‘Cidades Inteligentes 2’ encerra projeto com música ao vivo e muito mais!


Créditos: Acervo Numen Produtora


A arte urbana transforma espaços públicos em ambientes de socialização e exercício da cidadania – além de representar uma oportunidade de trabalho. E a segunda edição do projeto Cidades Inteligentes, realizado pela Numen Produtora, está aí para mostrar que essa é uma realidade possível. Para isso, a iniciativa realizou um bate-papo e oficinas.

Para encerrar o projeto em grande estilo, acontece um evento aberto a toda a comunidade no espaço transformado pelos alunos do projeto. O encontro, que acontece no dia 1º de abril, das 11h às 15h, na EMEF PREF. José Carlos de Figueiredo Ferraz, tem música ao vivo e microfone aberto para quem quiser dar seu depoimento.

O projeto ‘Cidades Inteligentes – 2a edição’ é uma ação cultural idealizada pela Numen Produtora. A execução em São Paulo conta com o patrocínio da Meta e apoio da EMEF Pref. José Carlos de Figueiredo Ferraz, mantido pela Secretaria Municipal de Educação, da Prefeitura de São Paulo. A iniciativa é realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo Federal.

Serviço
Cidades Inteligentes 2

Evento de encerramento do projeto (aberto ao público)
EMEF PREF. José Carlos de Figueiredo Ferraz – Rua Alexander Bain, 89 – Jardim Nordeste, São Paulo
Quando: 1º de abril, das 11h às 15h

Mostra XINGU 60 ANOS apresenta filmes raros e atuais com acesso gratuito


Créditos: Divulgação


De 1 a 12 de dezembro, a Mostra Ecofalante de Cinema promove a programação especial Xingu 60 Anos, com 31 filmes disponibilizados de forma online e gratuita. O evento marca as seis décadas de existência do Parque Indígena do Xingu, criado em 1961 para garantir a sobrevivência, melhores condições de vida e a posse da terra à população indígena da região e para preservar sua cultura, seus hábitos e suas crenças. À época a maior e mais importante reserva indígena brasileira, o parque foi uma iniciativa de sertanistas liderados pelos irmãos Villas-Bôas – Cláudio, Orlando e Leonardo.

A programação traz curtas, médias e longas-metragens, reunindo produções pioneiras realizadas a partir de 1932 até títulos finalizados em 2021 e ainda inéditos.

Destacam-se obras assinadas por cineastas consagrados – como Aurélio Michiles, Mari Corrêa, Maureen Bisilliat, Paula Gaitán e Vincent Carelli – ao lado de trabalhos recentes de realizadores indígenas originários da região do Xingu, como Takumã Kuikuro, que estreia na mostra dois novos títulos, e Kamikia Kisêdjê.

Créditos: Divulgação

Os filmes e demais atividades podem ser acessados gratuitamente através do site do evento, sendo parceira a plataforma Cultura em Casa.

FILMES

Coprodução entre a França, Brasil e Bélgica, “Raoni” (1978) foi indicado ao Oscar de melhor documentário (em sua versão norte-americana, com locução de Marlon Brando). Na versão brasileira, com a voz de Paulo César Pereio, conquistou quatro premiações no Festival de Gramado, incluindo a de melhor filme. É esta a versão exibida na mostra. A obra acompanha a luta do cacique Raoni pela preservação do Parque Nacional do Xingu, ameaçado por grileiros, caçadores e madeireiras. O longa-metragem foi filmado clandestinamente no Parque Nacional do Xingu no princípio de 1975, durante a ditadura militar brasileira. A direção é assinada pelo cineasta e escritor belga Jean-Pierre Dutilleux (de “Amazon Forever” e “Une Histoire Amazonienne”) e pelo fotógrafo e montador brasileiro Luiz Carlos Saldanha. Na mostra, o filme é exibido em cópia recentemente digitalizada em resolução 4K, que oferece a maior qualidade de imagem.

