Marcos Amaro exibe mostra inédita na Luis Maluf Art Gallery




Com uma série que transita entre a pintura e a escultura, o artista investe em substâncias industriais diversas, de densidades que transitam entre o sólido e o fluído

Por Andréia Bueno
Fragmentos de uma trajetória poética amparada pela matéria. É esse o tom da nova série do artista visual Marcos Amaro, que, no dia 8 de novembro, às 19h, inaugura sua exposição individual Aquilo que resta, na Luis Maluf Art Gallery. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um recorte inédito de 11 trabalhos em que explora diferentes substâncias. Óleos, gorduras, betumes sobre chapas, latarias e fuselagens são combinados de modo a sugerir uma pintura matérica, que caminha entre o bidimensional e o tridimensional.
Foto: Divulgação

Com uma densa produção escultórica, Marcos Amaro migra para a pintura, mas não deixa de construir grandes volumes. O impacto visual de sua obra está nos materiais que explora e na relação que estabelece com os espaços que ocupa. A paleta de cores de seus trabalhos transita entre os tons que o cercam em seu ateliê de pintura, remetendo à degradação provinda do tempo. Os pontos de cor observados, por sua vez, revelam o que vibra em meio ao caos.
A mostra, que também se relaciona com o poema Resíduo, de Carlos Drummond de Andrade, revela aquilo que resta, que resiste e persiste do discurso poético do artista Marcos Amaro. “O trabalho é puramente matéria, dessa vez, explorada em uma pesquisa que transcende a trajetória artística marcada pelo uso de material aeronáutico ressignificado. Nessa produção inédita, revelo o compromisso com uma ação artística sólida, importante no contexto de realidades líquidas em que estamos inseridos”, conta o artista.

Serviço:
Luis Maluf Art Gallery
Aquilo que resta, Marcos Amaro
Abertura: 08 de novembro, às 19h
08 novembro a 08 de dezembro
Rua Peixoto Gomide, 1887 – São Paulo
Terça a sexta, 11h às 20h
Sábado, 11 às 18h

Simões de Assis Galeria de Arte apresenta exposição de Cícero Dias




Mostra reúne 40 obras do modernista pernambucano em retrospectiva inédita desde a década de 1980 e revela série de litografias denominada “Suíte Pernambucana”

Por Andréia Bueno

A Simões de Assis Galeria de Arte apresenta, entre os dias 9 de junho e 4 de agosto, “Cícero Dias”. A exposição reúne 40 obras na primeira grande retrospectiva do modernista pernambucano – que viveu entre 1907 e 2003 – em uma galeria desde a década de 1980. Além das aquarelas, é revelada ao público, três décadas após a sua criação, a “Suíte Pernambucana”, série inédita de litografias criadas em 1983, em Paris. A curadoria é de Waldir Simões de Assis.

Cícero Dias – Amizade: aquarela sobre papel – Foto: Divulgação
Definido pelo crítico de arte André Salmon como um “selvagem esplendidamente civilizado”, expressão dedicada ao artista em um poema de Paul Verlaine, Cícero era avesso às escolas e produzia uma arte baseada no instinto.

Segundo o curador da mostra, Waldir Simões de Assis, o artista “produziu grande parte da sua obra na Europa nas três décadas em que lá viveu sem jamais abdicar os valores mais profundos da nossa cultura. A trajetória de Cícero Dias foi pautada na liberdade, tanto na expressão da sua arte quanto na conduta da sua vida. Alguns episódios da sua história pessoal confundem-se com acontecimentos políticos da maior relevância no século XX, como as relações conflituosas com a ditadura Vargas no Brasil e sua participação na resistência ao nazifascimo na Europa.”

“A exposição agora apresentada na Simões de Assis Galeria de Arte reúne trabalhos excepcionais, recompondo todo o percurso desse artista múltiplo, curioso e atrevido – que jamais teve medo de ousar. O Selvagem esplendidamente civilizado, civilizando negligentemente… por toda a sua longa vida”, declara a curadora de arte Denise Mattar.

Serviço
Local: Galeria Simões de Assis. Rua Sarandi 113 – A, Jardins – SP.

Abertura: 09/06, das 11h às 15h

Período de visitação: 09/06 a 04/08

Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Sábado das 10h às 15h. Fecha aos domingos e feriados.

Telefone: (11) 3062-8980
Mais informações: www.simoesdeassis.com.br

Galeria Mario Cohen apresenta DUAL, exposição de Paulo Vainer




Com fotos em formatos dípticos, a mostra revela diferentes momentos da história do fotógrafo, em seus últimos 40 anos de carreira e sua relação com a imagem

Por Andréia Bueno

Dia 08 de junho, a Galeria Mario Cohen recebe a mostra “Dual” de Paulo Vainer, um dos fotógrafos mais relevantes no meio da moda e da publicidade atualmente no país. A exposição reúne 15 imagens que, em sua maioria, surgem em dípticos, ou seja, impressas em dupla no mesmo suporte, propondo pontos de contato formais e poéticos entre os tempos e espaços distintos e, em outras, provocando um choque, uma espécie de colisão que tensiona ambas as imagens gerando uma terceira.

