Com reflexão sobre as ditaduras militares, A Morte e a Donzela, com Laia do Teatro realiza últimas apresentações


Créditos: Artur Kraimmer


Questionamentos sobre as consequências das ditaduras civil-militares na América Latina são levados à cena pela Laia do Teatro em A Morte e a Donzela, do autor argentino-chileno Ariel Dorfman. O espetáculo, dirigido por Laerte Mello e estrelado por Aline Pimentel, André Barreiros e Victor Barreto, segue em cartaz até 26 de junho no Espaço Parlapatões.

Escrita em 1990, durante o período de transição para a democracia, logo após o fim da ditadura de Augusto Pinochet, a peça de Dorfman já foi traduzida para mais de 40 idiomas e ganhou uma adaptação cinematográfica bem-sucedida do diretor Roman Polanski em 1994. O autor também é conhecido por denunciar os crimes cometidos nos regimes autoritários latino-americanos em outras obras, como no livro “O Longo Adeus a Pinochet”.

A Morte e a Donzela conta a história de um casal que sofreu na própria pele a repressão no Chile e ainda convive com os fantasmas da tortura, das perdas e do medo. Paulina Salas é uma ex-ativista que foi sequestrada e brutalmente torturada durante o regime militar. E Gerardo é um proeminente advogado e militante dos Direitos Humanos.

Por uma sequência de acasos, Paulina se depara com Roberto Miranda, o homem que ela acredita ser o mais cruel de seus torturadores, dormindo em sua sala de estar. As ações e reações violentas do casal levantam questionamentos profundos sobre a elasticidade dos limites éticos em situações extremas.

O texto ainda trata de questões como a preservação da memória e a reparação de crimes cometidos contra a humanidade e os efeitos provocados pelo regime opressivo para o tecido social. “O grito de Paulina é por respeito às famílias que tiveram parentes desaparecidos, é por uma punição exemplar que desencoraje postulantes a ditadores nos tempos atuais”, reflete o diretor Laerte Mello.

“Infelizmente, a peça dialoga profundamente com o Brasil de hoje. É possível ver a olhos nus nuvens totalitárias no horizonte do povo brasileiro. Basta deslizar o feed de notícias e ler sobre o desejo de parcela da sociedade em ver o retorno do AI-5, ou o fechamento do congresso e do STF, o esforço do Executivo e a celeridade do Legislativo na aprovação de leis que facilitem o acesso às armas, o anseio pela militarização do Estado, o desejo do chefe do executivo e seus apoiadores em celebrar o golpe de 64”, acrescenta.

A encenação se passa toda na casa de Paulina e Gerardo, sobretudo no quarto e na sala de estar, onde dorme o ex-torturador. Esses espaços são retratados de forma minimalista, com poucas peças imprescindíveis para a ação, como uma mesa de jantar para duas pessoas, um aparador e duas cadeiras. As paredes que dividem os ambientes são representadas com armações de madeira como se fossem molduras de quadros.

Créditos: Artur Kraimmer

A trilha sonora conta com músicas do compositor austríaco Franz Schubert, sobretudo o quarteto de cordas nº 14 em ré menor, mais conhecido como “Death and the Maiden”, nome escolhido por Ariel Dorfman como o título original da peça.

A Laia do Teatro,  responsável pela tradução, iniciou sua trajetória em 2020. Diante da necessidade de buscar novas formas de expressão artística que pudessem minimizar distâncias, o grupo partiu para a experimentação em “Só os Pássaros São Livres”, propondo um espetáculo provocativo que convidava o público a (re)pensar o alcance das interações humanas nas redes sociais. O trabalho foi escrito e coordenado por Victor Barreto e inspirado na obra de Eduardo Galeano.

Em novembro de 2021, o grupo realizou a pré-temporada de “A Morte e a Donzela”, de Ariel Dorfman, com quatro apresentações no Teatro Pequeno Ato.

Serviço
A Morte e a Donzela, de Ariel Dorfman, com Laia do Teatro
Temporada: até 26 de junho
Aos sábados, às 16h, e aos domingos, às 19h
Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Vendas online em sympla.com.br/produtor/espacoparlapatoes
Classificação: 16 anos
Duração: 100 minutos

Caras de Plauto estreia no Espaço Parlapatões


Créditos: Divulgação


Com texto de Atilio Bari, Caras de Plauto é uma viagem por mares gregos e romanos, tocada por ventos de brasilidade. O espetáculo é baseado em “Menecmos”, escrito por volta do ano 250 antes de Cristo, por Tito Maccio Plauto, um comediógrafo romano que escrevia peças ambientadas na Grécia. Foi o precursor da comédia popular, criando enredos e situações facilmente identificáveis pela plateia. A história trata das confusões e desencontros decorrentes da presença de dois irmãos gêmeos numa mesma cidade, envolvendo jovens e velhos, esposas e meretrizes, serviçais e parasitas.

Plauto foi o primeiro comediógrafo a colocar no palco personagens populares, ao contrário do que se fazia até então na comédia clássica grega. Com ele, o povão entrou em cena. Criou tipos que se tornaram recorrentes na comédia universal, e os seus enredos foram retrabalhados por autores da comédia del’arte e por dramaturgos como Shakespeare, na Comédia dos Erros, Moliére, em O Avarento, e Ariano Suassuna, em O Santo e a Porca.

Créditos: Divulgação

A adaptação de Atilio Bari retoma uma característica do original de Plauto, cujos textos eram construídos em versos, o que cria uma musicalidade na fala e um ritmo especial na encenação. O elenco utiliza máscaras especialmente elaboradas para cada ator, que identificam claramente a posição social e o caráter de cada personagem. O texto recebeu o premio de Pesquisa de Teatro Popular no Festival de Teatro de Resende – RJ.

A encenação de Caras de Plauto reproduz o espírito dessa comédia anárquica e despudorada, num texto totalmente rimado e introduzindo elementos de brasilidade.

Serviço

CARAS DE PLAUTO

Espaço Parlapatões (100 lugares)

Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação

Informações: (11) 3258-4449

Bendas online: www.ingressoindependente.com.br

Bilheteria: Terça a quinta das 16h as 21h; sexta e sábado 16h a meia-noite, domingo 16h às 20h. Formas de Pagamento: Dinheiro e todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque. Estacionamento credenciado: Garagem Imeri (Franklin Rooselvelt, 194). Lanchonete, ar-condicionado e acesso para pessoas com deficiência.

Sábados às 21h | Domingos às 20h

Ingressos: R$ 20

Duração: 65 minutos

Censura: 12 anos

Estreia dia 03 de agosto de 2019

Curta temporada: até 08 de setembro

O projeto foi contemplado no Prêmio Cleyde Yaconis, da Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura do Municipio de São Paulo.

A Casa de Bernarda Alba no Espaço Parlapatões




Por Andréia Bueno


A oitava temporada do espetáculo “A casa de Bernarda Alba”, produzido pela Cia London, estreia no dia 29 de Setembro e segue em cartaz até  27 de Outubro, no Espaço Parlapatões. 
Foto: Divulgação
A aclamada peça de Federico García Lorca, em uma surpreendente adaptação feita só com homens, nos leva ao pequeno povoado de Andaluzia, em uma Espanha pré-guerra civil. A sociedade é machista e o nome e a honra contam mais do que a vida e os prazeres carnais. A austera Bernarda Alba fica viúva pela segunda vez, e, segundo suas ordens, suas filhas terão de viver um luto de oito anos em regime de clausura.
Bernarda tem cinco filhas e todas se interessam por um único homem do vilarejo, que é prometido à filha mais velha: Angustias. Numa trama de intrigas e amargura, as filhas são quase como soldados, e se digladiam longe dos olhos da mãe.
Nessa montagem especial, homens interpretam essas mulheres sem amantes, mostrando o quão brutas e fortes podem ser as personagens de Lorca que metaforizam os soldados da guerra civil espanhola e a oposição à ditadura.
Com direção geral de Rafael Mallagutti, o espetáculo tem Miguel Langone como ator convidado no papel de Maria Josefa. O elenco conta ainda com Rafael Mallagutti, Pedro Ruffo, Joaquim Araújo, Victor Garbossa, Caio Baldin, Bruno Akimoto, Renan Rezende, Cleber Cley Braz, João Pedro Uvo, Leonardo Malinowski e Lucas de Campos.

