Exposição individual de Fátima Marinho em cartaz na Livraria Francesa




Por Andréia Bueno

Nesta 8ª exposição individual, a granjeira e rotariana Fátima Marinho apresenta 20 obras, das quais seis inéditas, em que faz a interação do têxtil e da aquarela, utilizando como suporte o papel washi (papel milenar de alta resistência e durabilidade, tombado pela ONU e patrimônio imaterial do Japão) e o linho para retratar emoções humanas presentes na narrativa do mito grego da Penélope, no musical de cinema a Bela e a Fera, na ancestral arte da tecelagem e no cérebro humano. 

Foto: Divulgação
Formada em Artes Plásticas, com pós-graduação em História da Arte, Arteterapia e Neuropsicopedagogia, Fátima Marinho utiliza o seu conhecimento aprofundado da arte têxtil como um espaço terapêutico universal de sublimação e reconciliação das nossas pequenas tragédias humanas.
Em tempos em que a angústia, a frustração e ansiedade permeiam as relações da nova era digital, a artista apresenta a obra Penélope – Tecelagem Lírica (foto), um dos destaques da mostra, para fazer uma releitura moderna deste heroína mitológica que passa os dias tecendo um tapete para a noite desfazê-lo e assim sucessivamente enquanto aguarda o retorno de seu marido Ulisses, que está combatendo na Guerra de Troia, como prova de seu amor infinito. 
Fátima Marinho presenteia os espectadores com uma Penélope alada, criada através de fios, nós e pérolas de seu vestido de lágrimas, representando a sua libertação do amor a Ulisses, e de suas emoções sentidas durante a ausência do amado como, entre outras, medo, solidão, saudades, desencanto e raiva. Inconscientemente, liberta destas emoções, Penélope tece novos projetos, novos sonhos a caminho de sua individuação e sobrevivência íntima, ou utilizando um termo mais atual, de seu empoderamento emocional. 
Obra Penélope – Tecelagem Lírica 2018 (Foto: Divulgação)
Focada também no funcionamento do cérebro, a exposição traz a obra A Bela e a Fera, inspirada na canção principal deste sucesso do cinema internacional para abordar os sentimentos conflitantes, e a tela Emotivo Cérebro, que retrata o cérebro e seu sistema límbico, responsável pelo processamento das 156 emoções humanas até agora já catalogadas cientificamente.  
Serviço:
Exposição: Arquitetura das Emoções Humanas
Artista: Fátima Marinho
Onde: Livraria Francesa – Rua Barão de Itapetininga, 275, República – SP
Telefone  : 11 3231 4555
Duração: de 18/11/2018 a 12/01/2019
Segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 13h
Entrada gratuita

Tempo Expandido: Videoinstalações de Chantal Akerman chegam ao Oi Futuro Flamengo




Mostra aproxima público brasileiro da estética singular da cineasta e de seu olhar sobre o universo feminino


