Dica de Leitura: Esse nosso jeito bélico de viver

Dica de Leitura: Esse nosso jeito bélico de viver

Créditos: Divulgação / Karine Aragão


Discordou?! É inimigo!”. Esse é o belicismo do dia a dia apresentado pela escritora carioca Karine Aragão, doutora em Literatura e Cultura Contemporânea, na obra “Esse nosso jeito bélico de viver“, publicada pela Lura Editoral. Leitura indispensável em tempos de intolerância e de transformações sociais que fragilizam a capacidade de escuta, o livro problematiza a dificuldade de estabelecer conexões e discute as possibilidades de reconfiguração do que se compreende como diálogo na realidade contemporânea.

Segundo a autora, o “belicismo cotidiano” surge quando a discordância é interpretada como um confronto e a reação automática é eliminar do convívio a ameaça, cancelá-la. Tal ação exibe o lado mais impassível do ser humano, que constrói sua subjetividade sob o signo do bélico, fenômeno exposto e analisado por Karine. O livro convida o leitor a pensar “por que” e como chegamos a essa inabilidade de dialogar, de sentir, de nos aproximarmos do outro, e sobre o quê podemos fazer para transformar esse quadro.

Apesar de inspirada pela literatura de Clarice Lispector e pela filosofia de Friedrich Nietzsche, Baruch Spinoza, Hannah Arendt e Byung-Chul Han, Karine utiliza referências musicais, cinematográficas e experiências do dia a dia para aproximar a antropologia literária e a sociologia da realidade prática. Desta maneira, facilita a compreensão do leitor aos conceitos trabalhados na obra.

Esse nosso jeito bélico de viver é destinado a jovens e a adultos interessados em debater a realidade contemporânea a partir de reflexões sobre os modos de vida em tempos hipermodernos. Segundo a autora, no cenário atual, a maioria dos conceitos sociológicos são desenvolvidos pelo sexo masculino da geração X, perfil que ocupa grande parte da visibilidade destinada à construção do saber. O objetivo é fomentar representatividade entre as mulheres jovens com a voz de Karine Aragão e, assim, torná-la referência sobre a temáticas que discutam a subjetividade contemporânea, principalmente, entre o público feminino.

Quer saber mais sobre Livros? Clique aqui!

Hannah Arendt estreia sexta-feira em SP e RJ




Nesta sexta-feira, dia 05 de julho, a Europa Filmes e a Esfera Filmes tem o prazer de lançar nos cinemas de São Paulo Rio de Janeiro, o drama HANNAH ARENDT (Hannah Arendt), da diretora Margarethe Von Trotta (diretora dos premiados Os Anos de Chumbo e “As Mulheres de Rosenstrasse”), nascida em Berlim em 1942.


Margarethe Von Trotta era uma atriz disputada nos filmes de Rainer Werner Fassbinder e Herbert Achternbusch e trabalhou nos roteiros do seu ex-marido Volker Schlondorff. Além disso, foi codiretora na adaptação do filme “A Honra Perdida de Katharina Blum”, de Heinrich Böll e figura entre os autores mais renomados do mundo. Após o seu primeiro trabalho de direção independente “O Segundo despertar de Christa Klages” (1978), ela continuou a fazer filmes importantes e controversos, como “Rosa Luxemburgo” (1986), As Mulheres de Rosenstrasse(2003) e Visão: Da Vida de Hildegarde de Bingen (2009).



Com o passar dos anos ela criou uma extensa obra cinematográfica que sempre confirmou o seu evidente talento para mesclar a experiência pessoal com o tema político, desenvolvendo uma forma única, emocionalmente rica e de grande apelo público.

SINOPSE: Hannah Arendt (Barbara Sukowa) e seu marido Heinrich (Axel Milberg) são judeus alemãos que chegaram aos Estados Unidos como refugiados de um campo de concentração nazista na França. Para ela a América dos anos 50 é um sonho, e se torna ainda mais interessante quando surge a oportunidade dela cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker. Ela viaja até Israel, e na volta escreve todas as suas impressões e o que aconteceu, e a revista separa tudo em 5 artigos. Só que aí começa o verdadeiro drama de Hannah: Ela mostra nos artigos que nem todos que praticaram os crimes de guerra eram monstros, e relata também o envolvimento de alguns judeus que ajudaram na matança dos seus iguais. A sociedade se volta contra ela e a New Yorker, e as críticas são tão fortes que até mesmo seus amigos mais próximos se assustam. Hannah em nenhum momento pensa em voltar atrás, mantendo sempre a mesma posição, mesmo com todo mundo contra ela. Veja o trailer: