Dia Internacional da Mulher: Projeto “Mulheragem” no Sesc Santo Amaro


Créditos: Elaine Campos


No mês de março, de 08 a 16/03, o Sesc Santo Amaro realiza encontros lítero-musicais entre escritoras, compositoras, musicistas, poetas, cantoras e instrumentistas que se debruçam sobre obras de outras mulheres. O projeto “Mulheragem – a vez, a voz, o verbo” conta com bate-papo, sarau e espetáculos no dia e também na semana que sucede a comemoração do Dia Internacional da Mulher, 08 de março.

O Sarau das Pretas abre a programação do Mulheragem no dia 08/03, sexta-feira, às 19h. Em um espetáculo que acontece na palavra falada, cantada e declamada, junto com os tambores e os corpos em movimento, Débora Garcia, Elizandra Souza, Jô Freitas, Taissol Ziggy e Thata Alves propõem reflexões sobre o feminino, a cultura e a ancestralidade. No sarau, as protagonistas são as mulheres negras que atuam no cenário cultural periférico de São Paulo. O Sarau das Pretas entende que a escuta é o ponto central dos encontros para partilhar a palavra. Além disso, não delimitar um único espaço para essas reuniões estimula outras mulheres negras a ocuparem todos os locais.

Depois, às 21h, Elisa Lucinda dá voz e vida a seus versos no teatro da unidade com o bate-papo “O Poder da Palavra”. A artista investiga o poder na palavra em diferentes âmbitos da vida, desde a arte até as expressões do cotidiano. A palavra é o que difere os humanos de outros animais, e tudo o que fazemos está permeado pela palavra: casar, lutar, pedir, recusar, magoar, amar, acolher… o bate-papo é uma defesa da linguagem verbal e uma reflexão em torno do machismo e do racismo intrincado no ato de negar a palavra às mulheres negras na sociedade. Idealizadora e fundadora da Casa Poema, a atriz explora as potencialidades musicais, poéticas e discursivas da expressão pela palavra.

No dia 12/03, terça-feira, às 19h30, as poetas Anna Zêpa e Evelin Sin apresentam um espetáculo lítero-musical com escritos inéditos. A apresentação é construída pelos poemas do disco 37GRAUS | POESIA EM VINIL, textos das duas poetas e também de artistas como Alice Ruiz, Ferreira Gullar, Cecília Meirelles, Maria Giulia Pinheiro. Como convidados, a cantora Alessandra Leão e o multi-instrumentista Zé Nigro sobem ao palco para compor o espetáculo com trilha composta pelo produtor musical e multi-instrumentista Marcelo Cabral e cheio de projeções de imagens das poesias e das poetas.

Créditos: Duda Portella Congas

No dia 13/03, quarta-feira, às 19h30, a programação continua. O primeiro livro da cantora Karina Buhr “Desperdiçando Rima” ganha o formato de sarau no espetáculo “Voz e Tambor”. A música e as artes visuais se misturam em uma apresentação que também inclui versões originais de canções do disco Selvática, antes de receberem o arranjo com a banda e serem apenas poesias. As crônicas também fazem parte do espetáculo, com leitura e percussões executadas ao vivo pelo baterista Bruno Buarque.

No dia seguinte, 14/03, quinta-feira, também às 19h30, uma apresentação do “A Viva Voz” traz à tona a obra de Maria Firmina dos Reis. O projeto explora a obra poética de dez mulheres que viveram e publicaram entre os séculos XVIII e XX. A compositora Socorro Lira musicou 100 poemas dessas autoras que deixaram um legado pouco conhecido e, até mesmo, reconhecido na literatura. O espetáculo também conta com a presença da escritora e professora Susana Ventura e a atriz-MC Roberta Estrela D’alva.

