Pavilhão Japonês do Ibirapuera apresenta a exposição Bancos Indígenas do Brasil




Com entrada gratuita, exposição marca os 110 anos da imigração japonesa no Brasil.
Por Andréia Bueno

Pavilhão Japonês, construção localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e inspirada no Palácio Katsura, de Kioto, recebe a exposição Bancos Indígenas do Brasil, que apresenta cerca de 70 peças da coleção BEI desde o início do mês. Os bancos foram produzidos por povos de várias regiões do alto e baixo Xingu, sul da Amazônia, Centro-Oeste, norte do Pará, Guianas e noroeste amazônico. No fim de junho, outra seleção de bancos da coleção seguirá para Tóquio, onde ocupará o Museu Teien, construção do começo do século XX que reflete a influência da arquitetura ocidental em território japonês. Dessa maneira, pretende-se apresentar e homenagear as relações entre as duas culturas no momento em que se comemoram os 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao país.

Foto: Divulgação
A mostra, cuja expografia ficou a cargo da designer Claudia Moreira Salles e do arquiteto Eiji Hayakawa, revela a sofisticação e a importância cultural dos bancos: alguns são zoomórficos, representando animais da fauna brasileira; outros são assentos mais convencionais, lixados com esmero, pintados com pigmentos naturais, decorados com grafismos ou entalhes. Em todos, os aspectos utilitários e decorativos conciliam-se à dimensão simbólica, de forma de que as peças espelham o universo cultural, os mitos e a cosmologia das etnias que as fabricam.

Nesse movimento de aproximação entre a arte indígena e a japonesa, os organizadores pretendem expor a forma como ambas, cada um a seu modo, cultivam o rigor e, ao mesmo tempo que reverenciam a tradição, assimilam as transformações trazidas por nossa época — os índios, por exemplo, hoje usam ferramentas e introduzem inovações em sua arte, mas mantêm-se fiéis aos ensinamentos de seus antepassados. Ambas compartilham, ainda, um intenso sentido de integração com a natureza, traduzido pelo uso sustentável da madeira. A exposição, portanto, constitui um olhar multicultural sobre a relação entre a matéria-prima e a obra final, o uso do material e sua preservação, a natureza e o fazer artístico.

Por sua abrangência e variedade, a exposição Bancos Indígenas do Brasil toca em uma ampla variedade de temas, revelando pontos de conexão entre a arte indígena e mostrando ao público a potência criativa e o apuro estético dos povos tradicionais.
EXPOSIÇÃO NO JAPÃO TERÁ EXPOGRAFIA DE TOYO ITO

No dia 30 de junho, outra seleção de bancos da Coleção BEI comporá a exposição Bancos Indígenas do Brasil, que ocorrerá no Museu Teien, em Tóquio, com expografia do arquiteto japonês Toyo Ito. O evento de abertura contará com a presença de Mayawari Menhinaku, artista da etnia Mehinaku que representará os povos indígenas brasileiros.

SERVIÇO
EXPOSIÇÃO BANCOS INDÍGENAS DO BRASIL
9 de junho a 5 de agosto
Acesso: Portão 3 e 10 – Av. Pedro Álvares Cabral
Funcionamento: quarta, sábado, domingo e feriado
Horário: das 10h às 12h e das 13h às 17h
Tel: (11) 5081-7296 e 3208-1755
Entrada Gratuita. 

Abertura da exposição: Aurorar de Nadia Starikoff e Carol Mondin




Por Nicole Gomez

A artista visual Nadia Starikoff e a poetisa Carol Mondin abrem no dia 18 de junho a exposição “Aurorar” no Memorial da América Latina. A mostra contará com 14 pinturas e 14 poemas e tem curadoria de Higor Advenssude.

Foto: Divulgação
A exposição é fruto de uma parceria de Nadia com a poetisa Carol Mondin. Trata-se de um manifesto sobre o feminino que retrata a multiplicidade que cada mulher tem dentro de si, criando uma plataforma de empoderamento e autoestima. As 14 pinturas apresentadas por Nadia se conectam com 14 poesias de Carol, criando uma representação do feminino e de tudo o que ele representa.

Além da exposição, nos dias 23 de junho e 07 de julho será realizado um workshop no local, partindo da conexão das pinturas com os poemas para a conexão dos trabalhos com a vida dos participantes, que serão incentivados a produzir seus próprios poemas e ilustrações.

