Casa Porto das Artes Plásticas recebe exposição Studio Butterfly e outras fábulas




Contemplada pelo Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais, a mostra começa no dia 20 de novembro de 2018

Por Andréia Bueno
A artista visual Virginia de Medeiros apresenta, de 20 de novembro de 2018 a 6 de janeiro de 2019, a exposição “Studio Butterfly e outras fábulas”, na Casa Porto das Artes Plásticas, em Vitória/ES. Contemplada pelo Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais, promovido pelo o Ministério da Cultura e pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), a mostra apresenta instalações, vídeos e fotografias na criação de narrativas que lançam um olhar surpreendente sobre histórias reais. O trabalho da artista baiana converge estratégias documentais para ir além do testemunho, questionando os limites entre realidade e ficção. A curadoria é assinada por Moacir dos Anjos.
Cais do Corpo (Foto: Virginia de Medeiros)
A exposição “Studio Butterfly e outras fábulas”, que contém cenas de nudez, reúne quatro obras: “Studio Butterfly” (2003-2006), “Cais do corpo” (2015), “Manilas Bar – Casa da Marinalva” (2014), e “Sergio e Simone # 2” (2007-2014). Segundo a artista, os pilares dos seus trabalhos são sexualidade, gênero e religião. As obras apresentam uma perspectiva do encontro com o outro e do aprofundamento dessa vivência que exige uma intensa troca de referências e de afetos. 
Para a realização da obra “Studio Butterfly”, que dá nome à exposição, a artista se dedicou por três anos ao estabelecer uma relação com várias travestis de Salvador. A vídeoinstalação apresenta o registro de testemunhos dados por várias das travestis em visita ao estúdio fotográfico montado por Virginia para acolhê-las. São depoimentos permeados por lembranças das fronteiras entre o masculino e o feminino. Em retribuição à cessão de imagens das travestis, a artista produziu books para cada uma delas. Ladeando a exibição do vídeo, projeções sequenciadas de fotografias retiradas desses books e de álbuns pessoais das travestis são instaladas: imagens das mesmas pessoas, mas feitas em condições e momentos distintos.
Já “Sergio e Simone # 2” reforça o baralhamento de gêneros sugerido na obra anterior e acrescenta, na tessitura fluida de imagens filmadas pela artista, ambiguidades identitárias que desconcertam e ensinam. O trabalho mostra, em telas distintas que por vezes se atravessam, depoimentos de duas personagens que são, ao final, uma pessoa apenas. Simone, uma travesti que tomava conta de uma fonte pública na Ladeira da Montanha, em Salvador, foi foco de Virginia em um primeiro momento. No entanto, após um delírio místico causado por overdose de crack, Simone decide abandonar a fonte. Volta para a casa dos pais, reassume seu nome de batismo, Sérgio, e se torna pregador evangélico, renegando a vida que antes levava, denunciando-a como provação de sua nova fé. A partir de então, a artista passa a filmar Sérgio, cujo comportamento parece conflitar em quase tudo com o de Simone, da sexualidade declarada às religiões que um e outro professam.
A terceira obra separa solidão e partilha, calmaria e desassossego, transgressão e obediência, entre outros pares de estados e fazeres tantas vezes distinguidos de modo artificial. Formada por um vídeo e quatro fotografias, “Manilas Bar – Casa da Marinalva” é um trabalho que foi comissionado pelo Museu de Arte do Rio (MAR). “A obra retrata o bordel de Marinalva, seu fechamento e o desaparecimento dessas pessoas e desses espaços de resistência. Mostra o processo de gentrificação, de higienização humana e de como não são pensados projetos sociais para inclusão daquelas pessoas que já ocupavam os locais”, conta Virginia.
A quarta e mais recente obra apresentada nesta exposição é “Cais do Porto”. Feita a partir de imagens e falas de prostitutas que vivem e trabalham no entorno da Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, a obra mostra o local que foi objeto de radical intervenção urbanística na última década. Em comum com o trabalho anterior, há a vontade de registrar um tipo de vida em progressivo desmanche, dessa vez claramente acelerado pelo processo de gentrificação causado pelas mudanças implementadas na região. Em seus depoimentos, as prostitutas denunciam os mecanismos explícitos e velados de expulsão de um território. As falas das prostitutas são acompanhadas por imagens de corpos seminus que dançam e afirmam, em sensualidade contida ou aberto erotismo, a vontade de confrontar e resistir às forças que as querem regular.
Serviço:
Exposição: Studio Butterfly e outras fábulas
Artista: Virginia de Medeiros
Curador: Moacir dos Anjos
Local: Casa Porto das Artes Plásticas
Praça Manoel Silvino Monjardim, 66, Centro (antiga sede da Capitania dos Portos) – Vitória/ES
Visitação: 21 de novembro de 2018 a 6 de janeiro de 2019, de terça a sexta-feira, das 13h às 19h, e aos sábados, das 10h às 14h
Entrada franca
Classificação Indicativa: 16 anos
Informações e agendamentos de visitas guiadas: (27) 3132.5292 | exposicaostudio@gmail.com | www.funarte.gov.br

5 exposições para conferir na capital paulista




Por Nicole Gomez

Foto: Divulgação

A cidade de São Paulo é sempre cheia de atrações para todos os gostos. Se você gosta de artes e não sabe qual exposição visitar, damos aqui, algumas ideias para que você não fique de fora de 5 delas, que são imperdíveis! Confira!