A noite da sexta-feira, dia 15/03, traz MC Dellacroix em seu recente trabalho #NAOQUEIRA TOUR, uma apresentação híbrida entre performance, show, instalação e poesia que acontece às 19h30. Dellacroix é preta periférica, travesti e uma voz emergente no queer rap de São Paulo. Com um formato diferente em cada apresentação, a artista convida a rapper Alice Guél para apresentar rimas e poesias do seu trabalho “Alice no País que Mais Mata Travesti”. As duas artistas usam suas vozes como instrumento para espalhar poesias de Ewá, Monna Brutal, Katrina e outras.

A programação do “Mulheragem” termina dia 16/03, sábado, às 19h, com o espetáculo “Canções de Atormentar”, com a poeta Angélica Freitas e a cantora e multi-instrumentista Juliana Perdigão. A apresentação é um conjunto de quatro performances curtas criadas e apresentadas pelas duas artistas: “Canções de Atormentar”, “Crianças Kids”, “Crianças que Voam” e “Consumo”. Em uma combinação entre poesia e música, elas abordam temas como mulheres, infância, política e consumo.

SERVIÇO

SARAU DAS PRETAS
Quando: 08/03, sexta-feira
Horário: 19h
Local: Praça Coberta (térreo)
Classificação: Livre
Grátis

BATE-PAPO “O PODER DA PALAVRA”, COM ELISA LUCINDA
Quando: 08/03, sexta-feira
Horário: 21h
Local: Teatro (1º andar)
Classificação: Livre
Grátis

37GRAUS | POESIA EM VINIL
Quando: 12/03, terça-feira
Horário: 19h30
Local: Praça Coberta (térreo)
Classificação: Livre
Grátis

VOZ E TAMBOR, COM KARINA BUHR
Quando: 13/03, quarta-feira
Horário: 19h30
Local: Espaço das Artes (1º andar)
Classificação: Livre
Grátis

A VIVA VOZ, COM SUSANA VENTURA, SOCORRO LIRA E ROBERTA ESTRELA D’ALVA
Quando: 14/03, quinta-feira
Horário: 19h30
Local: Espaço das Artes (1º andar)
Classificação: Livre
Grátis

#NAOQUEIRA TOUR, COM MC DELLACROIX E PARTICIPAÇÃO DE ALICE GUÉL
Quando: 15/03, sexta-feira
Horário: 19h30
Local: Espaço das Artes (1º andar)
Classificação: 14 anos
Grátis

CANÇÕES DE ATORMENTAR
Quando: 16/03, sábado
Horário: 19h00
Local: Espaço das Artes (1º andar)
Classificação: Livre
Grátis

SESC SANTO AMARO
Bilheteria e horário da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Endereço: Rua Amador Bueno, 505.
Acessibilidade: universal.
Estacionamento da unidade: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (Credencial Plena); R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional (outros).
Disponibilidade: 158 vagas para carros e 36 para motos. A unidade possui bicicletário gratuito.

Dica de Leitura: Bob Dylan – Crônicas 2º edição


Créditos: Divulgação


A obra Bob Dylan – Crônicas 2º edição, publicado pela Editora Planeta, trata-se de um compilado de notáveis memórias sobre os primeiros anos da carreira do astro Bob Dylan. Nele, Dylan faz uma viagem juntamente com o leitor, pela Nova York dos anos 1960, onde encontrou possibilidades na busca pelo sucesso.

Lançado originalmente em 2004, conseguiu grandes títulos, como um dos livros do ano por jornais e revistas como The New York Times, The Washington Post, The Economist, Newsday, People e Guardian. Além de ter sido comparado, por Mikal Gilmore, da Rolling Stone, aos melhores escritos pessoais de Henry Miller.

Créditos: Divulgação

O livro é uma ótima oportunidade para que os fãs de Bob Dylan tenham acesso à sua forma bem-humorada de contar suas melhores histórias, caminhos que o levaram a ser quem foi, com tantas conquistas em sua carreira, ao mesmo tempo que reflete sobre as pessoas que o fizeram chegar onde chegou, todos com quem cruzou em sua caminhada rumo ao sucesso.

