Entrevista: Pedro Neschling comemora 5 anos de FunFarra em São Paulo




Conversamos com o ator e produtor de umas das festas mais badaladas da capital paulista

Por Walace Toledo

Créditos: Pedro Curi/FunFarra

“A festa é sua. É dos seus amigos. É dos amigos que você vai”, esse é o lema da “FunFarra”, badalada festa carioca que caiu na graça do público paulistano. E neste sábado (29) comemora cinco anos de sucesso na capital paulista, com uma superedição na casa de eventos Via Matarazzo.

Produzida pelo ator, diretor e escritor Pedro Henrique Neschling em parceria com os amigos produtores teatrais Beto BK e Giba Ka, com edições mensais e temáticas, a FunFarra faz a alegria de cerca de 1,5 mil pessoas por noite, que gostam de se divertir sem preconceito de nada. De Demi Lovato a Spice Girls, de Cazuza a Arctic Monkeys, a trilha sonora da festa promete uma mistura de pop, rock e indie de ontem e hoje para todos os gostos musicais.

Aproveitamos a data comemorativa para conversar com Neschling sobre os sete anos de sucesso da festa. Confira a entrevista.

Créditos: Bruno Poletti/FunFarra

Acesso Cultural: Parabéns Pedro! Quase sete anos de festa não é para qualquer um não! Em que momento você e seus amigos decidiram se juntar e produzir a FunFarra?

Pedro Neschling: Já trabalhava com Giba e Beto, meus sócios, há algum tempo. Começamos produzindo teatro juntos, depois resolvemos fazer uma festa diferente, para nossos amigos e os amigos dos amigos se encontrarem. Daí surgiu a FunFarra. 

AC: Trazer a festa para São Paulo era inevitável?

PN: Sim, nossa vida sempre foi na ponte-aérea. Então quando o projeto se consolidou no Rio, foi natural expandir e trazê-lo logo para dividir com os amigos paulistanos que nos acolheram desde a primeira edição, no Cine Joia.

AC: Quais as diferenças e características que você percebe do público carioca e paulista?

PN: Sempre me perguntam isso e juro que não sei bem responder. As festas são bem diferentes nas duas cidades, mas acho que tem muito mais a ver com as diferenças de clima entre Rio e São Paulo, entre as casas, do que com o público. São superanimados nas duas cidades.

AC: Tenho que admitir que o pessoal de Sampa adora esbarrar com um artista. Você acha que a presença de frequentadores famosos, obviamente começando por ti, é um plus que deixa a festa mais convidativa?

PN: Como somos um time que trabalha com arte e fazemos a festa sempre pensando em nos divertir com nossos amigos, é natural que gente famosa acabe pintando nas nossas edições. Talvez tenha sido lá no início algo que chamasse atenção, mas acredito que hoje a festa já caminha suuuper bem sem depender desse “diferencial”. Tem gente que esbarra comigo lá e nem sabe que eu produzo a festa.

AC: Para quem ainda não conhece a FunFarra, fala aí 3 motivos para galera não perder a edição especial de aniversário de “5 anos em Sampa”!

PN: É uma festa sem carão cheia de gente linda, onde você vai dançar um repertório pop irresistível, sempre com uma produção feita com todo carinho para que todo mundo se divirta sem nenhum perrengue de estrutura.

AC: Rio, SP e Curitiba, o pessoal de outras cidades deve enviar muitos pedidos para FunFarra ter edições em outros estados. Poderia adiantar se está rolando alguma negociação? 

PN: Já fizemos também uma edição em Lisboa, outra em Campos de Jordão e estamos sempre atentos a possibilidades bacanas de levar para novos lugares, pra conhecer gente nova. Vamos ver o que vem por aí.

AC: Além de produtor, você é um dos DJs residentes da festa ao lado de Beto Artista, Ricco e Tulio Araújo. Pra fechar a entrevista, uma música que NÃO pode faltar no seu set? 

PN: Quem conhece sabe que não saio do palco sem tocar Spice Girls, “Wanna Be”. O pessoal me bate se eu não tocar.

Obrigado Neschling, nos vemos na pista dia 29!


