Galeria Lume apresenta pinturas e esculturas inéditas de Luiz Hermano


Créditos: Divulgação


Expoente de uma geração de artistas que despontou na década de 1980, Luiz Hermano une elementos simples e eruditos para dar vida às suas criações. O artista agora traz ao público um conjunto inédito de pinturas e esculturas em Cura, exposição em cartaz de 13 de agosto a 21 de setembro, na Galeria Lume.

A mostra reúne trabalhos que evidenciam tanto o caráter lúdico da obra de Hermano, quanto a presença de suas memórias, fruto de viagens pelos mundo afora. Paisagens, templos, mitologias, catedrais e pequenos objetos encontrados no caminho, tudo se condensa em novas obras. Segundo o artista, são estes lugares, carregados de simbolismos, plenos de mitos e deuses, que inspiram seus trabalhos mais recentes.

Além de insinuar a reconciliação do artista com o meio (pintura), muitas das obras falam de rituais de transformação e aprendizagem“, afirma Paulo Kassab Jr., curador da mostra.

Como numa espécie de rito de passagem para celebrar um novo momento, o artista retoma sua obra pictórica, destaque da exposição, e apresenta 17 telas que atraem o olhar do espectador para perto. É o que elucida em obras como Ascensão (2019) e Criação (2019), marcadas por cores vivas e pinceladas vigorosas.

A exposição também apresenta um conjunto de 10 esculturas, várias delas concebidas a partir de experiências acumuladas durante a viagem que fez recentemente ao Egito, a exemplo de Faraó (2019), um sarcófago feito com aramados e cobre, e Lavoura (2018), escultura produzida em madeira e cobre. Contadas entre tramas de arame, brinquedos, fios de cobre, utensílios de cozinha e uma enxurrada de objetos que adquire nos comércios e feiras que visita pelo mundo, cada narrativa faz parte do universo encantado de Luiz Hermano.

Créditos: Divulgação

Serviço:
Cura, individual de Luiz Hermano
Local: Galeria Lume
Curadoria: Paulo Kassab Jr.
Abertura: 13 de agosto, terça-feira, a partir das 19h
Visitação: 14 de agosto até 21 de setembro
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h | sábados, das 11h às 15h
Telefone: (11) 4883-0351

Estado da Natureza, exposição individual de Pedro Motta no Centro Cultural FIESP


Créditos: Pedro Motta


Em sua individual Estado da Natureza, que estreia na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp no dia 27 de fevereiro, o artista Pedro Motta propõe novos desmembramentos de sua pesquisa sobre as relações entre elementos naturais e comportamento humano, seus atritos e convergências. Ao todo, são 45 trabalhos divididos em três grandes séries, que o público poderá conhecer gratuitamente até o dia 12 de maio.

A primeira, Naufrágio Calado (2016/2018), é oriunda de uma junção de duas palavras que remetem a um estado psíquico de incertezas e desilusões: “naufrágio” ecoa como uma decadência dos elementos que compõem as obras (barcos e trailers abandonados), e “calado” remete ao estranhamento e silêncio que as imagens produzem. “Calado”, no linguajar náutico, é a designação dada à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em relação à superfície da água.

Nesse contexto, barcos ressurgem de cemitérios de navios, de uma região específica da Bretanha, Roscanvel, já os trailers procedem de outro cemitério, na Nova Zelândia. Esses elementos são inseridos em paisagens tomadas por erosões de grandes dimensões, resultantes de uma mineração de cassiterita sistêmica que operou em meados dos anos 1950, quando o Brasil tinha como lema o progresso e o desenvolvimento.

Créditos: Pedro Motta

Tais imagens podem ser interpretadas como vivências de um estado de decadência, onde natureza e sociedade são destituídas de seus valores, e os elementos são dragados pela superfície sem vida. Sendo assim, as fotografias são resultado da representação direta, da apresentação material e da construção ficcional.

A série Naufrágio Calado é composta por várias imagens de diversos formatos e segue o mesmo procedimento que o artista emprega em seus trabalhos anteriores: manipulação digital e o confronto entre os elementos naturais e humanos.