Serviço

Bob Dylan – Crônicas 2º edição

Editora: Planeta

Autor: Bob Dylan

328 páginas

Dica de Leitura: “Skyward”, de Brandon Sanderson


Créditos: Savanna Sorensen/BYU


A história de “Skyward”, uma obra publicada no Brasil pela Editora Planeta, retrata uma época em que a raça humana está quase extinta, devastada e se vendo obrigada a viver em um outro planeta distante, chamado Detritus, muito diferente da nossa conhecida Terra, que é constantemente atacado por misteriosos alienígenas.

Nesse cenário, conhecemos Spensa, uma menina de 18 anos, ansiosa por se tornar piloto e se juntar à resistência, quando acaba se deparando com os restos de uma velha nave, de um tipo inédito aos olhos da garota. Com isso, ela se enche de esperança de que esse sonho se torne realidade, finalmente.

Entretanto, para isso, Spensa precisará consertar a velha nave, aprender a pilotá-la e, o mais difícil, convencer a inteligência artificial que controla os restos da embarcação a ajuda-la na missão. A grandiosa nave, de alguma forma, parece ter vida própria.

Créditos: Divulgação / Editora Planeta

Serviço:

Skyward

Editora: Planeta

Autor: Brandon Sanderson

400 páginas

Dica de Leitura: A Contrapartida, de Uranio Bonoldi


Créditos: Divulgação


A obra “A Contrapartida”, de Uranio Bonoldi, propõe uma reflexão sobre escolhas feitas, o efeito que cada uma delas pode causar na vida de quem as fez, além de colocar o leitor para pensar se ele realmente está no controle de sua própria vida ou se os rumos da vida de cada pessoa são fruto de algum tipo de influência de terceiros. A obra também apresenta as possibilidades de as consequências do que decidimos fugir ao nosso controle.

O thriller tem como protagonista o Dr. Octávio, um jovem médico brilhante, que se enxergava satisfeito com a vida que tinha, afinal, possuía tudo de que necessitava: dinheiro, influência e prestígio profissional, inteligência acima da média, amigos queridos, uma namorada deslumbrante, uma mãe exemplar e dona Iaúna, muito parceria e confidente de sua mãe. Ambas eram as principais apoiadoras de seus projetos (pessoais e profissionais) e sonhos, cuidando, desde sempre, dele com tanto carinho.

Créditos: Divulgação

Mas, aos poucos e de maneira bastante discreta, sua vida aparentemente perfeita começa a se revelar não tão dos sonhos assim, a partir do momento em que Octávio começa a desejar ir a fundo no passado para descobrir em detalhes as circunstâncias que levaram seu pai à morte, ainda durante a sua infância.

Com a ajuda de Oswaldo, seu amigo desde quando eram crianças e delegado de polícia, ele encontrou a forma de conseguir tal informação. Entretanto, isso abriu um novo caminho para descobertas de outros segredos muito ocultos e jamais imaginados. O livro traz a saga que Octávio enfrenta para chegar a seu objetivo.

Livro sobre o legado de Kurt Cobain será lançado em breve


Créditos: Divulgação


Um novo livro sobre o ícone de gerações, Kurt Cobain, será lançado em breve.

O empresário do Nirvana entre os anos de 1990 e 1994, Danny Goldberg, anunciou que a obra, intitulada Serving The Servant: Remembering Kurt Cobain chegará às livrarias oficialmente no dia 2 de abril deste ano.

Nela, Goldberg trará para os fãs as memórias do que viveu trabalhando ao lado de Cobain, desde o estouro da banda, até momentos da vida pessoal do cantor. Entre as histórias pessoais de Cobain, estarão seu casamento com Courtney Love, o nascimento de sua filha Frances Bean Cobain, sua luta com as drogas e o empresário também abordará o suicídio do cantor, em 1994, aos 27 anos.

O livro ainda contará com entrevistas de pessoas que fizeram parte da história de Cobain. Entre as confirmadas, estão Love e Krist Novoselic, baixista do Nirvana.

