Funarte SP estreia “ConectArte 2020”

Funarte SP estreia "ConectArte 2020"

Espetáculo musical: Anelis Assumpção – da esquerda para a direita, Rodrigo Campos, AnelisAssumpção e Saulo Duarte. Foto: Divulgação


A Fundação Nacional de Artes lança hoje, 1º de dezembro, o Funarte SP – ConectArte 2020 Festival. Doze atrações, entre espetáculos de teatro, dança e música, e uma exposição de artes virtual – previamente gravadas – serão exibidas no canal da Funarte no Youtube, até dia 24 de dezembro, sempre às 21h. A abertura será feita pelo músico Arrigo Barnabé. Os vídeos ficarão disponíveis para o público. A última apresentação será na véspera de Natal, com o Coral Sinfônico Ravel – Villa-Lobos, da Associação Coral da Cidade de São Paulo e terá a presença do presidente da Fundação, Lamartine Holanda.

Além dos espetáculos, o público poderá conhecer melhor os espaços da Funarte SP, onde serão realizadas as atrações. O Teatro de Arena Eugênio Kusnet e as salas Guiomar Novaes (música), Renée Gumiel (dança), Carlos Miranda (teatro), Sala Arquimedes (multiuso) serão apresentados por diretores e coordenadores da Funarte, na abertura e durante o projeto.

Outro destaque será a exposição virtual: Obras Clássicas Revisitadas, do artista plástico Antonio Peticov. Um vernissage transmitido diretamente de seu atelier contará com a presença de Andrea Paes, do Centro de Artes Visuais da Funarte, e do Coordenador de Difusão e Pesquisa do Centro de Programas Integrados, Pedro Paulo Malta e da Representante da Regional São Paulo, Ivone Francisco dos Santos.

PROGRAMAÇÃO

Dia 1º de dezembro | Terça-feira
Espetáculo musical: Arrigo Barnabé

Sala Guiomar Novaes

O show apresenta o repertório do LP Clara Crocodilo, que completa 40 anos em 2020, além de outras canções marcantes da carreira de Arrigo Barnabé, como Suspeito (em parceria com H. Neder), Ano Bom (em parceria com L.Tatit) e Cidade Oculta (em parceria com E. Gudin e R. Riberti).

Dia 2 de dezembro | Quarta-feira
Show de humor, com o tema Humor na formação do cidadão
Com Márcio Américo
Sala Guiomar Novaes
Em estilo stand-up, o show de humor aborda temas como liberdade e comunicação, para discutir os limites e a influência do gênero no mundo pós-pandemia.

Dia 3 de dezembro | Quinta-feira
Espetáculo teatral: O Navio Negreiro
Com Vado
Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Criado e encenado pelo ator e escritor Vado, o espetáculo é uma adaptação do poema O Navio Negreiro, de Castro Alves, um dos mais conhecidos da literatura brasileira. Escrita em 1869 – quase vinte anos depois de promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos -, a obra descreve a situação dos africanos retirados de suas terras natais, separados de suas famílias e maltratados nos navios que os traziam para trabalhar no Brasil. Mais de 150 anos depois de sua criação, o texto ainda é fundamental para a cultura brasileira, desdobrando-se em peças teatrais, músicas, filmes, entre outras composições artísticas.

Vado adaptou o poema para o teatro em 1971, quando, aos 23 anos, fez a primeira apresentação de sua carreira. Encenado há mais de 48 anos, O Navio Negreiro rendeu ao artista o recorde no Guinness Book pelo número de apresentações da mesma peça. O espetáculo já foi visto por milhares de pessoas em países da América, Europa e África.

