5 livros para começar a ler clássicos, confira!


Créditos: freepik


É definido como clássico uma obra que se torna influente de forma atemporal. Um clássico surge, por exemplo, quando um livro se torna cada vez mais atual e relevante com o tempo. Muitos autores, como Machado de Assis e Ítalo Calvino, já trouxeram alguma definição sobre clássicos, assim como os motivos para ler cada um deles.

Dentre as razões para a leitura de livros clássicos estão o fato de que essas obras aguçam o senso crítico, aumentam os conhecimentos de vocabulário e também as referências do leitor. No entanto, isso não exclui a leitura de livros atuais, possivelmente alguns deles serão clássicos no futuro, afinal, Machado de Assis provavelmente não sabia que se tornaria tão famoso quanto é hoje.

As obras tidas como clássicas podem ser uma fonte para aumentar o vocabulário, afinal, a narrativa e desenvolvimento dos personagens demandam uma variedade grande de palavras, fazendo com que o leitor expanda o conhecimento nesse sentido.

Para Fábio Pedro-Cyrino, diretor editorial da Editora Landmark – especializada em publicar obras clássicas em edições bilíngues –, os clássicos também são uma fonte de referências. “Muitas obras atuais referenciam clássicos seja de forma sutil ou não, através da adaptação de seus argumentos ou mesmo adaptações de suas histórias para as mais diversas plataformas e formatos. Um exemplo disso é o filme ‘Policarpo Quaresma, Herói do Brasil’ de 1998, baseado na obra de Lima Barreto”, comenta ele.

Além disso, Machado de Assis já foi inspiração até de Carlos Drummond de Andrade no poema “A um bruxo, com amor…”. Um fator que também deve ser evidenciado pela leitura dos clássicos é o senso crítico, como mostra o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, que coloca em primeiro plano a interpretação do leitor por ser uma obra sem uma resolução direta.

5 clássicos para começar a ler

Outro motivo para a leitura dos clássicos é o estudo para os principais vestibulares do país como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Fuvest e as provas de universidades federais. Confira abaixo cinco clássicos para começar a entrar no universo da leitura de clássicos.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881)

Essa obra revolucionou o formato do romance por subverter os padrões do romantismo e é tida como realista, mas sem as críticas agressivas de outros escritores do movimento. O mote do livro é feito focando na burguesia por dentro, ou seja, de um ponto de vista psicológico. Por meio da história de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, chamado Brás Cubas, é possível refletir sobre a ociosidade da burguesia ao trazer tudo que o protagonista deixou de realizar ao longo da vida, mesmo com tantas oportunidades.

O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1890)

Esse livro é um romance naturalista que conta a história de pessoas que vivem em uma espécie de habitação coletiva precária e superlotada, localizada no Rio de Janeiro durante o século XIX. A história se desenrola em torno de João Romão, um ambicioso comerciante português que, a partir da exploração dos moradores do cortiço, consegue acumular riqueza. Ao longo da trama, o autor apresenta uma ampla gama de personagens que habitam o cortiço, representando diferentes camadas sociais e etnias de forma crua e realista, a qual é uma das principais características do movimento naturalista.

Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)

De autoria do poeta português Fernando Pessoa, o livro é uma compilação de poemas que apresentam uma visão épica da história de Portugal, explorando temas como a identidade nacional, o destino coletivo e o mito do herói. Por meio da poesia, o livro retrata a trajetória de Portugal desde os tempos antigos até o presente, explorando a relação entre o passado e o presente e a busca por um sentido de identidade nacional e o papel de Portugal no contexto mundial. Nesta obra também são apresentados textos de autoria do próprio poeta que explicitam o modo de composição, a produção e um breve relato biográfico.

Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1915)

A obra narra a história de Policarpo Quaresma, um funcionário público apaixonado pelo Brasil e pelas tradições nacionais. Por meio da trajetória de Policarpo Quaresma, Lima Barreto faz uma crítica contundente à alienação, à falta de senso crítico e à dificuldade de adaptação de um indivíduo em um contexto social. O livro é um dos ícones do movimento pré-modernista, transição de escolas como realismo e naturalismo para o modernismo.

Iracema, de José de Alencar (1865)

A trama se passa durante a colonização do Brasil e retrata os conflitos entre os colonizadores europeus e as tribos indígenas. Iracema, filha do pajé da tribo dos tabajaras, é destinada a guardar um segredo, mas seu destino se cruza com o de Martim, um português, que se perde nas matas e é acolhido pela jovem. Entre eles, nasce um amor que desafia as barreiras culturais e sociais da época. O romance é marcado por uma linguagem poética, retratando a exuberância da natureza brasileira, os costumes indígenas e as paisagens do Ceará.

