Cate Blanchett mostra versatilidade em Manifesto




Por colaborador Samuel Carrasco

Uma arrebatadora aula para os apreciadores da arte: é assim que Manifesto, o drama que traz Cate Blanchett em suas inúmeras facetas, chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 26 de outubro.

Foto: Divulgação

Esse filme, do cineasta Julian Rosefeldt, vem em uma boa hora para o nosso público, imerso numa constante e desesperadora busca por saber “o que é arte”. Como se alguém, em toda humanidade, fosse capaz de responder a essa pergunta. Arte não é só o que a gente gosta, a arte está aí questionando, cutucando, expondo, analisando, propondo. E Manifesto é a prova cinematográfica (mais atual impossível) que essa discussão além de não ser nova, só reforça o poder da Arte no pensamento da sociedade, movendo e refletindo seus contextos durante séculos.

A ideia, a princípio, foi pegar manifestos artísticos a partir do século 20 (que são textos introdutórios de algum movimento, como regras para possíveis discípulos) e colocar Cate Blanchett para interpretá-los em 12 situações contemporâneas, no dia-a-dia de suas treze (sim T-R-E-Z-E!!!) personagens. Lá atrás, o diretor expôs sua obra em diversos museus pelo mundo num formato de instalação, mas foi no início desse ano que resolveu reunir as doze cenas nesse longa, que já foi aclamado em festivais pelo mundo, inclusive aqui pertinho, no Rio de Janeiro, onde foi aplaudido em todas as suas sessões.

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Portanto, Manifesto não conta uma história, e nem várias histórias, e sim funciona como um exercício de apreciação, debate e absorção de suas inúmeras referências artísticas, além da inteligência como as cenas são construídas (do ponto de vista estético e de conteúdo) e da incrível capacidade de mutação dessa atriz que já é patroa no Oscar.

Os treze (sim T-R-E-Z-E!!!) personagens são tão diferentes, possuem construções físicas tão distintas e potentes, que o riso vem fácil quando vemos a transição da tão genial atriz, além também de serem hilárias e, porque não dizer, controversas as relações dos textos-manifestos encenados com o contexto em que ele aparece na tela, trazendo toda a crítica social (SPOILER: como no caso do manifesto Dadaísta, do movimento modernista, ser declamado como discurso em um funeral; OU das regras do Dogma 95, do diretor Lars Von Trier, sendo faladas por uma professora de primário enquanto passa as orientações para seus alunos. FIM DO SPOILER)

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De fato, Manifesto vem com uma qualidade indiscutível, com brilhantes escolhas da direção que sabe se alimentar (e nos alimentar) com a sagacidade das discussões sociais, artísticas e políticas; com a divindade chamada Cate Blanchett em suas 13 (sim T-R-E-Z-E!!!) personagens muito bem elaboradas, e com toda essa gama de referências obrigatórias pra todo apreciador da arte como um todo.

Maaaas se você não é tão por dentro dos movimentos artísticos, não se preocupe! Manifesto também tem grandes chances de conquistar aqueles que ainda não foram picados pelo bichinho arteiro, já que não é um filme para se compreender, mas sim pra se discutir e aprender. Com certeza ninguém vai sair vazio das salas de cinema!

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Confira o trailer e corre pra assistir!

Sieranevada estreia nesta quinta-feira nos cinemas!




Nesta quinta-feira, dia 15 de dezembro, a Mares Filmes estreia nos cinemas brasileiros o drama SIERANEVADA (Sieranevada), do cineasta e roteirista Cristi Puiu (A Morte do Sr. Lazarescu), Seleção Oficial do Festival De Cannes 2016 e o filme indicado pelo Romênia ao Oscar 2017.

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O filme será exibido nos cinemas de São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Búzios, Porto Alegre, Brasília, Salvador e São Luís, além de pré-estreias pagas em Fortaleza. Confira o trailer!


Confira cena exclusiva de 13 Minutos, drama alemão que estreia nesta quinta




O filme estreia nesta quinta-feira nos cinemas

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13 Minutos foi destaque no Festival de Berlim e fez parte da programação da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A trama é uma biografia de Georg Elser, o homem que tentou matar Adolf Hitler, em 8 de novembro de 1939, um plano que poderia ter evitado a Segunda Guerra Mundial.

A seguir, é possível conferir uma cena exclusiva do Acesso Cultural:

MEU REI: Entrevista exclusiva com EMMANUELLE BERCOT




Premiada como melhor atriz no Festival de Cannes por “Meu Rei”, Emmanuelle Bercot conversou com o Acesso Cultural sobre as filmagens do longa, como foi ganhar o prêmio de Cannes e muito mais. Confira a entrevista na íntegra!

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Você sabia que Maïwenn a tinha em mente para interpretar Tony desde o momento em que terminou de filmar POLISSIA?