Da fotógrafa Maureen Bisilliat, que foi parceira dos irmãos Villas-Bôas, a programação exibe “Xingu/Terra” (1981), um retrato do cotidiano de uma aldeia do grupo indígena Mehinaku, no Alto Xingu, contemplado com dupla premiação no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Plantação, pesca, cerâmica, a preparação da tinta de urucum, a modelagem da cerâmica doméstica, o relacionamento entre pais e filhos e o cerimonial de casamento são alguns dos aspectos abordados na obra. Inglesa radicada no Brasil, Bisilliat fez uma série de viagens ao Xingu, tendo lançado em 1979, em coautoria com os irmãos Cláudio e Orlando Villas-Bôas, o livro “Xingu: Território Tribal”. Segundo especialistas, ela desenvolveu um dos mais sólidos trabalhos de investigação fotográfica, focalizando temas como os sertanejos e indígenas.

Em “O Brasil Grande e os Índios Gigantes” (1995), o cineasta Aurélio Michiles (dos longas-metragens “O Cineasta da Selva” e “Tudo por Amor ao Cinema”) narra a saga da tribo Krenakarore (também conhecidos como Panará) e retrata a violenta mudança no destino dos indígenas após seu contato com os homens brancos. A obra inclui depoimentos do antropólogo Darcy Ribeiro e do economista Roberto Campos. Participam ainda os sertanistas Orlando e Cláudio Villas-Bôas, os primeiros brancos a entrarem em contato com os Krenakarore. O filme é uma produção do ISA – Instituto Socioambiental.

Até hoje inédito comercialmente no Brasil, “Uaka” (1988) documenta delicadamente o universo e os movimentos de um dos rituais mais famosos dos povos indígenas xinguanos, o Kuarup. Premiado no Festival de Amiens (França), a obra marcou a estreia na direção de longas-metragens de Paula Gaitán, realizadora homenageada em 2021 pela Mostra de Cinema de Tiradentes. Viúva do cineasta Glauber Rocha, Gaitán dirigiu longas como “Diário de Sintra” e “Exilados do Vulcão” – este último vencedor do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Dirigido por Daniel Solá Santiago (de “Família Alcântara”) e exibido no festival É Tudo Verdade, “Coração do Brasil” (2012) reúne três integrantes da expedição que demarcou o centro geográfico do Brasil em 1958 – o explorador Sérgio Vahia de Abreu, o documentarista Adrian Cowell e o cacique Raoni. Eles revisitam aldeias, reencontrando personagens e verificando a condição dos indígenas passados 50 anos da criação do Parque Indígena do Xingu.

Curta-metragista e documentarista premiado em festivais como Havana e Brasília, o cineasta Nilson Villas-Bôas promove em “O Último Kuarup Branco” (2008) uma reavaliação do Parque Indígena do Xingu após 50 anos de sua criação. Na obra, os indígenas mais velhos ainda não esqueceram as terras originais, que deixaram para trás, e alguns querem voltar às suas antigas origens.

Estão presentes em Xingu 60 Anos obras pioneiras, assinadas por Luiz Thomaz Reis, Jesco von Puttkamer e Heinz Forthmann. O documentário silencioso “Ao Redor do Brasil”, de 1932, reúne os principais registros do major Luiz Thomaz Reis (1878-1940) em suas incursões pelo interior das Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, entre 1924 e 1930, acompanhando diferentes episódios do projeto militar-científico-civilizatório conhecido como Comissão Rondon.

Fotógrafo e cineasta de origem alemã, Heinz Forthmann (1915-1978) produziu uma obra que situa-se entre as mais importantes do cinema etnográfico brasileiro. Integrou a equipe de Expedições do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) que, a partir de 1942, registrou imagens preciosas do interior do Brasil e dos povos indígenas do país. Com destaque para sua bela fotografia em cores, “Kuarup”, filme que realizou em 1966 e integra a programação, documenta o ritual homônimo dedicado aos mortos ilustres.

