Kobra Auto Retrato estreia nos cinemas no dia 17/11

Créditos: divulgação

Créditos: divulgação


Sem dormir a noite toda, angustiado, Kobra pensa em sua vida, da periferia de São Paulo à fama mundial, os acontecimentos se desenrolam entre a realidade e o sonho.

Kobra é um dos artistas de rua mais famosos do mundo. Possui pinturas nas ruas de mais de 30 países. KOBRA AUTO RETRATO conta a sua história, desde sua infância difícil na periferia de São Paulo fazendo grafiti nas ruas ilegalmente, até pintar mais de 50 murais em Nova York, um artista de sucesso internacional.

Ao explorar sua vida e intimidade, o documentário levanta as questões da violência nas ruas e do preconceito no Brasil. Ao revelar a luta de Kobra como um artista singular, representando tantos artistas, passamos a entender a arte de rua como uma voz política democrática e poderosa.

Nota da Diretora Lina Chamie

Eduardo Kobra não é uma pessoa fácil, por isso não foi tarefa fácil fazer um filme sobre ele. Quando damos uma primeira olhada em seu trabalho, ele pode não parecer o artista mais intrigante. Por ser um tanto tímido, como ele mesmo diz, resiste a se revelar. Foi exatamente isso que exploramos como principal material para contar sua história e arte. KOBRA AUTO RETRATO propõe uma viagem na noite, na alma do artista, pois é na relutância em se expor que ele se revela do avesso. Demorou um pouco para ganharmos sua confiança e trabalhamos juntos o máximo que pudemos.

O filme é um híbrido entre documentário e ficção, entre realidade e sonho, acontece no reino sombrio da insônia. Ao mesmo tempo, pode-se dizer, é um filme “urgente” pelas questões que seu trabalho levanta, desde as preocupações ambientais e a destruição da Floresta Amazônica, o racismo, os maus-tratos aos animais, o extermínio da população indígena e a indústria e a política das armas.

KOBRA AUTO RETRATO é um filme que mostra as lutas e a emancipação de um artista. Vemos como ele supera as dificuldades e ganha força e voz própria através do conhecimento do privilégio e da responsabilidade de estar nas ruas levando uma mensagem ascendente de esperança em tempos sombrios.

Eduardo Kobra lança “Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19”


Créditos: Airton Gontow


O conhecido muralista Eduardo Kobra inaugurou na última quinta-feira, 6 de maio, o mural “Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19”, feito inicialmente em uma tela, no ano passado. O mural de 28 metros de largura por 7 metros de altura, fica na rua Henrique Schaumann, em frente à Igreja do Calvário (na esquina com a rua Cardeal Arcoverde), na zona Oeste de São Paulo. Kobra retrata crianças de cinco religiões – Islamismo, Budismo, Cristianismo, Judaísmo e Hinduísmo. A obra traz uma mensagem de fé e de esperança, ao mesmo tempo em que lembra as vítimas do Covid-19 e destaca a importância da Ciência, simbolizada pelo fundamental uso de máscaras. “Da mesma forma que Deus deu ao homem o dom da arte, também dotou o ser humano da capacidade da produzir Ciência. Por isso não há qualquer contradição em acreditar em Deus e, também, seguir as recomendações dos especialistas no combate ao Covid-19”, diz o muralista, que trabalhou no mural durante 20 dias, atrás de tapumes, para evitar aglomerações.

Estiveram presentes, além de Kobra, representantes das cinco religiões e de convidados de diversas outras religiões. Os líderes religiosos fizeram orações voltadas às vítimas do Covid-19 e também destacaram a importância da ciência, além da fé. Participaram do evento Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo da Arquidiocese de São Paulo; o padre Norberto Donizete Brocardo, da Paróquia São Paulo da Cruz (Calvário); o padre Leudes Aparecido de Paula, superior provincial dos passionistas; Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP), o monge Ryozan, sensei na comunidade Zen Budista; o sheik Jihad Hammadeh, vice-presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas (acompanhado da esposa, Nadia Hussein, diretora do Instituto Cinco Pilares); Sri Prem Baba, mestre espiritual e herdeiro da linhagem de yogues indianos Sachcha; pastor Gustavo Schmitt, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB); Iyalorixa Carmen de Oxum (Mãe Carmen de Oxum) e o Babalorixá Karlito de Oxumarê, sacerdotes do Ilê Olá Omi Ase Opo Araka, do Candomblé. Foi colocada por Kobra, no lado direito do mural, uma caixa para que as pessoas deixem bilhetes com pedidos, agradecimentos e orações.