Dia 5 dezembro | Sábado
Espetáculo teatral: Ossada
Com Ester Laccava
Sala Guiomar Novaes

A partir de textos de Maureen Lipman, Wislawa Szymborska e Laurie Anderson, o espetáculo apresenta situações cotidianas de algumas mulheres: um pai em coma, o casamento de um filho, uma entrevista para a TV e um cigarro que nunca acende. Para esta apresentação, foram selecionados quatro monólogos que têm em comum a figura da mulher “esgarçada” em sua existência. As personagens “desafinam” diante das regras sociais, deixando transparecer o animal indomesticável que habita em nós. Ossada é ambientada em uma instalação que remete à sala de um museu de história natural. A performance funde as narrativas e debate a capacidade do indivíduo “compreender a humanidade por um viés de fato humanístico”. A atriz Ester Laccava cunha o termo “teatro instalação performático libertário” como direcionamento do projeto. “A missão é provocar o público, revelando que ainda é possível fazer as pontes emocionais e afetivas no mundo globalizado”, afirma.

Dia 8 de dezembro | Terça-feira
Espetáculo de dança: Valsa para 3
Com o grupo Teatro de Dança: Sebastian Soul, Fabio Leblon e Juan Catiglionee
Sala Arquimedes Ribeiro

Inspirado em Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Valsa para 3 homenageia o poeta chileno Pablo Neruda, tendo como trilha sonora a Quinta Sinfonia, de Mahler, e a música Casta Diva, interpretada por Maria Callas. O espetáculo resulta da pesquisa coletiva do elenco, composto por Sebastian Soul, Fabio Leblon e Juan Catiglionee.

Funarte SP estreia "ConectArte 2020"
Teatro de Dança: Sebastian Soul, Fabio Leblon e Juan Catiglionee | Foto: Divulgação

Considerado um dos maiores poetas de língua espanhola, Neruda nasceu em Parra, em 1904. Em 1921, mudou-se para Santiago, tendo estudado pedagogia e francês na Universidade do Chile. Seu primeiro livro de poesia, Crepusculário, foi publicado em 1923. No ano seguinte, lançou a obra Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, seguida por O habitante e sua esperança, Anéis (em colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito. Em 1927, iniciou a carreira diplomática, sendo nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Em Buenos Aires, conheceu Federico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, assumiu a direção da revista Cavalo verde para a poesia e, nesse mesmo ano, publicou a coletânea Residência na terra. No ano seguinte, Neruda foi destituído do cargo diplomático e escreveu Espanha no coração. Em 1945, foi eleito senador. Já em 1950, publicou Canto Geral, obra em que adotou um viés social, ético e político. Em 1971, recebeu o Nobel de Literatura. Morreu em Santiago, em 1973.

Dia 9 de dezembro | Quarta-feira
Espetáculo musical: Cara
Com João Pinheiro
Sala Guiomar Novaes

O cantor e compositor João Pinheiro apresenta, em formato acústico, canções autorais, como Um abraço e nada mais, Lapsos e Giro, Giro, Giro, além de parcerias com Fred Martins (Cabe ninguém), Leco Alves (Quando você não me procura), Jacinto Corrêa (Há dias em que ser eu é quase um crime), Elisa Queirós (Por aquí), Dhenni Santos (Mil anos-luz) e Magali (Toda vez que eu fico com você). Também estão no repertório Vale de lágrimas, de Lulu Santos, e No ordinary love, de Sade Adu.

Dia 10 de dezembro | Quinta-feira
Palestra: Cem anos de Clarice Lispector: a vastidão do amor
Com Stella Tobar
Sala Guiomar Novaes

O projeto celebra a vida e obra de Clarice Lispector, apresentando fatos de sua trajetória: o nascimento, a vinda para o Brasil, a infância em Recife (PE), a paixão por histórias, seu romance de estreia Perto do Coração Selvagem, o casamento, a vida no exterior, a maternidade e a morte precoce. A palestra também contará com a leitura de trechos da obra de Clarice e a citação de frases de sua autoria. A autora, que completaria cem anos no dia 10 de dezembro de 2020, deixou como legado sete coletâneas de contos, nove romances, crônicas reunidas em A descoberta do mundo e cinco livros infantis, além de entrevistas e textos para colunas jornalísticas de temáticas femininas.