Foto: Paulo Vainer
A ideia desta mostra surgiu quando Vainer propôs ao curador Eder Chiodetto, uma visita ao seu acervo fotográfico produzido nos últimos 40 anos. Chiodetto passou três meses estudando todas as imagens do fotógrafo, até traçar os pontos de intersecção entre as fotos de contexto profissional com as pessoais, que foram tiradas ao longo de sua carreira em momentos espontâneos ou em viagens com amigos e família. 

A partir disso, surgiu este projeto expositivo de caráter experimental, que expande a margem de interpretação simbólica das imagens, quando cada uma encontra-se com seu respectivo par. As junções propõem uma narrativa em suspensão, que provocam o espectador a gerar diversas interpretações. Ao trazer a exposição Dual para a Galeria, Mario Cohen reafirma, com senso estético apurado e atual, o seu papel de incentivador da arte fotográfica capaz de revelar fotógrafos de diversas áreas.

SERVIÇO

Exposição: Dual – Paulo Vainer

Período: de 08/06 até 04/08

Inauguração para convidados: 07/06

Local: Galeria Mario Cohen

Rua Joaquim Antunes, 177, conjunto 12 – Jardim Paulistano – Telefone (11) 3062-2084

Horário de Funcionamento:

Segunda a sexta, das 11h às 19h;

Sábados, das 11h às 15h

Dom e feriados fechado.

Entrada Gratuita

Garimpo de Grunas é destaque na exposição coletiva da Galeria Arte Hall




Por Andréia Bueno

Na próxima terça-feira, 8 de maio, a Galeria Arte Hall realizará a exposição coletiva Cores e Formas, aberta ao público com entrada gratuita, apresentando obras de 13 artistas. Dentre eles, Luiz Maudonnet mostra a série “Garimpo de Grunas”, resultado de um ensaio realizado na Vila de Igatu (Chapada Diamantina/BA). Para produzir as fotos que resultou na série “Garimpo de Grunas”, o artista explorou as cavernas artificiais (grunas) de até 2 km de extensão, escavadas pelos próprios garimpeiros que, entre os séculos 18 e 20, atuavam na busca por fortunas enterradas em suas profundezas.

41×155, Impressão em jato de tinta sobre papel algodão Hahnemühle 308g emoldurado em placa de Metacrilato Anti Reflexo – Foto: Luiz Maudonnet
Luiz Maudonnet entrou nas grunas acompanhado por ex-garimpeiros. “Eles foram uma parte essencial da pesquisa para este trabalho, o contato com cada um deles era indispensável para mim, então, eu decidi contar a história do garimpo na região convidando as pessoas a enxergarem as grunas pela visão de quem passava horas ali dentro, o próprio garimpeiro”, conta. “Além disso, fotografar as entradas de grunas, de dentro pra fora, é que o brilho do lado de fora da gruna e as formas de cada entrada fotografada sejam uma referência ao brilho e às formas dos diamantes retirados em épocas passadas”, explica.
O artista viajou para Igatu em janeiro de 2017 e fevereiro de 2018, com uma câmera analógica de médio formato de 1968 (mamiya C220), que gera um fotograma 6×6, quadrado, tornando possível a manipulação posterior, podendo girar e inverter a imagem com a mão para montar as obras finais. “Usei o filme Astia 100 que é um filme positivo, ou seja, ao revelar, a foto já aparece colorida. Todos os 20 filmes que levei estavam vencidos, portanto, cada um tinha uma particularidade de cor de acordo com a sua idade e tempo de vencimento. Cada filme me dava cores alternativas para a mesma cena e foi interessante deixar que o filme influenciasse no resultado final das imagens”, descreve o artista.

Serviço:

Exposição coletiva Cores e Formas

Em destaque: Série “Garimpo de Grunas”, de Luiz Maudonnet.

Onde: Galeria Arte Hall

Endereço: Rua Cônego Eugênio Leite, 240

Quando: 8 de maio de 2018 – das 18 às 22 horas

Aberto ao público / entrada gratuita

DEPOIS DO CHOQUE, OS TRÓPICOS é tema da próxima exposição no Anexo




Por Andréia Bueno

Parceria transatlântica para fomentar diálogos entre artistas brasileiros e portugueses, será inaugurada a exposição “depois do choque, os trópicos” nGaleria Luisa Strina em São Paulo. A iniciativa conjunta apresenta, de 7 de abril a 12 de maio, obras recentes de Beto Shwafaty (São Paulo, 1977; vive e trabalha em São Paulo), artista representado pela Luisa Strina, e de Pedro Vaz (Maputo, Moçambique, 1977; vive e trabalha em Lisboa), representado pela Kubikgallery.