SERVIÇO
“Aurorar” 
Memorial da América Latina (Biblioteca Latino-Americana)
Endereço: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664
Abertura: 18 de junho, às 20h
Em cartaz até 15 de julho de 2018
Segunda a sexta das 09h às 18h e sábados das 09h às 15h
Ação educativa nos dias 23 de junho e 07 de julho
Informações: (11) 3823-4655
Entrada Gratuita.

Fundação Japão traz mostra de gravuras de japoneses contemporâneos para São Paulo




Por Leina Mara

Em cartaz desde o final de maio, a exposição “Variação e autonomia: as gravuras de pintores japoneses contemporâneos” fica até 24 de junho no Centro Cultural de São Paulo – CCSP. A mostra reúne um conjunto de gravuras que compreendem o período do pós-guerra, dos anos 1950 aos 1980.

Foto: Divulgação / CCSP
Composta por obras de arte de 10 renomados artistas: Masanari Murai, Toshinobu Onosato, Yasukazu Tabuchi, Yayoi Kusama, Natsuyuki Nakanishi, Hitoshi Nakazato, Tomoharu Murakami, Naoyoshi Hikosaka, Kosai Hori e Toeko Tasuno, a exposição tem como objetivo incentivar os espectadores a reconsiderar a história das gravuras contemporâneas no Japão, reafirmando sua relevância artística. 

O curador da mostra, Kyoji Takizawa, do Museu Municipal de Artes Gráficas de Machida, no Japão, alerta que hoje, meio século depois, o desenvolvimento de técnicas no Japão, as gravuras estão prestes a ser esquecidas. “Como uma tendência na arte contemporânea, há uma necessidade, no Japão e no exterior, de se reconsiderar a história a partir de uma variedade de perspectivas críticas, sem ignorar o objetivo da dissolução. As obras dos artistas nesta exposição, sem dúvida, auxiliarão a manter as gravuras vivas”.
Serviço: 
Até quando: 24 de junho 
Horários: terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h 
Onde: Centro de Cultural de São Paulo – CCSP
Entrada gratuita 

Simões de Assis Galeria de Arte apresenta exposição de Cícero Dias




Mostra reúne 40 obras do modernista pernambucano em retrospectiva inédita desde a década de 1980 e revela série de litografias denominada “Suíte Pernambucana”

Por Andréia Bueno

A Simões de Assis Galeria de Arte apresenta, entre os dias 9 de junho e 4 de agosto, “Cícero Dias”. A exposição reúne 40 obras na primeira grande retrospectiva do modernista pernambucano – que viveu entre 1907 e 2003 – em uma galeria desde a década de 1980. Além das aquarelas, é revelada ao público, três décadas após a sua criação, a “Suíte Pernambucana”, série inédita de litografias criadas em 1983, em Paris. A curadoria é de Waldir Simões de Assis.

Cícero Dias – Amizade: aquarela sobre papel – Foto: Divulgação
Definido pelo crítico de arte André Salmon como um “selvagem esplendidamente civilizado”, expressão dedicada ao artista em um poema de Paul Verlaine, Cícero era avesso às escolas e produzia uma arte baseada no instinto.

Segundo o curador da mostra, Waldir Simões de Assis, o artista “produziu grande parte da sua obra na Europa nas três décadas em que lá viveu sem jamais abdicar os valores mais profundos da nossa cultura. A trajetória de Cícero Dias foi pautada na liberdade, tanto na expressão da sua arte quanto na conduta da sua vida. Alguns episódios da sua história pessoal confundem-se com acontecimentos políticos da maior relevância no século XX, como as relações conflituosas com a ditadura Vargas no Brasil e sua participação na resistência ao nazifascimo na Europa.”

“A exposição agora apresentada na Simões de Assis Galeria de Arte reúne trabalhos excepcionais, recompondo todo o percurso desse artista múltiplo, curioso e atrevido – que jamais teve medo de ousar. O Selvagem esplendidamente civilizado, civilizando negligentemente… por toda a sua longa vida”, declara a curadora de arte Denise Mattar.

Serviço
Local: Galeria Simões de Assis. Rua Sarandi 113 – A, Jardins – SP.

Abertura: 09/06, das 11h às 15h

Período de visitação: 09/06 a 04/08

Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Sábado das 10h às 15h. Fecha aos domingos e feriados.

Telefone: (11) 3062-8980
Mais informações: www.simoesdeassis.com.br

Abertura da exposição Experimentando Le Corbusier




Por Nicole Gomez

Com curadoria de Pierre Colnet e Hadrien Lelong, da Cremme – Editora de Mobiliário, via Instituto Cremme, a mostra permeia o pensamento de Le Corbusier para além do perímetro da arquitetura.

