sesc

E que tal beber um drink enquanto assiste um filme? Conhecido por ser o único cinema com bar, o Cinesesc tem bilheteria, entrada e rotas acessíveis, banheiros adaptados e sinalização própria para pessoas com deficiência visual. Mais informações aqui.

6) Museu de Arte Sacra

Créditos: divulgação

Instalado em 1970, o Museu expõe permanentemente objetos religiosos cujo valor estético ou histórico recomende a sua preservação. Oferece intérpretes e educadores fluentes em libras (Língua Brasileira de Sinais), banheiros adaptados, profissionais especializados para o atendimento ao público com deficiência intelectual, percurso tátil, material em braille, entre outros. Mais informações aqui.

7) Museu do Futebol

Créditos: divulgação

Essa é a dica para quem curte futebol! Localizado no Pacaembu, o Museu do Futebol foi inaugurado em 2008 dispõe de recursos como escadas rolantes, elevadores, piso podotátil, cadeira de rodas, além de audioguias, maquetes táteis, materiais sensoriais e em braille. Mais informações aqui.

8) Pinacoteca

Créditos: Art Ref

A Pinacoteca é o museu mais antigo da cidade de São Paulo! Fundada em 1905, o local conta com um amplo acervo e programação diversificada. Um exemplo é a Galeria Tátil, inaugurada em 2009 com a presença de Dorina Nowill. Mais informações aqui.

9) Roteiro pelo Centro Histórico

Créditos: Luiz Aymar/Dedoc Abril

E que tal conhecer o centro histórico da capital paulista? São Paulo Turismo criou algumas sugestões de roteiros temáticos autoguiados que trazem opções criativas de passeios para viver e explorar a cidade em diferentes perspectivas. Entre eles, o Roteiro de Arquitetura pelo Centro Histórico, que contém versões em audioguia e em audiodescrição. Mais informações aqui.

10) Sala São Paulo

Créditos: divulgação

Uma das mais modernas e equipadas salas de concerto do mundo, a Sala São Paulo foi projetada em 1925. Mais de 70 anos depois, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assumiu seu controle para transformá-la no Complexo Cultural Júlio Prestes, restaurado e inaugurado em 1999.

Atualmente, além de concertos, o local disponibiliza acervo nos formatos digital, braille, áudio, além de profissionais guias-vidente, intérpretes de libras e especializados no atendimento ao público com deficiência intelectual. Há também entrada acessível, banheiros adaptados e lugares reservados. Mais informações aqui.

Curtiu nossas dicas? Se você quer saber mais dicas sobre o que fazer na cidade, acesse aqui.

MC THA realiza showcase na SIM São Paulo


Créditos: Jr Franch


A Semana Internacional de Música de São Paulo realiza a sua sétima edição entre 4 e 8 de dezembro de 2019, tendo como base o Centro Cultural São Paulo. Mais uma vez, os números do evento, que é o maior encontro do mercado da música da América Latina, são superlativos.

Os participantes podem esperar por mais de 90 painéis na Conferência, além de reuniões, encontros e coquetéis de Networking & Business. Também compõem a programação mais de 400 apresentações ao vivo – divididas entre os showcases diurnos, que rolam na Sala Adoniran Barbosa, no CCSP; e noturnos, cuja experiência se espalha por mais de 45 palcos da capital paulista, mostrando a diversidade da música contemporânea global e suas tendências para os próximos anos. A PRO-BADGE para a SIM São Paulo já está à venda (acesse aqui).

Em 2019, a SIM São Paulo começa antes –para quem garantir a sua PRO-BADGE com antecedência – por meio da PRO-AREA Virtual, que funciona como uma comunidade digital para profissionais da música do mundo todo.

A cada ano, a SIM São Paulo aponta tendências da indústria e incentiva o questionamento e a articulação de novas estratégias para a cultura, estimulando a formação de redes de apoio e parcerias para fortalecer o mercado. Em dezembro, a cidade de São Paulo se transforma na capital internacional daqueles que movimentam este meio. São esperadas mais de 40 mil pessoas circulando pelo evento ao longo dos seus 5 dias.

Confira os horários e atrações dos showcases diurnos da SIM São Paulo:

05/12 – quinta

15h00 – Ziminino (BA)

O Ziminino foi criado a partir do espírito de vanguarda da dupla Rafa Dias (Àttøøxxá) e Ricô Bass (OQuadro), com a colaboração do produtor da cena afro-eletrônica dos USA, Chief Boima. O afropop da dupla reflete a produção musical urbana e contemporânea da Bahia.

15h40 – Jéssica Caitano (PE)

Artista multifacetada pernambucana traz sonoridades e referências do sertão nordestino para suas letras e músicas. Seu conhecimento profundo do folclore da região unido a elementos eletrônicos constroem seu rap repente.

