Ilhabela in Jazz 2018




A sexta edição do festival de jazz de Ilhabela ocupará a Vila, o centro histórico da cidade


Por Andréia Bueno

O festival Ilhabela in Jazz 2018 anuncia as datas de sua 6ª edição: 05 e 06 de outubro.  Como já foi anunciado, o mago alagoano Hermeto Pascoal encerra o festival no dia 06 de outubro, às 22h30. E o lineup segue estrelado: pela primeira vez no Brasil o Ambrose Akinmusire Quartet (EUA) irá mostrar por que está entre os grupos mais originais de sua geração, com músicas que emocionam fãs do jazz ao pop. O quarteto do trompetista norte-americano Ambrose Akinmusire faz parte do casting da icônica gravadora Blue Note.

Yamandu Costa ( Foto: Paola Pretto)
Airto Moreira & Grupo também está na programação. O percussionista (que junto com Hermeto e Eumir Deodato forma a tríplice da psicodelia jazzística brasileira) reside nos EUA e é aquele músico que o mundo venera e o Brasil pouco conhece. Oportunidade incrível de vê-lo ao vivo e de graça. Já em clima de jam session, o trompetista italiano Paolo Fresu se junta ao pianista espanhol Chano Domínguez, que circula pelo universo do jazz latino e flamenco. Para dançar, o festival providenciou o show do Bixiga 70. Já em tom de homenagem, Nelson Ayres irá comandar um tributo a Victor Assis Brasil, o saxofonista brasileiro que tocou ao lado de gigantes do jazz como Dizzy Gllespie, Ron Carter e muitos outros.
Não podemos deixar de mencionar que as datas do festival abrem com uma banda local se apresentando. Ou seja, a cultura de Ilhabela é parte do festival, que também se utiliza de mão de obra local. O festival será realizado no mesmo local da edição passada: envolto pela atmosfera da seringueira centenária da Praça Coronel Julião.
Com músicos de diferentes gerações a fim de compartilhar cultura à beira-mar, a programação é gratuita e traz um apanhado do jazz contemporâneo e suas infinitas possibilidades e fusões com outros ritmos, como forró, flamenco e afrobeat. A curadoria e o lineup são assinados por Paulo Braga, realização e patrocínio da Prefeitura Municipal de Ilhabela e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Turismo de Ilhabela e produção da Articular.
SERVIÇO ILHABELA IN JAZZ 2018:
05 e 06 DE OUTUBRO DE 2018
CENTRO HISTÓRICO DE ILHABELA – SP
PRAÇA CORONEL JULIÃO, S/nº
A PARTIR DE 18H30
GRATUITO

Série Outros Tempos – Velhos estreia em julho com exclusividade no Canal Max




Com a participação de Ney Matogrosso, Tânia Alves, Regina Guerreiro, Hermeto Pascoal e outros convidados, a série propõe um olhar diferente sobre o envelhecimento no Brasil

Por Redação

Fazendo um retrato inédito sobre a velhice no país, a série documental Outros Tempos – Velhos estreia em 04 de julho com exclusividade no canal MAX. Produzida pela Prodigo Films, a série tem oito episódios e reúne em cada um deles dois personagens com mais de 60 anos de idade, um conhecido e um anônimo, que questionam conceitos como “melhor idade” e levantam reflexões sobre como é envelhecer no século 21. Toda terça-feira, um episódio inédito irá ao ar às 23h.

Reprodução / Internet

De forma narrativa, questões como sabedoria, filhos, trabalho, saúde, resiliência, decadência do corpo, sexo, ego, solidão, ética, arrependimento, humor, amor e morte são tratadas de forma bastante intimista. A série estreia retratando a morte, simbolizada na forte imagem de Regina Guerreiro dentro de um caixão, e fecha com a vida, através do parto on câmera feito por Vilma Nishi no último episódio.

No episódio de estreia, uma das maiores referências da moda no Brasil, Regina Guerreiro, e a anônima Lidia Serrano lançam seus olhares diferenciados sobre o envelhecer. Uma viveu o poder e o glamour como poucos e hoje sofre de uma solidão peculiar. A outra interrompeu a carreira artística para se dedicar à família, mas não consegue esquecer algumas mágoas.

Reprodução / Internet

O segundo episódio traz Hermeto Pascoal – conhecido do grande público por sua genialidade musical e sua maneira nada linear de reger a vida – e Fernando Penteado, um disciplinado senhor de 101 anos. Os dois não poderiam ser mais diferentes: um é a personificação da ordem, o outro parece ser o caos em si.

No terceiro episódio da série, envelhecer parece combinar com a figura da Monja Cohen, a “monja pop”. Já José Virgolino, morador da ilha do Araújo, em Paraty, no Rio de Janeiro, também é muito popular entre os pescadores e os nativos que o cercam e que o elegeram como líder espiritual e afetivo. A sabedoria, vinda de lugares tão distintos, é tema deste episódio. 

O quarto episódio da produção apresenta a história do Doutor Hélio Bicudo, que dedicou boa parte da vida à Justiça. Hoje, aos 93 anos, enfrenta o estágio avançado do Alzheimer de sua esposa e o conflito com os filhos. Já Alfredo Jacinto Melo largou o escritório para se dedicar à única paixão duradoura – o samba. Apesar de terem vivido de formas extremamente díspares, são dois humanistas apaixonados pela vida e pela justiça.

A atriz Tânia Alves, que marcou gerações com seus personagens na TV, e Maria do Jongo, de 94 anos, fazem parte do quinto episódio da série. Ao deixar os holofotes, Tânia iniciou uma pesquisa profunda sobre alimentação, terapias alternativas e outras formas de “retardar o envelhecimento”. Já Maria nunca praticou atividades físicas e adora uma boa feijoada.

Reprodução / Internet

No sexto episódio, o cantor e compositor Ney Matagrosso, um homem de mente fluída e corpo esbelto, representa a ousadia. Do outro lado, Valério Taddei simboliza o patriarca, a terceira geração de uma alfaiataria italiana que garantiu o sustento de sua família. Num primeiro olhar, são dois homens antagônicos, mas aos poucos vai sendo revelado o que eles têm em comum.

O penúltimo episódio traz a fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat, naturalizada brasileira, e que tem seu trabalho cultuado no mundo inteiro. Mas suas relações pessoais pagaram um preço proporcional ao êxito profissional. Já Samir El Hayek veio do Líbano para o Brasil acompanhado de parte da família. Seu apreço pela religião muçulmana o fez estudar e traduzir o Alcorão. Aqui, ele ganhou prestígio, dinheiro e amigos, mas nunca se sentiu completo.

Duas minorias são retratadas no episódio final da série. Negro, pobre, artista e homossexual, Emanoel Araújo deixou Santo Amaro da Purificação, na Bahia, para se lançar ao mundo das artes. Tornou-se um dos grandes artistas plásticos do país, depois curador, até montar e dirigir o cultuado Museu Afro Brasil. Vilma Nishi vem de outra minoria, a de descendentes orientais no Brasil, e guarda com carinho a cultura nipônica em sua rotina de parteira. Entre jantares com artistas e inaugurações disputadas, Emanoel parece viver em uma dura solidão. Já Vilma usufrui do tato feminino para atravessar a velhice sem baixar o olhar.