Créditos: Bráulio Costa Couto

“Ao longo da história, a Humanidade, alquebrada pelo sofrimento, ao mesmo tempo que, pela fé, procura o seu sentido, pela inspirada ciência, busca a sua superação. Este singelo painel, de autoria do renomado artista Eduardo Kobra, acentua o altruísmo de homens e mulheres que se unem, no mundo inteiro, para minimizar tanta dor, tanta morte e tanto pranto. O Covid-19 traz uma dor que flagela a humanidade, exige uma resposta da ciência e ao mesmo tempo lança um apelo às nossas religiões. Entre as vozes dissonantes da incerteza, a humanidade pela Fé e Ciência, se alia à arte que, no seu simbolismo, comunica o anseio mais profundo de nossa alma, de uma Terra sem males. As expressões religiosas no lançamento do mural estão comprometidas com a vida, a Paz e a esperança”, disse na apresentação do lançamento o padre Norberto Donizete Brocardo, da Paróquia São Paulo da Cruz (Calvário), que cedeu o mural para o artista fazer mais uma obra (Kobra já realizou diversos murais no local).

“O mural do Kobra é uma linda manifestação artística de nosso desejo de sair desta pandemia com uma sociedade de diálogo e respeito fortalecidos”, afirmou o rabino Michel Schlesinger, que complementa: “erra quem acredita que existe uma oposição, uma briga, uma contradição entre ciência e religião. Ciência e religião são aliadas, cada uma na sua área. O que uma faz a outra não consegue fazer. Quando elas se reúnem em harmonia, em respeito, todos nós ganhamos como sociedade”.

Créditos: Bráulio Costa Couto

De acordo com Sri Prem Baba, “aprendemos as maiores lições quando atravessamos grandes desafios de dor e perda. Essa manifestação por meio da arte traz um valoroso ensinamento: é hora de transcendermos definitivamente os preconceitos que nos afastam para podermos então nos acolhermos e nos ajudarmos”.

Já o sheik Jihad Hammadeh, afirmou: “Deus diz no Alcorão sagrado: ‘não coloquem suas vidas em risco, com as próprias mãos!’ A preservação da vida é uma obrigação de todas as pessoas e é uma das maiores adorações a Deus. Portanto, cuidar da própria saúde e dos outros, é preservar a vida de todos. O Islam e a Ciência são inseparáveis! Cuide-se e cuide dos outros”.

Créditos: Bráulio Costa Couto

Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, pediu as bênçãos de Deus para a humanidade, principalmente a todos que sofrem com as consequências da pandemia, aos profissionais da Saúde envolvidos nos atendimentos, aos que se dedicam à pesquisa e produção de medicamentos e vacinas e, também, aos governantes, “para que façam uma boa gestão neste momento de crise”.

Eduardo Kobra transforma cilindro inativo em obra de arte em prol da vida


Créditos: Alan Teixeira


Na primeira ação do recém-criado Instituto Kobra, que tem como base a premissa de que a arte é um instrumento de transformação, o conhecido muralista brasileiro Eduardo Kobra transformou um cilindro de oxigênio, em desuso, de 1m30, em uma obra de arte, exemplar único, chamada “Respirar”. Kobra pintou o cilindro como se fosse um recipiente transparente, com uma árvore plantada dentro.

Inicialmente o artista colocaria a obra em um leilão e doaria 100% do valor a instituições que estão sofrendo com a falta de oxigênio. “A mensagem central é a importância da vida. Que o sopro da minha arte ajude a levar um pouco de oxigênio para os hospitais mais necessitados e, ao mesmo tempo, provoque a reflexão sobre a importância de usar máscaras, lavar as mãos constantemente, manter o isolamento social e, claro, de preservar a natureza, que é um patrimônio de toda a humanidade”, diz o artista.

Créditos: Alan Teixeira

Através da ONE, do Grupo VG, parceiro para onde Kobra desenvolve todas as peças do Grafite Garden, o movimento UniãoBR tomou conhecimento da iniciativa e resolveu adquirir a obra “Respirar’, unindo cotas de seis famílias. A obra foi adquirida por 700 mil reais. Os recursos obtidos com a venda da peça serão aplicados integralmente na instalação de duas usinas de oxigênio, que ainda nesta semana, entre 9 e 12 de fevereiro, começam a operar em duas cidades do Amazonas: Alvarães e Itacotiara.

Na prática, isso significa que serão 20 leitos de UTI’s beneficiados 24h por dia, numa ação perene, que ficará como legado para a cidade. Em um dia, a usina vai gerar 480 horas de oxigênio. Em um mês, serão 14.400 horas. “A título de comparação, um cilindro abastece um leito de UTI com oxigênio por até 10 horas. Ou seja, para fazer uma entrega equivalente à usina, seriam necessários mais de 1.400 cilindros por mês. Com 700 mil conseguiríamos comprar 350 cilindros, o que equivaleria a 3.500 horas”, conta o muralista.