Ai Weiwei Raiz

Foto: Divulgação
São Paulo recebe a primeira exposição do artista chinês Ai Weiwei no país, além de ser a maior já realizada por ele em sua carreira. A exposição, com 8 mil m², está em cartaz na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera, e apresenta seus mais icônicos trabalhos e obras inéditas nascidas da imersão profunda do artista pelo Brasil e suas tradições.
Serviço
Até 20 de janeiro de 2019
Terças a sábados, das 11h às 20h. Domingos e feriados, das 11h às 19h
Oca – Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n. Portões 1, 2 e 3
Ingressos R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)
Millôr: Obra Gráfica

Foto: Divulgação
A exposição, que está em cartaz no IMS Paulista, reúne desenhos de Millôr Fernandes, jornalista, desenhista, dramaturgo, humorista, escritor e tradutor carioca. A seleção de desenhos mostra os mais importantes temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista.
Serviço
Até 27 de janeiro de 2019
Terças a domingos, das 10h às 20h. Quintas, exceto feriados, das 10h às 22h
IMS Paulista – Av. Paulista, 2424
Grátis
Bob Wolfenson: Retratos

Foto: Divulgação
A mostra apresenta mais de 220 retratos do aclamado fotógrafo Bob Wolfenson, muitas delas ainda inéditas. As fotografias foram feitas desde a década de 1970 até os dias atuais. Entre as personalidades retratadas estão: Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Pelé, Marília Gabriela, Tom Zé, entre outros. As imagens reunidas convidam a um passeio pelos costumes e protagonistas da história brasileira recente. E atenção: No dia 21/11, às 19h30, haverá uma visita guiada pelo próprio Bob Wolfenson à exposição. Para participar da visita guiada inscreva-se pelo site https://bit.ly/2PYKHtp , mas corra, pois as vagas são limitadas. 
Serviço
Até 9 de dezembro
Terças a sábados, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 10h às 17h
Espaço Cultural Porto Seguro – Al. Barão de Piracicaba, 610, Campos Elíseos
Grátis
Mãe Preta

Foto: Divulgação
Idealizada pelas artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, a exposição reúne fotografias, vídeos, instalações, performance e literatura. A inspiração das artistas para a realização dessa exposição foram as conhecidas imagens das amas-de-leite negras, registradas desde meados do século 19 ao início do século 20. 
Serviço
Até 25 de novembro
Segunda à sexta, das 11h às 19h. Sábados e domingos, das 11h às 21h
Galeria Mario Schenberg – Funarte – Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos
Grátis
Rafael e a definição da beleza

Foto: Divulgação
A exposição reúne obras do ateliê de Rafael, de seus discípulos e contemporâneos, destacando o conceito de beleza aliado ao percurso do artista renascentista, abrangendo desde os conceitos da Divina Proporção à Graça. Entre os itens expostos, o visitante encontrará livros históricos, pinturas, tapeçarias, gravuras e objetos raros.
Serviço
Até 16 de dezembro
De terça a sábado, das 10h às 22h e domingos, das 10h às 20h
Centro Cultural Fiesp – Av. Paulista, 1313
Grátis
Não perca as exposições, em cartaz em São Paulo!

Exposição MÃE PRETA abre temporada em São Paulo




Idealizada pelas artistas visuais Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, a mostra reúne vídeos, fotografias e instalações

Por Andréia Bueno
As conhecidas imagens das amas-de-leite negras, registradas desde meados do século 19 ao início do século 20, são o ponto de partida da pesquisa das artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa para a realização da exposição “Mãe Preta”, que recebeu o Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais de 2016. 
Após grande sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro, em 2016, quando foi exibida na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (dentro do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, na capital fluminense), com cerca de 2 mil visitantes, e também em Belo Horizonte,em 2017, no Palácio das Artes, a exposição chega a São Paulo, na Galeria Mario Schenberg, da Funarte. A exposição está em cartaz até 25 de novembro, reunindo fotografias, vídeos, instalações, performance e literatura.
Foto: Reprodução

