41ª Mostra exibe Cinema, Aspirinas e Urubus em versão digitalizada




Cópia restaurada em DCP do filme de Marcelo Gomes, premiado em 2005 na Mostra, terá sessão única neste sábado (28), no Frei Caneca

Por Andréia Bueno

A 41ª Mostra realiza uma apresentação especial da cópia restaurada e digitalizada em DCP de “Cinema, Aspirinas e Urubus”, mais de uma década depois do longa de Marcelo Gomes ter alcançado um feito na história da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. 

Foto: Divulgação
Na 29ª Mostra, em 2005, o longa se tornou a segunda produção brasileira a receber o prêmio Bandeira Paulista como Melhor Filme – a primeira desde que Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, foi agraciado na primeira edição do evento. Depois de 12 anos, o filme, rodado em 35mm, volta agora com cópia em DCP.

A produção apresenta a história de dois homens muito diferentes, que se encontram no sertão do Brasil, em 1942 : o alemão Johann (Peter Ketnath), que fugiu da guerra e aceitou um emprego para vender uma droga miraculosa, a aspirina, e o sertanejo Ranulfo (João Miguel), um agricultor expulso de suas terras pela seca. Johann contrata Ranulfo e, num caminhão, os dois percorrem as estradas do interior do país para mostrar um filme sobre o novo remédio. No caminho, eles trocam experiências de vida muito diferentes. De um lado, o alemão urbano e educado. Do outro, o brasileiro iletrado, mas versado em vários expedientes úteis para seu dia a dia.

Serviço
Twitter: @mostrasp
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Cinemateca Brasileira: Mostra em Homenagem a Hector Babenco




Um dos mais importantes cineastas brasileiros, Hector Babenco faleceu na última semana, deixando uma sólida e bela filmografia, que será exibida em sua homenagem.  

Foto: Divulgação

Nascido em Mar del Plata na Argentina, em 1946, Babenco mudou-se para o Brasil aos 19 anos e naturalizou-se brasileiro em 1977. Em 1975 lança seu primeiro longa-metragem, O rei da noite, com marcantes interpretações de Paulo José, Marília Pêra e Vic Militello.

Baseado num caso policial, Lúcio Flávio, o passageiro da agonia foi um grande sucesso de bilheteria e recebeu diversos prêmios em 1977. Seu filme seguinte é uma de suas obras-primas, Pixote, a lei do mais fraco (1980), presença constante em listas de maiores filmes da década de 1980. Realiza em 1985 O beijo da Mulher Aranha, produção internacional falada em inglês, que recebeu o Oscar de melhor ator e o prêmio de interpretação masculina em Cannes para William Hurt e pelo qual Babenco foi indicado ao Oscar de melhor diretor.

Em 1987 dirige Jack Nicholson e Meryl Streep em Ironweed, e ambos são indicados ao Oscar pelos papéis. Ambientado na região amazônica e com atores brasileiros e estrangeiros, lança em 1990 Brincando nos campos do Senhor, uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos. Em 1998 lança Coração Iluminado, drama autobiográfico selecionado para o Festival de Cannes. Em seguida realizaria seu maior sucesso de bilheteria, Carandiru (2003), também exibido no Festival de Cannes. Em 2007 o diretor retorna a Buenos Aires para as filmagens de O passado, estrelado por Gael Garcia Bernal, no qual Babenco aparece como um projecionista de cinema.  Este ano lançou Meu amigo hindu, seu último longa, com Willem Dafoe.

Toda a programação tem entrada franca.

CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br

PROGRAMAÇÃO

QUINTA 21/07
SALA BNDES
19h00 O REI DA NOITE
21h00 LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA

SEXTA 22/07
SALA BNDES
19h00 PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO
21h30 O BEIJO DA MULHER ARANHA

SÁBADO 23/07
SALA BNDES
17h30 IRONWEED
20h30 BRINCANDO NOS CAMPOS DO SENHOR

DOMINGO 24/07
SALA BNDES
16h00 CORAÇÃO ILUMINADO
18h30 CARANDIRU
21h00 O PASSADO

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

O beijo da Mulher Aranha
Brasil,1985, 35mm, cor, 120 min.
Com Raul Julia, William Hurt, Sônia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves.
No presídio de um país latino-americano não especificado dois prisioneiros, um homossexual e um militante político, ensaiam uma difícil convivência. Baseado na novela homônima de Manuel Puig. Pelo filme, William Hurt recebeu o Oscar de Melhor ator e o prêmio na mesma categoria no Festival de Cannes de 1985. Não recomendado para menores de 16 anos

Brincando nos campos do Senhor
Brasil, EUA, 1991, 35mm, cor, 186min
Com Aidan Quinn, Tom Berenger, Daryl Hannah, John Lithgow
Um casal de evangélicos embrenha-se na selva amazônica brasileira para catequizar índios ainda arredios à noção de Deus. As intenções religiosas e a harmonia entre brancos e índios no local tornam-se instáveis com a presença de um mercenário descendente de índios americanos. Roteiro de Babenco e Jean-Claude Carrière, baseado no romance homônimo de Peter Matthiessen. Não recomendado para menores de 16 anos

Carandiru
Brasil, 2003, 35mm, cor, 145 min.
com Luiz Carlos Vasconcelos, Milton Gonçalves, Maria Luísa Mendonça, Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos
Um médico se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade dos cárceres, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Baseado no livro de Drauzio Varela. Seleção oficial no Festival de Cannes. Não recomendado para menores de 16 anos