Ela nunca tocou no assunto nos dois anos que se seguiram ao lançamento do filme. Então, um dia, ela apareceu com uma parte do roteiro – a parte que se passa no centro de fisioterapia – e me disse que queria que eu fizesse a protagonista do filme dela. Eu fiquei chocada.

Qual foi a sua reação inicial?

Foi ao mesmo tempo empolgante – a perspectiva de fazer um filme com Maïwenn é sempre estimulante para um ator – e irreal. Mas eu só fui mesmo entender a dimensão do que ela estava me pedindo quando ela me deu a versão final do roteiro.

Houve algum momento em que você pensou em recusar?

Sim. Por um bom tempo achei que não deveria ser eu a interpretar Tony e eu disse isso para Maïwenn. Eu dei mil bons motivos para ela: “Você precisa de uma mulher mais bonita, com coxas mais finas etc”. E então ela veio com uma frase para a qual não havia resposta: “Pare de julgar as minhas decisões. Você está falando comigo como uma diretora. O filme é meu, a visão é minha”. Isso bastou para mim. Ela já tinha me dirigido em POLISSIA, eu sabia o quanto ela adora atores. Eu sabia que ela não ia me deixar sozinha, sabia que não ia me abandonar, que ia me dar apoio.

Antes de se tornar diretora, você quis ser atriz e atuou em filmes regularmente. Esse papel principal em MEU REI foi uma espécie de vingança dos seus primeiros anos?

Eu adoro atuar. Eu atuo de tempos em tempos quando me oferecem papéis, mas desde que comecei a dirigir, atuar ficou em segundo plano. Eu não tenho nenhuma frustração quanto a isso, nem feridas a curar. A Tony de MEU REI foi um grande presente de Maïwenn e uma das surpresas da vida, mas de forma alguma uma vingança.

O filme exigiu muita preparação?

Maïwenn queria que eu estivesse em boa forma física. Eu trabalhei muito nisso junto com um instrutor, fazendo muita ginástica com pesos e exercícios de musculação que me ajudaram a ganhar uma boa percepção do meu corpo. Foi importante para a personagem, especialmente nas cenas no centro de educação física, e foi de grande ajuda para mim durante as filmagens. Maïwenn tem um estilo de direção que às vezes faz você se sentir drenado. É como um desafio esportivo: você tem que se esforçar para ultrapassar seus limites. Graças ao treinamento, eu estava mentalmente pronta. Maïwenn também me pediu para passar um tempo trabalhando com uma advogada e me deu dois livros para ler – “Full of Life”, de John Fante, e “O Movimento Romântico”, de Alain de Botton. Sem entender bem a ligação, eu tentei perceber o que chamou a atenção dela e o que ela queria que eu absorvesse para o papel. Sem dúvida que, inconscientemente, eu tirei elementos desses dois trabalhos para alimentar minha performance. Quando ela o escolhe para um papel, Maïwenn também está escolhendo a pessoa que você é. Para me preparar para Tony, também pensei muito neles como casal e mergulhei em algumas memórias da minha própria vida. Foi uma tarefa solitária que consistiu em escavar algumas emoções, certos estados mentais, para extrair material visceral que eu pudesse usar para ser o mais autêntica possível dentro da performance.

Isild Le Basco, que interpreta sua cunhada, trabalhou com você no seu início como diretora. Você a conhece, e já trabalhou com Maïwenn como corroteirista em POLISSIA. Parece que você tem quase uma relação familiar com elas.

Sim, são vínculos muito tangíveis, quase como os de uma família. Eu as conheço há muito tempo e havia algo de muito comovente nessa dinâmica que nos uniu através do filme.

Você diria que Tony é uma vítima?

De jeito nenhum. Nunca há vítima e algoz num casal! Tony tem que suportar muito, mas nunca desiste. Ela luta por seu ideal, que é começar uma família e viver com o pai do seu filho. Eu a vejo como uma guerreira. Mas o vício dela naquele homem impede que veja que a relação é impossível. Ela está se destruindo, mas continua. Ela não consegue controlar.

Fale sobre as filmagens. Você sentiu muita pressão?

Eu estava muito focada e só pensava no filme. A pressão vinha de manhã, quando chegava no set. Enquanto dirigia minha scooter, repetia para mim mesma: “Ela a escolheu, você está onde tem que estar, confie nela, você só tem que dar a ela tudo o que tem”. Quando eu chegava lá, não havia tempo para medo ou análises, eu estava trabalhando, no presente.

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Você discutiu suas cenas com Vincent Cassel?

Nós conversávamos muito sobre como víamos o casal e sobre as relações entre homens e mulheres, mas nunca na tentativa de concordar em como deveríamos interpretar.

Quais cenas você achou mais desafiadoras?

As cenas envolvendo felicidade são sempre traiçoeiras. Você sempre se preocupa se está sendo cliché demais, ou se está exagerando, sendo muito bobo ou romântico. Algumas das cenas de crise também foram difíceis.

Você começou filmando as cenas no centro de fisioterapia, onde Tony revive sua relação com Georgio nos últimos 10 anos.