Por Andréia Bueno
Consagrada internacionalmente, a cineasta Chantal Akerman (1950-2015) realizou mais de 40 filmes, alguns dos quais com lugar assegurado entre os clássicos de todos os tempos. Para celebrar seu legado, o Oi Futuro inaugura dia 26 de novembro a primeira exposição no Brasil sobre a obra da artista e sua inserção no universo das artes visuais. Dona de um olhar singular sobre o universo feminino e construtora de um ritmo que rompeu com vários dos cânones do cinema de seu tempo, Chantal ocupará, com quatro videoinstalações, três andares do centro cultural no Flamengo.
Foto:Divulgação
Chantal Akerman – Tempo Expandido é uma mostra inédita, que conta com a curadoria de Evangelina Seiler e tem sua montagem supervisionada por Claire Atherton, uma das colaboradoras mais próximas de Akerman. O objetivo é aproximar o público brasileiro da estética, do estilo e sobretudo da visão particular da artista sobre o universo feminino. Beto Amaral, da Cisma, idealizou a exposição em 2014, em parceria com a galeria Marian Goodman. Daniela Thomas e Felipe Tassara assinam a expografia da mostra.
– Além de ser uma das cineastas mais influentes e originais da história do cinema mundial, Chantal Akerman foi uma pioneira no olhar para o feminino, valorizando as questões de gênero durante toda a sua carreira e inovando não só na forma como também no conteúdo. O Oi Futuro se orgulha de fechar a programação 2018 de nossas galerias com esta exposição inédita, compartilhando com o público a experiência de vivenciar intensamente a obra dessa grande artista, que ainda se faz incrivelmente atual – diz Roberto Guimarães, Gerente Executivo de Cultura do Oi Futuro.
A mostra
As experiências de Chantal Akerman no terreno das videoinstalações a levaram a participar de algumas das mostras mais importantes do mundo, como a Documenta de Kassel (2000) e a Bienal de Veneza (2001 e 2015), entre outras, sempre com grande sucesso. Suas obras nessa área foram desenvolvidas com base em alguns de seus próprios filmes – aos quais acrescentou material de novas filmagens que realizou. 
O Oi Futuro receberá quatro videoinstalações da cineasta: In the Mirror (1971-2007) exibe uma cena de um dos primeiros filmes da cineasta (L’Enfant Aimé ou Je joue à être une femme mariée, 16mm, de 1971), na qual uma jovem nua, em frente a um espelho, examina o próprio corpo detalhe por detalhe.
La Chambre (2012) foi criada a partir de imagens do filme homônimo de 16mm, lançado em 1972. No artigo “Chantal Akerman: autorretrato da cineasta”, de 2004, a revista Cahiers du Cinéma, editada pelo Centre Pompidou, resume assim o filme: “Uma longa e lenta panorâmica descreve repetitiva e continuamente o espaço de um quarto. No leito, Chantal Akerman – primeiro sentada e imóvel e, quando a câmera retorna, comendo uma maçã. Trata-se tanto de um autorretrato misterioso da cineasta em seu lugar previsível, quanto o equivalente, para o seu cinema, a uma natureza morta: reunir seus motivos pessoais em uma descrição repetitiva para melhor descartá-los em seguida.” Maniac Summer (2009) é composto por imagens e sons gravados em Paris, no verão de 2009. 
Foto: Divulgação
É um tríptico abrangente, sem começo nem fim, sem um assunto ou tema específico. A câmera é posicionada na frente de uma janela e fica ali rodando. Observa movimentos, registra ruídos que vêm da rua ou do parque próximo, capta Chantal Akerman em suas rotinas normais no apartamento: fumando, trabalhando, falando ao telefone. Fragmentos da vida cotidiana da artista são apresentados no vídeo central da instalação, enquanto os painéis auxiliares mostram um material mais simbólico, composto de imagens do vídeo principal que foram isoladas, modificadas e repetidas várias vezes. Essas pós-imagens abstratas constituem uma espécie de lembrança, que remete às imagens do elemento central da instalação, assim como tantas sombras da sua realidade.
A quarta obra será Tombée de Nuit sur Shanghai (2009), com projeções de imagens do episódio homônimo dirigido por Chantal Akerman para o filme O Estado do Mundo, que reuniu seis diretores de vários países e foi produzido em comemoração aos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal.
É uma instalação single channel, que evoca a arte da direção e da observação. As imagens estáticas características do estilo de Akerman captam o porto, os barcos que cruzam o rio, as pessoas que passam, o horizonte da megalópole, os gigantescos anúncios iluminados e o cair da noite em tempo real. Tombée de nuit sur Shanghai tem pouco ou nenhum enredo, mas uma poderosa atmosfera que lhe faz as vezes. Sua representação do ambiente urbano está ancorada na relação dialética entre o olhar estático do observador e os vários movimentos dos sujeitos desse olhar. O burburinho natural de um hotel-restaurante serve de trilha sonora para esse devaneio visual sem um sentido aparente.
Serviço
Chantal Akerman – Tempo Expandido
Abertura: 26 de novembro às 19h
Visitação: 27 de novembro 2018 a 27 de janeiro 2019
Oi Futuro 
Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
Níveis 2, 4, 5 e vitrais
Terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada Franca 
Classificação etária: livre

5 exposições para conferir na capital paulista




Por Nicole Gomez

Foto: Divulgação

A cidade de São Paulo é sempre cheia de atrações para todos os gostos. Se você gosta de artes e não sabe qual exposição visitar, damos aqui, algumas ideias para que você não fique de fora de 5 delas, que são imperdíveis! Confira!