SERVIÇO – A CASA DE BERNARDA ALBA 
Gênero: Drama 
Duração: 1h 30
Sábados às 21h 
De 29 de setembro a 27 de outubro 
Onde: Espaço Parlapatões
Classificação: 12 anos
Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação, São Paulo – SP, 01220-020
Telefone: (11) 3258-4449
Valor: 60 reais a inteira.
Ingressos:  www.cialondon.com

Nefelibato encerra temporada no Parlapatões




Por colaboradora Marcella Nascimento

Após grande sucesso no Rio de Janeiro, a peça “Nefelibato” tem sua temporada prorrogada  em São Paulo no Teatro Parlapatões até 25 de março. Com texto de Regiana Antonini, direção Fernando Philbert e interpretação de Luiz Machado, que comemora seus 20 anos de carreira.

Foto: Divulgação
O espetáculo se passa no ano de 1990, e o país voltava a ter um governo eleito democraticamente. Inflação galopante exigia medidas drásticas e a saída da nova equipe econômica. Tal medida levou milhares de brasileiros ao desespero e muitos enlouqueceram. Esse é o caso de Anderson, que amargou outras perdas em sua vida: seu negócio, um ente querido e um grande amor. Isso tudo o leva a perambular pelas ruas.Vale a pena conferir.
Serviço
Onde: Teatro Parlapatões
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação
Até 25 de março 
Sábados ás 21 horas e domingo ás 20 horas. 
Ingressos: R$ 40 | R$ 20 meia 
Horário da Bilheteria: das 16h às 21h (aceita dinheiro e cartões de débito e crédito)
Informações:  (11) 3258.4449

Estrela dos musicais, Kiara Sasso estreia drama A Audição na Praça Roosevelt




Peça escrita por James Johnson e dirigida por Lázaro Menezes fica em cartaz no Espaço Parlapatões, em São Paulo

Por Redação

Diva dos musicais, Kiara Sasso continua a explorar novos palcos em “A Audição”, drama que marca sua estreia na Praça Roosevelt. Escrita pelo britânico James Johnson, o texto coloca frente a frente uma diretora e uma atriz em um encontro de tensões e desafios que questiona e debate este momento cotidiano de tantas pessoas no meio artístico. Kiara Sasso divide o palco com a atriz Manu Littiéry (O Príncipe Desencantado) e é dirigida por Lázaro Menezes, com quem encara o desafio de realizar o quarto projeto da própria produtora, O Alto Mar Produções. “A Audição” estreia dia 24 de outubro no Espaço Parlapatões e se destaca entre as opções teatrais de terças e quartas na cidade de São Paulo.

      Foto: Caio Gallucci

A peça, que faz metalinguagem com o mundo do teatro, apresenta ao público uma audição não muito comum, conduzida pela diretora Stella (Kiara Sasso). Sarcástica e provocadora, ela desafia a atriz Laura (Manu Littiéry) a todo o momento a embarcar no auto conhecimento. Do lado oposto, a atriz sob constante análise se perturba em seu lugar vulnerável ao obedecer comandos cada vez mais absurdos daquela que parece ser sua maior ponte com a oportunidade certa. Enquanto Estela afirma que o ator por excelência precisa estar preparado para dar a alma ao seu diretor, Laura começa a questionar os métodos e objetivos da diretora, levando a trama para rumos inesperados. 