Coração iluminado
Brasil, Argentina e França, 1998, 35mm, cor, 130min.
com, Miguel Angel Solá, Maria Luisa Mendonça, Walter Quiroz, Xuxa Lopes.
Um amor interrompido pela suposta morte da amante, vem à tona novamente quando Juan retorna ao lugar onde a paixão por Ana se iniciara. Lá chegando descobre que Ana está viva e casada, vai ao encontro e no caminho conhece Lilith, aumentando assim ainda mais a lembrança da paixão antiga. Um dos grandes filmes de Babenco. Seleção oficial no Festival de Cannes. Não recomendado para menores de 18 anos

Ironweed
EUA, 1987, 35mm, cor, 137min
Com Jack Nicholson, Meryl Streep, Carroll Baker, Tom Waits
Um homem destruído pela morte do filho e sua companheira, uma cantora e pianista, vagam sem esperança, sem lar e sem dinheiro. Alcóolatras, vão para a cidade onde seu filho morreu vinte e dois anos antes, e convivem com outros andarilhos nos anos da Depressão. Jack Nicholson e Meryl Streep, ambos indicados ao Oscar pelos papéis, também estiveram juntos no filme de Mike Nichols, A difícil arte de amar (1986). Não recomendado para menores de 14 anos

Lúcio Flávio, o passageiro da agonia
Brasil, 1976, 35mm, cor, 125 min.
com Reginaldo Farias, Ana Maria Magalhães, Milton Gonçalves, Paulo Cesar Pereio, Ivan Cândido, Grande Othelo.
Os últimos momentos da vida de Lucio Flavio, um bandido famoso que empreende fugas e ações espetaculares. Capaz de fugir de qualquer prisão, ele acaba descobrindo que é vítima de poderosas organizações criminosas. Visto por mais de 5 milhões de espectadores no seu lançamento. Não recomendado para menores de 18 anos

O passado (El pasado)
Brasil, Argentina, 2007, 35mm, cor, 114min.
com Analia Couceyro, Gael Garcia Bernal, Claudio Tolcachir, Marta Lubos, Marcelo Chaparro
A história de Rimini e Sofia, dois adolescentes que se casam, ficam juntos por 12 anos e resolvem se separar. A partir daí, Rimini tenta recomeçar sua vida, mas a presença constante de Sofia irá provocar pequenas tragédias. Baseado no romance homônimo de Alan Pauls.
Não recomendado para menores de 18 anos

Pixote, a lei do mais fraco
Brasil, 1980, 35mm, cor, 125min.
Com Marília Pêra, Jardel Filho, Rubens de Falco, Elke Maravilha, Tony Tornado, Beatriz Segall.
Oprimidos pela violência do reformatório onde estão encarcerados, um grupo de meninos decide fugir para viver do roubo de carteiras – entre eles, Pixote. Nas ruas, recebem uma proposta para transportar drogas para o Rio de Janeiro, mas o negócio não dá certo e eles retornam à capital paulista. Conhecem uma prostituta e, em acordo com ela, passam a assaltar seus clientes. Baseado em romance de José Louzeiro, o filme recebeu diversos prêmios em festivais nacionais e internacionais, entre eles o Leopardo de Prata no Festival de Locarno de 1981. Não recomendado para menores de 18 anos

O Rei da noite
Brasil, 1975, 35mm, cor, 98min.
Paulo José, Marília Pera, Vick Militello, Cristina Pereira.
Primeiro longa do diretor, o filme é inspirado na cultura do tango, muito presente nos meios boêmios de São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Jovem começa a namorar uma moça de família ao mesmo tempo em que frequenta a vida noturna da cidade e mantém um ardente romance com uma cantora de cabaré. Prêmio de Melhor ator para Paulo José no Festival de Brasília de 1976. Montagem de Sylvio Renoldi. Não recomendado para menores de 16 anos

Escritora Sylvia Molloy participa de encontro com a atriz Regina Braga




A escritora e ensaísta argentina radicada nos Estados Unidos há mais de 40 anos, Sylvia Molloy vem ao Brasil para falar de sua obra. O encontro, uma parceria da Serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, e da atriz Regina Braga, acontece dia 3 de agosto, sábado, às 16 horas, no Espaço Revista Cult.

O mediador do encontro será o cineasta Hector Babenco e a mesa, além de Sylvia Molloy, contará com as atrizes Regina Braga e Isabel Teixeira, que encenam em São Paulo o texto Desarticulações, da autora argentina, que foi publicado na nona edição da Serrote.

Sylvia Molloy coordena o programa de escrita criativa em espanhol da New York University. Entre seus livros destacam-se as novelas En breve cárcel (1981) e El común olvido (2002).Também escreveu o livro de contos Vária Imaginación (2003). Entre seus trabalhos de crítica literária estão Las letras de Borges (1979)e At Face Value: Autobiographical Writing in Spanish America (1991). Desarticulações,um breve texto que se aproxima da narrativa de um diário, foi escrito em 2010 e explora o gênero autobiográfico.

Serviço:
O Espaço Revista Cult fica na Inácio Pereira da Rocha, 400, Vila Madalena. Informações pelo telefone (11) 3032-2800.