Ai Weiwei Raiz

Foto: Divulgação
São Paulo recebe a primeira exposição do artista chinês Ai Weiwei no país, além de ser a maior já realizada por ele em sua carreira. A exposição, com 8 mil m², está em cartaz na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera, e apresenta seus mais icônicos trabalhos e obras inéditas nascidas da imersão profunda do artista pelo Brasil e suas tradições.
Serviço
Até 20 de janeiro de 2019
Terças a sábados, das 11h às 20h. Domingos e feriados, das 11h às 19h
Oca – Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n. Portões 1, 2 e 3
Ingressos R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)
Millôr: Obra Gráfica

Foto: Divulgação
A exposição, que está em cartaz no IMS Paulista, reúne desenhos de Millôr Fernandes, jornalista, desenhista, dramaturgo, humorista, escritor e tradutor carioca. A seleção de desenhos mostra os mais importantes temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista.
Serviço
Até 27 de janeiro de 2019
Terças a domingos, das 10h às 20h. Quintas, exceto feriados, das 10h às 22h
IMS Paulista – Av. Paulista, 2424
Grátis
Bob Wolfenson: Retratos

Foto: Divulgação
A mostra apresenta mais de 220 retratos do aclamado fotógrafo Bob Wolfenson, muitas delas ainda inéditas. As fotografias foram feitas desde a década de 1970 até os dias atuais. Entre as personalidades retratadas estão: Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Pelé, Marília Gabriela, Tom Zé, entre outros. As imagens reunidas convidam a um passeio pelos costumes e protagonistas da história brasileira recente. E atenção: No dia 21/11, às 19h30, haverá uma visita guiada pelo próprio Bob Wolfenson à exposição. Para participar da visita guiada inscreva-se pelo site https://bit.ly/2PYKHtp , mas corra, pois as vagas são limitadas. 
Serviço
Até 9 de dezembro
Terças a sábados, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 10h às 17h
Espaço Cultural Porto Seguro – Al. Barão de Piracicaba, 610, Campos Elíseos
Grátis
Mãe Preta

Foto: Divulgação
Idealizada pelas artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, a exposição reúne fotografias, vídeos, instalações, performance e literatura. A inspiração das artistas para a realização dessa exposição foram as conhecidas imagens das amas-de-leite negras, registradas desde meados do século 19 ao início do século 20. 
Serviço
Até 25 de novembro
Segunda à sexta, das 11h às 19h. Sábados e domingos, das 11h às 21h
Galeria Mario Schenberg – Funarte – Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos
Grátis
Rafael e a definição da beleza

Foto: Divulgação
A exposição reúne obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, destacando o conceito de beleza aliado ao percurso do artista renascentista, abrangendo desde os conceitos da Divina Proporção à Graça. Entre os itens expostos, o visitante encontrará livros históricos, pinturas, tapeçarias, gravuras e objetos raros.
Serviço
Até 16 de dezembro
De terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, das 10h às 20h
Centro Cultural Fiesp – Av. Paulista, 1313
Grátis
Não perca as exposições, em cartaz em São Paulo!

Centro Cultural FIESP prorroga exposição Rafael e a Definição da Beleza




Reunindo obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, a exposição destaca o conceito de beleza atrelado ao percurso do artista renascentista


Por Andréia Bueno
Os primeiros anos do século XVI abarcam um dos mais ricos e importantes períodos da história da arte ocidental, a Idade de Ouro do Renascimento. Rafael de Urbino (1483-1520), o mais jovem da tríade formada também por Leonardo da Vinci e Michelangelo, foi considerado o maior e mais perfeito representante desta época. Sua obra inspira-se tanto na Antiguidade Clássica quanto na natureza, materializando-se como síntese de elegância e naturalidade. É para ele que se volta a Rafael e a Definição da beleza – Da Divina proporção à graça, exposição que o Centro Cultural Fiesp exibe até 13 de janeiro de 2019, com entrada gratuita.
Leda e o Cisne, c. 1550  – Buril, p&b 31,0 x 41,5 cm, Fundação Biblioteca Nacional 
Com curadoria de Elisa Byington e produção da Base7 Projetos Culturais, a mostra se antecipa às celebrações que marcam os 500 anos de morte de Rafael, em 2020. A exposição traz obras de grandes mestres do Renascimento de diversas coleções italianas como a Galleria Nazionale da Umbria e de Modena, a Galleria Borghese e o Palazzo Barberini de Roma, a Santa Casa e o Museo del Tesoro de Loreto, e o Museo Nazionale di Capodimonti de Nápoles. Conta também com obras inéditas da coleção Yunes, de São Paulo, da Fundação Eva Klabin, do Rio de Janeiro, e um conjunto de mais de 50 gravuras produzidas no ateliê de Rafael e seus discípulos que hoje integra o acervo da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Além das obras, a exposição conta com diversos recursos visuais que auxiliam o visitante a compreender o processo de elaboração dos trabalhos gráficos, como é o caso de O Massacre dos Inocentes, gravura influente e de elaboração meticulosa. Entre os destaques, uma projeção monumental de Escola de Atenas, seguindo a escala original da famosa pintura de Rafael que decora o salão Stanza della Segnatura, no Vaticano.
Organizada em oito seções, a mostra convida o público a um passeio pelo fecundo percurso criativo de Rafael e pelas mudanças que a ideia de beleza sofreu ao longo do Renascimento. A mostra tem início na seção intitulada A Divina Proporção, destacando as medidas exatas que orientavam a concepção da beleza à luz dos estudos tanto matemáticos, como o de Luca Pacioli, quanto artísticos, como os tratados de Vitrúvio e de Leon Battista Alberti. Esta seção aborda também a obra de Pietro Perugino, possível mestre de Rafael, que sobre ele exerceu forte influência estética durante parte de sua vida.
O percurso segue pela seção Virtudes da Imitação, que aborda o conceito de imitação como recurso fundamental ao sistema moral e estético do Renascimento. As obras dessa seção apresentam inúmeras referências ao mundo antigo, à natureza e ao próprio mundo das artes. Aqui o público conhece uma das discussões mais importantes da exposição: a imitação e a cópia não excluem a invenção e a originalidade, pelo contrário, instituem um sistema de referências e um clima de competição que vai caracterizar o ambiente renascentista.
A seção Idade de Ouro é dividida em duas partes. A primeira é a Escola de Atenas, famoso afresco de Rafael que decora a Stanza della Segnatura, no Vaticano. Executado entre 1508 e 1511, o afresco faz uma homenagem à Filosofia. A mostra apresenta uma projeção em tamanho real, em 5 por 7,7 metros, além da exibição digital de um cartão preparatório do afresco. A segunda parte trata da rivalidade entre Michelangelo e Rafael, representada pelos dois termos que intitulam a seção Terribilidade e Sprezzatura – em referência ao virtuosismo atormentado da arte de Michelangelo e à elegância e à harmonia da arte de Rafael, respectivamente.