Considerado um dos precursores da antropologia visual no Brasil, o cineasta e fotógrafo Jesco von Puttkamer (1919-1994) dedicou grande parte da sua vida à produção de um dos maiores acervos audiovisuais existentes sobre os povos indígenas brasileiros. A programação inclui três títulos do realizador, um deles inédito no Brasil: “O Destino das Mulheres Amazonas” (1960, inédito no Brasil), sobre a lenda das amazonas e como essas mulheres e seus costumes podem ter sobrevivido em outras tribos da região. Já “Contato com uma Tribo Hostil” (1965) documenta os primeiros contatos dos irmãos Villas-Boas com os indígenas Txicão (Ikpeng) em 1965. “Incidente no Mato Grosso” (1965), por sua vez, focaliza a transferência do grupo indígena Kaiabi para o Parque do Xingu. Está programado ainda “Bubula, o Cara Vermelha” (1999), documentário sobre Jesco von Puttkamer dirigido por Luiz Eduardo Jorge, que narra sua trajetória histórica durante quatro décadas e foi premiado no Festival de Brasília e no Cine-PE | Festival Audiovisual (Recife), entre outros eventos.

Grande homenageado na terceira edição da Mostra Ecofalante de Cinema, em 2014, Washington Novaes (1934-2020) foi um jornalista que tratou com especial destaque os temas de meio ambiente e culturas indígenas. Em “Xingu – Terra Ameaçada”, série de 2007, cujo primeiro episódio é exibido na mostra, ele revisita a região do Xingu, na qual havia realizado outra série documental, “Xingu – Terra Mágica”, na década de 1980, e encontra os mesmos grupos indígenas anteriormente retratados, só que agora sofrendo com a pressão do desenvolvimento econômico.

Créditos: Divulgação

Xingu 60 Anos exibe seis produções do Vídeo nas Aldeias, projeto criado em 1986 que utiliza recursos audiovisuais para fortificar a identidade dos povos indígenas e sua cultura. O grande destaque é “Itão Kue-gü – As Hiper Mulheres” (2011), dirigido por Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro. A obra venceu o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, foi premiada no FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental (Goiás) e nos festivais de Brasília e Gramado, além de ter sido selecionado para eventos internacionais prestigiosos, como os festivais de Roterdã, Bafici-Buenos Aires e World Cinema de Amsterdã. O longa focaliza o maior ritual feminino da região do Alto Xingu.

Também oriundos do mesmo projeto são “Kiarãsâ Yõ Sâty – O Amendoim da Cutia” (2005, eleito melhor documentário na Jornada Internacional de Cinema da Bahia e no forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte), de Paturi Panará e Komoi Panará, sobre a colheita do amendoim e o cotidiano em uma aldeia Panará; “Imbé Gikegü – Cheiro de Pequi” (2006), de Takumã Kuikuro e Maricá Kuikuro, que explica, com muito humor, porque o pequi tem cheiro forte, segundo a lenda Kuikuro; e “Kîsêdjê ro Sujareni – Os Kisêdjê Contam a Sua História” (2011), de Kamikia Kisêdjê e Whinti Suyá, reunindo narrativas sobre os primeiros contatos com o homem branco e a história recente do povo Kîsêdjê.

Co-dirigido por Mari Corrêa – que tem outros três filmes no evento – e Vincent Carelli (dos longas “Corumbiara” e “Martírio”), “De Volta à Terra Boa” (2008) narra a trajetória do grupo indígena Panará, do desterro ao reencontro com seu território original. A narrativa parte do primeiro contato com o homem branco, em 1973, passa pelo exílio no Parque Indígena do Xingu e chega até a luta e reconquista da posse de suas terras. A produção venceu dois prêmios na Mostra Internacional do Filme Etnográfico (Rio de Janeiro).

Da cineasta Mari Corrêa, a programação apresenta outras três realizações. “Pïrínop: Meu Primeiro Contato” (2007, codirigido com Karané Ikpeng) traz as lembranças do primeiro contato dos indígenas Ikpeng com o homem branco, o exílio, a terra abandonada, o desejo e a luta pelo retorno. Já “O Corpo e os Espíritos” (1996) relata o encontro entre duas visões opostas da saúde, com médicos e pajés tentando conciliar medicina moderna e xamanismo. Por sua vez, “Para Onde Foram as Andorinhas?” (2015) alerta sobre as mudanças climáticas e o crescente calor, que prejudicam as árvores, queimam a floresta, calam as cigarras e estragam os frutos da roça. O filme, co-realizado com o ISA, foi exibido na Conferência do Clima em Paris (COP 21).