“Ficamos sensibilizados com a delicadeza do Kobra em desenvolver uma obra especialmente para essa situação tão delicada que estamos passando. Ele é um artista por quem temos carinho, e está sempre conectado às causas sociais e ambientais. O cilindro será colocado no Shopping Iguatemi ( Piso Térreo – a partir do próximo domingo – 14 de fevereiro) , em São Paulo, para que o público possa ver e se engajar”, conta Gabriela Marques Conti, diretora de Operações da UniãoBR. Após a exposição, a obra deverá ser levada para o Hospital Israelita Albert Einstein, também em São Paulo.

Bruno Watanabe, CEO do Grupo VG, destaca o envolvimento do parceiro Kobra nessa ação, bem como valoriza a receptividade da UniãoBR. “Foi um encontro feliz, de dois lados que estão comprometidos com uma causa maior, que é cuidar das pessoas”, diz Watanabe.

Instituto Kobra: a arte como instrumento de transformação social

Nasce agora, em favereiro de 2021, o Instituto Kobra, entidade que acredita na arte como instrumento de transformação social de adolescentes e jovens em estado de vulnerabilidade no Brasil. Fundada e presidida pelo artista Eduardo Kobra, a instituição parte da própria biografia de seu criador para fundamentar a importância e o papel da cultura como agente transformador de vidas e realidades.

O Instituto Kobra deverá promover ações, prioritariamente em comunidades periféricas, levando manifestações artísticas — não só das artes plásticas e do grafite, mas também da música, do teatro e da literatura — àqueles que costumam ter menos acesso a museus e centros culturais.

Uma experiência embrionária foi o projeto Galeria Circular, realizado em 2019. Transformado em galeria itinerante de arte, um ônibus adaptado percorreu 12 bairros da região metropolitana de São Paulo apresentando 14 obras de Kobra que estiveram ou ainda estão expostas em diversos locais pelo mundo. O artista idealizou e participou de todos os dias do projeto, interagindo muito com o público.

O Instituto Kobra surge também para funcionar como um espaço para promoção de causas por meio da arte — principalmente aquelas que fazem parte dos princípios do muralista, como a defesa do meio ambiente, o discurso pacifista, a pauta antirracista, o respeito entre os povos e a luta pela liberdade.

Neste sentido e considerando o momento sensível atravessado pelo País no combate à pandemia de covid-19, a primeira ação concreta da instituição foi usar sua arte para levar oxigênio para hospitais de Manaus. Eduardo Kobra transformou um cilindro inutilizado em uma obra de arte.

Mas o Instituto Kobra não se resumirá a ações desse tipo. No projeto estão previstas outras maneiras de promover a cultura, com palestras e oficinas e realização de pinturas públicas em comunidades mais vulneráveis. Além do próprio Eduardo Kobra, a entidade viabilizará a presença de outros muralistas e grafiteiros, brasileiros e estrangeiros, que, por meio de intercâmbios culturais, irão levar sua arte, seu conhecimento e suas histórias de vida a esses jovens de periferia.

A sensibilidade do muralista para o tema vem do berço. Kobra nasceu em 1975, no Jardim Martinica, bairro pobre da zona sul paulistana. Da mesma maneira como a arte mudou sua vida, ele acredita que a cultura em geral pode ser uma ferramenta de transformação social para muitos jovens brasileiros.

Para viabilizar esses projetos, o Instituto Kobra está aberto a firmar parcerias com empresas e outras entidades que queiram promover ações culturais junto a adolescentes e jovens de periferia. Por conta do estado de pandemia, o Instituto Kobra definiu que, neste primeiro momento, todas as suas atividades devem ser estruturadas online. Quando — espera-se que em um futuro próximo — a situação atual for superada e eventos públicos puderem tornar a ocorrer com segurança, atividades presenciais serão divulgadas.

7 lugares para visitar o street art de São Paulo


Créditos: Divulgação


As artes de rua servem não só para enfeitar a cidade, mas também para transmitir mensagens que os autores dos graffitis querem passar. Se você quer conhecer algumas que estão por aí, veja a seguir algumas sugestões de lugares para visitar!

Beco do Batman

Créditos: SuperLimão Studio/Veja SP

Seria impossível falar de street art, sem mencionar o famoso Beco do Batman, não é verdade? Lá, o espaço é repleto de lindos desenhos, que servem até mesmo de pano de fundo para ensaios fotográficos.