​​​​​​​Dia 12 de dezembro | sábado
Abertura da exposição virtual: Obras Clássicas Revistadas
Por Antonio Peticov
Atelier do artista

Na exposição virtual, Antonio Peticov faz uma releitura de obras de artistas consagrados, entre eles Caravaggio, Velázquez, Rembrandt, Vermeer, Courbet, Leonardo da Vinci, Matias Grunewald, Georges de La Tour, Gustave Doré, Pablo Picasso, Max Ernst e Alberto Savinio. A mostra apresenta percursos históricos e propõe um vasto diálogo com a História da Arte. Peticov aborda os conceitos com leveza, conduzindo o público a uma “viagem no túnel do tempo”. Nesse dia, haverá um vernissage com a presença de Andrea Paes, do Centro de Artes Visuais (Ceav) e do Coordenador de Difusão e Pesquisa do Centro de Programas Integrados (Cepin), Pedro Paulo Malta.

Dia 15 de dezembro | Terça-feira
Espetáculo musical: Anelis Assumpção
Sala Guiomar Novaes

A cantora e compositora apresenta, ao lado de Rodrigo Campos e Saulo Duarte, obras autorais misturadas a composições que “leem São Paulo com olhos de poetas”, mergulhando no cotidiano urbano da cidade, retratado com angústia e, ao mesmo tempo, humor. O show também celebra a memória de Itamar Assumpção, pai de Anelis, com algumas composições do artista que marcou a vanguarda paulistana nos anos 1980.

Dia 16 de dezembro | Quarta-feira
Espetáculo teatral: Os arqueólogos
De Vinícius Calderoni
Sala Carlos Miranda

Escrito por Vinícius Calderoni e dirigido por Rafael Gomes, o espetáculo apresenta o cotidiano narrado por dois locutores esportivos. Na primeira parte da montagem, os narradores transmitem cenas corriqueiras vistas em uma praça: pessoas caminham nas ruas, crianças brincam de caça ao tesouro, um cachorro entra numa igreja e um pai ensina ao filho como se usa uma câmera fotográfica analógica. Na segunda parte, dois arqueólogos de um futuro longínquo e asséptico – que habitam um ambiente subterrâneo de ficção científica, onde afeto e poesia estão interditados – refletem sobre vestígios históricos recolhidos no século XXI, o tempo em que vivemos.

Na montagem, a direção de Rafael Gomes conduz os atores com precisão e sutileza: os saltos no tempo e no espaço são marcados por pequenas alterações de luz ou por mudanças no corpo e na voz dos atores. A direção de movimento, de Fabrício Licursi, estabelece uma coreografia sincronizada. O figurino, assinado por Daniel Infantini, também remete ao teatro essencial, com peças de roupas simples, mas estilizadas. Já a música original, composta por Miguel Caldas, conjuga a afetividade de temas delicados à perspectiva futurista. Ao mesmo tempo, a sonoplastia cria uma espacialidade sonora que realça a força dramática de determinadas passagens. Por fim, o cenário e a iluminação, criados por Marisa Bentivegna, atuam em harmonia com o texto. Diversas caixas de papelão, de diferentes tamanhos e alturas, formam um grande sítio arqueológico que se reconfigura a cada mudança dramatúrgica.

A peça foi um dos três textos selecionados, em 2015, no II Edital de Dramaturgia para Pequenos Formatos, do Centro Cultural São Paulo. Vinícius Calderoni também recebeu, por este trabalho, o Prêmio APCA 2016 de Melhor Autor, e o espetáculo foi indicado aos prêmios APCA de Melhor Espetáculo, Shell de Melhor Autor e Aplauso Brasil de Melhor Autor e Melhor Espetáculo de grupo.

