Lady Gaga canta, dança e faz performance épica no Super Bowl




Por colaborador: Erlanio Lima

Na noite deste domingo (05) ocorreu a final do Super Bowl no NRG Stadium, em Houston, Texas. Como de costume na hora do intervalo acontece o Halftime Show, onde artistas se apresentam por 13 minutos e mostram ao mundo seu trabalho, esse ano a convidada pela NFL (National Football League), foi a cantora Lady Gaga.

Após meses de ensaio e preparação, finalmente podemos apreciar o espetáculo grandioso que a “Mother Monster” trouxe para o palco do estádio e para milhares de pessoas no mundo.

Foto: Divulgação

Gaga iniciou sua apresentação no teto do estádio (essa parte foi pré-gravada), cantando “God Bless America” e “This Land Is Your Land”, acompanhada por drones que iluminavam o céu, sincronizados com a cantora formaram a bandeira dos Estados Unidos antes dela se “jogar” do teto.

Enquanto a cantora desce do teto para uma estrutura alta do palco, ouve-se o sample de “Dance In The Dark”, com outras partes de “Paparazzi” e “The Edge Of Glory”, começa a cantar “Poker Face” pendurada por cordas que a tiram do chão enquanto ela faz acrobacias. Em seguida ela “voa” até o palco central onde começa a cantar a faixa “Born This Way” com muitos bailarinos, ao finalizar Gaga segue em direção a outra estrutura no canto do palco e começa “Telephone”, nesse momento todos ficamos apreensivos achando que a cantora “Beyoncé” pudesse surgir em qualquer canto do estádio e, finalmente realizarem o sonho de muitos fãs que seria fazer um “Live” de Telephone juntas. 

Dançando, Gaga se dirige pro palco central novamente e pega seu keytar e começa a tocar “Just Dance”, depois vai até uma estrutura alta onde tem um piano e começa uma das partes mais emocionantes da apresentação, ela cantando “Million Reasons”, com interação do estádio e dos fãs presentes no gramado com bastões que brilhavam de acordo com a música. Depois de interagir com o público ela encerra a apresentação com a icônica “Bad Romance”, muitos dançarinos, fogo no palco, fumaça, iluminação, dança, voz, poder e tudo o mais que poderíamos ter esperado dela, quando ao finalizar ela sobe em uma espécie de escada, pega uma bola de futebol americano e se joga da estrutura encerrando essa incrível apresentação.

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Foram 13 minutos de pura emoção, além da cantora ter feito o show sozinha sem nenhum convidado, ela agradeceu e dedicou esse show para seus fãs.

A NFL investiu US$ 10 milhões de dólares, cerca de 31 milhões de reais nesse Halftime show, teve drones, um palco imenso com estruturas laterais, que remetiam a estrelas, estrutura para acrobacias no ar, fogo, bastões de iluminação que formavam desenhos no gramado, bailarinos que trabalharam desde o início da carreira da Gaga, fogos de artifício, iluminação, enfim, tudo o que foi preciso para a cantora brilhar, mas acima de tudo com muito canto e sem desafinar.

Mesmo com o patriotismo que Gaga iniciou sua apresentação, ela não deixou de enaltecer todas as raças, etnias e sexualidades com “Born This Way”, levando em consideração a atual situação dos EUA. Com a eleição onde Donald Trump venceu e Gaga não satisfeita realizou protestos após a vitória do atual presidente.

Sentimos falta de algumas canções do álbum “ARTPOP”, mas deu a entender que Gaga quer esquecer essa era em sua carreira que foi bem conturbada, porém ela trouxe seus maiores hits, onde levantamos de nossas cadeiras e dançamos juntos com ela.

Gaga aparentava estar contente e não foi por menos, dedicação é a palavra-chave na carreira da Mãe Monstro e, o resultado final desse Halftime Show foi histórico, sendo elogiado por diversos artistas e mídias internacionais, inclusive a revista “Time”, elegeu o show de intervalo da Gaga como o melhor de toda a história do Super Bowl.

Nunca tinha visto a Gaga dançar com tanta vontade e sincronização como nesse show de intervalo, tanto que ela perdia o fôlego em algumas partes, mas mesmo assim não desafinou e fez bonito nas notas altas, principalmente em “Million Reasons”.

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Óbvio que nem todos gostaram da apresentação, muitos comentários na internet diziam que “esperavam mais da apresentação” – porém a Gaga não alimentou expectativas em ninguém e muito menos prometeu nada, sabemos que o mercado pop exige sempre coisas novas, mas algumas pessoas esquecem que até novidades ficam escassas, pois muitos já fizeram. Gaga representa uma das últimas artistas que trouxeram coisas novas e quentes para este cenário musical. Neste momento em divulgação com o seu álbum “Joanne”, ela está numa fase mais intimista e com uma sonoridade diferente do que estamos habituados, mas nesse show de intervalo ela trouxe a essência pop, trouxe a personalidade Lady Gaga.