A quarta seção Uma nova beleza marca a ascensão da maneira moderna, com a substituição da objetividade do pensamento matemático pela subjetividade do olhar artístico. A beleza feminina inaugura essa seção com três preciosas Madonas com menino, representantes da típica graça rafaelesca, e com La Perla di Modena, pequeno óleo sobre tela de Rafael, que traz a cabeça de uma mulher, revelando o sublime dos traços do artista. Vê-se também O Triunfo da Galateia, gravura de Marco Dente executada a partir do célebre afresco de Rafael destinado a decorar a Villa Farnesina, acompanhada por uma bacia em maiolica decorada com a mesma imagem.
Em Invenção e Execução aborda-se a importância do ateliê na produção e difusão das obras e da fama do artista. Neste segmento apresentam-se dois óleos dos célebres discípulos Giulio Romano e Perin del Vaga, além de diversas composições de Rafael gravadas pelas mãos de discípulos, como no caso da consagrada Batalha de Constantino, afrescada postumamente na parede do Vaticano.
Em um período anterior à criação da fotografia, a gravura foi essencial para a difusão do artista e sua obra entre seus pares, colecionadores e mecenas. Rafael compreendeu o papel de propagação do desenho gravado e isso logo tornou suas composições conhecidas por toda a Europa – este núcleo de gravuras produzidas no seu ateliê aparece no módulo Instrumentos da Fama.
A mostra conta ainda com um conjunto belíssimo de gravuras da Fundação Biblioteca Nacional, realizadas pela primeira geração de gravadores do artista, jovens assistentes que receberam os originais do próprio mestre ou de seus discípulos. Ainda que não fossem gravadas de próprio punho, as estampas eram marcadas pela inscrição Raphael Invenit – invenção de Rafael, em português -, artifício que distinguiu, pela primeira vez, o papel do gravador do papel do criador, a quem cabiam os direitos autorais e a propriedade da matriz. As gravuras de quase 500 anos despertam a curiosidade de especialistas em todo mundo e ainda são pouco conhecidas do público brasileiro, que terá essa grande oportunidade de vê-las.
O potencial propagandístico da gravura foi compreendido por Rafael através da gravura A morte de Lucrécia, presente na mostra, que Marcantonio Raimondi teria feito a partir de um desenho de seu mestre. O resultado final o surpreendeu e Rafael então passou a executar desenhos para serem gravados – a exemplo do processo de composição de Massacre dos Inocentes, presente na mostra por meio de reproduções luminosas dos desenhos preparatórios.
Uma seção direcionada à Fortuna das Tapeçarias demonstra a versatilidade da arte de Rafael e a diversificação das linguagens artísticas de sua obra quanto à influência exercida nas artes do Norte da Europa, para onde os cartões eram enviados para serem tecidos. Na mostra, encontram-se a tapeçaria com a cena da famosa Pesca Milagrosa, da série dos Atos dos Apóstolos, destinada a cobrir as paredes inferiores da Capela Sistina.
Por fim, o núcleo ADifusão da Maneira aborda a disseminação do estilo amadurecido por Rafael e estimulado pela presença de numerosos artistas em Roma e pela sucessiva diáspora destes artistas em razão do Saque de Roma em 1527. Nesta seção há tanto gravuras realizadas sob a inspiração de seus modelos, quanto três pinturas que sofreram influência do seu estilo, além do cartão para tapeçaria da coleção da Fundação Eva Klabin com o tema da Idade de Ouro, que se baseava em uma tapeçaria realizada por Rafael 100 anos antes.
Serviço:
Exposição Rafael e a Definição da Beleza – Da Divina proporção à graça
Período expositivo: até 13 de janeiro de 2019 
Horários: de terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, 10h às 20h
Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Cerqueira César (em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Agendamentos escolares e de grupos: (11) 3146-7439 ou ccfagendamentos@sesisp.org.br
Grátis

Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br

Exposição Xilogravura no Sesc Santo Amaro




De 10 de novembro a 17 de fevereiro, oito artistas da cena contemporânea da xilografia expõem seus trabalhos na mostra Madeira Nova.

Por Andréia Bueno
Com mais de 20 trabalhos de oito artistas jovens, a exposição Madeira Nova foi aberta neste sábado (10) no Sesc Santo Amaro. A Mostra, que tem curadoria de Célia Barros, fica em cartaz no Espaço das Artes da unidade até 17 de fevereiro de 2019. A entrada é gratuita.
Figure 1 Obra Dicotomia do Ser, de Júlia Bastos, xilogravura sobre papel de arroz (2016)
Fazem parte da exposição Madeira Nova os artistas Santidio Pereira, Luisa Almeida, Kamila Vasques, Igor Santos, Julia Bastos, Gabriel Balbino, Rafael Pinto e Fernando Melo. Em comum, possuem pesquisas direcionadas para a imagem em grande formato, buscando inovar nos materiais de impressão, com novas possibilidades de linguagem e valorização da investigação estética. A maioria das obras é inédita.
A reprodução por meio de matrizes de madeira visando a multiplicação de imagens começou a ganhar mais adeptos no Brasil no século XIX – antes não se têm notícias da prática em terras brasileiras, já que os portugueses não permitiam a existência de nenhum tipo de imprensa em sua colônia. Mas a partir do final do século, já é possível encontrar alguns trabalhos feitos por esta técnica, como a literatura de cordel. Mas existem outras tantas formas de consolidação da ‘xilo’. “Artistas hoje renomados tiveram, na xilogravura, sua principal fonte de investigação estética. Após uma efervescência da xilogravura em Lambe-lambe, que ocupou os espaços públicos da cidade de São Paulo nos anos 2000, os movimentos coletivos da gravura têm-se dedicado, mais recentemente, com euforia e ótimos resultados, às feiras gráficas, onde surgem novas parcerias em projetos editoriais, formando novos circuitos e mercados para a gravura contemporânea”, conta Célia.
SERVIÇO 
Sesc Santo Amaro (Espaço das Artes)
Com Santidio Pereira, Luisa Almeida, Kamila Vasques, Igor Santos, Julia Bastos, Gabriel Balbino, Fernando Melo e Rafael Pinto
Curadoria Celia Barros
Entrada gratuita
de 10 de novembro de 2018 a 17 de fevereiro de 2019
Horário da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Endereço: Rua Amador Bueno, 505.
Acessibilidade: universal.
Estacionamento da unidade: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (Credencial Plena); R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional (outros).
Disponibilidade: 158 vagas para carros e 36 para motos. A unidade possui bicicletário gratuito.

Emmathomas recebe Paula Costa para primeira exposição pop-up no mezanino




Ephemera, com curadoria de Ana Carolina Ralston, ocupa o segundo andar da galeria com cerca de 15 obras da artista convidada para inauguração do Emma POP


Por Andréia Bueno
A partir de novembro, a Emmathomas Galeria ativa o espaço expositivo do mezanino para receber pop-ups de artistas convidados. A carioca Paula Costa estreia o projeto Emma POP, que tem como objetivo propiciar um ambiente artístico de experimentação para nomes expoentes da cena contemporânea, selecionados pela curadora Ana Carolina Ralston. A arte viva e mutante é o fio condutor de Ephemera, solo project que abre ao público no dia 22 de novembro, às 19h, no mezanino da galeria.

Beijo, de Paula Costa | Foto: Divulgação
Tempo. A produção de Paula Costa percorre o tempo entre a beleza de florescer e envelhecer. Utiliza agulha, fio de algodão e lã para alinhavar folhas e flores em distintas etapas de sua existência. Colagens, esculturas orgânicas e fotografias revelam a transformação da arte viva, que independente da ação da artista, necessita cumprir o ciclo natural. “A natureza, o oráculo de Paula na busca de inspiração e respostas e as intervenções feitas por ela em seus fragmentos ganham diferentes suportes como suspensas no espaço, em um idílico site specific que funciona como um portal na entrada da exposição. Em outro momento, essa matéria-prima é reunida em delicadas caixas de acrílico, misturando-se a fios e palavras bordadas”, pontua Ana Carolina Ralston.
A relação da artista com a efemeridade sempre esteve presente. De forma intuitiva, Paula fez do efêmero mais do que um objeto contemplativo, tornando-o a principal temática de sua expressão artística. “Na cultura ocidental, temos dificuldade em olhar para a morte. Mas ela nem sempre representa o fim. Ela é parte da transformação para um outro estágio ou outra consciência. É por meio de nossas pequenas mortes individuais que fechamos ciclos e começamos outros”, relata a artista.
Artista multimídia, Paula Costa faz uso da matéria orgânica, que seca e envelhece dia após dia. Para produzir o que não foi feito para durar, exercita a cada bordado e instalação a humildade e o desapego. Assume a vida útil como elemento significativo no seu propósito artístico. “Minha maneira de afirmar minha passagem pelo mundo é aceitando o tempo de duração das coisas. O artista vem bem antes da arte. Mas a vida, antes de tudo”, finaliza.
Serviço:

Ephemera, da artista Paula Costa 
Abertura: 22 de novembro, 19h
Período expositivo: de 23 de novembro a 21 de dezembro 
Local: Emmathomas Galeria
Endereço: Alameda Franca, 1054, Jardim Paulista
Visitação: segunda a sexta-feira, das 11h às 19h e sábado de 11h às 15h