Os livros estão disponíveis na Amazon, nas principais livrarias do país e no site oficial da Editora Landmark. Acesse aqui.

Série brasileira estreia na Amazon Prime com Pedro Passari

Série brasileira estreia na Amazon Prime com Pedro Passari

Pedro Passari como Sergiu Pompeu em ‘A Todo Vapor’ | Créditos: Felipe Reis


A ficção científica do gênero steampunk se encontra com os clássicos da literatura brasileira em “A Todo Vapor“, adaptação audiovisual do projeto spin-off de Enéias Tavares que, depois de virar livro, quadrinhos e até jogo de cartas, estreou no último dia 7 na plataforma de streaming Amazon Prime. A série independente traz em seu enredo diversos protagonistas de autores como Gonçalves Dias, Machado de Assis, José de Alencar, entre outros célebres escritores, para contar a saga de um casal de detetives solucionando mistérios no Brasil do início do século XX.

Para contar essa história e todos os seus percalços, “A Todo Vapor” conta com Pedro Passari, alinhado com a arte desde criança e que interpreta Sergio Pompeu, personagem extraído do mais conhecido romance impressionista brasileiro “O Ateneu“, de Raul Pompeia, além dos protagonistas Juca Pirama, da obra indianista homônima de “Gonçalves Dias” e Capitu, marco na trajetória literária de Machado de Assis, vividos respectivamente por Felipe Reis e Thais Barbeiro.

Passari divide a tela e boa parte da trama com Claudio Bruno, intérprete de Bento Alves, outro personagem da obra de Pompeia. Os dois vivem um casal de aventureiros, o que caracteriza um momento de representatividade na série e muito mais além – uma conexão direta com a obra literária de Raul Pompeia, conhecida por relatar o período de descobertas do protagonista Sergio em um internato para rapazes oriundos de famílias abastadas, no final do século XIX, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Sendo este um outro ponto de conexão da série, do romance literário e do próprio ator, defensor da causa LGBTQIA+.

Série brasileira estreia na Amazon Prime com Pedro Passari
Créditos: Fábio Grum

A história é muito bacana. Transformar os personagens da literatura brasileira em super-heróis e misturá-los com a estética steampunk acredito ser o grande trunfo da série. Na construção do personagem, tive longas conversas com o Enéias (autor) e o Felipe, (diretor) para entender o que eles queriam para o produto final. Sergio é traduzido como um “dândi” (do inglês ‘dandy’, típico ‘mauricinho’ da Era Vitoriana, que encontra seus maiores expoentes em figuras como o boêmio Lord Byron e o escritor Oscar Wilde). Minha maior inspiração foi o Dorian, inspirado em Dorian Gray, da série ‘Penny Dreadful’. Peguei esse lado pomposo dele e traduzi em um super-herói aventureiro e ao mesmo tempo sensível” conta Passari.

Com uma trajetória ampla, que agrega inclusive a gravação de locuções e audiobooks durante a quarentena, a oportunidade de trabalhar com TV trouxe novas experiências e aprendizados para a carreira de Passari. Gravada em diversas locações, o roteiro incluiu até uma cena de voo de balão, que colocou à prova a concentração do ator. No todo, o principal aprendizado para Pedro foi o mergulho na estética steampunk e o diferente ‘timing’ da produção, em comparação ao teatro, seu habitat natural.

Durante a pesquisa, eu procurei me aprofundar nesse estilo e fiquei encantado, pois une duas coisas que eu adoro: tecnologia e uma estética vitoriana. Figurinos garbosos, objetos feitos à mão por especialistas steampunks e uma realidade ficcional que nos fascina. Trabalhar com essa estética foi encantador! Somam-se a isso, a fotografia, que é surpreendente, locações deslumbrantes e os efeitos visuais que finalizam com chave de ouro. Um produto independente e nacional de qualidade!“, celebra Pedro, que em breve poderá ser visto também na segunda temporada da série digital ‘Home Office‘, de Emilio Boechat, Marilia Toledo e Velson D’ Souza, como o chef de cozinha zen, Reiki Boss.

A série conta com uma temporada formada por 8 episódios, com cerca de 20 minutos de duração cada. A produção é fruto da parceria entre a Cine Kings Produções e a Brasiliana Steampunk, sendo uma criação do escritor Enéias Tavares e do ator e diretor Felipe Reis. Além disso, a O2 Play ficou como a responsável pela distribuição da série, que conta com um elenco formado por nomes como Luiz Carlos Bahia, Thais Barbeiro, Pamela Otero, Antônio Destro, Paulo Balteiro, Claudio Bruno, Bruna Aiiso, Alessandro Imperador, Yoram Blaschkauer, entre outros.