16h20 – Forró Red Light (DF)

Bases eletrônicas são o ponto de partida desse projeto do Distrito Federal. Geninho Nanacoa e Ramiro Galas promovem a releitura dos ritmos mais tradicionais e dançantes da música brasileira para criar um arrastá pé do futuro.

17h00 – ELSZ (Austrália)

Criada entre o Sri Lanka e a Austrália, ELSZ une aspecto emocionais e espirituais em sua música. Suas experiências com racismo, violência de gênero e uma guerra resultam em uma sonoridade que transita entre um Avant-pop emocional e um R&B experimental.

17h40 – MC Tha (SP)

A artista da Cidade Tiradentes (Zona Leste de São Paulo) promove um diálogo entre a música popular e o funk. Lançou seu primeiro álbum, Rito de Passá, passeando com sua voz delicada e batidas envolventes por suas lembranças mais íntimas e vasta bagagem musical.

18h20 – BRVNKS (GO)

Elementos do indie e do punk rock aliados a vocais suaves marcam o trabalho de Brvnks. Ela chamou atenção com seu primeiro EP, circulando por palcos e festivais do Brasil. Em 2019, lançou o álbum de estreia, Morri de Raiva, mantendo seu tom irreverente e agridoce.

19h00 – BandAdriatica (Itália)

A sonoridade alegre da BandAdriatica mescla diferentes línguas e elementos do mar Mediterrâneo e tradições do sul da Itália. Com pesquisa nas matrizes musicais da Albânia, Macedônia, Croácia, Sérvia e Norte da África, criam uma música poderosa e dançante.

19h40 – Conexão Diáspora (SP)

Os MC’s Alomia (Colômbia), SJota (Brasil), Bixop (EUA) e Kunta Kinte (Senegal) misturam a bagagem cultural que trazem de seus países de origem para criar a sonoridade energética e atual do grupo. Com 3 single lançados, preparam o primeiro disco para o início de 2020.

20h20 – Romero Ferro (PE)

O cantor e compositor pernambucano acumula mais de 2 milhões de plays digitais com sua música contagiante. Lançou recentemente o seu segundo álbum, o FERRO: um mergulho no pop e no universo do brega e do new wave.

21h00 – Rosa Neon (MG)

Formado em 2018 com a missão de lançar 8 videoclipes em 8 meses, o grupo conquistou público cativo com seu repertório extrovertido e sonoridade pop. Com disco homônimo recém-lançado, os mineiros têm marcado presença em festivais e palcos de todo o Brasil.

06/12 – sexta

15h00 – Aiza (Canadá)

Com influências de R&B, soul, funk, afro-pop e presença de palco explosiva, a canadense arrebatou público e crítica, cantando em inglês e francês. Aiza também é atriz e comediante e em breve estará no seriado original Netflix Jupiter’s Legacy.

15h40 – Guitarrada das Manas (PA)

O duo paraense une o experimentalismo instrumental à sonoridade regional. Com Beá, nos sintetizadores e programações, e Renata Beckmann, na guitarra, o projeto é pioneiro por se aventurar na guitarrada que era, até então, um gênero dominado por homens.

16h20 – Rodrigo Alarcon (SP)

O artista funde samba, rock, baião e outros ritmos brasileiros cantando a simplicidade do cotidiano. Seu vídeo de estreia, “O lado vazio do sofá”, viralizou no YouTube e levou o artista a festivais e palcos de todo o Brasil com o EP de estréia, Parte.

17h00 – Josyara (BA)

O toque marcante do violão é o fio condutor da música da cantora e compositora nascida em Juazeiro, no interior da Bahia. Josyara concilia ruídos a calmaria com seu olhar sensível sobre o cotidiano, sua vivência na metrópole e memórias do sertão.

17h40 – Bia Ferreira (SE/RJ)

Embaladas por jazz, blues e soul, suas canções querem educar e conscientizar o público. Acaba de lançar o primeiro disco Igreja Lesbiteriana: Um Chamado em que manifesta seu propósito de vida: nunca se calar frente à opressão.

18h20 – Pedro Mafama (Portugal)

Pedro Mafama aproxima a tradição do fado ao kuduro, à kizomba, ao reggaeton e ao trap mais sombrio. O amplo radar e poder de fusão do artista traduzem-se em originalidade e incendeiam apresentações ao vivo.

19h00 – Selo Trava Bizness (SP)

Idealizada pela artista Malka, a gravadora Trava Bizness é a primeira focada em artistas transsexuais. O selo traz a diversidade da música queer em estilos que vão da mpb ao rap com as muitas cores que permeiam a produção cultural da comunidade transvestigênere.

