Por Gabriel Antoniolli
Não é a série. É o filme. Francês. De nome original TÉLÉ GAUCHO, de Michel LeClerc.

Por ter visto recentemente “Aconteceu em Saint-Tropez” (2013), estava um pouco familiarizado com Eric Elmosnino. Isso foi legal porque o filme não era em si todo desconhecido para mim. Ainda não estou habituado com alguns cinemas e o francês é um desses.
O personagem principal do filme é Victor. De início, não fui com a cara dele. Não sei por quê – talvez alguma coisa em meu inconsciente possa explicar isso. Então simplesmente me vi assistindo a um filme sem apreço pelo protagonista. Tudo bem.
Ele, um rapaz dos campos franceses, gosta de cinema. Seu pai quer que ele estude computação. Mas ele vai atrás do que quer e, através de sua mãe, consegue um estágio em uma emissora grande da França. Acaba até indo morar sozinho.
Mas se vê em meio a uma galera que representa uma tv pirata. TV Pirata é, literalmente, o nome do grupo.

(Créditos: newmedia.leeds.ac.uk)
Eles têm uma emissora com fluidos anarquistas e tentam mostrar a realidade como ela é. Não é o que Victor planejou quando saiu de casa mas já é alguma coisa. Ele estava indo atrás pelo que queria, aos poucos. Contudo, seus parceiros descobrem seu estágio na grande emissora. Temos esse conflito ideológico – lutar de baixo ou se manter em cima?
Daí ele conhece uma moça meio louca, a Clara. Ela é o tipo de pessoa pirada, talvez até mesmo perturbada. O mundo em que ela vive e compartilha com os outros é, ao seu ver, apenas dela. Achei bem feito pro Victor.
É interessante ver como uma emissora pequena e independente, com pessoas ligadas ao movimento político anarquista e com interesses relativamente difusos quanto ao objetivo das matérias cobre, por cinco anos, o que acontece na França.
Não sei se foi pela minha desarmonia com Victor, mas algo nele e em Clara me incomodou. Acho que a maluquice da menina, que acaba ignorando que nem tudo é como ela gostaria que fosse, faz com que eu a veja destoando do resto do filme.