Também integra a programação o filme “Yarang Mamin” (2019), uma corealização do Instituto Catitu e do Instituto Socioambiental (ISA) dirigida pelo cineasta Kamatxi Ikpeng. O documentário retrata o dia a dia de mulheres que formaram um movimento para coletar sementes florestais, um trabalho que possibilitou o plantio de cerca de 1 milhão de árvores nas bacias do Rio Xingu e Araguaia.

Do cineasta Takumã Kuikuro, codiretor de “Itão Kue-gü – As Hiper Mulheres” e “Imbé Gikegü – Cheiro de Pequi”, o evento promove a estreia de dois trabalhos inéditos. “Kukuho – Canto Vivo Wauja” (2021) focaliza um músico, contador de histórias e líder da comunidade Waujá do Xingu que tenta preservar e compartilhar a música tradicional do seu povo. “Território Pequi” (2021) mostra como o pequi se tornou símbolo de vasto patrimônio cultural e genético. Membro da aldeia indígena Kuikuro e atualmente vivendo na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu, Takumã Kuikuro recebeu em 2017 o prêmio honorário Bolsista da Queen Mary University of London. Foi, em 2019, o primeiro jurado indígena do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Outros três filmes são dirigidos ou codirigidos pelo cineasta Kamikia Kisêdjê. “A Última Volta do Xingu” (2015, de Kamikia Kisêdjê e Wallace Nogueira) expõe os arrasadores impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte sobre os povos da Volta Grande do rio Xingu. Vencedor de menção honrosa na Mostra Ecofalante de Cinema, “Topawa” (2019, de Kamikia Kisêdjê e Simone Giovine) traz depoimentos de mulheres da Terra Indígena Apyterewa sobre os primeiros contatos com os homens brancos, enquanto confeccionam redes e cestas a partir da palmeira de tucum. “Wotko e Kokotxi, Uma História Tapayuna” (2010, de Kamikia Kisêdjê) conta a trágica história do povo Tapayuna, que, durante décadas, combateu a invasão de suas terras. No final dos anos 1950, com a intensificação da exploração da borracha na região, alguns brancos deram a eles carne envenenada, fazendo com que grande parte do grupo morresse. O filme aborda também o ressurgimento desse povo Tapayuna, com narração por um casal sobrevivente.

“A História da Cutia e do Macaco” (2012) é assinado por mulheres cineastas indígenas – Wisio Kayabi e Coletivo das Cineastas Xinguanas. A obra é baseada em uma história tradicional do povo Kawaiweté.

A programação de filmes completa-se com três títulos recentes. “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels” (2020), de Tiago Carvalho, reúne imagens inéditas do acervo do médico sanitarista Noel Nutels (1913-1973), que percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos, nunca deixando de registrar essas experiências com uma câmera de cinema. Multipremiada, a obra foi vencedora do prêmio de público de melhor documentário, menção especial do júri e prêmio dos estudantes no Festival de Biarritz.

Créditos: Divulgação

“Olhares Cruzados – Parque Indígena do Xingu 50 Anos” (2011), de João Pavese, tem como fio condutor depoimentos de indígenas e não indígenas sobre a história, dilemas e desafios da consagrada terra indígena, situada no coração do Brasil. Já em “O Segundo Encontro” (2019), a cineasta Veronique Ballot recupera os passos de seu pai, o repórter-fotográfico Henri Ballot, que integrou a expedição dos irmãos Villas-Bôas na qual se deu o primeiro contato entre homens brancos e indígenas Metuktire, no norte de Mato Grosso.

DEBATES

Com o objetivo de conhecer e entender melhor o Parque Indígena do Xingu – em que circunstâncias ele foi criado, o impacto da criação da primeira grande Terra Indígena demarcada pelo governo federal e os desafios que enfrenta – Xingu 60 Anos organizou três debates.

Debate 1: Parque Indígena do Xingu (PIX): Origens – 2/12, quinta-feira, às 18h00

Com André Villas-Bôas (antropólogo e secretário executivo do ISA – Instituto Socioambiental), Maiware Kaiabi (líder do povo Kaiabi) e Mekaron Txucarramãe (líder Kayapó e primeiro indígena a se tornar diretor do PIX), com mediação de Marina Kahn (presidente do Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena).