Aproveitem o show, aproveitem a música, em breve teremos a “Joanne World Tour” que já foi confirmada pela cantora nessa madrugada, que inclusive virá ao Brasil ao Rock In Rio no dia 15 de setembro, de acordo com a produção será apresentação única no Brasil, então vamos preparar nossos chapéus rosa e cantarmos “Heeere We Go”.

Assista a apresentação no Super Bowl:

Lady Gaga se torna a primeira artista desta década a estrear 4 álbuns em #1 na Billboard




Por colaborador Erlanio Lima

É oficial, a Billboard anunciou neste domingo (30), as vendas oficiais do novo álbum “Joanne” da cantora Lady Gaga. Com 201 mil cópias vendidas nos Estados Unidos, incluindo streamings, ela se torna a primeira artista nessa década em estrear 4 álbuns em #1 no topo da Billboard 200, o chart responsável pelas vendas de álbuns dos artistas.

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O álbum lançado oficialmente no dia 21 de outubro, é o quinto álbum de estúdio da cantora. As vendas foram contabilizadas pela Nielsen Music, sendo 201 mil cópias (puras + streams) e 170 mil cópias puras. Os debutes são a contagem de vendas da primeira semana de lançamento dos novos álbuns dos artistas.

Os álbuns que também debutaram em primeiro lugar são “Born This Way”, lançado em 2011 e em seu debut vendeu 1.110.000 cópias, “ARTPOP” lançado em 2013 com 256 mil cópias, “Cheek To Cheek” com Tony Bennett, lançado em 2014 com 131 mil cópias, e aumentando a lista, o novo trabalho “Joanne”.

Lady Gaga também se torna a artista feminina, a ter o segundo maior debut do ano de 2016, ficando atrás da cantora Beyoncé com o álbum “Lemonade”.

Essas vendas representam apenas os Estados Unidos, pois é um dos maiores e mais importantes países para contagem dos charts para os artistas. Em breve sairão as vendas WW (Worldwide), que representam as vendas mundiais.

No Brasil, o álbum “Joanne” já garantiu no dia de seu lançamento o Disco de Ouro, com a tiragem de 20 mil cópias distribuídas nas lojas.

Crítica: Joanne, uma aventura faixa a faixa por dentro do novo álbum da Lady Gaga




Por Erlanio Lima

Foi em 2013 que Lady Gaga lançou seu último trabalho pop, o tão conturbado e incompreendido por alguns intitulado “ARTPOP”. Foi uma era confusa, com clipes não lançados, problemas pessoais e com a gravadora. Em 2014 Gaga se juntou com o cantor Tony Bennett e lançaram um álbum de regravações de clássicos jazz intitulado “Cheek To Cheek”, ganhador do Grammy e bem aclamado pela crítica.


Desde então, a cantora de “Poker Face” entrou na carreira de atriz atuando em “American Horror Story: Hotel” onde seu personagem principal, A Condessa, rendeu seu primeiro Globo de Ouro, e também fez performances emocionantes no Oscar e Grammy.

Lady Gaga retornou em setembro deste ano lançando seu novo single “Perfect Illusion”, e anuncia seu novo álbum intitulado “Joanne“. O quinto álbum de estúdio foi lançado oficialmente nessa sexta-feira (21), mas foi vazado na internet desde segunda-feira (17) por conta de uma loja na Bélgica que liberou por engano as vendas mais cedo.

Já ouvimos o álbum e fizemos uma crítica faixa a faixa desse novo trabalho. Confira!

1 – Diamond Heart
Ótima canção para abrir o álbum, com uma pegada mais voltada pro rock e com um refrão bem poderoso: “Eu posso não ser perfeita, mas você sabe, eu tenho um coração de diamante”. Já na primeira faixa percebemos que não temos tanto trabalho digital na voz de Gaga, uma canção divertida para se ouvir com amigos.

2 – A-YO
“Heeeere We Go” diz Gaga, e para esta canção divertida nos desperta a vontade de botar um chapéu de couro e botas nos pés e sair dançando quando ouvi-la. Mesmo com a influência country, é uma faixa pop e dançante com um som de palmas ao fundo e um instrumental de guitarra bem divertido após o segundo refrão. Foi a faixa escolhida pra ser o segundo single de trabalho do álbum.

3 – Joanne
Todos sabemos que este álbum foi em homenagem a tia Joanne da Gaga que morreu de Lúpus, a mesma doença da cantora que também leva o nome “Joanne” em seu sobrenome. Uma canção onde fala de uma despedida, mas também um desejo de permanência. Canção simples e tocante, onde conseguimos ouvir mais da voz da Gaga e ao fundo apenas o violão e a percussão. Uma balada simples e que encanta exatamente por essa simplicidade, voz e violão.