Dia 17 de dezembro | Quinta-feira
Espetáculo: Tranqueiras líricas
Com Marcelo Montenegro
Sala Guiomar Novaes

Acompanhado pelos músicos Fabio Brum (guitarra) e Denis Florentino (piano), Marcelo Montenegro funde poesia falada com rock´n´roll, blues e jazz. Os poemas do espetáculo vêm dos três livros de Marcelo – Forte Apache (2018), Garagem Lírica (2012) e Orfanato Portátil (2003). Tranqueiras Líricas já passou por diversas unidades do SESC, tanto na capital paulista – Pinheiros, Consolação, Bom Retiro, Ipiranga, Vila Mariana – quanto no interior e em outros estados – Taubaté, Sorocaba, São Caetano do Sul, Santo André, São José dos Campos, Cadeião (Londrina, PR) e Palladium (Belo Horizonte, MG). Foi apresentado também na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, Galeria Olido, B_arco, Parlapatões, Centro Cultural SP, além de integrar duas edições da Virada Cultural Paulista.

Dia 24 de dezembro | Quinta-feira
​​​​​​​Concerto: Coral Sinfônico Ravel – Villa‐Lobos
Com Associação Coral da Cidade de São Paulo
Sala Renée Gumiel

O concerto tem a participação da Orquestra Acadêmica de São Paulo e do Coral da Cidade de São Paulo. O programa é composto pelas obras Bachianas Brasileiras nº 2 e Choros n. 10, de Heitor Villa-Lobos, e pelo Bolero, de Maurice Ravel. A orquestra e o coral têm a regência do maestro Luciano Camargo.

Serviço:

Funarte SP – ConectArte 2020

Realização:

Fundação Nacional de Artes – Funarte
Secretaria Especial da Cultura
Ministério do Turismo

Lançamento: 1º de dezembro de 2020, terça-feira,
no canal da Funarte no Youtube

Mais informações para o público: comunicacao.sp@funarte.gov.br.

Espetáculo imersivo Distopia Brasil volta em cartaz na Funarte SP


Créditos: José de Holanda


Montagem do Núcleo do Pequeno Ato, o espetáculo Distopia Brasil reestreia na Funarte SP, no dia 18 de maio, sábado, às 19h, com entrada franca integrando a programação da Virada Cultural. A temporada segue até 9 de junho, aos sábados e domingos, às 19h, com ingressos a R$20 e R$10 (meia entrada). É o terceiro trabalho do coletivo – depois dos premiados Fortes Batidas e 11 Selvagens.

Com direção de Pedro Granato, a montagem surgiu de um processo criativo colaborativo, no qual o núcleo se debruçou sobre distopias clássicas e contemporâneas, como 1984, Fahrenheit 451, Handmaid’s Tale, Blade Runner, Matrix, Laranja Mecânica, Admirável Mundo Novo, Black Mirror, Ensaio sobre a Cegueira e V de Vingança.

Créditos: José de Holanda

“Sinto que vivemos a Era de Ouro das distopias, pois muita gente tem consumido e revisitado livros clássicos desse gênero. Entretanto, temos quase sempre uma perspectiva e uma cultura vindas de fora. É difícil entender uma distopia sobre controle absoluto em um Brasil no qual o Estado é cronicamente incompetente; ou sobre o tratamento desumano, pois muitos cidadãos já vivem isso em seu cotidiano graças ao nosso passado escravocrata e com subemprego”, comenta o diretor Pedro Granato, sobre os motivos para criar essa crítica da realidade brasileira.

A ideia era partir dessas obras para criar uma reflexão sobre como seria um futuro sombrio do país se os seus problemas atuais se agravassem. “Quando começamos esse processo, não imaginávamos que o Brasil se deterioraria tão rápido; sabíamos apenas que a situação do país ficaria violenta. O teatro segue na sua profunda impotência diante do macro; o que pretendemos fazer é atuar na escala individual. Que o espectador consiga por um instante entrar em contato com o que pode acontecer e reagir a isso. Pensando nos princípios de Augusto Boal, não trabalhamos com o espectador passivo, que é um mero consumidor daquilo que o agrada ou não. Aqui ele é um agente, tem que responder às provocações e sentir-se impelido a reagir”, explica Granato.