O encontro pretende contextualizar a decisão de criar o parque, o momento histórico em que esse projeto se concretizou e os obstáculos que os seus idealizadores tiveram que enfrentar.

Debate 2: Imagens do Xingu – 3/12, sexta-feira, às 18h00

Com Carlos Fausto (antropólogo e documentarista), Kamikia Kisêdjê (cineasta), Takumã Kuikuro (cineasta), Mari Corrêa (cineasta, fundadora e diretora do Instituto Catitu) e Vincent Carelli (indigenista, documentarista e fundador do projeto Vídeo nas Aldeias), com mediação de Flávia Guerra (documentarista e jornalista cultural).

O encontro promove uma conversa sobre a representação audiovisual dos povos indígenas da região do Xingu, desde a documentação dos cineastas – em sua maioria, estrangeiros – que acompanharam os irmãos Villas-Bôas em suas expedições, até o recente surgimento dos coletivos indígenas de cinema e sua apropriação do meio audiovisual e de sua própria representação.

Debate 3: O Xingu Hoje – 11/12, sábado, às 18h00

Com Douglas Rodrigues (médico sanitarista, do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo), Ianukulá Kaiabi Suyá (presidente da ATIX – Associação Terra Indígena Xingu), Ivã Bocchini (indigenista do ISA – Instituto Socioambiental e articulador dos planos de gestão territorial – TIX), Kátia Ono (articuladora comunitária e assessora técnica em manejo de recursos naturais e fogo do ISA – Instituto Socioambiental), Sofia Mendonça (médica sanitarista e coordenadora do Projeto Xingu, do Departamento de Medicina Preventiva, da Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo), Tapi Yawalapiti (professor, ex-vice-presidente do IPEAX – Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu ex-presidente do Conselho Local de Saúde Indígena do Alto Xingu do Pólo Base Leonardo Villas Bôas e liderança indígena) e Watatakalu Yawalapiti (liderança das mulheres indígenas do Alto Xingu), com mediação de Biviany Rojas (ISA – Instituto Socioambiental).

O debate coloca em discussão quais são as condições atuais de vida e manutenção do modo de vida dos povos indígenas – o Parque Indígena do Xingu está cumprindo a sua função original? Como os povos indígenas veem esse território hoje e a possibilidade de sua preservação diante dos muitos desafios?

Xingu 60 Anos é viabilizado através da Lei de Incentivo à Cultura e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC). Tem patrocínio do Mercado Livre, Colgate e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Conta com apoio da White Martins, Valgroup e Itaú. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Ministério do Turismo e do Governo Federal.

Mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema realizou sua 10ª edição nos meses de agosto e setembro últimos. A iniciativa, da ONG Ecofalante, tem direção de Chico Guariba.

SERVIÇO:

Xingu 60 Anos – programação especial da Mostra Ecofalante de Cinema

De 01 a 12 de dezembro de 2021

Online e gratuito

Acesso aos filmes e demais atividades pelos endereços www.ecofalante.org.br

Redes Sociais:

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Anitta participará de debate da Unesco

anitta-live

Créditos: Divulgação


A cantora Anitta participará do debate global ResiliArt, promovido pela Unesco e a Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (Cisac), nesta quinta-feira, às 9h, no site da Unesco. A transmissão será ao vivo, e aberta para perguntas do público, clique aqui.

A artista discutirá sobre soluções para as indústrias criativas em meio à maior paralisação de produtos e serviços culturais em décadas. O debate pretende traçar um panorama do setor artístico e os passos que deverão ser dados nas próximas semanas para voltar a pôr a roda da cultura para girar.

No evento virtual, a artista terá as companhias de lideranças mundiais no setor artístico, como Pascal Rogard, diretor-geral da Sociedade de Autores e Compositores Dramáticos (SACD), da França; Fouzia Saeed, diretora-geral do Conselho Nacional das Artes do Paquistão; Cheick Oumar Sissoko, secretário-geral da Federação Pan-Africana de Cineastas; Mohamed Saif Al-Afkham, presidente do Instituto Internacional de Teatro, representando nações árabes; Ferne Downey, presidente da Federação Internacional de Atores; e Jana Vozárová, diretora-geral da sociedade de autores Lita, da Eslováquia.