4 – Jonh Wayne
Depois da intro quase que automaticamente já começamos a bater os pés no chão e acompanhar o ritmo da canção. Gaga resolveu falar do cowboy famoso John Wayne, um ator dos Estados Unidos e que fez muito sucesso em seus filmes de faroeste, e Gaga diz na canção como se John fosse o homem certo a se apaixonar, pois ele sabe do que você precisa, mas está ciente do quanto é ruim sentir isso. Outra canção dançante também com influência rock e pop, e é uma das preferidas dos fãs para um provável single. E realmente é uma canção que tem potencial para isso.

5 – Dancin’ In Circles
Apostando na onda de músicas com pegada latina, como fizeram Justin Bieber com “Sorry” e Sia com “Cheap Thrills”, Gaga nos trouxe essa com toque de ragga e sakka se tornando uma canção deliciosa de se ouvir e dançar. A canção possui algumas referências sexuais (Gaga bem soltinha nessas letras, rs), e se trata de desejar um homem que não lhe pertence. Alto potencial para single por ser uma das canções mais radiofônica do álbum, mas se tratando da carreira de dona Gaga é difícil acreditar que isso se concretize, mas não custa sonhar, não é mesmo? Outra canção preferida dos fãs por ser consequentemente a mais pop do álbum depois de “Perfect Illusion”

6 – Perfect Illusion
Single carro-chefe do álbum e que até hoje divide opiniões: alguns amaram e outros odiaram. Particularmente eu gosto, principalmente pela sua letra mesmo que seja repetitiva, ela é como se tratasse de uma forma de exorcismo de demônios interiores, ou seja, tentar se livrar daquele amor que tanto lhe faz mal e você sabe que tudo o que viveu até ali foi uma perfeita ilusão. Por mais que muitos tenham odiado a estratégia da gravadora em lançar essa canção como first single, acredito que foi a melhor jogada. A canção é pop, e era o que os fãs tanto queriam da Gaga quando ela retornasse desses hiatos e foi o que ela fez, a faixa tem produção do Tame Impala e Mark Ronson. E sim, temos faixas bem mais fortes nesse álbum para single, e como a era ainda não terminou, vamos aguardar o decorrer dela, pois ela já apostou em “A-YO” como segundo single.

7 – Million Reasons
Uma das melhores baladas da Gaga em sua carreira, sua voz está impecável nessa canção onde se trata de ter milhares de razões para deixar uma pessoa, mas ainda assim quer apenas uma razão para permanecer ali ao lado dela. É emocionante ao cantar “Cada coração partido se torna mais difícil em se manter a fé”. Realmente nessa canção, Gaga consegue tocar fundo em nossos corações. É aquela canção para chorar pelo crush (paquera).

8 – Sinner’s Prayer
Claramente a faixa com mais influência country nesse álbum, a junção da guitarra e do baixo no início da canção é forte. No decorrer da canção, Gaga canta sem aumentar o tom de voz o que dá um certo respeito a canção, pois por ser tão forte instrumentalmente o tom da cantora caiu muito bem por cima. A faixa fala sobre relações complicadas onde não existe mais interesse dela em continuar esse romance, e se considera uma pecadora por quebrar o coração de um homem. No final da canção ela aumenta gradualmente o tom de voz nas notas, o que faz ela ser finalizada com êxito.

9 – Come To Mama
“Todos temos que amar uns aos outros, parar de jogar pedras em nossas irmãs e irmãos. Cara, não foi muito tempo atrás que vivíamos na selva, então por que temos que botar uns aos outros para baixo?”. Gaga começa essa faixa que possui uma pegada bem pop retrô dos anos 80/90, e com uma letra sobre aceitação e respeito, possivelmente voltada para a comunidade LGBTT. O coral de vozes que acompanham Gaga deixam essa canção tão mágica e emocionante para se ouvir ao redor de amigos. O som de sax no fundo (The Edge Of Glory, lembram?), dá mais ainda esse toque de canção de incentivo, de receber de braços abertos e respeitarmos mais quem somos e sermos unidos e evitar tanto mal-estar entre a comunidade. Uma das minhas canções favoritas deste álbum, e confesso que não me agradou de primeira, tive que ouvir outras 5 vezes até me encantar de vez por ela.