O projeto surgiu de uma pesquisa artística de Isabel e Patricia, iniciada em 2015, que busca, visto que é um trabalho em constante progressão, traçar os elos e as ressonâncias entre a condição social da maternidade durante a escravidão por meio de releituras de imagens e arquivos do período, o desaparecimento da história escravocrata na malha urbana das cidades brasileiras e as vozes de mulheres e mães negras na contemporaneidade. O intuito da mostra é discutir a questão da memória da escravidão e o legado da mulher negra na formação da sociedade brasileira dentro da história visual do país.
Inédita em São Paulo, a exposição – que ainda seguirá para São Luís, no Maranhão, em dezembro – inclui o lançamento de um catálogo com contribuições de nomes nacionais e internacionais, como a antropóloga e curadora-adjunta para histórias e narrativas no Masp, Lilia Moritz Schwarcz (USP); a antropóloga e pesquisadora Martina Ahlert (UFMA); o escritor Alex Castro; o historiador e diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, Júlio César Medeiros da Silva Pereira (UFF); a historiadora da arte, educadora criativa e curadora britânico-nigeriana Temi Odumosu (Universidade. de Malmö – Suécia); e a fotógrafa, escritora e professora do ICP-Bard (EUA), a norte-americana Qiana Mestrich.
Um dos pontos altos da exposição é a vídeo-instalação “Modos de Fala e Escuta” (com 27 minutos de duração), que reúne o depoimento de sete mães negras sobre maternidade, racismo, memória, ancestralidade, violência e lutas cotidianas. Nesse sentido, outro destaque da mostra é a obra “Mural das Heroínas”, com 20 retratos de líderes negras, desde Luísa Mahin, Tereza de Benguela e Nzinga de Angola às feministas Lélia Gonzalez e Beatriz do Nascimento, além de figuras políticas como Laudelina de Campos e Marielle Franco, entre outras, que simbolizam as conquistas sociais, a luta, a resistência, a voz e o lugar histórico da mulher negra no Brasil. 
A exposição também conta, ainda, com a minibiblioteca Mãe Preta, que conta com publicações de autoras negras contemporânea se uma seção voltada para a literatura infanto-juvenil com títulos sobre protagonismo negro para consulta do público.
Dividida em oito séries, “Mãe Preta” apresenta instalações, colagens e intervenções em gravuras e fotografias, que, reunidas, propõem uma reinvenção poética da iconografia relacionada às mães pretas dentro de uma linguagem contemporânea tendo como ponto de partida imagens fotográficas do acervo do Instituto Moreira Salles, do Rio de Janeiro, e releituras de livros com gravuras de Jean-Baptiste Debret, Johan Moritz Rugendas e outros artistas. Isabel e Patricia criaram intervenções nessas imagens com objetos óticos, como lupas e lentes, que destacam a complexidade das relações das amas-de-leite com as crianças brancas de seus senhores e das mulheres escravizadas e seus próprios filhos dentro de contextos domésticos, urbanos e rurais. 
Para esta edição, as artistas fizeram uma imersão nos contextos específicos de São Paulo e São Luís, para onde a exposição viajará após a etapa paulistana. Na capital paulista, as artistas seguiram o debate sobre o apagamento da história negra da cidade e, no Maranhão, realizaram entrevistas com lideranças femininas dos Quilombos Santa Rosa dos Pretos e Santa Joana, que resultaram em obras inéditas que serão apreciadas pelo público.
O catálogo da exposição será lançado em 10 de novembro, na Galeria Funarte, em São Paulo. Na ocasião, haverá uma oficina gratuita com a escritora, poetisa e cordelista Jarid Arraes, cearense radicada em São Paulo e autora da coletânea “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, lançado pela Pólen Livros em 2017.


SERVIÇO
“MÃE PRETA” – Concebida pelas artistas visuais Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa
Local: Galeria Mario Schenberg, Funarte, São Paulo
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos
Telefone: 3662-5177
Abertura: 4 de outubro,das 18h às 21h
Visitação ao público: 5 de outubro a 25 de novembro
Horário de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados e domingos, das 11h às 21h
Entrada: gratuita
Acesso a cadeirantes: sim
Estacionamento: conveniado

RECAPITULATIVO DAS ATRAÇÕES: 
10 de novembro: das 16h às 18h, oficina com Jarid Arraes (convites serão distribuídos meia hora antes do início da atividade)
10 de novembro: às 18h30 acontecerá o lançamento do catálogo

Peça Talvez Seja Amor em cartaz na Funarte SP




Por colaboradora Marcella Nascimento

Baseado no livro “Fragmentos de um Discurso Amoroso” e escrito pelo filósofo francês, Roland Barthes, a peça “Talvez Seja Amor” reflete sobre o posicionamento do ser humano diante da relação amorosa, apresentando ironia, clichês, dramas, contraposições dos discursos amorosos de sete personagens, convidando a plateia a pensar sobre as atitudes em suas relações amorosas.

Foto: Divulgação

O trabalho é fruto das pesquisas realizadas pela atriz Mayara Dornas, sobre o ator criador, em diálogo com a pesquisa de Fabiano Lana e projeção mapeada na composição visual da cena. Na criação foi priorizado dois pontos fundamentais, o discurso artístico acessível e ao trabalho corporal. Imperdível!

SERVIÇO:
Talvez seja Amor
LOCAL: Funarte – Sala Renée Gumiel Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos  
DATA: 14/09 até 01/10 Quinta, Sexta e Sábado 20:30h e Domingo 19:30h 
INFORMAÇÕES: 11 3662 5177
Espetaculotalvezsejaamor@gmail.com
INGRESSOS: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo e é fornecido um ingresso por pessoa
DURAÇÃO: 55 min
CLASSIFICAÇÃO: 14 anos