A live desta quinta-feira é a terceira grande ação do ResiliArt que, desde a sua estreia, em 15 de março, Dia Mundial da Arte, reuniu grandes nomes do audiovisual e da música, além de ministros da cultura de mais de 140 países para oferecer soluções e saídas para a enorme crise do setor cultural decorrente da paralisação da atividade econômica. A ideia é engrossar um documento-guia de ações que será enviado a legisladores e representantes governamentais de diferentes nações, a fim de mitigar os multimilionários prejuízos financeiros aos autores.

Após a transmissão ao vivo, a União Brasileira de Compositores (UBC) disponibilizará os melhores momentos no site da entidade.

” O Mau Exemplo de Cameron Post” terá pré-estreia seguida de debate em SP


Créditos: Divulgação / Pandora Filmes


Ganhador do Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance e finalista no Troféu Bandeira Paulista na Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, “O Mau Exemplo de Cameron Post”, de Desiree Akhavan, estreia dia 18 de abril. O filme, baseado no livro homônimo de Emily M. Danforth, é estrelado por Chloë Grace Moretz e tem ainda no elenco Jennifer Ehle, John Gallagher Jr. e Emily Skeggs.

Para o lançamento do longa em circuito comercial, a Pandora Filmes promove uma pré-estreia seguida de debate, na próxima quarta-feira (17/4), às 19h30. O evento, que acontecerá no Cine Belas Artes, terá como debatedores Alice Mello, da Harper Collins Brasil, responsável pela tradução e edição do livro em português, André Fischer, criador do Festival MixBrasil, Fernanda Soares, diretora de cinema e integrante do Canal das Bee, no Youtube, e a artista e documentarista, Mayara Afe. Ao final do evento, cervejas Império serão oferecidas aos espectadores. Ingressos à venda na bilheteria do cinema ou pelo site https://www.cinebelasartes.com.br/.

Créditos: Divulgação / Pandora Filmes

A história se passa na década de 1990 e acompanha a trajetória de Cameron, uma adolescente que foi enviada para um centro de “cura gay” depois de ser pega beijando outra garota. Vivendo com uma tia cristã desde a morte de seus pais, a menina passa a sentir dúvidas sobre sua identidade, e acaba se submetendo a uma terapia que supostamente a transformará numa adolescente heterossexual. Porém, é só quando está na clínica que ela vai descobrir mais sobre si mesma.

Enfrentando uma disciplina severa e métodos que supostamente a farão deixar de ser gay, Cameron terá em “Jane Fonda” (Sasha Lane) e Adam (Forrest Goodluck) duas pessoas em quem confiar, e de quem se torna mais próxima. Nenhum dos dois quer abrir mão de sua identidade, o que ajudará a protagonista a se aceitar como realmente é.

O filme teve uma ótima acolhida pela crítica desde sua estreia no Festival de Sundance. O The Hollywood Reporter apontou que a diretora “consegue performances complexas de seu elenco”, enquanto a Variety elogiou “a diversidade do grupo de adolescentes” do filme. Para o jornal inglês The Guardian, “o longa será importante para adolescentes gays por muitos anos”. Além do prêmio em Sundance, “O MAU EXEMPLO DE CAMERON POST” também foi premiado no Festival de cinema gay de Madri, o LesGaiCineMad, e levou dois troféus (um deles do público jovem) no Festival internacional de Valladolid, também na Espanha.

SERVIÇO
Sessão de “O MAU EXEMPLO DE CAMERON POST”, seguida de debate
Local: Cine Belas Artes – Rua da Consolação, 2423
Data: 17 de abril (quarta-feira)
Horário: 19h30
Preço: R$24,00 (inteira) / R$12,00 (meia) / R$12,00 (cliente Caixa)
Ingressos à venda na bilheteria do cinema ou pelo site https://www.cinebelasartes.com.br/

Peça “O Desmonte” vira livro e ganha temporada na Mário de Andrade


Créditos: Letícia Godoy


Apesar de jovem, Amarildo Felix chega à sua terceira publicação com o lançamento em livro do texto do monólogo O DESMONTE, que acontece no próximo dia 23 de março, sábado, a partir da 17 horas, na Biblioteca Mário de Andrade. Para comemorar, a peça volta em cartaz para uma curta temporada no mesmo espaço, de 23 a 31 de março, sempre às 19 horas, com ingressos grátis. A publicação do livro foi realizada por meio do II Edital de Publicação de Livros da Cidade de São Paulo.