Em “A Audição”, a realidade do cotidiano de artistas que passam por olhares indiferentes e obscuros de bancas de diretores e produtores como parte de seu ofício é colocada em cena, discutida e aprofundada.  O autor James Johnson convida todos a entrar neste diálogo tenso e tentar compreender seus polos opostos. Afinal, o que a diretora procura? O que a atriz quer? A única certeza é a dinâmica repleta de egos e segundas intenções que impulsiona não apenas Stella e Laura, mas também o espectador, que a cada cena percebe novas motivações e emoções, descobrindo aos poucos o que leva diretora e atriz até A Audição.

Serviço

A Audição
Texto: James Johnson
Direção: Lázaro Menezes
Com: Kiara Sasso e Manu Littiéry
Gênero: Drama
Local: Espaço Parlapatões
Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação
Telefone: (11) 3258-4449
Temporada: 24 de Outubro a 06 de dezembro
Data e horário: Terças e quartas às 21h
Valor: R$40 inteira e R$20 meia
Classificação Indicativa: 16 Anos
Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
Vendas: www.compreingressos.com e bilheteria local.
Capacidade: 90 lugares

Tigrela estreia nesta sexta no Espaço Parlapatões




Thriller noir fantástico sobre poder, tecnologia e sexo estreia dia 23 de junho no Espaço Parlapatões como uma alegoria da crise política nacional

Por Redação
A dramaturgia do espetáculo TIGRELA inspirou-se livremente nos contos da escritora Lygia Fagundes Telles para criar a atmosfera de mistério, com diálogos fantásticos, retratando personagens que são enganados pelo mundo e por eles próprios.
               Foto: Osmar Lucas
Na história, o território de Ciranda de Pedra tem uma nova líder: o sistema operacional Tigrela. “Afinal, um sistema é incorruptível”. Ao mesmo tempo, um ex-rei, uma religiosa, uma jornalista e um operário estão sendo caçados pelo exército de ratos anões. O que essa nova líder e eles tem em comum? Como num quebra cabeça, presente e passado fundem-se neste atípico suspense sobre poder, tecnologia e sexo. 
Com a caixa cênica vazia, os espaços vão sendo desenhados pela iluminação e movimentação dos atores. Os elementos da peça se complementam na contradição: fala e corpo, luz e espaço, música e ruído.
Foto: Osmar Lucas

Tigrela é uma alegoria fantástica do cotidiano que foge do maniqueísmo atual e apresenta personagens dissonantes e plurais, que lutam contra seus anjos e demônios corruptíveis.
Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção: Lucas Sancho
Co-Direção e Preparação de Atores: Erika Altimeyer
Argumento e Elenco: Igor Amanajás, Lucas Sancho, Renata Flores e Thaize Pinheiro
Voz em OFF: Erika Altimeyer
Cenário e Iluminação: Lucas Sancho
Figurino: Márcio Macena
Consultoria de Visagismo: Carol Mendes
Trilha Sonora e Músicas Originais: João Rocha e Lucas Sancho
Direção Musical: João Rocha 
Ilustrações Postal: Roberto Alencar
Fotos e Imagens de Divulgação: Osmar Lucas e Paula Tonelotto
Programação Visual: Lucas Sancho 
Operador de Luz: Tote Justino
Operador de Som: Marcus Lago
Produção Executiva: Lucas Sancho
Parceiros Realizadores: Paleta Cultural e Instituto Fala Anastácia
Foto: Osmar Lucas

Serviço
Tigrela
Classificação etária: 16 anos
Gênero: Drama
Duração do espetáculo: 60min
Valor do ingresso: R$ 40 e R$ 20
Local: Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158
Temporada: De 23 de Junho a 11 de Agosto – Sextas às 21h