SERVIÇO

Data: 29 de Abril

Local: Via Matarazzo (Avenida Francisco Matarazzo 764, São Paulo)

Horário: 23h59

Classificação: 18 anos

Realização: 2 Pontos Produções

Djs

– Pedro Neschling

– Tulio Araújo

– Beto Artista

– Ricco

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Entrevista Exclusiva com Ana Vilela!




Conversamos com a cantora paranaense que virou fenômeno musical com a canção “Trem-Bala”

Por Redação
Foto: Divulgação

Quase quatro meses após a apresentação no palco do programa “Caldeirão do Huck”, da Rede Globo, Ana Vilela viu sua carreira estourar nacionalmente da noite para o dia.

A música de sua autoria “Trem-Bala” virou paixão nacional entre o grande público e os famosos, além de dezenas de vídeos covers que viralizaram no YouTube. (Assista 10 deles clicando aqui)

Ana está em São Paulo para apresentar a turnê “Trem-Bala” amanhã no Teatro Viradalata, na zona oeste da capital. Aproveitamos a estadia da paranaense para conversar sobre o show, seu hit e toda essa loucura dos últimos meses. Confira a entrevista!

Foto: Divulgação

Acesso Cultural: Do palco do Caldeirão do Huck cantando com o ídolo Luan Santana e agora no palco cantando com seus fãs. Quão estranho e fascinante foi essa troca de papéis?

Ana Vilela: É tudo mágico, e muito lindo ver tudo isso acontecendo. Cantar com os meus ídolos foi uma experiência maravilhosa, mas é claro que ouvir o público cantar comigo é de deixar qualquer pessoa sem palavras.

AC: Você tinha noção de onde a música chegaria quando compôs Trem-Bala?

AV: Nem um pouco, a gente nunca espera até ver acontecendo de verdade. 

AC: O que te inspirou a escrever a música Trem-Bala?

AV: Foram várias coisas juntas, momentos que vivi, conversa com pessoas que convivo e amo, enfim, várias coisas..

AC: Qual cantor/a você gostaria de fazer uma parceria? Por quê?

AV: Maria Gadú hahah pq ela é a pessoa que mais me inspiro musicalmente falando, e seria uma honra uma parceria com ela.

AC: O que os fãs podem esperar do show em São Paulo?

AV: Ahh, o repertório é bem variado, vou levar algumas das minhas cançoes e também covers, como lulu, ed sheeran, etc, vai estar lindo, espero que a galera curta!

Entrevista com nosso LeFou: Alírio Netto




Por colaboradora Veronica Costa

Cantor (vocalista das bandas Age of Artemis, Heavy Pop, Khallice e Lince), ator de teatro musical, protagonista de espetáculos como Jesus Cristo Superstar, em que viveu Jesus na versão mexicana, no ano 2000. Anos mais tarde viveu o personagem Judas Iscariotes na versão brasileira do musical sob direção de Jorge Takla. Em 2015, Alírio dá vida a Galileu, no musical ‘Will We Rock You’. Preparador vocal e dublador, Alírio Netto já emprestou sua voz para outras produções da Disney. 

Em meio a tantas atividades, Alírio Netto conversou com o Acesso Cultural, sobre o seu mais novo trabalho como dublador, falou sobre desafios do personagem, a relação com a direção e o convite para participar desta produção. Alírio da voz ao personagem Lefou, na versão dublada do clássico A Bela e a Fera. Confira a entrevista!

Foto: Priscila Tessa

Acesso Cultural: Você e outros grandes nomes do teatro musical emprestam suas vozes aos personagens deste clássico. Como surgiu este convite e como foi esta experiência?
Alírio Netto: Na verdade, foi o seguinte o diretor já me conhecia de outros trabalhos e me chamou para fazer o teste. Aí, eu tive que gravar a música do personagem e gravar uma cena. Pouco tempo depois os caras já tinham me respondido dizendo que eu tinha passado no teste e o papel era meu. Eu fiquei feliz pra caramba, né? Por que eu já tinha feito duas dublagens para a Disney, mas como cantor, não cantando e atuando.

Reprodução / Internet

AC: Dublar o Lefou numa versão live-action, que é a mais próxima da animação de 1991, no sentido de canções clássicas, figurinos e algumas cenas fiéis, traz uma certa responsabilidade. Como você se preparou para viver esta versão?
AN: Em relação a preparação, isso é algo até interessante por que, claro, fui buscar como era o desenho, como tinham feito. Mas acabou que a direção foi para outro lado,  porque é um live-action, não é um desenho propriamente dito, né? Então, eu tive muita liberdade para propor algumas coisas, mesmo com a direção da Disney  a gente acabou encontrando um equilíbrio muito legal e eu fiquei feliz com o resultado.

Reprodução / Internet

AC: Cantor de ópera, vocalista de renomadas bandas da cena do heavy metal, ator de teatro musical, preparador vocal, entre outras habilidades. A dublagem chegou a ser um desafio para você? Por quê?

AN: Foi muito desafiador, eu realmente nunca tinha feito uma dublagem falada, é muito difícil, mas eu me diverti demais. Eu acho que consegui render bem perante o diretor, que foi um cara muito paciente…é muito difícil porque você tem pouco tempo para fazer uma quantidade muito grande de textos e gravações de músicas e tal…Volto a dizer: fiquei feliz com o resultado.

AC: Para interpretar a música “Gaston”, diferente da versão inglês de Josh Gad, você trouxe alguns elementos voltados à opera. Como foi esta escolha?

AN: Essa interpretação mais operística, na verdade, ela ficou no meio do caminho, né? Foi uma proposta do diretor, ele queria muito a minha característica vocal e tentou explorar ao máximo essa versatilidade que eu consigo ter (vocalmente) … Então ele pediu para que eu fizesse algo mais para teatro musical, em alguns momentos algo mais falado, em outros algo um pouco mais caricato e com isso ele conseguiu o equilíbrio que fez a diferença para eles (direção da Disney).

Reprodução / Internet

AC: E como não podemos deixar de falar sobre as polêmicas envolvendo o longa, antes mesmo da estreia mundial, em relação a nova versão a qual fica evidente a paixão de Lefou por Gaston, de quem ele é o braço direito. É possível perceber uma grande admiração da parte de Lefou, ora querendo ser como Gaston, ora apaixonado pelo amigo. Como você sentiu este personagem?

AN: Esta polêmica toda…se Lefou é ou não é gay, ou se ele é ou não apaixonado pelo Gaston, não faz o menor sentido nos dias de hoje onde a gente vive, saca? Então, independente dele ser apaixonado pelo amigo ou pela figura do homem, a história de A Bela e a Fera é uma história de amor, né? E eu acho que esse é só mais um núcleo de amor diferente ali. E é claro, que é voltado para a comédia. Então é muito engraçado você ver o Lefou se derretendo pro lado do Gaston e o Gaston dando um monte de ‘toco’ nele. Isso deixa a coisa um pouco mais divertida e engraçada. Não tive nenhum problema, não me senti mal de forma alguma fazendo esse papel. Como artista eu me empresto para o personagem, né? E eu segui exatamente a direção que os gringos me pediram e eu não vi nada demais nessa polêmica toda aí. Fiquei muito feliz com o resultado.

Entrevista: De Cara Com…EU NUNCA!




O quadro “De Cara Com…” está de volta! Ivo Ueter e Filipe Bertini invadiram o camarim dos talentosos atores Julio Oliveira, Gabriela Gama e Nicholas Torres, protagonistas da peça “Eu Nunca” que está em cartaz no Fecomercio (Teatro Raul Cortez), em São Paulo.

Foto: Divulgação

“Eu Nunca” conta a história de 3 amigos de vidas extremamente diferentes, convivendo e dividindo suas intimidades até o limite do suportável. A peça traz à tona as questões mais emergentes da juventude moderna. “Descolado”, abusado e extremamente realista, o texto surpreende a cada cena, quebrando os clichês e os desfechos com os quais estamos condicionados.

A peça é a narrativa da vida de indivíduos que buscam se encontrar e um retrato dos principais problemas que afetam a juventude.

Ficou curioso? Aperte o play e confira!



Nesta sexta, sábado e domingo acontece as últimas apresentações da peça com ingressos no valor únco de R$ 15,00. Vale a pena assistir!


Paula Fernandes realiza show intimista e fala sobre novos projetos




Por Andréia Bueno


A cantora e compositora Paula Fernandes apresentou seu novo projeto, o show “Acústico – Voz e Violão” neste final de semana no Grupo Tom Brasil, em São Paulo. 