E foi mais louco ainda porque eu não sabia tudo o que íamos filmar que envolvesse a relação deles ou até onde eu iria. Mas eu sabia bem como representar o sofrimento. Nessa parte, a atuação foi muito física, e eu acho isso fascinante, porque é orgânico. Durante o período de resiliência em que ela está curando suas feridas emocionais ao curar sua perna, Tony faz amizade com um grupo de jovens. Você sente que, apesar de ela ser mais velha do que eles, ainda tem algo da sua alma adolescente dentro de si. Eles a trazem de volta à vida. Graças a eles, ela recupera o gosto pelas coisas simples da vida, como sorrir, sair para caminhar, prazeres infantis até. Estou convencida de que são as crianças quem nos salvam, é isso o que o filme quer nos dizer de uma certa forma. É um renascimento através da energia da juventude, a cura através da descoberta de relações diretas e puras, sem agressões e mentiras, sem nenhum tipo de disputa de poder.

Como foi ganhar o prêmio de Melhor Atriz em Cannes?

Foi incrível. Foi o reconhecimento do trabalho (a personagem de Maïwenn e Etienne Comar, a direção de Maïwenn e a performance indissoluvelmente ligada a Vincent) por pessoas por quem, em sua maioria, tenho uma grande admiração. Depois eu sempre coloco os prêmios em perspectiva – eu nunca teria ganhado o prêmio se o júri fosse outro.

O filme da diretora e roteirista Maïwenn (Polissia), estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 22 de setembro. Imperdível!

Últimos Dias no Deserto estreia hoje nos cinemas!




Nesta quinta-feira, dia 08 de setembro, a Mares Filmes estreia nos cinemas brasileiros o novo drama do cineasta e roteirista Rodrigo García, Últimos nos Deserto, e estrelado por Ewan McGregor.

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O drama chegará aos cinemas de São Paulo, Barueri, Belo Horizonte, Brasilia, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Jaboatão dos Guararapes, Jundiaí, Manaus, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Luis. Confira o trailer!

A Viagem do Meu Pai: Campanha incentiva músicas e famílias a criarem memórias inesquecíveis aos portadores de Alzheimer




O lançamento do filme “A Viagem do Meu Pai” conta sobre o poder da música no registro de lembranças com a ação #MusicasParaSempre

No lugar de um lançamento tradicional do filme A VIAGEM DE MEU PAI (Floride), que mostra a relação de uma filha com o pai que vive com Alzheimer, a Mares Filmes decidiu realizar uma campanha, que informa o poder da música na vida de portadores da doença. Para isso, a produtora convidou a BossaNovaFilms, a Dahouse Audio e a Isobar para a realização de uma ação chamada #MusicasParaSempre, que tem como objetivo engajar famílias e músicos ao redor do Brasil em prol da causa.

Uma recente descoberta da medicina trouxe uma nova esperança para portadores de Alzheimer, doença que atinge 35 milhões de pessoas no mundo. O estudo realizado pela Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana de Leipzig (Alemanha) afirma que além de o nosso cérebro ser dividido em diversos compartimentos, alocando as nossas memórias em um deles, a música tem seu espaço exclusivo e distinto das demais lembranças, tendo menor chance de ser comprometida pela doença.  

Com essa incrível revelação, músicos podem se unir para criar melodias e letras sobre a vida de pacientes e dar força ao movimento #MusicasParaSempre. Imagine que, mesmo que uma pessoa esqueça o caminho de casa ou o nome de alguém, que acabou de conhecer, ela ainda consegue cantarolar melodias que marcam sua vida.
A campanha começa com a música criada para o Hélio Elpídio de Queiroz diagnosticado com Alzheimer há três anos. Ele é pai de Camila e Mariana, e avô da Manuela, retratadas pela melodia composta por Lucas Mayer e interpretada pela cantora Ana Julia Zambianchi. O filme que inaugura o movimento foi dirigido por Georgia Guerra-Peixe, da BossaNovaFilms, junto de Fábio Meirelles. 

“Mais do que uma campanha queremos transformar essa descoberta da medicina num movimento: quanto mais pessoas compartilharem o vídeo, mais músicos podem compôr canções baseadas em outras histórias de vida de pessoas que vivem com a doença”, comenta Eduardo Battiston, Chief Creative Officer da Isobar.

“Abracei a causa ao receber o convite para dirigir esse projeto. Foi um desafio lindo contar a história de Hélio de uma maneira sensível e emocional. Destaquei a música como elemento principal da narrativa, já que ela também é o fator mais importante para conhecimento dos portadores da doença e dos músicos que podem ajudá-los. Imagino a alegria dessas famílias ao saber que é possível ter uma memória inesquecível”, conta Georgia Guerra-Peixe. 

Não deixe de assistir ao vídeo da campanha e ouça a música da família Queiroz e ao trailer do filme A VIAGEM DE MEU PAI (Floride), que estreia nesta quinta-feira, dia 11 de agosto de 2016.