Foto: Divulgação
Operando de um ponto de vista pós-colonial, o diálogo enfatiza as visões eurocêntrica e imperialista, de um lado, e cordial e colonizada, de outro, que historicamente permearam as relações entre Europa e Brasil, ainda que de forma velada. Os dois artistas partem de lugares de fala assumidamente híbridos: Vaz, português nascido em uma ex-colônia, e neoperegrino da Mata Atlântica do Brasil; Shwafaty, brasileiro que investigou processos coloniais durante um período de estadia na Inglaterra. A seleção de obras para a exposição é um reflexo desses paradoxos: está focada em trabalhos de cunho crítico e inflexível em relação aos despojos contemporâneos dos conflitos que perduram há mais de 500 anos.

Além de formarem uma cartografia evocativa de relações, como uma coleção de memórias, fatos, rumores, lugares e acontecimentos, os grupos de desenhos de Shwafaty funcionam como uma manifestação visual de relações díspares (sempre esquecidas) que geraram dramas, tragédias e experiências envolvidas na exploração de mercadorias e das riquezas que geraram. Tal legado de histórias imperiais – legado esse difícil, controverso e doloroso em ser reconhecido, pois ainda deixa rastros, afetando todos nós – imprimiu por toda parte marcas que sugerem que as ramificações dessas relações imperiais ainda estão longe de terminar.

Serviço
Abertura: Sábado, 7 de abril, 11h às 17h
Horário de visitação: Quinta-feira a Sábado das 10 às 17h
Período de exposição: 7 de abril a 12 de maio, 2018
Anexo da Galeria Luisa Strina (Rua Padre João Manuel, 974a)

Exposição homenageia a obra do modernista José Pancetti




Em cartaz na galeria Almeida e Dale, mostra apresenta cerca de 45 pinturas, entre paisagens, retratos e naturezas-mortas

Por Redação
José Pancetti: Oh! Bahia minha estrela, minha amada (1954)

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:

“Navegar é preciso; viver não é preciso”.

Quero para mim o espírito [d]esta frase,

transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar


Fernando Pessoa
Grande representante do modernismo brasileiro, José Pancetti gostava de pintar ao ar livre. Suas telas costumavam ser pequenas para que ele pudesse carregá-las de um lugar para o outro. Em suas viagens pelo Brasil, pintou as praias de Salvador, as montanhas de Campos do Jordão, as ruas íngremes de São João Del Rei, entre tantas outras paisagens tipicamente brasileiras. O artista também retratou o povo de seu país e pintou muitos autorretratos. Sua vasta produção pode ser conferida na exposição Pancetti – Navegar é Preciso, que a Galeria Almeida e Dale recebe a partir do dia 17 de outubro.
Com curadoria de Denise Mattar, a mostra reúne cerca de 45 pinturas, agrupadas por temas, além de fotos, manuscritos e cartas. A última grande exposição dedicada ao artista foi realizada em 2002, no Museu de Arte da Bahia, com itinerância em outras capitais. Agora, quinze anos depois, o público poderá rever grande parte da produção do pintor como as famosas Marinhas, uma das facetas mais conhecidas de sua obra.
Pancetti trabalhou como marinheiro desde os 16 anos, tendo permanecido na profissão até os 34 anos. Sua proximidade com o mar é refletida em 25 obras da mostra, que reúne desde os primeiros quadros do artista, que retratam barcos e construções, até obras do fim de sua vida, registros que se aproximam da abstração, reduzidos à areia, à luz e ao mar. Cabo Frio, Itanhaém e Arraial do Cabo são alguns dos destinos representados por Pancetti, atento às sutilezas de cada local.
A exposição também apresenta seus famosos autorretratos, aos quais o artista atribuía múltiplas personalidades: marinheiro, camponês, almirante, pescador. Nessas pinturas, Pancetti sempre aparece de perfil, ora em tons dramáticos, ora engraçados. “O artista se arriscava ardorosamente, pintando suas fantasias e investindo-se de diferentes personalidades, dando a cada uma dessa personas diferentes densidades psicológicas”, pontua a curadora.
No dia 11 de novembro, a galeria lança o catálogo de Pancetti – Navegar é Preciso como ação do Art Weekend – evento que promove circuitos entre galerias, que estendem o seu horário de funcionamento no fim de semana, apresentando ao público uma série de atividades paralelas às mostras em seus espaços.
Em cartaz até 9 de dezembro, a exposição se insere em um projeto maior da galeria de enfatizar a produção de grandes nomes da arte brasileira, como nas exposições já realizadas de Raimundo Cela, Ernesto de Fiori, Di Cavalcanti, Ismael Nery, entre outros. Na atual mostra, a galeria homenageia a obra singular de Pancetti, artista que possuía grande identificação com a paisagem e o povo brasileiro.

Serviço
Pancetti – Navegar é Preciso
Local: Galeria Almeida e Dale
Abertura: 17 de outubro, a partir das 17h30 às 22h
Período expositivo: de 18 de outubro a 9 de dezembro
Lançamento do catálogo: 11 de novembro, das 10h às 14h
Endereço: Rua Caconde, 152, São Paulo, SP
Visitação: de segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 10h às 13h
Telefone: 11 3882-7120