Todos os anos nossos ouvidos são surpreendidos com os hits do verão. Músicas simples com repetidas batidas ou refrãos que acabam por dominar rádios, lares, caixas de sons em lojas e festas.
Sempre é assim! A campanha tem inícios no fim do ano, geralmente no mês de dezembro. Nas festas de réveillon alguém há de cantar. A mídia se encarrega do resto e espalha aos quatro ventos. Com a proximidade do carnaval o refrão e o toque da música já está presente em todo o lugar. Impossível alguém não ter escutado.
Com tom de brincadeira e sentido muitas vezes sensual, tivemos nos últimos anos “Rebolation, “Lepo lepo”, “Minha mulher não deixa não”, “Ai, se eu te pego” e “Que tiro foi esse?”, só para mencionar alguns. A bola da vez, em 2019 é “O nome dela é Jennifer”, de Gabriel Diniz, que com certeza, todo mundo já deve ter ouvido, se não a música, a frase título.
A história canção traz um rapaz explica ao que parece ser uma ex-namorada, que conheceu uma mulher num aplicativo de relacionamento, chamada Jennifer. O clipe, que traz a atriz Mariana Xavier a interpretar Jennifer, viralizou na internet, surgindo muitos memes, a partir de então, impulsionando a música a alcançar o 1º lugar do Spotify e o topo das rádios em todo o Brasil.
Uma ratinha chamada Jennifer
Diferentemente da Jennifer do hit da Gabriel Diniz, o monge beneditino, Dom João Baptista Barbosa Neto, do Mosteiro de São Bento de São Paulo, apresenta uma outra Jennifer, que está em busca de outro relacionamento. Ela está muito mais preocupada com sua alma e só encontrou refrigério no regaço de Deus.
Em “As peripécias de Jennifer” o monge usa como mote a questão da conversão da alma, utilizando-se da dicotomia luz e trevas. Ele diz que como a ratinha, muitos de nós devemos sair do buraco para nos encontrarmos. A luz pode nos revelar quem realmente somos. O livro conta esta história que todo mundo vai amar. Um drama repleto de espiritualidade numa roupagem lúdica. É assim que ele define o enredo da história desta ratinha que já é conhecida de muitos pelo facebook.
A publicação da Edições Fons Sapientiae, um selo da Distribuidora Loyola, tem 25 capítulos distribuídos em 176 páginas repletas de ilustrações da ratinha e de sua vida no mosteiro.
Dom João Baptista é bibliotecário do mosteiro onde vive no Centro de São Paulo. Este universo em meio aos livros o ajudou a elaborar a história, que tem um capítulo dedicado à biblioteca.
Ele lembra que a obra, embora tenha seu teor lúdico divertido, não é destinada às crianças, mas sim aos adultos, pois há muitos ensinamentos complexos e difíceis de as crianças compreenderem. Mas ao mesmo tempo, o livro oferece a possibilidade de os pais ou qualquer adulto de recontar para os pequenos, podendo ser esta a oportunidade de cada um contar esta história a seu jeito.
Pode ser que alguns se interessem por esta Jennifer. Podemos ter certeza que diferentemente do hit passageiro do verão, esta história nos dê um significado mais profundo, podendo até transformar a vida de alguém. Pode ser que nos identifiquemos com esta Jennifer, que como bem nos lembra a cantora católica, Ziza Fernandes no prefácio da obra, Jennifer é cada um de nós.