Créditos: José de Holanda

As principais questões sociopolíticas escolhidas para discussão foram: a intervenção militar no Estado, manifestada nas forças de pacificação do exército no Rio de Janeiro, que controlam e ficham os moradores das comunidades periféricas; o avanço do Estado Religioso, representado pelo crescimento da bancada BBB (boi, bíblia e bala) no congresso; o controle e fim da privacidade, que ficaram evidentes nos recentes grampos norte-americanos para políticos brasileiros e na vigilância dos cidadãos comuns exercida pelas novas tecnologias e mídias sociais; e os desastres ambientais, como a crise hídrica que tem ameaçado os reservatórios de água de São Paulo nos últimos anos. Também foram investigados grupos atuais de resistência para tentar imaginar como seria a luta contra esse regime totalitário proposto.

Assim como as peças anteriores do coletivo, Distopia Brasil propõe uma experiência imersiva ao espectador, arrastando-o para dentro da cena. Na entrada, por exemplo, a plateia deve responder perguntas dos interventores e será acomodada em bancos como se estivesse na igreja – ou na fila de espera por um serviço estatal burocrático. Além disso, todos são filmados o tempo todo, participam dos ritos da República Teocrática do Brasil, aplaudem o discurso do líder, rezam e participam do julgamento de um casal de meninas que tentou esconder sua relação para conseguir um visto de saída do país.

“Não queríamos fazer um espetáculo discursivo em um país que já está saturado de opiniões e ideias; achamos muito mais interessante fazer uma distopia da qual todos fariam parte. Ou seja, a plateia pode experimentar um pouco o que é um procedimento ditatorial, uma intervenção militar e você ser controlado. Gostaríamos que a plateia sentisse essa experiência – que envolve a angústia e o constrangimento – para entender o real perigo dos discursos radicais que estão ganhando cada vez mais força no país”, comenta.

Créditos: José de Holanda

Para o núcleo, o futuro do Brasil se parece muito com uma mistura do passado e do presente do país, nos quais a justiça é mesclada com a moral religiosa, a escravidão, o machismo e a homofobia são traços marcantes da sociedade e poucos conseguem romper o conforto da passividade. “Começamos a pensar em um futuro para o Brasil e percebemos que os tempos que virão estarão imersos no retorno de coisas horríveis que já aconteceram e de feridas adormecidas. A História não é uma evolução contínua, mas um ciclo de recuos e avanços. Vivemos um momento em que se defende o autoritarismo, a catequização, o preconceito e a perda de salários e direitos trabalhistas. Temos uma ótica medieval e obscurantista sendo retomada, na qual há luta do bem contra o mal e inimigos a serem linchados”, acrescenta.

Ao contrário das distopias clássicas, que trabalham com a ideia de um Estado com avanços tecnológicos inimagináveis, o espetáculo procura focar na face humana da questão. ”Ao invés do progresso da ciência, temos o retorno de uma narrativa religiosa maniqueísta e fantasiosa. Ao mesmo tempo, também trazemos quais são os perigos tecnológicos. A peça não trabalha com iluminação teatral, mas com fontes de luz alternativas e manuais, equipamentos celulares e pequenas câmeras. Com isso, queremos mostrar que essa distopia não está tão distante assim da nossa realidade”, esclarece o diretor.

Serviço

DISTOPIA BRASIL

Duração: 90 minutos. Classificação: 12 anos.

Reestreia dia 18 de maio, sábado, às 19h – Ingressos grátis.

Temporada: Até 9 de junho. Sábados e domingos, às 19h.

Ingressos: R$20,00 e R$10,00 (meia entrada).

FUNARTE – Sala Arquimedes Ribeiro – Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos.

Capacidade: 70 lugares.