Mais que uma questão política, a assimilação dessas imagens pictóricas faz uma ponte entre o passado e o futuro incerto do país. Algumas imagens da série foram realizadas em dias de lua cheia, evocando um clima de nostalgia e estranhamento na paisagem.

Já a série Falência#2 (2016), tem imagens de diversos tipos de erosões resultantes das águas das chuvas. Suas formas são provenientes de um tempo oculto, em que a natureza demonstra sua força e beleza pela destruição. Neste momento a terra está totalmente desprovida de estrutura, criando uma espécie de sutura escultórica. A metodologia empregada na construção da imagem final é resultante de outra série do artista, Espaço Confinado. Pequenas quantidades de terra são inseridas dentro da moldura, uma vez que no Espaço Confinado a sensação de claustrofobia era aparente, agora, em Falência#2, é como se o espaço superficial da foto se esvaísse para o campo do infinito, como em uma ampulheta.

Composta por 12 imagens, a série Sumidouro (2016) faz uma metáfora ao Rio das Mortes, importante rio da região do Campo das Vertentes, famoso pelas histórias de garimpo e batalhas territoriais. Fazendo uma interligação entre as séries Falência e Sumidouro, a obra Paisagem Transposta é composta por diversas imagens de paisagens naturais provenientes de redutos naturais modificados pela ação do homem. Pequenos galhos fazem a conexão entre estes espaços.

Serviço:
Exposição Estado da Natureza
Período: de 27 de fevereiro a 12 de maio de 2019
Horários: terça a sábado, das 10h às 22h; domingos, das 10h às 20h.
Local: Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô).
Classificação indicativa: livre
Agendamentos escolares e de grupos: ccfagendamentos@sesisp.org.br
Entrada gratuita. Mais informações em http://www.centroculturalfiesp.com.br

Verve Galeria exibe trabalho inédito de Luiz Martins


Créditos: Divulgação


A Verve Galeria exibe “Silêncio Negro”, do artista visual Luiz Martins, com curadoria de Ian Duarte Lucas. Em sua segunda individual na galeria, o artista apresenta 14 obras – pinturas, desenhos, e uma instalação – abordando temas recorrentes em sua pesquisa, ligada às suas origens e a construção de sua linguagem.

O trabalho de Luiz Martins recorre a elementos gráficos, sobrepostos a páginas escritas em diversos meios – como folhas de dicionário, bíblias ou tabloides – cânones que carregam, em diferentes tempos, o discurso dominante e normativo do homem branco europeu, nos dizeres do curador: “palavras que por tantas vezes se transformam em instrumentos de violência literal e simbólica”. Os materiais, texturas e superfícies que fazem parte do universo do artista carregam todo este simbolismo.

Créditos: Divulgação

Para esta última série, Luiz Martins trabalha suas formas não só sobre páginas de dicionários, acrescentando sua releitura a cadernos de viagem de Debret e Rugendas, típicos registros históricos que categorizavam e atribuíam características e funções às diferentes raças. Desta forma, faz referência a processos persistentes na estruturação da sociedade, e ainda uma crítica sutil a um mercado que até hoje premia e destaca estereótipos políticos e culturais. “Antes de mais nada, é o lugar do corpo e a ancestralidade deste corpo – que neste caso nenhuma figuração poderia representar em seu todo – que interessa ao artista, contundente expressão de sua complexa e fascinante história de vida”, conclui Ian Duarte Lucas.

Como evento complementar à exposição, em uma parceria entre a Verve Galeria e a Auá, estarão expostas, neste segundo espaço, joias de autoria do artista versando sobre o mesmo tema.

Serviço

Exposição: “Silêncio Negro”

Artista: Luiz Martins

Curadoria: Ian Duarte Lucas

Coordenação: Allann Seabra

Abertura: 14 de fevereiro de 2019, quinta-feira, às 19h

Período: 15 de fevereiro a 23 de março de 2019

Local: Verve Galeria – http://www.vervegaleria.com

Endereço: Rua Lisboa, 285 – Jardim Paulista, São Paulo – SP

Telefone: (11) 2737-1249

Horários: Terça a sexta-feira, das 11 às 19h / Sábado, das 11 às 17h