Confira a capa de “Serving The Servant: Remembering Kurt Cobain”:

Créditos: Divulgação

True Gen, a geração da verdade


Créditos: Divulgação


“Esforce-se por amar as suas próprias dúvidas, como se cada uma delas fosse um quarto fechado, um livro escrito em idioma estrangeiro. Não procure, por ora, respostas que não lhe podem ser dadas, porque não saberia ainda colocá-las em prática e vivê-las. E trata-se, precisamente, de viver tudo. No momento, viva apenas as suas interrogações. Talvez que, somente vivendo-as, acabe um dia por penetrar, sem perceber, nas respostas.”

A frase é de Rainer Maria Rilke, em Cartas a um Jovem Poeta,na tradução de Fernando Jorge, emedição publicada no Brasil pela Hemus Livraria e Editora, em 1967. Indeciso entre a carreira miliar e a literária, o jovem Franz Xaver Kappus trocou 10 cartas com o escritor tcheco, entre 1903 e 1908. Com a morte de Rilke, as correspondências foram compiladas neste livro que, na minha opinião, é imperdível! Eis que me lembrei dos belos conselhos de Rilke ao jovem, quando li uma pesquisa da Box1824 sobre os “novos” jovens.

Os nativos da primeira geração a crescer em um mundo dominado pela internet, a Geração Z – também conhecida como True Gen, geração da verdade – têm, hoje, entre oito e 23 anos. Fluentes em tecnologia são comunaholics, ou seja, transitam em muitas comunidades e têm especial interesse em se conectarem com pessoas que compartilham as mesmas causas. O estudo aponta que a chave para entender essa geração é o não binarismo. Dialogam, entendem e agregam. Enxergam os outros como iguais. Uma baita notícia boa, mulheres!!

Créditos: Divulgação

Na prática, sabem que integram uma sociedade hipervigiada e abraçam o desafio de criar espaços, dentro da própria rede, para relações mais verdadeiras. Ao contrário dos Millennialssão mais realistas e empáticos com opiniões diferentes das suas. Um aspecto que me chamou atenção é a busca pela própria identidade (adeus, tribos!!), as relações com diálogos francos e novas formas de consumir. Eles mantêm a individualidade e conciliam aspectos que podem soar estranhos a outras gerações: religião e homossexualidade, por exemplo. Ambas combinam desde que esse indivíduo acredite que os dois correspondem ao que acreditam.

Valorizam a estabilidade e a carreira – o que não significa que estão dispostos a seguir padrões. A ideia aqui é ser pragmático dentro de interesses e parâmetros próprios. Estão em busca de personalização de produtos e serviços. Adeus modinhas e padronização! Estamos diante de uma geração que não comporta estereótipos e que tem uma relação mais saudável com o consumo. A ideia de ligar bem material ao consumo, simplesmente não faz sentido. Carro ou roupa parada no guarda-roupa?! Nem pensar. Veículo só se for para ganhar dinheiro extra com aplicativos de carona; roupa sem usar vira brechó online.

Confesso que a descrição dessa True Gen me encantou, embora não tenha encontrado informações sobre como lidam com a leitura; com o acesso à tanta informação; e como esse arsenal de estímulos pode ser usado como instrumento de bem-estar individual e social. Vejo, com otimismo, esse interesse em enxergar as necessidades e peculiaridades do outro; esse desinteresse em julgar as pessoas ou rotular. Espero – assim como Rilke deve ter esperado do seu jovem poeta – que esses jovens se unam a gerações anteriores e posteriores (a geração Alpha, cuja palavra-chave é reconstrução) para juntos darem novas respostas para antigos questionamentos. Que a igualdade de gênero seja uma realidade.

Ainda em Cartas a um Jovem Poeta, Rilke sibilou: “Essas palavras ‘moça’, ‘mulher’, não significarão apenas o contrário de homem, mas qualquer coisa de individual, valendo por si mesmo; não apenas um complemento, mas um modo completo da vida: a mulher na sua autêntica humanidade.”