10 – Hey Girl (feat. Florence Welch)
Não considero essa canção como um featuring, e sim um dueto, pois as frases estão bem divididas entre as duas e mesclando maravilhosamente bem nessa faixa. A canção se trata sobre o apoio entre as mulheres e anular a competição entre elas, letra voltada para o feminismo e união entre as mesmas. De início achei a instrumental cansativa e o sintetizador desnecessário, nas outras vezes em que ouvi a faixa, eu notei o som da harpa ao fundo (o que é algo bem característico da Florence), e a letra é bem forte e impactante. Gaga acertou em cheio em dividir essa canção com a Florence, pois o tom de voz das duas se encaixaram magicamente. E particularmente foi a realização de um sonho, ouvir minhas duas artistas preferidas numa canção e agora espero ansiosamente por uma performance com as duas juntas, já que uma de “Telephone” nunca tivemos e muitos menos a sua tão esperada continuação.

11 – Angel Down
A instrumental também me remete a Florence Welch, essa canção é uma espécie de oração e dizem ser uma homenagem às vítimas do atentado na boate Pulse em Orlando neste ano. A faixa é como um pedido de socorro e indignação com a atual situação social da humanidade com tanto descaso e ódio. Gaga quer salvar esse anjo abatido, e ela ora e pede para o que salvem. É uma das canções que menos gostei no álbum, mas a letra é profunda e tem esse toque meio Lana Del Rey e Florence na faixa, que deixa ela majestosamente espiritual.

12 – Grigio Girls
Ao que tudo indica, Gaga escreveu essa música para uma amiga que está com câncer em estado terminal e a faixa trata de amigas que saem e se divertem por aí, sempre juntas e com um forte laço de amizade. Canção simples, me agradou bastante o refrão e o final com o coral de mulheres ao fundo.

13 – Just Another Day
Ao meu ver é a canção desnecessária do álbum, ela me parece uma demo da época do “The Fame” só que finalizada. A letra é sobre dias difíceis num relacionamento, mas o amor ainda continua presente. Piano, guitarra e trompete é o que mais se destaca na faixa, claramente produzida pelo Mark Ronson, porém não adiciona em nada ao contexto do álbum, e fica muito desconexo com o restante do álbum.

14 – Angel Down (Work Tape)
É a versão demo da faixa, apenas violão, piano e a voz bem mais potente da Gaga, sem muitas considerações, pois a faixa completa é melhor. Eu prefiro as vocais da demo, porém não entendi o por que da faixa estar neste álbum e para mim são duas faixas perdidas. Enfim, nada de novo sob o sol da mamãe monstro.

Considerações Finais:

Com certeza “Joanne” é um álbum diferente de tudo que a Gaga já fez em sua carreira até o momento, mesmo com a influência country, ela nos traz o pop dançante e aquela pegada rock. Com letras mais pessoais e intimistas, sendo a maioria sobre relações amorosas, também traz um dueto feminista e uma canção sobre respeito e aceitação. Talvez seja um álbum que não será facilmente digerido na primeira reprodução, pois falamos de Lady Gaga e de repente ela nos traz algo diferente de tudo o que esperávamos, e isso pode ser frustrante em alguns casos. Mas aconselho a ouvir o álbum com calma, ler as letras, suas traduções e viajar nesse novo alter-ego. Tem pop? Tem. Tem as baladas pra refletir e chorar pelo crush? Tem. Tem música pra dançar na balada? Tem. Digo isso, pois se esperava muito da famosa “farofa”, um EDM genérico e radiofônico que tanto estamos acostumados. Porém, Gaga nos trouxe isso em “ARTPOP” e veja no que se tornou? Muito criticado e inferiorizado pelos próprios fãs e pelo mundo. Temos que aceitar que os artistas se reinventam, e são poucos os que se arriscam a sair da caixa para fazer aquilo que querem, e Gaga faz isso constantemente e não podemos dizer que é mentira. Até Beyoncé e Rihanna entraram na onda de álbuns conceituais e os mesmos são um sucesso. Foi difícil engolir de início? Com certeza, mas depois nos acostumamos a eles.

Se o álbum traz alguma novidade? Não. Gaga não criou nenhuma novidade ou irá revolucionar a música com esse álbum, ela está pensando em sua carreira e na forma como as pessoas a enxergam, o tempo no Jazz está aí para provar isso. Ela faz música e quer se conectar com as pessoas com isso e ponto. “Joanne” não é um álbum pra ser reproduzido do início ao fim numa balada, ele tem a pretensão de ser compartilhado numa roda com seus melhores amigos, ou mesmo sozinho dependendo do seu humor, buscando uma forma de como lidar com aquele crush que tanto empata a sua vida ou simplesmente deixar seu humor nas alturas com as faixas mais dançantes. Apreciem a música e suas mensagens, fazemos isso com vários artistas, então por que não podemos permitir isso com a Gaga?

O álbum tem seus pontos negativos, como a desconexão das faixas “Just Another Day” e a demo de “Angel Down”, e obviamente por ser um álbum curto depois de tantos anos de espera, mas não me decepcionei com o álbum. E ele poderia ter ao menos uma segunda parte para saciar mais nossa fome.

Nota: 8,5