Dos palcos para as telas

O convite para integrar o elenco de “A Todo Vapor” foi recebido em 2017 por Felipe Reis, que, além de protagonizar a produção no papel de Juca Pirama, também dirige a série. A obra foi gravada até 2018, enquanto Pedro se dividia em outros trabalhos no campo artístico. Além de bacharel em Relações Públicas, formado pela ECA – USP, ele tem também formação cênica pela Escola Incenna, e coleciona trabalhos acadêmicos e profissionais no teatro musical, tanto nos palcos, como ator, como em produção, em diferentes áreas.

Série brasileira estreia na Amazon Prime com Pedro Passari
Créditos: Adriano Dória

Entre os musicais de seu currículo, encontram-se o recente “Silvio Santos Vem Aí“, biografia teatral do ‘Homem do Baú‘, atualmente em pausa por conta da pandemia, onde se dividia entre as funções de Coordenador de Plateia e Swing, “Aparecida – O Musical“, de Walcyr Carrasco, onde também vivia dupla jornada como assistente de Direção Residente e Company Manager, uma montagem de “Hair” e o original “Na Laje“, comédia musical embalada por sucessos de pagode da década de 90, além de diversos trabalhos acadêmicos de obras de peso, como “Ópera do Malandro“. Em algumas produções, inclusive, deu vida a personagens gays, como a icônica Geni, travesti eternizada na canção “Geni e o Zepelin“, de Chico Buarque.

Por um acaso do destino ou não, tenho feito alguns papéis em que a personagem ser gay é relevante. No musical ‘Na Laje’, eu fazia um motoboy gay completamente fora do estereótipo (e muito amado pelo público!). Em “A Todo Vapor“, esse estereótipo do gay afeminado também cai por terra. Estamos vendo um movimento grande de atores e atrizes da comunidade LGBTQIA+ se assumindo publicamente e mostrando que sexualidade, assim como ser negro, amarelo, trans, PCD, não tem nada a ver com poder ou não interpretar um papel que pode ser interpretado por qualquer ser humano“, relata o ator, também criador do Instagram @aindabemquesougay, plataforma que celebra o ‘ser gay’, propondo empatia e inspirando um olhar mais positivo ao tema por meio de publicações de autoafirmação e ajuda.

Quer saber mais sobre as novidades dos streamings? Clique aqui!

Conheça as obras de José de Alencar que inspiraram a novela Essas Mulheres




Por Leina Mara

A Record TV anunciou que a novela “Essas Mulheres” estará de volta à grade em meados de julho. Lançada em 2005, a trama era livremente inspirada em três obras do escritor cearense José de Alencar: “Senhora”, “Lucíola” e “Diva”. Clássicos do Romantismo Brasileiro, as obras trazem mulheres fortes e representam as heroínas urbanas do escritor. Não leu nenhum desses livros? Não se preocupe, nós preparamos a sinopse aqui para vocês. Confira agora! 


Senhora (Arte: Divulgação)

Senhora 
A obra narra a história de amor entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas. Devido à problemas financeiros, Fernando resolve se casar com outra mulher, dona de um dote de noivado. Tempos depois, Aurélia recebe uma herança e resolve se vingar por ter sido abandonada: contrata o casamento com Seixas, que continuava solteiro, sem revelar sua identidade. Na noite de núpcias, acusá-o de ser um homem comprado e passa a tratá-lo como uma propriedade.

Lucíola 
Paulo é um dos homens que aspira um ascensão social. Logo após a sua chegada à capital, é apresentado por um amigo à Lúcia, a cortesã. Cobiçada por todos apenas por sua beleza, Lúcia é atraída pelo novo rapaz, que consegue enxergá-la além das aparências e dos preconceitos da sociedade carioca. Essa relação aproximará Lúcia cada vez mais de sua misteriosa origem e trará à tona grandes segredos do seu passado.

Diva 
O romance é narrado em primeira pessoa por Augusto Amaral, médico que cuidou de Emília quando essa esteve doente. Dois anos se passam e eles se reencontram. Agora, Emília é uma moça de dezoito anos, extremante encantadora e misteriosa. Rodeado de pretendentes, Augusto passa os dias tentando conquistá-la, seu desassossego é intenso e faz os leitores mergulharem em uma narrativa cheia de paixão, ciúmes, encontros e desencontros amorosos.