FUNARTE SP traz “O Último Dia”, de Henrique Lima


Créditos: Divulgação


De 11 a 14 de abril, a FUNARTE SP recebe a temporada de estreia do espetáculo de dança solo “O ÚLTIMO DIA”, do bailarino e coreógrafo pernambucano Henrique Lima. As quatro apresentações integram o projeto de mesmo nome contemplado pela 25ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, inaugurando a programação que acontecerá durante todo ano de 2019, com workshops para profissionais, oficinas para público em geral e o total de 32 apresentações que circularão prioritariamente em espaços públicos e equipamentos culturais da cidade, com atividades gratuitas ou a preços populares.

O projeto “O ÚLTIMO DIA” dá continuidade ao trabalho artístico e cênico que Henrique Lima realiza desde 2009 que se concretizou com criação do solo “O ÚLTIMO DIA” (25 minutos), em 2015, em Lisboa, quando ainda era integrante da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. O trabalho é ganhador do Prêmio Denilto Gomes, nas categorias Criação Solo e Coreografia.

Créditos: Divulgação

Depois de ter sido contemplado pelo edital do Proac 2016 e circulado pelo estado de São Paulo fazendo mais de 18 espetáculos, a proposta desta nova etapa é circular com o trabalho solo pela cidade de São Paulo com 16 apresentações e recriar o espetáculo “O ÚLTIMO DIA” com quatro bailarinos convidados (Cristiano Bacelar, Daniela Moras, Manuela Aranguibel e Ricardo Januário).

Ao compartilhar esta vivência com outros artistas, lançando outros corpos ao estudo da linguagem de Henrique, a nova criação estende o trabalho técnico e poético já desenvolvido, com a ampliação da obra (solo) e o aprofundamento da pesquisa. A temporada de estreia desta nova fase do trabalho está prevista para o segundo semestre de 2019.

“O ÚLTIMO DIA” não é sobre o fim ou a morte, mas uma reflexão sobre como viver cada dia como se fosse o último”, destaca Henrique Lima. A partir dessa ideia, o trabalho também levanta a questão da aceitação da velhice, época que traz novas limitações e conscientizações sobre o próprio corpo.

Estabelecendo um paralelo entre o processo de envelhecimento humano e a maturidade artística, na criação e interpretação do solo “O ÚLTIMO DIA”, Henrique Lima utiliza uma máscara realista de um homem ancião e usa toda a técnica construída e adquirida ao longo de sua carreira e pesquisa, o que lhe permite encontrar no personagem do homem ancião, um refúgio, algo que o levou para outros universos.

A improvisação é um traço essencial da dança de Henrique Lima que usa toda a técnica construída e adquirida ao longo de sua carreira e pesquisa, criando a cada apresentação, um novo universo para este corpo. “Pela improvisação busca-se o movimento sincero, preciso, consciente e profundo, (não banal), o que permite a conexão com o público”, complementa Lima.

Inspirado pela estética beckettiana, os espaços cenográficos, a iluminação, figurino e trilha sonora são minimalistas e sombrios e não são meros elementos representativos da dramaturgia, mas um espaço onde os objetos cênicos são performativos, e podem ser ativados pelo bailarino-performer. O desenvolvimento da cenografia da criação coreográfica de “O ÚLTIMO DIA” envolve a investigação a partir de objetos criados com papelão, tendo como referência o universo dos livros pop-up. (Leo Ceolin, cenógrafo). Henrique Lima pensa a criação de modo colaborativo, onde todos (bailarinos, iluminador, figurinista e cenógrafo) constroem o trabalho.

Serviço

Espetáculo O Último Dia”, de Henrique Lima

Dias 11, 12, 13 e 14 de abril

Quintas, sextas e sábados às 19h e dom. às 18h

Sala Renée Gumiel – Complexo Cultural Funarte SP: Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP.

Informações: (11) 3662-5177 e (11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)

E-mail: funartesp@gmail.com