O DESMONTE será lançado pela editora Patuá e, segundo o próprio autor, mais do que um texto de teatro, ele se encaixa numa categoria de poesia épica, já que a peça pode ser considerada um grande poema épico. A história trata do término de uma relação que anuncia a chegada de tempos tristes. A melancolia paira sobre um apartamento na cidade, onde um homem vive sozinho avesso a amigos e a visitas. No entanto, na madrugada de mais uma noite solitária, ele recebe uma visita inesperada: um rato aparece para destruir tudo e dar novo sentido à sua vida.

Além do lançamento do livro, outros dois bate-papos estão programados: no dia 23, após a apresentação Amarildo e Vitor conversam com o público sobre o processo de criação do espetáculo. E, no dia 30, Amarildo tem uma conversa sobre o texto com os críticos de teatro Kil Abreu e José Cetra, também após o espetáculo.

Créditos: Letícia Godoy

Processo em conjunto

O espetáculo surgiu da parceria que o autor e diretor Amarildo Felix firmou com o ator Vitor Placca na Escola de Arte Dramática – EAD/ECA/USP, que ambos frequentaram, com a montagem Danton.5, adaptação de A Morte de Danton, de Georg Büchner. Desde essa época, a dupla discutia muito – o meio teatral também, sobre um teatro cada vez mais autoral, em que atores também assumissem dramaturgia e direção.

Outra experiência de Amarildo acabou contribuindo para a criação de O DESMONTE: ele integrou o Núcleo de Dramaturgia Sesi British Council em 2014, quando escreveu Solilóquios, peça que também acabou sendo publicada (o seu primeiro livro, seguido de um outro título – SOTAQUE/SINTOMA – só poesias, pela Patuá). Enquanto isso, Vitor foi para o Centro de Pesquisa Teatral – CPT. Lá pode experimentar parte dos procedimentos criativos do ator desenvolvidos por Antunes Filho, tomando contato com seu método no ano de 2015. O desenvolvimento de uma dramaturgia do ator revelou-se o ponto central dessa experiência.

Foi juntando a experiência adquirida nesses dois espaços que a dupla se aprofundou nos conceitos experimentados para criar O DESMONTE, Desejosos do aprofundamento de tais experiências, a parceria de O Desmonte se efetiva pela experimentação de novas formas dramatúrgicas em diálogo com o processo criativo do ator, delimitando um jogo solo com o espectador.

A principal base de pesquisa para a construção da dramaturgia de O DESMONTE é a concepção de sujeito pela Psicanalise, mais especificamente a Psicanálise Francesa Lacaniana. Lacan (1901 – 1981) ao sentenciar para a imortalidade o aforismo “O inconsciente é estruturado como linguagem”, acabou por tirar de vez a Psicanalise do campo da Biologia e das Ciências Naturais colocando-a no âmbito das ciências humanas, mais especificamente no campo da Linguagem.

Créditos: Divulgação

De uma visita a uma peça

Amarildo conta que “a própria história de como surgiu a ideia para escrever a dramaturgia de O DESMONTE, daria uma boa peça para o teatro”. O dramaturgo faz uma visita ao apartamento do ator e se depara com a seguinte cena: móveis fora do lugar, produtos de limpeza espalhados pelos cantos e frestas, cheiro forte. O ator, de vassoura em mãos, diz estar procurando um rato, que vem assaltando a casa nas madrugadas. E assim nasceu a fagulha inicial que resultaria na escrita do espetáculo. A partir da imagem inicial – um Homem em um apartamento tentando capturar um rato – outras ideias e imagens, outras possibilidades dramatúrgicas, outras camadas de interpretação foram surgindo.

