Por Nicole Gomez
O ano de 2018 marca os 200 anos do lançamento do livro “Frankenstein”, da autora Mary Shelley, na época, com apenas 18 anos. Publicada em 1818, a obra é considerada uma das grandes obras-primas da literatura mundial. Talvez um dos motivos de causar tanto fascínio até hoje, é que a autora conseguiu unir ficção científica, terror e romance, levantando questões filosóficas que são discutidas até os dias atuais.
Foto: Divulgação
Na época da publicação da obra, havia muito interesse científico em assuntos como a eletricidade e do magnetismo, também a respeito da possibilidade de trazer a vida à tona. Essas questões motivavam tanto a experimentação como as discussões científicas. Outro fator importante era a influência do pensamento iluminista da época, o qual era crítico, racional, material e reducionista. Por causa do iluminismo, muitos passaram a defender que a matéria em si abrigaria as condições necessárias para gerar a vida, questionando fortemente a visão até então dominante da alma e do espírito criados por Deus e tão influente na Idade Média.
Na obra, Victor Frankenstein, um estudante de química, biologia e filosofia natural, tinha objetivo de produzir uma bela criatura, mas as coisas fugiram do controle quando a criatura tomou a vida com a aparência de monstro. Após rejeitada, a criatura acaba por nutrir sentimentos como a raiva, injustiça e rejeição. A discussão central entre criador e criatura se dá quando acontece um desentendimento entre os dois, quanto à criação de uma figura feminina. Enquanto criatura exigia a criação de uma companheira, o segundo tinha receio de iniciar uma criação de monstros.
Capa: Divulgação
Frankenstein, 200 anos depois, ainda levanta questões que pareciam muito à frente de seu tempo na época, mas hoje fazem total sentido e podem ser levantadas através de rodas de conversa e até mesmo estudos mais formais, pois trata-se do conflito homem e máquinas, um tema tão vasto e que ainda há muito para ser explorado.