Endereço: Rua Gonçalo Adonso e Rua Medeiros de Albuquerque – Vila Madalena

Minhocão

Créditos: Danilo Verpa/Folhapress

Oficialmente conhecido como Elevado Presidente João Goulart, é um lugar indicado para contemplar a street art da cidade. O local pode ser acessado a pé ou de bicicleta, já que desde 2015, existe uma ciclovia que percorre o trajeto.

Túnel José Roberto Melhem

Créditos: Nivaldo Lima/Futura Press/Folhapress

Mais conhecido como “buraco da Paulista, o local é um dos mais populares quando falamos de arte de rua. Ele vive em constante mudança, por vezes, seguindo temas específicos, como em 2008, quando recebeu elementos da cultura japonesa, em comemoração aos cem anos da imigração japonesa no Brasil.

Endereço: Avenida Rebouças com a Avenida Dr. Arnaldo

Beco do Aprendiz

Créditos: Luciana Carvalho / EXAME.com

Menos famoso, o Beco do Aprendiz merece tanta atenção quanto os outros. Isso porque, o local que antes não recebia o devido cuidado, hoje transformou-se em uma das maiores concentrações de arte urbana da cidade. Os muros foram cobertos com diversos painéis de graffiti, que dão mais cor ao local. E você ainda poderá encontrar por lá manifestações culturais das mais diversas, de feiras de artesanato a apresentações de números circenses e de música.

Onde: Rua Belmiro Braga, 113

Rua Alves Guimarães

Créditos: Juliana Sartori/Guia da Semana

O Escadão da Rua Alves Guimarães, em Pinheiros traz um dos mais belos trabalhos de Eduardo Kobra na cidade. A praça, hoje abriga a pintura A Doce Bailarina. Vale a pena passar por lá e apreciar uma obra de arte de encher os olhos!

Endereço: Rua Alves Guimarães – Pinheiros

Avenida Paulista

Créditos: Site Oficial Eduardo Kobra

Mais precisamente no final da Avenida Paulista, Kobra imortalizou Oscar Niemeyer, em agradecimento às suas incríveis obras espalhadas pela cidade, com um grande mural, trazendo muitas cores e formas.

Endereço: Final da Avenida Paulista, próximo ao Shopping Pátio Paulista

Bairro da Liberdade

Créditos: Luciana Carvalho

Entre as ruas Galvão Bueno e Glória, no Bairro da Liberdade, você encontrará muita arte ao ar livre, que encontram-se entre os muros e portas de comércios nos arredores. Traços orientais e temas como mangá são muito comuns.

Aproveite um bom passeio pela cidade de São Paulo com muita arte!

Grafites ganham maior visibilidade em São Paulo




O grafite como forma de expressão está ganhando espaço e mudando a paisagem da cidade de São Paulo. Com intervenções que chegam a cobrir fachadas inteiras de prédios, aumentando assim o número de espaços dedicados a esta arte que está ganhando maior visibilidade.

Por ser uma arte underground não era bem aceita, hoje podemos ver que esta forma cultural de expressão ganha cada vez mais destaque em lugares públicos mantendo assim, um contato direto entre a arte e a população. Já não é mais vista como uma manifestação de vandalismo, mas sim, uma arte que reflete imagens vivas e coloridas, dando vida nova aos espaços públicos. 
O muralista Eduardo Kobra, em homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, realizou um dos maiores trabalhos já feitos na cidade. Na lateral de um edifício na Avenida Paulista, ele retratou o arquiteto em 52 metros de altura. 
Os muros e prédios da cidade viraram galerias a céu aberto, acessíveis a todos, por ser uma arte efêmera devemos apreciar e torcer para que elas fiquem por muito tempo expostas.
Para Maria de Fátima Poubel, coordenadora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhanguera, os grandes murais com grafites em metrópoles alteram a paisagem das cidades positivamente e diz ainda que
Essa mudança pode ser um tanto quanto positiva, além de contribuir para mudar o espaço urbano em um lugar melhor, ainda transforma a paisagem urbana cinzenta em algo mais expressivo”. 

O boom do grafite fez a internet aderir ao Street Art. O Google lançou uma galeria de arte na Web, idealizado pelo Google Art Project, que leva o nome de Galeria São Paulo Art. Nele podemos encontrar diversas obras de vários grafiteiros da cidade como o grafiteiro Titi Freak, que grafita á 17 anos. Ele acredita que o grafite está ganhando seu espaço e respeito nas grandes metrópoles e que o Brasil é um dos poucos países que apoiam e incentivam a arte e os artistas que nela acreditam “Um grande ato de valorização são os convites para pintar grandes paredes da cidade com total apoio da prefeitura, isso valoriza mais o grafite, o artista e mantem um contato direto com a população e a arte”.

Por Jaqueline Gomés