Crédito: Rodrigo Bueno

Esbanjando bom humor e interagindo o tempo todo com o público, Paula cantou seus maiores sucessos e interpretou canções de outros artistas como Almir Sater, a banda Skank, a dupla Victor e Léo e canções internacionais como “A Thousand Years” tema da saga Crepúsculo, conhecida mundialmente na voz de Christina Perri.

Um dos pontos altos da apresentação ocorreu quando a cantora chamou um fã para sentar ao seu lado e cantou para ele a canção “Oceano” de Djavan.

Crédito: Rodrigo Bueno

O show acústico era um sonho antigo de Paula. Durante entrevista, a cantora disse que finalmente conseguiu encontrar espaço na agenda e conciliou a turnê com o show do seu quarto DVD chamado “Amanhecer”.

Crédito: Rodrigo Bueno

Após o show, Paula conversou com a imprensa e falou sobre os novos projetos que acontecerão no decorrer do ano. Dentre as novidades, os shows que realizará em Portugal no início de abril, a turnê do show acústico que viajará o Brasil e o exterior, e o quanto esta nova fase está sendo especial e a realizando em todas as áreas, inclusive no que diz respeito a vida pessoal.


Crédito: Rodrigo Bueno

Confira a entrevista  na íntegra abaixo!

Os Encantos de Cassia Raquel




Por Rodrigo Medeiros

Um talento encantador e com destaque no Teatro Musical Brasileiro a sete anos, atualmente integra o elenco como cover das duas personagens femininas principais de Les Misérables, em cartaz na capital paulista. Cássia Raquel entrou no ramo dos musicais e nunca mais saiu!

Foto: Divulgação

Com os diretores Möeller & Botelho, mais reconhecidos da área, fez “Hair”, “Milton Nascimento – nada será como antes”, “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos” e “Beatles num céu de diamantes”. Participou da turnê “New York New York” sob a batuta de Marconi Araújo e direção de José Possi Neto. Interpretou Sarah Vaughan em “Simonal – Simbora o musical” e protagonizou o infantil “Galinha Pintadinha em Ovo de novo” de Ernesto Piccolo. Emprestou sua voz para várias trilhas sonoras de novela, filme e peças teatrais, como Gaby Estrela e Topo da Montanha, Anina, Odd Squad entre outros. Seu trabalho mais recente foi em “60 Década de Arromba – Doc Musical” produzido e dirigido por Frederico Reder da Brain+.

Em Simonal Simbora – O Musical | Foto: Divulgação

Estudou canto lírico na UFRJ e leciona canto em algumas escolas de artes no Rio de Janeiro. Até hoje as pessoas reconhecem pelo programa de calouros da Record, Ídolos 2008. Cassia separou um pouco do seu tempo para responder 5 perguntas para o Acesso Cultural. Confira!

Acesso Cultural: Conte um pouco a sua trajetória na música e como foi parar no Teatro Musical?
Cassia Rachel: Meus pais sempre me incentivaram a cantar e costumávamos cantar em família e nas igrejas que frequentávamos. Me interessei por bateria ainda adolescente e aprendi a tocar nos cultos por conta própria. Estudei clarinete aos 15 anos para ser Sargento da Aeronáutica. No ano seguinte, desenvolvi a técnica de canto lírico e me preparei para entrar na UFRJ. Alguns colegas da turma comentaram sobre as audições de Hair e fiz o teste. Desde então, emendei trabalhos e minha carreira neste mercado se consolidou.

AC: Você já trabalhou com grandes nomes do Teatro Musical Brasileiro em especial Charles Möeller e Claudio Botelho. Como é trabalhar com eles? 

CR: Eu os valorizo e os defendo sempre, não apenas por terem me dado a primeira oportunidade, mas porque admiro toda a estrada percorrida por eles. Eles usam linguagem simples e eu consigo atingir o objetivo bem rápido. Me adaptei com facilidade a metodologia, a forma de fazer cronograma de ensaios e por respeitar os limites do ator, entendendo a importância do descanso também. No total fiz 4 espetáculos, 3 de câmara. Eles confiam em mim e isso me dá um gás extra para estar bem confortável em cena.