Arte: Divulgação

A nova exposição apresenta uma reflexão sobre o modernismo no Brasil e sobre o trabalho do arquiteto franco-suíço. O objetivo dos artistas, designers e arquitetos brasileiros convidados para participar da mostra é manter vivo o pensamento moderno e revolucionário de Le Corbusier. 

Noções como simetria, perspectiva, movimento e composição são abordadas pelas obras dos artistas Carla Chaim, Lucas Simões e Ivan Padovani. Estarão expostas peças da Oficina de Marcenaria elaboradas em parceria com o Instituto Leo, que propôs a releitura do modernismo por meio da concepção de móveis inspirados nas obras de Le Corbusier. Os Irmãos Campana completam a programação de designers, ocupando o jardim do Museu com a instalação Taquara.

A mostra também terá como convidados um time de escritórios brasileiros formado por Aleph Zero, AR Arquitetura, Bloco Arquitetos, FGMF, Gabriel Ranieri, Pedro Ribeiro, Estudio Guto Requena, Metro Arquitetos Associados, MNMA Studio, Nitsche Arquitetos, Play Arquitetura, Terra e Tuma e Triptyque Architecture, que irão refletir como hoje repercute o processo modernista no território nacional e dentro do próprio ambiente de trabalho. O artigo do filósofo francês Mickaël Labbé, feito especialmente para a mostra, sustenta o trabalho dos arquitetos na exposição. 

SERVIÇO
Abertura da exposição Le Corbusier – Interpretações Contemporâneas do Modernismo
Dia: 16 de junho, sábado
Horário: 14h
Entrada gratuita

Museu da Casa Brasileira
Av. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano
Tel.: (11) 3032-3727
Próximo a estação Faria Lima do metrô – Linha Amarela

Exposição de Rose Klabin é prorrogada até 8 de agosto




Artista traz conjunto de esculturas de mármore em instalação imersiva em seu ateliê

Por Andréia Bueno
Refletir sobre os duplos da existência humana e explorar a dicotomia que existe entre permanência e a transitoriedade. Investigá-los a partir da justaposição do denso e do fluído, tomando o feminino como corpo de expressão. É este o mote de Sutartine, exposição individual de Rose Klabin, em cartaz até 8 de agosto. Representada pela galeria Eduardo Fernandes, a artista expõe em seu próprio ateliê, localizado no bairro Cidade Jardim.

Bertha (esquerda) e Jenny (direita), esculturas em mármore reconstituídas por Rose Klabin – Foto: Divulgação

Com curadoria de Douglas de Freitas e projeto expográfico do arquiteto Mauro Munhoz, a exposição reúne cinco esculturas em mármore, corpos femininos que convivem, nem sempre de modo harmônico, com uma série de engrenagens e metais – objetos de resíduos industriais.

“Sutartine, palavra de origem lituana que dá nome à exposição, carrega em si a ideia de acordo, de uma convivência em harmonia entre dois seres distintos. De alguma forma, essa oposição sempre norteou o trabalho de Rose e é explicitada aqui pela combinação do mármore, matéria que simboliza a perenidade, com o metal, elemento que aos poucos vai se deteriorando”, pontua o curador.

Na instalação site specific, essas figuras surgem sob um espelho d’água em um ambiente turvo, ganhando visibilidade ao som de surtatines, cantos folclóricos de origem lituana, marcados pela polifonia de vozes femininas. Apesar de não formarem um som único, combinam-se e coexistem em consonância. A mostra traz ainda um vídeo, registro de uma performance da artista em Vermont, nos Estados Unidos.

“O projeto expográfico estabelece uma ponte com a dimensão íntima, por ter sido concebido no ateliê da artista, e exterior, que vem do próprio trabalho artístico”, afirma o arquiteto Mauro Munhoz. “Para isso, criamos um ambiente onírico: inundamos o espaço com água. Nele, só será possível ter uma referência espacial a partir da imagem da luz refletida das esculturas, desconstruindo as âncoras com o real, até a travessia para a outra sala, seca, onde será possível viver outra experiência”, completa.

Essa dualidade é refletida também nas figuras representadas: corpos nus, femininos, que fogem daquela que comumente é tida como forma ideal. As curvas que se sobrepõem e atribuem história e expressividade a cada uma das personagens. Em referência à trajetória pessoal e artística de Rose, o uso do metal enferrujado.
Serviço:
Ateliê Rose Klabin
Endereço: Rua Jaguanambi, 105 | Cidade Jardim, SP
Visitação: até 8 de agosto, das 10h às 18h