19h40 – Yorka (Argentina)

O projeto musical das irmãs Daniela e Yorka Pastenas converte intimidade em canções, com melodias dançantes e baladas folk. Letras potentes aliadas às vozes harmoniosas da dupla, fazem de cada show uma experiência única.

20h20 – Jonathan Ferr (RJ)

O pianista mistura jazz, neo soul, hip hop e eletrônico rompendo as estruturas do jazz tradicional. Lançou em 2019 o álbum Trilogia do Amor, que rapidamente chamou atenção e colocou seu urban jazz em line-ups importantes como o Rock In Rio 2019.

21h00 – Luedji Luna (BA)

Luedji Luna reúne sonoridades como MPB, ritmos africanos e jazz, com letras que abordam a identidade afrobrasileira. A artista tem conquistado plateias no Brasil e no exterior, com passagem por eventos internacionais como SXSW e Brasil Summerfest NY.

07/12 – sábado

15h00 – Julieta Laso (Argentina)

A voz magnética e envolvente da artista dialoga com repertórios de tangos e milongas. E seu trabalho solo, Julieta, que fez parte da Fernández Fierro Typical Orchestra, moderniza a tradição com letras relacionadas à diversidade e flerta com o underground de Buenos Aires.

15h40 – Throes + The Shine (Portugal)

O Throes + The Shine traz sua mistura kuduru, rock, eletrônica, R&B, hip hop e disco. Com raízes angolanas e residência no Porto, o grupo se destaca pela vitalidade e surpreende pela performance efusiva e singular no palco.

16h20 – Saskia (RS)

Compositora, produtora e DJ, Saskia tem uma sonoridade difícil de classificar. Usando samples, beats, instrumentos e pedais, a gaúcha canta sobre as angústias da cidade e tem arrancado elogios com seu recém-lançado disco de estreia, Pq.

17h00 – Taco de Golfe (SE)

O jovem trio de rock instrumental Taco de Golfe vem de Aracaju com referências que vão do jazz ao math rock. Com 2 EPs e 1 álbum lançados, a banda tem circulado em turnês autogeridas por todo o Brasil e colhido elogios por sua performance vigorosa.

17h40 – Nación Ekeko (Argentina)

Projeto solo de Diego Pérez (Tonolec) funde melodias ancestrais, vozes xamânicas, novas tecnologias e instrumentos pré-colombianos. Ao vivo, interage com outras linguagens artísticas, como pintura, dança e projeções, em uma experiência sensorial única.

18h20 – Glue Trip (PB)

A banda paraibana mistura elementos do dream pop, rock psicodélico e eletrônica em músicas cantadas em inglês. O projeto coleciona números sólidos nas plataformas digitais, tem passagem por diversas regiões do Brasil e se prepara para explorar o mercado externo.

19h00 – Hot e Oreia (MG)

O duo Hot e Oreia foge do óbvio e apresenta o rap psicodélico de seu álbum recém lançado, Rap de Massagem. Com sátiras ao governo atual e inspirando sentimentos e ancestralidade, a dupla mineira desponta como revelação da nova cena hip hop brasileira.

19h40 – Zulu Zulu (Espanha)

O Zulu Zulu traz de Maiorca melodias pop, com toques de rock progressivo, psicodelia e ritmos africanos tradicionais. A sonoridade inusitada dos espanhóis, que cantam em uma língua própria, não deixa ninguém parada e indiferente durante seus shows.

20h20 – Sinta a Liga Crew (PB)

Com letras de luta contra o machismo e o preconceito, o grupo busca fortalecer e potencializar a visibilidade da produção feminina no hip-hop. Dance hall, reggae, reggaeton e pitadas de samba e MPB fazem parte da receita das paraibanas.

21h00 – Terno Rei (SP)

Terno Rei traz uma sonoridade indie com influência pop no álbum Violeta, lançado pela Balaclava Records em fevereiro de 2019. Atualmente, o grupo leva suas canções de amor, conflitos existenciais e breves momentos de celebração a diversos palcos pelo país.

Serviço
SIM SÃO PAULO 2019
Local: Centro Cultural São Paulo + casas de shows
Data: 4 a 8 de dezembro
Programação: festa de abertura, showcases diurnos, programação noturna, conferência, networking & business, etc.
PRO-BADGE (credencial): R$ 250 (primeiro lote – até 30/09) / R$ 350 (segundo lote – até 30/11) / R$ 450 (terceiro lote – a partir de 01/12).
Adquira a PRO-BADGE: www.bit.ly/PROBADGESIM2019

Credenciados têm acesso livre à programação completa da SIM, respeitando as lotações dos espaços