Em cena no musical Milton Nascimento – Nada Será como Antes de Moller e Botelho | Foto: Divulgação

AC: Milton Nascimento – Nada Será Como Antes foi seu grande destaque no Teatro Musical Brasileiro. Conte um pouco sobre essa experiência!

CR: Recebi o convite no fim da temporada de Hair em SP e prontamente aceitei. Muitas pessoas que me conheciam apenas do gospel ou por programa de TV, passaram a me reconhecer como atriz e me acompanhar. Foi através deste espetáculo que o preconceito com musicais de muitos se quebrou e passaram a visitar mais os teatros. Coincidiu com o período em que meu pai adoeceu e partiu. Foi difícil me dividir entre ensaios e idas ao hospital. Provei ali o meu profissionalismo pois não me permitia ficar abalada nem me entregar pela metade. É um projeto com vida longa e mesmo com algumas interrupções e mudanças de elenco, não perdeu sua força! Além de que foi meu único trabalho que teve gravação de CD e tem disponível em plataformas digitais.

AC: Você é uma das principais atrizes negras de destaque no Teatro Musical. Como você vê o mercado para atrizes do seu perfil? 

CR: Até pouco tempo atrás, ainda era comum ver os negros interpretando os mesmos tipos de personagens. Hoje, a visão se expandiu e conseguem nos enxergar fazendo diversos tipos de papéis. Meu perfil também é magra, baixinha, que aparente ter menos idade. Basta ter oportunidade para mostrar que sei fazer outras coisas além do estereótipo. Quando fiz o infantil da Galinha Pintadinha, mostrei que tinha ‘time’ de comédia e sei cantar sem fazer firulas.


Quantas vezes eu ouvi que eu era uma negra bonita por ter traços finos! Ora, se eu tivesse um nariz “batatudo” e lábios grossos, não seria aprovada? O meu cabelo crespo não é aceitável? São muitas questões que enfrento desde que me entendo por gente e nesse meio não é diferente. Em muitos elencos eu era a única ou uma das poucas negras. Eu era minoria. Meu talento é avaliado através da cor da minha pele desde o momento que entrego currículo com foto.

Bato palmas pela iniciativa de Love Story (fui aprovada, mas não pude conciliar), que foi feito com o elenco inteiro de negros. Tem uma galera muito boa, porém ainda inexperiente por falta de incentivo.

Ainda vemos produções brasileiras ambientadas aqui no nosso país, parecendo que está retratando uma história europeia. Infelizmente, causaria estranheza se eu fizesse Cinderela, por exemplo.

Me identifico com o discurso da Viola Davis recebendo seus prêmios. Aos poucos, estamos rompendo com essa barreira! Capacidade nós temos, beleza também. Falta interesse.

AC: Você recentemente estava em cartaz com o “60! Década de Arromba” e saiu da produção para fazer o Les Misérables. Nos conta o processo do 60! e a importância que o espetáculo teve na sua trajetória profissional? 

CR: Foi uma das melhoras coisas que o destino me reservou. Dividir o palco com amigos, ter pessoas bacanas no camarim, equipe criativa de respeito, produção amável. Até na minha despedida teve festa porque as colegas entendiam e apoiavam minha escolha de ir fazer um clássico.

O grupo timbrou de primeira!!! Nossos encontros eram muito divertidos e isso era completamente perceptível. Era prazeroso fazer e nem se incomodávamos de estar cansados. Cada cena eu entrava com uma peruca mais incrível que a anterior.

Em cena como Cristie (A primeira Barbie negra) no 60! Década de Arromba Doc.Musical | Foto: Divulgação

Eu ouvia aquelas músicas em casa desde pequena e sabia todas de cór. Os meus figurinos eram um escândalo! O cenário um capricho, os arranjos e coreografias belíssimos. Os meus números eram a minha cara e eu não fui impedida de dar minha interpretação e isso resultava num caloroso aplauso da plateia. Me divertia fazendo a Barbie, me sentia Diva no Aquarela… Quero voltar para fazer os 70 e o 80!!! Experiências como essa merecem repeteco. Sou muita grata ao Fred Reder por ter me recebido tão bem e ter abençoado minha saída.