Nos dias 8 e 22, às 21h, no Teatro Paulo Eiró, em Santo Amaro (zona sul), dia 15, às 21h, no Teatro Alfredo Mesquita, em Santana (zona norte) e em 1 de abril, às 19h, no Teatro Flávio Império, em Cangaíba (zona leste), acontecem as apresentações gratuitas de Ubu Rei.
O espetáculo teatral é baseado no texto de Alfred Jarry, com direção de Armando Liguori Júnior e tradução e concepção de Augusto Marin. No elenco, Augusto Marin, como Pai Ubu, Esther Góes, como mãe Ubu, Paulo Dantas, Armando Liguori, Fabricio Garelli, Juliano Dip e Natalia Albuk. O espetáculo tem duração de 1h 20 min.
Mais atual do que nunca, o texto mostra como a ganância e a vaidade exacerbada são capazes de motivar a tomada do poder. Ubu, o protagonista, é um personagem inescrupuloso que beira o grotesco para alcançar seus objetivos. Manipulado pela esposa, Mãe Ubu, e amparado pelos próprios discípulos, decide matar o rei da Polônia para roubar a coroa. Em seguida mata os nobres, juízes e os financistas e trai seus próprios apoiadores. Qualquer semelhança com Macbeth, de Shakespeare, não é mera coincidência!
“Ubu Rei é uma sátira sobre o poder, revela como são patéticos os tiranos. Eles jogam com o destino das pessoas como se fossem crianças brincando”, diz Augusto Marin, idealizador do projeto.
Ao chegar ao trono, Ubu se torna um tirano sanguinário, mas ingênuo e despreparado, o que leva a plateia ao riso. Essa é uma das principais características do trabalho de Alfred Jarry: encenar uma farsa que conduz à gargalhada diante da estupidez humana ao supor uma superioridade diante dos demais.
Segundo Armando Liguori, “estamos fazendo uma releitura contemporânea de Ubu Rei, de Alfred Jarry, pós-pandemia, trazendo referências sobre o Brasil, os artistas e o teatro. Para criar o espetáculo pesquisamos algumas versões de Ubu Rei, como: Ubu Rei, de 1896, Ubu Cornudo, de 1897, Ubu Acorrentado, Ubu sobre a Montanha e os Almanaques do Pai Ubu, escritos entre 1899 e 1901”, esclarece.
A linguagem do espetáculo baseia-se nas técnicas da comédia física e visual, no jogo dos atores, na Commedia Dell’ Arte, com música ao vivo, acrobacias, marionetes, elementos de HQs e dos jogos infantis. O público integra o espetáculo, representando o povo da Polônia.
Ubu Rei, uma sátira sobre os tiranos e Alfred Jarry
Quando estreou em Paris em 1896, sob a direção do simbolista Lugné-Poe, no Théâtre de l’ Oeuvrea, a peça foi recebida com aplausos e vaias e ficou apenas dois dias em cartaz. O espetáculo rompia com os cânones do teatro da época e o reconhecimento só chegou após a morte de Jarry, quando a tragicomédia serviu de inspiração para o surrealismo, o dadaísmo e o teatro do absurdo.
O texto de Ubu teria surgido como uma sátira de Jarry a um professor do Liceu de Rennes, França, em 1888, quando tinha 14 anos.
Alfred Jarry (1873-1907) foi um poeta, romancista e dramaturgo simbolista francês, inventou a Patafísica, “a ciência das soluções imaginárias”, que opera, pela chave cômica, na desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo.
Segundo Guillaume Apollinaire, Jarry foi grande escritor popular, uma espécie de debochado sublime e precursor e inspirador do movimento surrealista.
Ubu Rei, Ubu Play
O processo de criação do espetáculo aconteceu a partir de uma série de improvisações de cenas originais da peça. Com o roteiro e a definição das cenas, inicia-se o processo de caracterização das personagens, gestos, posturas e o uso da voz. Na linguagem do teatro físico e das máscaras, os atores, além de representar mais de um personagem, fazem efeitos sonoros, vozes, manipulam objetos e assumem algumas vezes que estão fazendo teatro.
O espetáculo Ubu Rei está sendo realizado dentro do Projeto UBU REI, FOLIAS PATAFISICAS E PANTAGRUÉLICAS, com recursos do PROAC LAB, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Uma Commune Teatral e Ponto de Cultura
A Commune, fundada em 2003, é uma premiada companhia de pesquisa, produção, formação e intercambio teatral. Seu repertório inclui: Na Cama com Molière, baseado em O Doente Imaginário e Otelo, de Shakespeare, ambos com direção de John Mowat, Anti Comics, uma paródia dos Super Heróis, de Sonia Daniel (coprodução internacional com apoio do IBERESCENA).
Desde 2005, é um Ponto de Cultura e desenvolve o Projeto Teatro Cidadão, que já formou mais de 1500 jovens através de oficinas e da montagem de espetáculos.
O Teatro Commune, criado em 2007, é um laboratório de pesquisa e produção da companhia, referência nas artes cênicas na cidade. Tem capacidade para 99 pessoas, equipamento de luz digital e som profissional, ar-condicionado, galeria e café, além de estacionamento ao lado.
Serviço: Ubu Rei
Dias: 08 e 22 de março (quartas-feiras)
Horário: 21h
Duração: 80 minutos – Limite: 12 anos
Valor: Gratuito
Onde: Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro
Informações: (11) 5546-0449
Dia: 15 de março (quarta-feira)
Horário: 21h
Duração: 80 minutos
Limite: 12 anos
Valor: Gratuito
Onde: Teatro Municipal de Santana Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Informações: (11) 2221-3657
Dia: 1 de abril (sábado)
Horário: 19 horas
Duração: 80 minutos – Limite: 12 anos
Valor: Gratuito
Onde: Teatro Municipal Flávio Império, na Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba
Informações: (11) 2621-2719