A dramaturgia de O DESMONTE é carregada intencionalmente de lirismo, pois a Poesia seja talvez a manifestação artística que mais bordeja os fenômenos para além da linguagem, dentre eles o amor.

A poesia em cena também aparece por meio do auxílio da iluminação e as projeções (assinadas por Thiago Capella), que ganham um papel fundamental para a cena, atuando como um elemento fundamental para o entendimento da história.

SERVIÇO

O DESMONTE

Lançamento do Livro – Dia 23 de Março, às 17 horas, na Biblioteca Mário de Andrade.

Temporada do espetáculo – De 23 a 31 de março, sábado e domingo, às 19 horas, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade. Ingressos – Grátis (distribuídos uma hora antes de cada apresentação). Duração – 55 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos.

Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – República. Telefone – (11) 3775-0002 / 0003. Capacidade – 115 lugares.

“Lugar de Escuta” faz temporada no Teatro do Núcleo Experimental


Créditos: Stephan Solon


Em cartaz desde 5 de fevereiro, o espetáculo “Lugar de Escuta” continua a temporada no Teatro do Núcleo Experimental, Barra Funda (SP), até 27 de março, às terças e quartas-feiras, às 21h. A peça é uma produção do Projeto M.O.T.I.M (Mulheres Organizadas por um Teatro em Infinito Movimento) em parceria com a Arina Entretenimento, e faz um importante debate sobre a mulher, o feminismo e a busca por lugares de fala, de expressões e de reflexões.

A peça, que tem em seu elenco somente mulheres dirigidas por Fabiana Tolentino, se adapta a cada apresentação. As cenas, com diversos lugares de fala, buscam trazer um panorama sobre as infinitas questões e percalços que ser mulher e feminista nos dias de hoje representa, sem deixar de falar das delícias, por isso é também uma celebração. No total, são 22 cenas inspiradas pelos 22 arcanos maiores do tarô, porém somente oito delas serão apresentadas por sessão. Essas cenas são selecionadas por um jogo de tarô com a seguinte pergunta: “Que peça de teatro a plateia de agora precisa assistir?” Sendo assim, a ausência de assuntos, de certa forma, também fala sobre eles.

Créditos: Stephan Solon

– Como esse projeto M.O.T.I.M é uma obra bastante aberta, nessa temporada temos mais atrizes em cena, uma reformulação na parte musical, cenas inteiramente novas e outras adaptadas. O Movimento é parte fundamental da existência desse projeto – diz Fabiana.

Além da peça, outra novidade de “Lugar de Escuta” é o espaço que, além dos palcos, traz uma exposição de obras de cinco artistas, especialmente criadas para o espetáculo, são elas: Beatriz Ghidalevich, Jessica Factor, Natalia Buell, Amanda Falcão e Mariana Rosa. A apresentação conta com painéis de quatro metros que são a união do trabalho de cinco jovens artistas da Belas Artes, e que em algum lugar de sua obra, abordam questões feministas.

Graças ao sucesso da primeira temporada, realizada no final de 2018, “Lugar de Escuta”, volta a ser exibida com novas apresentações no Teatro do Núcleo Experimental, na Barra Funda. A produção do espetáculo contou com o financiamento coletivo para a realização desta temporada.

Créditos: Stephan Solon

– A primeira temporada foi sensacional! Tivemos pessoas que assistiram mais de uma vez. Os depoimentos, sempre muito emocionados, falavam sobre a importância de se sentir em comunhão, mesmo estando da plateia. Tivemos momentos catárticos em nossa última sessão, como o depoimento de uma menina dizendo que a dinâmica da casa dela mudou desde que a mãe foi assistir à peça e também o momento em que uma espectadora sugeriu que todas as mulheres se levantassem e dessem as mãos, enquanto um outro dizia: “Ninguém solta a mão de ninguém”. Só de lembrar fico arrepiada – finaliza Fabiana.

Serviço

Lugar de Escuta

Temporada de 05/02 a 27/03

Terças e Quartas, 21h

Teatro do Núcleo Experimental

Rua Barra Funda, 637

65 lugares

Classificação: livre

Gênero: livre

Abertura da Bilheteria às 20h

Venda antecipada: motim.ingressos@gmail.com